Por Inaldo Sampaio
Sendo candidato a presidente da República ou indicando alguém do PT para substituí-lo, o ex-presidente Lula está numa situação confortável em Pernambuco. O PT deve ter candidato próprio ao governo estadual que é a vereadora Marília Arraes, a primeira a empunhar a bandeira do “lulismo” no Estado. Ela viaja permanentemente pelo interior não apenas para divulgar sua candidatura como também para reclamar da prisão do ex-presidente, que considera “injusta” e “sem provas”. O governador Paulo Câmara também pretende marchar com o candidato do PT, seja ele quem for, para não contrariar a vontade da maioria dos pernambucanos, que gostaria de ver Lula de novo no Palácio do Planalto. Câmara será dissidente no PSB, seu partido, que não fará aliança formal com o PT. Poderosas forças políticas do PSB não têm interesse nesta aliança, a começar pelo governador de São Paulo, Márcio França, cuja sabedoria e sagacidade ele deixou claro anteontem ao ser sabatinado no programa “Roda Viva” da TV Cultura. O candidato do PTB a governador, Armando Monteiro Neto, também vai votar em Lula, apesar de esta não ser a posição unânime de sua coligação, que conta também com antilulistas como o DEM (Mendonça Filho) e o PSDB (Bruno Araújo). Em razão da supremacia do “lulismo” em Pernambuco, ainda não se sabe quem fará a campanha de Alckmin aqui no Estado, mesmo ele sendo o candidato dos deputados Jarbas Vasconcelos, Bruno Araújo e Betinho Gomes.
Todos com Lula
Dos cinco senadores que visitaram Lula ontem na prisão, todos são eleitores dele ou do candidato a presidente que indicar: Renan Calheiros (MDB-AL), Roberto Requião (MDB-PR), Édison Lobão (MDB-MA), Jorge Viana (PT-AC) e Armando Monteiro (PT-PE). Renan assegura também o apoio do governador Renan Filho, que tem 72% de aprovação em Alagoas.
Só o meu > O senador Romero Jucá (MDB) tenta se reeleger em Roraima valendo-se de uma tática suprapartidária. Pede votos apenas para ele. Para presidente, governador, segundo senador, deputado federal e estadual, diz aos roraimenses que eles podem votar em quem quiser.
Vai de general > Sem ter conseguido, no Ceará, um político no PSDB para enfrentar o governador Camilo Santana (PT), o senador Tasso Jereissati (PSDB) foi atrás de um militar. Está apoiando para governador o general Guilherme Teóphilo (PSDB).
Olho nas sobras > O jovem empresário André Siqueira, filho do ex-vice-prefeito de Olinda, Arlindo Siqueira, vai disputar vaga de deputado federal pelo Patriotas. Está de olho nas sobras do deputado e candidato à reeleição, Pastor Eurico, que obteve mais de 200 mil votos em 2014.
Da Igreja > Aos poucos, o prefeito de Olinda, Professor Lupércio (SD), que é evangélico, está colocando pastores em cargos-chave da prefeitura. Faz o oposto do seu antecessor, Renildo Calheiros (PCdoB), que se cercou de gente filiada a partidos de esquerda.
É Bolsonaro > Surpreende a quantidade de eleitores pernambucanos de classe média alto dizendo que vão votar em Bolsonaro para presidente da República. Talvez isto explique o fato de ele ter sido aplaudido várias vezes em evento da CNI, em SP, na semana passada.