Motorista que causou colisão na Tamarineira vai responder por triplo homicídio

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Folhape

O motorista responsável pelo acidente que destroçou pelo menos duas famílias no último fim de semana responderá por triplo ou quádruplo homicídio, dependendo do resultado da perícia no corpo da babá Roseane de Brito, de 23 anos, que estava grávida de três meses. A Delegacia de Polícia de Delitos de Trânsito, sob responsabilidade do delegado Paulo Jean, ficará à frente das investigações. O caso, segundo ele, passou a ser tratado como triplo homicídio doloso após a morte de Miguel Guimarães Motta Silveira Neto, de 3 anos, na tarde da última segunda-feira (27).

A polícia agora tenta verificar se João Victor Ribeiro de Oliveira, além de bebida alcoólica e re­­médio ansiolítico, pode ter ingeri­­do alguma outra droga ilícita momentos antes de provocar o aciden­­te.

O Ford Fusion que era conduzido por João Victor Ribeiro de Oliveira, de 25 anos, avançou o sinal vermelho em alta velocidade e atingiu uma Toyota RAV4 onde estavam os advogados Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 46, e Maria Emília Guimarães, 39, com os dois filhos e a babá. Maria Emília morreu na hora e Roseane um pouco após a colisão, no último domingo (26), no bairro da Tamarineira, no Recife. A morte de Miguelzinho foi confirmada pelos médicos no momento em que os parentes velavam o corpo da mãe dele. Os dois foram enterrados juntos no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (RMR).

Uma nova testemunha deve ser ouvida pelos investigadores ainda nesta terça-feira (28). De acordo com o delegado, trata-se de uma mulher que passava pelo local um pouco antes da colisão no cruzamento da rua Cônego Barata com a Rosa e Silva. “Identificamos uma senhora que passou pelo local e viu o autuado em alta velocidade. Identificamos e estamos tentando encontrá-la para depor. Mas a equipe está nas ruas e, caso apareçam novas testemunhas, também serão intimadas para depor”, disse.

De acordo com Paulo Jean, a investigação já está bastante avançada. A polícia agora trabalha para reunir depoimentos que enriqueçam o inquérito e provas técnicas para autenticar o flagrante realizado no dia do acidente. “O carro está muito bem amarrado, muito delineado. Como em uma obra. Construirão uma rodovia e eu vou colocar as placas. Agora vamos ouvir depoimentos que podem colaborar e acrescentar provas técnicas”, observou o delegado, reunindo que irá se encontrar com os peritos criminais na tarde desta terça-feira.

O investigador também irá levantar os antecedentes criminais e o histórico de multas de João Victor, que teria o hábito de dirigir em alta velocidade e avançar sinais fechados. “Vou ouvir o pai dele e também saber dessas multas. Neste momento estão surgindo várias informações sobre conduta criminosa, mas nada foi confirmado ainda. Para a investigação em si isso é irrelevante, mas para o conjunto é importante sim”, afirmou.

O trajeto feito por João Victor antes do acidente também está sendo levantado pelo delegado. O objetivo é saber onde ele estava, com quem estava e o que estava fazendo. Também será feito um exame toxicológico no rapaz, que confessou ser usuário de drogas e dependente de remédios.

Entenda o caso

A combinação de bebida, imprudência e alta velocidade é apontada pela polícia como a causa do acidente que deixou uma criança e duas mulheres mortas, entre elas uma grávida, na noite do último domingo (26), na Zona Norte do Recife. A colisão ocorreu às 19h32 no cruzamento da rua Cônego Barata com a avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro da Tamarineira. Um Ford Fusion que era conduzido pelo suposto estudante de engenharia João Victor Ribeiro trafegava em alta velocidade e ultrapassou um sinal vermelho, atingindo um Toyota RAV4 onde estava uma família. A mãe, Maria Emília Guimarães, de 39; e a babá Roseane de Brito Souza, de 23 e que estava grávida, morreram na hora. O filho do casal, Miguel Neto, que faria 4 anos no próximo mês, faleceu no hospital, durante cirurgia para conter uma hemorragia abdominal. Condutor do SUV, o pai, Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 45 anos, e a filha Marcela, de 5, continuam internados no Hospital Santa Joana.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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