Na tarde desta quarta-feira (16), a Polícia Civil de Pernambuco fez uma coletiva para apresentar os detalhes do caso do Pastor Eddy de Jesus, preso temporariamente pela manhã. O pastor trancava nove mulheres e três crianças todas as noites em uma casa com janelas gradeadas e porta sem maçaneta na Zona Rural do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
No local, não havia iluminação e elas ficavam até três dias sem receber nenhuma alimentação. Às vezes, o castigo incluía soltar duas cobras que ele criava na casa fechada. O pastor nega todas as acusações.
A delegada Natasha Dolci, titular da delegacia do Cabo de Santo Agostinho, está apurando a informação dada pelo pastor de que o poder judiciário encaminhava as dependentes químicas para o abrigo, que não tinha autorização para funcionar.
A igreja que o pastor fundou não tem sede, mas tem muitos seguidores que o defendem cegamente, segundo testemunhas. Ainda de acordo com a delegada, a prisão temporária foi decretada como medida preventiva, pois havia risco de destruição de provas e coação de testemunhas. O pastor foi encaminhando ao Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, e responderá por crime de tortura.
Entenda o caso:
Mulheres estavam sendo torturadas em uma casa de acolhimento clandestina que fica na zona rural do município de Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). Quatro adolescentes e nove adultas estavam sofrendo agressões físicas e psicológicas pelo responsável do local, o pastor da Igreja Ministério Pentecostal Encontro de Vasos, Eder de Jesus. A casa, que fica no Engenho Novo, tinha como objetivo tratar pessoas com dependência química e estava funcionando há seis meses.
Segundo o presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cabo de Santo Agostinho, Carlos Antônio, as mulheres relataram que sofriam, diariamente, tortura psicológica e física. “O pastor gritava com as mulheres, as ameaçava trancar em um quarto escuro com duas cobras, que ele criava, e se elas contassem a alguém o que acontecia na casa, sofreriam consequências.”
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