Novembro Azul está chegando para alertar sobre câncer de próstata

Depois do mundo inteiro alertar as mulheres para os exames de prevenção do câncer de mama ao longo deste mês de outubro, novembro já se aproxima com outra papel importante: alertar os homens para o câncer de próstata. Trata-se do Novembro Azul, alerta que teve início com a campanha ‘Um Toque Um Drible’, desenvolvida pelo Instituto Lado a Lado, a partir de 2008, para discutir temas relacionados ao problema. Quatro anos depois, inspirado pelo Movember, movimento internacional dedicado à conscientização e arrecadação de fundos na luta contra a doença, governos, entidades de classe e clínicas particulares passaram a promover um mês inteiro e intenso de mobilizações focadas na saúde do homem.
O câncer de próstata é uma doença silenciosa, que não costuma apresentar sintomas. A detecção precoce pode aumentar em 90% as chances de cura.

No entanto, 87% dos homens afirmam que o preconceito atrapalha na prevenção. Diante deste cenário, a informação e a conscientização são poderosas aliadas para mudarmos este quadro e as principais bandeiras do Novembro Azul.

Esse tipo de câncer é o resultado de uma multiplicação desordenada das células da próstata. Quando há presença de câncer, a glândula endurece. Na fase inicial, ele não tem sintomas. Em 95% dos casos, aparecem em estágio avançado.

Portanto, exames preventivos frequentes são fundamentais para que a doença seja detectada no início. Homens a partir dos 50 anos de idade (ou 45, se houver casos de câncer de próstata na família), devem procurar um urologista anualmente para realizar os exames preventivos.
Um desses exames é o toque retal. É rápido e indica se a próstata apresenta algum tipo de alteração. Caso a alteração seja detectada, o médico pode solicitar outros exames para confirmar o diagnóstico, como o PSA (Antígeno Prostático Específico), o ultrassom transretal e a biópsia da glândula, que consiste na retirada de fragmentos da próstata para análise. Só então é feito o diagnóstico.

Sintomas

Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem uma evolução silenciosa. Por isso, muitos homens não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata, também chamado de HPB.

Quando alguns sinais começam a aparecer, 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura.

Na fase muito avançada, o câncer de próstata pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

Por isso, é importantíssimo que os homens desenvolvam o hábito de prestar atenção ao seu organismo para observar sintomas repentinos e alterações. Assim, podem procurar um médico para tirar dúvidas, ser orientados e tratados.

Fatores de risco

Sabe-se pouco sobre a maioria dos fatores de risco em relação ao câncer de próstata, já que os estudos epidemiológicos têm encontrado resultados inconsistentes. As justificativas que norteiam a detecção precoce da doença, assim como de qualquer outro tipo de câncer é que, quanto mais inicialmente for diagnosticado, maiores serão as chances de cura, além de permitir um tratamento menos agressivo e mutilante.

Vários fatores podem ser responsáveis pelo câncer de próstata, e a hereditariedade é um deles. Principalmente se houver dois ou mais parentes de primeiro grau portadores da doença e se esta for descoberta antes dos 60 anos de idade. Na presença de alguns desses critérios, o risco de desenvolver a doença é de 50%.

Alimentação

A influência da alimentação sobre a gênese do câncer ainda é incerta, não sendo conhecidos os exatos componentes ou mecanismos pelos quais ela pode influenciar o desenvolvimento da doença.

As evidências apontam que uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e pobres em gordura, principalmente as de origem animal, não só ajuda a diminuir o risco de câncer, como também o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis.

Também tem sido apontada uma relação positiva entre o alto consumo energético total e ingestão de carne vermelha, gorduras e leite e o risco de câncer da próstata. Por outro lado, o consumo de frutas, vegetais ricos em carotenoides (como o tomate e a cenoura) e leguminosas (como feijões, ervilhas e soja) tem sido associado a um efeito protetor.

Além desses, alguns componentes naturais dos alimentos, como as vitaminas (A, D e E) e minerais (selênio), também parecem desempenhar um papel protetor. Já outras substâncias geradas durante o preparo de alguns alimentos, como as aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, têm sido consideradas como componentes da dieta que poderiam aumentar o risco de câncer da próstata.

Hábitos de vida

Outros fatores cujas associações com câncer da próstata foram detectadas em alguns estudos incluem o “fator de crescimento análogo à insulina” insulin-like growth factor, consumo excessivo de álcool e tabagismo. Homens com sobrepeso e obesos também possuem maior risco de desenvolver câncer de próstata.

Sintomas que são suspeitos e merecem uma consulta ao médico:
A sensação de que sua bexiga não se esvaziou completamente e ainda persiste a vontade de urinar.
Dificuldade de iniciar a passagem da urina.
Dificuldade de interromper o ato de urinar.
Urinar em gotas ou jatos sucessivos.
Necessidade de fazer força para manter o jato de urina.
Necessidade premente de urinar imediatamente.
Sensação de dor na parte baixa das costas ou na pélvis (abaixo dos testículos).
Problemas em conseguir ou manter a ereção.
Sangue na urina ou no esperma (esses são casos muito raros).
Dor durante a passagem da urina.
Dor quando ejacula.
Dor nos testículos.
Dor lombar, na bacia ou no joelhos.
Sangramento pela uretra.
Câncer de próstata avançado.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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