Número de empresas formais aumenta em Caruaru

Pedro Augusto

Apesar da crise econômica, o número de empresas formalizadas em Caruaru cresceu no ano passado no comparativo com 2014. Pelo menos foi o que apontou o recente levantamento da Jucepe (Junta Comercial de Pernambuco). Se em 2015 o órgão registrou a abertura de 3.478 empreendimentos, englobando micros, pequenas, médias e grandes empresas, na temporada anterior o montante contabilizado não ultrapassou a casa das 3.000. Em entrevista ao Jornal VANGUARDA, na manhã da última segunda-feira (7), o diretor regional da Jucepe, Raffiê Dellon, destacou um dos fatores que propiciaram o saldo positivo de formalização em meio à retração financeira a qual o país está passando.

“Costumamos dizer que os caruaruenses possuem o dom de se reinventar e não tem sido diferente agora com a intensificação desta crise. Se observamos um pequeno acréscimo em relação ao quantitativo de empresas que foram fechadas no comparativo entre 2015 e 2014, em contrapartida também identificamos no mesmo intervalo um crescimento considerável no número de empreendimentos formalizados. Aumento este em grande parte impulsionado pela presença cada vez maior de microempreendedores individuais no mercado local. Ou seja, muitos profissionais que perderam os seus empregos agora têm voltado as suas atenções para os seus próprios negócios, o que tem dinamizado a formalização de novas empresas”, afirmou o diretor.

Um exemplo desta migração de carreira é o microempresário José Marcelo. Depois de ficar desempregado após ter trabalhado por quase dez anos em uma rede de supermercados, ele decidiu investir em seu próprio negócio e se diz satisfeito. “Estou operando hoje no mercado de transporte escolar e tenho obtido um faturamento satisfatório. Tanto que estou pensando até em formalizar uma nova empresa para montar um futebol society”, avaliou.

Embora não tenha sido obrigada a mudar de ramo, foi justamente no período de dificuldades financeiras que a família da estudante Gláucia Machado encontrou a solução para se fortalecer no mercado. “Após a morte do marido, minha sogra ficou preocupada com a sua subsistência e resolvemos apostar na fabricação de empadas. Hoje, exatamente um ano depois de termos começado a fabricação, contamos com uma lanchonete e fornecemos empadas para outro estabelecimento. Formalizamos a nossa empresa no início deste mês, justamente para tentarmos expandir o nosso negócio”, explicou.

Casos como estes de José Marcelo e Gláucia Machado se somam aos demais empreendedores que abriram as suas empresas em 2015 na Capital do Agreste. De acordo ainda com o levantamento da Jucepe, no ano passado Caruaru foi a cidade que mais contabilizou novas empresas formalizadas no Interior do Estado.

“No âmbito geral, ela só ficou abaixo do Recife, com a abertura de 16.715 empresas; de Jaboatão dos Guararapes, com 5.019 novos empreendimentos, e de Olinda, com 3.720. Quanto à projeção de 2016, apesar dos economistas afirmarem que o ano já acabou em relação ao aspecto financeiro, estamos preferindo manter o otimismo. Esperamos fechar este ano com um saldo ainda mais positivo em relação a 2015”, finalizou Raffiê Dellon.

Dúvidas sobre formalização de empresas podem ser retiradas na sede da Jucepe, que fica localizada na rua Armando da Fonte, nº 15, no bairro Maurício de Nassau.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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