Oposição só vai bater o martelo em abril

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Em briga interna com o vice-governador Raul Henry pelo controle do PMDB, o que será decisivo para suas pretensões majoritárias, o senador Fernando Bezerra Coelho afirmou, ontem, que até abril a oposição terá um palanque mais claro. Em visita à Folha de Pernambuco, onde foi recebido pelo diretor-executivo do grupo EQM, Paulo Pugliesi, pelo diretor operacional, José Américo Lopes Góis e pela editora-chefe, Patrícia Raposo, Bezerra disse que o bloco realizará, pelos menos, dois atos no Estado (Petrolina e Caruaru) e que após os eventos será realizada uma reunião para definir estratégias.

“Em abril, após definição da janela partidária, vamos sentar e ver a melhor estratégia. Se será melhor uma candidatura ou duas. Estamos fazendo esforço para que seja só uma”, admitiu o parlamentar que também demonstrou mais uma vez confiança de que até o começo do ano a situação judicial estará equalizada internamente no MDB.

Bezerra, por sinal, creditou na Justiça de Pernambuco o apito final sobre o imbróglio travado com o Henry e disse esperar que o julgamento saia o mais rápido possível.

“Temos que aguardar os prazos da Justiça. Mantenho a minha expectativa positiva de que tudo vai caminhar bem na esfera judicial até meados de fevereiro”, disse o parlamentar que já contabiliza o apoio político da executiva nacional e só espera o desfecho na justiça comum de primeira instância para assumir o comando do MDB.

No judiciário estadual existe uma liminar impedindo a dissolução do atual diretório estadual que se baseia no desempenho eleitoral, o que é questionado pelo grupo de Henry e o Jarbas Vasconcelos.

Porém, com a aprovação do novo estatuto do PMDB foi colocado que a executiva tem o poder de dissolução. O comunicado já foi repassado à Justiça do Estado, que precisa se manifestar. Entre aliados de FBC, há o entendimento de que não existe motivo para o Judiciário protelar o assunto e que esticar o prazo não seria razoável.

O sertanejo também falou sobre as eleições de 2018. Questionado se o recente encontro com os prefeitos Lula Cabral (PSB/Cabo), Lupércio (SD/Olinda) e Anderson Ferreira (PR/Jaboatão) seria o começo de uma aliança, uma vez que o bloco de oposição precisa de um bom cabo eleitoral na Região Metropolitana do Recife (RMR), FBC tergiversou. Afirmou que se tratou de um gesto de retribuição ao esforço que vem fazendo em Brasília para atrair recursos para as cidades.

FBC também condenou a pecha que setores da base do governo estadual tentam colocar na oposição que seria palanque de Temer para influenciar a população. Segundo ele, à medida que a economia for dando sinais – em vem dando na sua avaliação – os eleitores irão escolher o projeto político que manterá o avanço.

Aos antigos aliados, inclusive, FBC não poupou críticas ao falar sobre os três anos de gestão. “Existe um forte sentimento de decepção e frustração com os resultados que estão sendo entregues pela atual administração ao governador Paulo Câmara”.

Segundo o emedebista, o Estado perdeu a liderança no Nordeste no que se refere a investimentos públicos nos últimos três anos, é lento para tomar decisão e não tem projetos. “Nós temos a informação que foi encaminhada ao Congresso, no início de outubro, que dormia no BNDES algo em torno de R$ 125 milhões para o Complexo de Suape. Isso no momento que dizia que o governo federal estava retaliando Pernambuco”, lembra o parlamentar demonstrando otimismo quanto as eleições em 2018.

“Eu acredito que os pernambucanos buscam em 2018 que surjam alternativa, um caminho alternativo que possa dar a Pernambuco o maior protagonismo político e econômico no sentido de a voltar a liderar os investimentos sobretudo no Nordeste”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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