Seminário debate um ano de lei de combate à violência política contra a mulher

Para celebrar um ano da lei de combate à violência política contra as mulheres (Lei 14.192/2021), a Câmara dos Deputados, por meio da Secretaria da Mulher, realiza, no dia 30 de agosto, o II Seminário de Combate à Violência Política contra a Mulher. O objetivo é debater o problema da violência política de gênero, que é praticada com a intenção de afastar as mulheres dos espaços eletivos, de poder e de decisão.

Foram convidadas para os debates a autora e a relatora do projeto de lei que deu origem à Lei 1.192/2021, deputadas Rosângela Gomes e Angela Amin; e representantes da Ouvidoria da Mulher do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Ouvidoria da Mulher do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e do Ministério Público Eleitoral (MPE).

O seminário fecha a programação da campanha Agosto Lilás 2022 e será realizado a partir das 9h30, no plenário 4 do Anexo II da Câmara, com transmissão ao vivo pelo canal da Câmara no YouTube.

Monitoramento de dados e estudo

Durante o debate, será lançado o sistema de monitoramento de dados sobre eleição de mulheres no Brasil, que permitirá, a partir de dados do TSE, o acesso direto a indicadores sobre as eleições, com recorte de gênero, além de informações sobre normas eleitorais, candidaturas, novos modelos partidários e ranking dos partidos conforme percentual de candidatas inscritas.

Também será apresentado o estudo “Breve análise das candidaturas e do respeito às cotas de gênero nas Eleições de 2022”, desenvolvido pela Consultoria Legislativa da Câmara, com informações por partido e unidade federativa.

Denúncias

O seminário também abordará a importância de um fluxo de denúncias que permita a formalização e o pleno atendimento aos casos de violência política. Com as eleições deste ano, o desafio é garantir a efetividade da lei para garantir que as mulheres tenham, nos municípios e estados, condições de denunciar atos de violência e agressão.

Nesse sentido, o Ministério Público Eleitoral e o TSE firmaram, recentemente, um protocolo para atuação conjunta visando o enfrentamento da violência política de gênero. O acordo fixa providências investigativas e judiciais para o tratamento dos crimes previstos na Lei 14.192/2021; prevê análise prioritária dos casos; e estabelece um fluxo para a tramitação de denúncias sobre casos de violência política contra a mulher. O objetivo é possibilitar que as denúncias que chegam ao Ministério Público e ao Judiciário tenham mais celeridade para responsabilização dos agressores.

Serviço

II Seminário de Combate à Violência Política contra a Mulher: Um ano da lei de enfrentamento à violência política contra a mulher

Data: 30 de agosto de 2022

Hora: 9h30

Transmissão ao vivo pelo canal da Câmara no YouTube ​

Dia Nacional de Combate do Fumo: pneumologista alerta para os inúmeros perigos do tabagismo

Tabagismo, cigarrro

Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, data instituída com o objetivo de reforçar as ações e mobilização da população para os danos causados pelo tabagismo. Segundo o Ministério da Saúde, são 160 mil mortes associadas ao tabaco por ano no Brasil. Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2021, apontam que o percentual total de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%, sendo 11,8% entre homens e 6,7% entre mulheres. 

Os números vêm caindo desde o início da pesquisa, em 2006. Há 16 anos, o percentual de fumantes do sexo masculino era de 19,5%, enquanto do feminino era de 12,4%. O Dr. Thiago Fuscaldi, pneumologista, alerta para os riscos do tabagismo. “O consumo de cigarro está relacionado quase à totalidade dos cânceres de pulmão. Também é fator de risco importante para o câncer de bexiga, de próstata, de intestino, de boca, e um fator muito importante para ocorrência de doença coronariana, arterial periférica. Aumenta também o risco de infarto, além de doenças respiratórias e enfisema e predispõe a infecções de maneira geral”, explica. 

O vício no tabaco está relacionado à nicotina, princípio ativo também utilizado nos recentes cigarros eletrônicos. Fuscaldi alerta que esse tipo de cigarro também tem potencial de vício. “As substâncias nocivas ainda não temos comprovação, já que esses dispositivos [cigarros eletrônicos] estão presentes há pouco tempo no mercado, mas têm risco sim de causar tanto doenças pulmonares e até mesmo ocorrência de câncer”, conclui. 

O tabagismo é considerado uma doença e, por isso, precisa de acompanhamento especializado. Algumas vezes, segundo o doutor, apenas o tratamento psicoterápico é suficiente, mas há casos em que é preciso uso de medicação por prescrição. 

A aposentada Maria Fernanda Santos começou a fumar ainda na adolescência, aos 16 anos, por influência de amizades. Ao longo dos anos, parou algumas vezes, por exemplo, nas duas gestações. Mas ela conta que ainda não conseguiu largar o hábito do tabagismo definitivamente.

“Parei algumas vezes. Parava por um ano, um ano e meio. Cheguei a ficar dois anos sem fumar, mas sempre acabava voltando. Na minha experiência, mais difícil do que parar, é permanecer sem fumar, porque temos uma memória que nunca se acaba. Em determinadas ocasiões, lembramos do cigarro como uma fuga. Acredito que todo fumante saiba os malefícios do cigarro, mas continuam fumando porque é extremamente difícil parar”, conta. 

Tratamento na rede pública

O tratamento do tabagismo é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para saber mais informações sobre quais Unidades Básicas de Saúde e hospitais de seu município o tratamento está disponível, basta ligar para o número 136. 
 

Sesc Arcoverde abre inscrições para a terceira edição do Sesc Geek

Estão abertas as inscrições para a terceira edição do Sesc Geek, encontro das tribos que curtem os mangás, HQs, super-heróis e a cultura gamer que o Sesc Arcoverde vai realizar no primeiro sábado do mês de setembro (dia 3), das 13h às 20h. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas na Central de Relacionamento da unidade. A taxa única é de R$ 10 + 1Kg de alimento não perecível que será destinado ao Banco de Alimentos do Sesc.

“A programação faz parte de um grande tabuleiro, que mistura realidade com o virtual; além disso, os participantes vão se divertir com uma gama de atividades”, explica Águida cardeal, gerente do Sesc Arcoverde. Entre as atrações estão a Arena Game, Fliperamas e Desafios de Just Dance. A apresentação K-pop e o Desfile de Cosplay terão inscrições no dia do evento. Para as atividades aquáticas, é preciso levar roupa de banho.

No local, haverá espaço para tranças nagô, jogos gigantes, futebol de sabão inflável, jogos de tabuleiro e atividades recreativas, no Salão de Festas e na quadra poliesportiva. Também estarão disponíveis stands de vendas com produtos Geek, competição de League of Legends (para participar, é preciso indicar o nome no ato da inscrição, Arena de Batalha Guardiões Swordplay e feira troca-troca de Gibis. No encerramento, balada com DJ Diego Mira.

Sesc – Fundado em 1947 em Pernambuco, o Serviço Social do Comércio é uma instituição privada mantida pelos empresários do comércio de bens, serviços e turismo. Atuante na Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata Norte, Zona da Mata Sul, Agreste e Sertão, oferece atividades gratuitas ou a preços populares nas áreas de Educação, Cultura, Lazer, Assistência e Saúde para comerciários e dependentes. As 23 unidades, incluindo os hotéis em Garanhuns e Triunfo, operam respeitando os protocolos de saúde e alinhadas aos órgãos públicos, e têm ações presenciais, virtuais ou híbridas. No campo digital, a instituição oferece o aplicativo Sesc-PE, facilitando acesso às atividades, renovação e habilitação do cartão, entre outras funcionalidades, e disponibiliza a plataforma Sesc Digital (https://cursos.sescpe.com.br/todos). Por ela, é possível conhecer o cronograma de cursos e realizar a inscrição de forma online e segura. Para acompanhar todas as informações sobre o Sesc, acesse www.sescpe.org.br. Além disso, os empresários do comércio de bens, serviços e turismo que possuem o Cartão do Empresário, da Fecomércio, podem adquirir produtos e serviços do Sesc em condições diferenciadas. Mais informações no site www.cartaodoempresario.com.br.

Serviço: 3º Sesc Geek do Sesc Arcoverde
Data: 3 de setembro
Local: Sesc Arcoverde – Av. Cap. Arlindo Pacheco de Albuquerque, 364 – Centro
Inscrições: R$ 10 (preço único) + 1kg de alimento não perecível, na Central de Relacionamento
Informações: (87) 3821-0864 e (87) 99151-5961 (Whatsapp)

Asces-Unita promove concurso de fotografia para estudantes do ensino médio

Nesta quarta-feira (31), durante o evento Portas Abertas, a Asces-Unita promoverá um concurso cultural de fotografia para os estudantes do Ensino Médio. Com o tema “Seus sonhos definem seu futuro”, o concurso tem o objetivo de fazer com que os jovens expressem, por meio do seu olhar, a importância do papel da educação para a vida.

Para participar, é necessário estar inscrito no evento pelo site www.asces.edu.br e, no dia 31, publicar a fotografia no feed do instagram com a hashtag #sonhosasces, marcando o perfil @ascesunita, expressando também na legenda a valorização da educação na construção de seus sonhos.

