Imobiliárias começam a deixar crise para trás

Imóveis (17)

Pedro Augusto

Assim como nos demais segmentos, a crise financeira que foi estabelecida no país a partir de 2015, com as trapalhadas e as roubalheiras oriundas em grande parte da política em Brasília, também acabou afetando, significativamente, as atividades do setor imobiliário de uma forma em geral, incluindo, também, o de Caruaru. Ao longo dos últimos anos, esta, até então promissora fatia do mercado econômico local, precisou ter de lidar com a queda brusca na demanda por imóveis para se alugar e comprar, o que gerou demissões em massa e ocasionou o fechamento de imobiliárias. Mas como nenhuma tempestade dura para sempre, atualmente o cenário para quem vive deste tipo de negócio se encontra mais animador com a previsão de temperatura agradável ao término de 2017.

Para o corretor e empresário Douglas Chaves, que é proprietário da Douglas Imóveis, a reação do mercado imobiliário de Caruaru, que passou a ser percebida a partir do último mês de maio, se deve, em sua maioria, ao agora ainda mais acessível programa Minha Casa, Minha Vida. “Para se ter ideia, hoje verificamos certa carência em termos de imóveis prontos no município voltados para este tipo de programa. Se contássemos com duas mil casas prontas do MCMV, venderíamos rapidamente todas, haja vista que as pessoas têm procurado sair do aluguel. Como atualmente a Caixa Econômica Federal vem financiando 100% da aquisição relacionada ao Minha Casa, Minha Vida, ou seja, o comprador não tem precisado dar entrada e as parcelas do financiamento têm se equiparado aos preços dos aluguéis, então o nosso setor vem retomando a linha de crescimento”, avaliou.

De acordo ainda com Douglas, devido à extensa demanda por unidades enquadradas no programa MCMV, hoje os imóveis mais erguidos em Caruaru têm correspondido aos com preços até R$ 140 mil. “Devido à crise, tanto as construtoras como os bancos tiveram de se adequar à nova realidade do mercado, passando a produzir e a financiar um volume maior de imóveis com preços mais baixos. E a resposta por parte dos clientes tem sido positiva. Por outro lado, em relação às unidades com preços medianos e com valores elevados, que historicamente sempre foram mais complexos para serem vendidos, foram os que mais sofreram, pelo menos em minha opinião, com a crise. Quanto maior a casa ou o apartamento, maior está sendo a dificuldade de se arrumar bons compradores, entretanto as perspectivas também são boas quanto a estes tipos de unidades”, acrescentou Douglas.

Segundo o proprietário da AD Imóveis, Alrino Dutra, não só a comercialização de habitações do Minha Casa, Minha Vida, mas também a elevada procura por unidades comerciais para locação vêm possibilitando a aceleração do ritmo das atividades do setor imobiliário de Caruaru. “Aos poucos, o nosso segmento vem retomando o ritmo do crescimento. Hoje, a grande oferta de salas comerciais para aluguel está sendo suprimida pela boa demanda de empreendedores à procura de implantar os seus negócios. Já na área de vendas estamos percebendo um acréscimo considerável na procura por imóveis para aquisição não só do Minha Casa, Minha Vida, mas também de valores mais elevados, haja vista que o Governo Federal vem desburocratizando cada vez mais a compra. Outro fator que está possibilitando uma maior demanda por unidades mais elevadas se refere à redução nas margens de lucros das construtoras, que enxergaram a nova realidade do mercado, e estão priorizando as vendas.”

De acordo com a análise do proprietário da Imobiliária ABM, Alexandre Barbosa Maciel, a tendência é de que o setor local feche 2017 com o saldo positivo. “Muitas unidades ainda estão sendo entregues e já estão sendo comercializadas, bem como temos observado uma procura muito grande por imóveis não residenciais como salas, lojas e galpões. Costumo dizer que a locação é o principal termômetro em relação ao nosso mercado e, na medida em que está havendo uma demanda extensa no tocante a essas unidades não residenciais, temos tudo para fechar este ano com o saldo positivo. Atribuímos essa reação do setor ao fato da economia nacional encontrar-se alcançando resultados melhores em comparação com os meses anteriores. Desde o último mês de maio que temos observado uma reação do segmento imobiliário de Caruaru”, disse.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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