O lado triste da festa

Pedro Augusto

Em contrapartida a todo empenho e a todo aparato que está sendo empregado pelos órgãos de segurança, como já era esperado diante de sua grandeza, o São João de Caruaru também vem computando lamentavelmente vários fatos negativos durante a sua realização. Após o registro de um homicídio logo na abertura, mais precisamente na madrugada do último dia 5, no Parque de Eventos Luiz “Lua” Gonzaga, outro fato desagradável acabou chamando bastante a atenção da população neste primeiro intervalo de festa.

Em plena tarde da quarta-feira (15), dois suspeitos invadiram os camarotes do Parque de Eventos e furtaram vários pertences que estavam sendo utilizados pelos veículos de comunicação durante as suas coberturas. Eles arrombaram os espaços localizados no primeiro andar e pegaram bebidas alcoólicas, documentos pessoais, além de equipamentos tecnológicos como roteadores, microfones, mesas de som e câmeras filmadoras. Os suspeitos foram detidos logo em seguida pela Polícia Militar e encaminhados para unidades prisionais da cidade.

O jornalista Máximo Neto, que está fazendo a cobertura do São João pela TV Pernambuco, criticou a organização do evento. “Fazemos esforços para estarmos aqui mostrando o São João para quem não poder vir até ao Parque, porém acabamos nos deparando com essa estrutura comprometida”. “Já que há uma exigência muito grande para a imprensa trabalhar por aqui é necessário também que se haja uma responsabilidade maior por parte da organização para com os nossos equipamentos”, acrescentou o operador técnico da Rádio Metropolitana, Edson Carneiro.

Em nota, a empresa responsável pela produção do evento lamentou o ocorrido. “A Branco Promoções, empresa responsável pela produção do São João de Caruaru, lamenta o fato ocorrido nos camarotes. De imediato, os responsáveis compareceram ao local e acionaram a Polícia, dando início a uma vistoria da área, juntamente com a equipe de segurança. Dois suspeitos foram apreendidos, sendo um menor de idade, sem armas e descritos como ‘catitas’, que se escondem ou escalam locais de difícil acesso. Alguns objetos já foram encontrados na própria área dos camarotes e os suspeitos encaminhados à delegacia para que a Polícia possa prosseguir com a investigação”, ressaltou o texto.

Outro fato negativo que ganhou destaque esta semana na Capital do Forró se referiu as supostas más condições do alojamento que está sendo oferecido para os policiais militares que vêm trabalhando nos polos do São João. Localizado no Distrito Industrial de Caruaru, o galpão adaptado acabou sendo denunciado ao Ministério Público pela Associação do Cabos e Soldados de Pernambuco. “Antes de serem policiais, esta pessoas que vêm trabalhando na segurança do evento são seres humanos. Infelizmente, eles se encontram alojados em um local correspondente a uma pocilga”, questionou à TV Jornal, o diretor jurídico da associação, Eduardo Morais.

Por telefone, o assessor de imprensa da Polícia Militar, capitão Edmilson Silva comentou a respeito da representação protocolada. “Sabemos que aquele espaço que está sendo utilizado pela corporação não é o ideal haja vista que ele não foi construído para tal finalidade, porém temos feito o possível para oferecermos boas condições a todos esses policiais. Melhorias ainda estão sendo realizadas justamente para tentar sanar todos os problemas identificados. A Prefeitura tem se esforçado para ajudar no que for possível”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *