Operação prende envolvidos em sequestro e morte de comerciante

Foi detalhada na manhã desta quinta-feira (6) a operação Terra Vermelha, que investiga o desaparecimento da comerciante Jussara Maria da Silva Pereira, de 33 anos, sequestrada no dia 13 de fevereiro no município de Paudalho, na Zona da Mata do Estado.

Segundo o delegado Paulo Berenguer, responsável pela investigação, estão envolvidos no caso 14 pessoas – sendo um deles menor de idade. O caso aconteceu após o marido de Jussara, o presidiário Marcos Rafael Pereira, e o também presidiário Clebson Roberto da Silva Santana comandarem de dentro do presídio de Canhotinho o roubo de uma carga de dois quilos de cocaína e quatro quilos de maconha – avaliadas em R$ 45 mil que eles mesmo haviam comprado.

“O marido de Jussara e o Clebson compraram a droga aos também presos do presídio de Limoeiro, Genilson Francisco da Silva, Waldisney Batista de Moura e Anderson Carlos Coelho de Brito. Mas no dia 10 de fevereiro, durante o transporte da droga feito por outros integrantes da organização em Caruaru, no Agreste, a carga foi roubada a mando do próprio Marcos”, explicou Paulo. Ainda segundo o delegado, o marido de Jussara que está preso, possui um histórico de roubo de cargas de drogas, nas não detalhou outras situações.

O delegado informou que houve uma tentativa do grupo em tentar uma negociação com Marcos, mas como o prejuízo não foi pago, Anderson Carlos, de dentro do presídio, ordenou o sequestro e a morte de Jussara que não tinha nenhum envolvimento com o mundo do crime e era bastante querida no bairro onde morava.

“Antes do sequestro, quatro pessoas, sendo elas Elyda Eduarda Cordeiro, Geyse Launane da Silva, Lucas Roberto da Silva e Eduarda Fernanda do Nascimento, começaram a monitorar e fazer o levantamento do cotidiano da vítima. No dia 13 de fevereiro, João Carlos da Silva, Paulo Henrique da Silva, Lucas Alves de Lima e um adolescente de 17 anos sequestraram Jussara em um carro Jeep preto e levaram ela para um cativeiro em Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, como uma forma de receberem o valor da carga roubada”, detalhou.

O delegado disse ainda que como o prejuízo não foi pago, Paulo Henrique e Lucas Alves executaram a tiros a comerciante entre os dias 14 e 15 de fevereiro – ambos estão foragidos. “Mesmo não achando o corpo da vítima, os depoimentos dos outros integrantes, os vídeos e os levantamentos feitos durante a investigação nos levaram a confirmar a morte de Jussara”, confirma o delegado.

Todos os envolvidos que estavam soltos foram presos temporariamente nessa quarta-feira (5), em 12 municípios, local onde eles atuavam. Eles foram encaminhados para o presídio de Palmares. As mulheres foram para o Bom Pastor e adolescente para a Funase, onde devem responder por sequestro seguido de morte, tortura, tráfico e associação pra o tráfico, organização criminosa e corrupção de menor e ocultação de cadáver. juntas, as penas podem somar 75 anos de prisão.

“As investigações seguem para encontrar os executoras do assassinato de Jussara que ainda estão foragidos e também para encontrar os restos mortais da vítima”, conclui.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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