Leptospirose pode ser evitada com cuidados simples

Com a chegada das chuvas aumenta a preocupação com a leptospirose – doença transmitida pela água contaminada pela urina de ratos. O perigo cresce com alagamentos e enchentes, uma vez que a água infecta as pessoas que têm contato com ela. É bom ficar atento porque uma simples poça pode também estar contaminada, principalmente em locais onde há presença de lama.

De acordo com a Unidade Técnica de Vigilância das Zoonoses do Ministério da Saúde, quem anda de chinelos e até descalço próximo a esses locais corre o risco de ficar doente. “Temos que ter bastante atenção com lugares onde não há sistema de esgotamento adequado, apropriado, que a água passa no meio-fio, passa na sarjeta e que tenha muito presente roedores em função da possibilidade do mesmo ter alimento próximo. Nesses ambientes, especialmente na lama residual que fica depois da água, onde o roedor teve a oportunidade de urinar, as pessoas podem se infectar com a presença do agente a partir desta condição”, alerta Andrailton Caldas, coordenador do órgão.

Nos casos menos graves de leptospirose, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe. O comerciante Gutemberg Gameiro, por exemplo, ficou 29 dias internado em uma UTI depois que contraiu a doença dentro de um canil. Ele conta que não percebeu os sinais da doença e ficou assustado com a evolução do problema. “Você começa a sentir, inicialmente, como se você fosse gripar. Começa a arder tua garganta. Aí você vai tomar remédio pra quê? Para garganta. Não teve jeito. Começa a doer os músculos da perna, da batata da perna. Olha, é uma dor que você não consegue nem botar os pés no chão para caminhar”, contou.

Para evitar a leptospirose, é preciso se proteger das poças d’água próximas a bueiros e esgotos com botas de borracha. Somente no ano passado, dados do Ministério da Saúde revelam que a doença foi responsável por mais de 4 mil casos e cerca de 350 mortes no Brasil. Também se faz necessário tratar adequadamente o lixo e procurar o serviço médico mais próximo em caso de manifestação dos sintomas.

Nesta época do ano, os órgãos de saúde pública trabalham junto às comunidades com palestras e panfletagem, com o objetivo de fazer com que os moradores de locais com maior probabilidade de surgimento dos roedores saibam se proteger, reduzir o risco de contrair a doença. Normalmente, os animais são eliminados por meio da desratização, depois do esclarecimento das comunidades em que ocorre a ação planejada e executada pelo Centro de Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV) da Secretaria da Saúde.

Precauções

Andar somente calçado, não entrar em áreas alagadas e inutilizar os alimentos que tenham sido cobertos pela água contaminada estão entre as orientações repassadas à população. Se for necessário entrar em área alagada, além de usar botas e luvas longas ou improvisar esse tipo de proteção com sacos plásticos bem fixados junto ao corpo, é muito importante, como também não beber a água contaminada ou levar a mão molhada com a mesma à boca ou aos olhos. Isso pode fazer com que a bactéria penetre por lesões – mesmo imperceptíveis – existentes na pele e nas mucosas.

Os moradores das áreas mais sujeitas a alagamentos também são informados sobre a importância, nessa situação, da limpeza de toda a casa e da caixa d’água com hipoclorito de sódio ou água sanitária. Também é necessário o exame cuidadoso de cada cômodo, a fim de detectar a presença de cobras ou aranhas. Separe o lixo doméstico que será entregue aos caminhões de coleta – e nunca jogados em terrenos baldios ou cursos de água.
Quem se expôs à alguma situação de risco e apresenta sintomas da doença deve procurar o serviço de saúde mais próximo o mais rápido possível.

O período de incubação da leptospirose varia de 1 a até 30 dias, sendo mais frequente ocorrer entre o quinto e o 14º dia. Seus sintomas clássicos são a febre repentina, comumente acompanhada de dores de cabeça e nos músculos (inclusive na panturrilha ou batata da perna), icterícia. O tratamento pode ser ambulatorial, à base de medicamentos e acompanhamento diário para os casos leves. Nos casos graves, requer internamento hospitalar. Os óbitos estão associados a alterações respiratórias, insuficiência renal e hemorragias.
Fontes: http://www.brasil.gov.br / http://www.douradosagora.com.br

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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