Lula desiste de viagem a SP após enterro de irmão

Após a morte de seu irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, na terça-feira (29), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá se encontrar com seus familiares somente nesta quinta-feira (31), em Curitiba.

O ex-presidente tentou em diversas instâncias, desde a notícia da morte do parente, a saída temporária da prisão para cerimônia fúnebre, em São Bernardo do Campo.
A opção de que o ex-presidente se encontre com familiares mesmo após o sepultamento do irmão, concedida pelo presidente do Supremo, Dias Toffoli, foi descartada, segundo a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

“Infelizmente não deu tempo para que o presidente pudesse se deslocar para cá para dar o último adeus ao Vavá. Nós já estávamos com o corpo no túmulo, não tinha como parar o enterro”, disse Gleisi Hoffmann.

“Amanhã [quinta-feira] já é dia de visita familiar. A família estará com o presidente, vai falar com ele. O que o Lula queria e nós queríamos era que ele pudesse ter visto o irmão pela última vez”, seguiu ela.

A senadora disse que houve um “jogo da Polícia Federal”: “Não permitir que a gente tivesse tempo para trazer o Lula aqui”.

O PT reagiu com indignação à decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), de autorizar a ida de Lula ao velório do irmão Vavá.

A notícia foi recebida em cima da hora, quando membros do partido, familiares e amigos já acompanhavam o corpo na direção da sepultura, minutos antes das 13h.
Na sequência, membros do PT no local criticaram a demora na análise do pedido, qualificando o despacho do ministro como “uma não decisão”, já que agora ela seria inócua.

Segundo a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, não havia mais condições de postergar o enterro para que desse tempo de Lula chegar.

Na terça (29), a Superintendência da PF no Paraná, responsável pela custódia de Lula desde a prisão, em abril, afirmou que não seria possível providenciar o deslocamento do ex-presidente até São Paulo a tempo do enterro por questões de segurança.

Já na madrugada desta quarta, a juíza federal Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena de Lula, concordou com a polícia e negou o pedido de saída temporária. Ela escreveu que a saída para velório ou enterro de um irmão de preso é uma possibilidade estabelecida em lei, que precisa ser avaliada dentro das circunstâncias colocadas.

Também nesta quarta, foi a vez da segunda instância da Justiça Federal, por meio do juiz Leandro Paulsen, negar a saída temporária ao ex-presidente. A defesa, então, foi ao STF.

Folhapress

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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