Livraria Estudantil comemora 75 anos

Diante da preocupante realidade brasileira mostrando que 50% das empresas abertas hoje deverão fechar as portas em até os cinco anos por falta de planejamento, capital de giro e falha na administração, em Caruaru a Livraria Estudantil prova que com determinação, foco e profissionalismo, a história pode ser diferente. Inaugurada em 16 de agosto de 1942, pelos saudosos visionários Raimundo Ferreira e Galvão Cavalcante, este último conhecido por todos como ‘Dr. Galvão’, os amigos vieram de Timbaúba com a ideia fixa de montar um comércio na terra promissora, e o empreendimento já vai completar 75 anos na próxima quarta (16).

A programação de aniversário começa na próxima quarta, com palestra do professor e escritor Edson Tavares, que irá destacar suas duas obras sobre José Condé. No dia seguinte será a vez do professor Adriano Nanus falar sobre o clássico ‘O pequeno príncipe’, de Antoine Saint-Exupéry. A terceira e última palestra acontece na sexta (18), quando estará de volta Adriano Nanus com mais clássicos infantis, tudo sempre às 9h.

Quando a empresa abriu suas portas para o público – a cidade hoje edificada, com universidades e indústrias -, tinha ares de província. Vivíamos o caos da Segunda Guerra Mundial e, por ter sido adquirida de Carlos Guerra, o empreendimento passou a se chamar Livraria Guerra. Ao tomar conhecimento do nome da nova livraria, o jornalista José Carlos Florêncio, fundador deste semanário, sugeriu que fosse mudado. “Meu pai costumava contar que José Carlos Florêncio observou que diante da guerra o nome da empresa mais parecia uma apologia a tudo que estava acontecendo de ruim, então ele mesmo mudou o nome para Livraria Estudantil”, explica.

Todo esforço de ‘Dr. Galvão’ para interiorizar a cultura literária não foi em vão. Ao longo das décadas de 1940/1950, a empresa se dispôs a ser representante dos jornais da capital com o intuito de fazer com que o público local tomasse conhecimento do que estava acontecendo no mundo. Diante das dificuldades de transporte, os exemplares vinham de trem e só chegavam na plataforma da Estação Ferroviária de Caruaru no final da tarde, fazendo com que a distribuição só acontecesse no dia seguinte.

A Estudantil evoluiu com o tempo e hoje trabalha com quatro segmentos. São eles: gráfica, livraria e papelaria, móveis e instrumentos musicais, que, juntos, garantem empregos para mais de 50 colaboradores.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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