Juventude negra: lutar, resistir e se empoderar

Juventude negra: lutar, resistir e se empoderar 

A juventude negra é a que mais sofre preconceito nos espaços em que transita. Na maioria das vezes pela sua aparência. É comum nos depararmos com os mais diversos casos de racismo espalhados pelo país. Seja nas universidades, no trabalho, nas redes sociais e em ambientes públicos e privados.

No Brasil, a maior parte da população se auto-declara preta ou parda, onde grande parte são jovens entre 15 e 29 anos. É incabível nos dias atuais que o racismo ainda faça parte do nosso cotidiano. É preciso lutar para que a lei 10.639, (ensino da cultura afro-brasileira), se torne obrigatória para que desde cedo o racismo seja desconstruído, valorizando e ressaltando a presença afro na sociedade. 

Basta de jovens da periferia aumentando o índice de genocídio da juventude negra. Essa juventude não desaparece no dia-a-dia de forma misteriosa. Ela é exterminada por organizações que cada vez mais ofendem, torturam, abusam e matam, ao invés de proteger.

Por outro lado, temos o que comemorar. Cresce o número de jovens negros nas universidades. Jovens que a cada dia se tornam protagonistas dos avanços dessa nação. Tudo isso é fruto de uma política de inclusão dos governos Lula e Dilma. A aprovação da lei que institui cotas raciais nas universidades federais completou 3 anos em 2015. O que garantiu o acesso de 150 mil estudantes negros e negras ao ensino superior, segundo a SEPPIR.

2015: o ano das mulheres, principalmente as jovens e negras que não se calaram e foram às ruas soltar a voz contra o racismo e a violência. A Marcha das Mulheres Negras em Brasília reuniu mulheres de todos os estados e regiões do país. A Marcha do Empoderamento Crespo em Salvador, promoveu a afirmação e o empoderamento dessa negritude que é descriminada nos espaços devido à estética. 

É chegado um novo ano, onde novos obstáculos e desafios se apresentam. Nós negros e negras precisamos dar mais visibilidade ao nosso povo. Seja na literatura, na mídia, na cultura e na arte. É preciso mostrarmos as várias linguagens no combate ao racismo, ocupar e conquistar novos espaços. É hora de ousar!

Américo Rodrigo – É Secretário de Juventude do PT Caruaru, Conselheiro Municipal de Juventude e de Igualdade Étnico-Racial e membro dos Coletivos MAIS, Kizomba e Enegrecer.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *