Pedro Augusto
A menina Flaviana da Silva Moreira, de três anos, que estava desaparecida desde a manhã do último domingo (24), quando, na ocasião, criminosos a levaram de casa no distrito de Cruzes, em Panelas, no Agreste do Estado, acabou sendo encontrada na noite da quarta-feira (27), em Catende, também na região. De acordo com as investigações da Polícia Civil, a criança foi deixada no Bairro Diamante por duas mulheres que alegam ser suas familiares. O mandante do rapto, que teria contado com o auxílio delas, seria um presidiário da Colônia Penal de Pesqueira, que alega ser o pai biológico de Flaviana.
Em coletiva na manhã da última quinta-feira (28), na sede da Secretaria de Defesa Social, no Recife, o secretário executivo da SDS, Humberto Freire, relembrou a dinâmica do crime. “A mãe da menina relatou que um vizinho, na companhia de dois homens, teria chegado ao imóvel dela e no momento em que esta última pegava copos com água, acabou tendo a sua filha levada. Os criminosos fugiram em um automóvel que foi localizado posteriormente em Garanhuns, no Agreste do Estado. Em paralelo ao recolhimento do veículo, na oportunidade, também detivemos dois suspeitos, sendo que um deles foi reconhecido imediatamente pela mãe.”
Em relação ao outro, de acordo ainda com o secretário, a polícia encontrava-se, até o fechamento desta matéria, investigando a sua participação no rapto. Quanto ao vizinho da menina, ele acabou tendo a prisão temporária decretada. “Através do nosso Sistema de Inteligência chegamos ao presidiário de Pesqueira que confirmou a participação no crime. Ele teria acionado as mulheres para que elas libertassem a criança, o que acabou acontecendo. Este suspeito alega ser o pai biológico da menina, mas isso só poderá ser confirmado após as conclusões dos laudos periciais. Quanto às mulheres, elas também afirmam que possuem parentesco com a menor, porém terão de passar por exames”, acrescentou Humberto.
Tão logo foi encontrada, Flaviana foi atendida na Policlínica de Catende, onde uma equipe médica confirmou à imprensa que exames teriam constatado que a criança havia sido vítima de abuso sexual. Informação esta que acabou sendo totalmente descartada pela Polícia Científica. “Já na madrugada da quinta, a menina foi levada para o IML de Petrolina, onde se submeteu a perícias traumatológicas e sexológicas. Não foi constatado nenhum sinal de violência tanto física como sexual, ou seja, ela não foi estuprada”, destacou a gerente geral da PC, Sandra Santos.
A menina já se encontra sob os cuidados da mãe com o auxílio do Conselho Tutelar de Panelas. “Ressaltamos que todos os suspeitos estão sendo ouvidos, ou seja, as investigações permanecem, e mais prisões podem ocorrer a qualquer momento. Não descartamos nenhuma hipótese de motivação, inclusive, a de briga familiar”, finalizou o secretário Humberto Freire.