Será possível explorar toda a estrutura acadêmica da instituição para o registro das fotos. Quem tiver a foto escolhida ganhará um tablet para auxílio nos estudos. O resultado será divulgado no dia 5 de setembro, no perfil do instagram da Asces-Unita.

Programação diversa no Portas Abertas

O Portas Abertas acontece anualmente na Asces-Unita e é um momento onde a academia oferece serviços gratuitos à comunidade a partir das atividades realizadas pelos cursos e profissões. Orientações jurídicas, serviços de saúde, atividades esportivas, dança, e muito mais. Quem quiser usufruir dos serviços é só comparecer ao Campus II da Asces-Unita, das 09h às 19h.

Raquel: “A força do povo vai nos levar à vitória para mudar Pernambuco”

“É muito bom sentir a energia que vai levar a gente para mudar Pernambuco. Eu tenho certeza de que a força do povo, do Agreste, da Zona da Mata, do Sertão, do Recife e Região Metropolitana, de todos os cantos, vai nos levar ao segundo turno das eleições e nos fará vitoriosos”, discursou a candidata ao Governo do Estado, Raquel Lyra, ao finalizar a grande carreata que realizou, neste domingo (28), em Caruaru.

“É a carreata mais bonita da nossa história. É com essa alegria que a gente viu hoje, no rosto de cada uma das pessoas que vamos seguir até o dia 2 de outubro com a vitória nas mãos. Foi assim que a gente aprendeu, cuidando da nossa gente. Estamos aqui no meu chão. Essa é minha casa. É daqui que a gente sai para levar mais confiança, mais esperança. O tempo melhor ainda estar por vir. Sou alguém que se preparou a vida inteira para viver esse momento”, frisou.

Para o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, “é uma vitória que não começou hoje”. “Todos reconhecemos o trabalho da ex-prefeita e futura governadora, Raquel Lyra. Esse, sem sombra de dúvidas, é o melhor palanque para Pernambuco.” “Esse sentimento de mudança é certo. Eu tenho certeza que é a maior carreata política que Caruaru já viu”, completou a candidata a vice-governadora, Priscila Krause.

“É contagiante ver a alegria das pessoas ao ver Raquel em todos os bairros que passamos. Raquel será, sim, a nossa governadora para fazer em Pernambuco o que fez aqui”, cravou o candidato ao Senado, Guilherme Coelho.

Fazendo percurso por vários bairros e principais ruas da cidade, num total de 16km, a ex-gestora, aprovada com mais de 70%, foi celebrada como futura governadora do estado pelos caruaruenses.

“Raquel foi a nossa prefeita e eu tenho certeza que será a nossa governadora. O Salgado está fechado com ela”, disse Maria José de Luna, moradora da Travessa das Flores.

“Quem mora em Caruaru não tem como votar em outro candidato que não seja Raquel. É só ver o que ela fez pela nossa cidade”, afirmou Adriano da Costa Ribeiro, morador da Rua Alferes Jorge, no Indianópolis.

O Bairro Vassoural estava completamente “vestido de roxo” à espera da candidata passar. “Chega estou ansiosa aqui para vê-la passar. Raquel mudou a vida da minha família. Com ela, consegui colocar a minha filha na creche e voltei a trabalhar”, agradeceu a moradora da 2ª Travessa Antônio Martins, Letícia de Araújo Brito.

“Nós que moramos na Vila Kennedy temos muito o que agradecer a Raquel. A Via Parque que ela construiu deu uma cara nova ao bairro. Sem falar que agora temos educação e saúde de qualidade. Tenho fé em Deus que Raquel será a nossa governadora, pois ela é a governadora do povo”, disse Maria da Paz de Vasconcelos Silva, residente da Travessa Santo Amaro.

Estiveram também ao lado de Raquel o suplente de candidato ao Senado, Fred Loyo; o ex-governador João Lyra Neto; o deputado federal Daniel Coelho, candidato à reeleição; os candidatos a deputado estadual, Carlos Braga, Débora Almeida, Joaquim Neto e Lucinha Mota; o candidato a deputado federal, Rodolfo Albuquerque, entre outras lideranças políticas.

Foto: Janaína Pepeu

UBAPC realiza sessão ordinária nesta segunda-feira (29)

A União Beneficente dos Artistas e Profissionais de Caruaru (UBAPC), através do presidente José Marcolino, convida os associados a comparecerem a reunião ordinária da diretoria, nesta segunda-feira (29), a partir das 19h, na sede da entidade.

Em pauta, assuntos administrativos e de ação social, bem como os preparativos para os 100 anos de fundação da UBAPC. A entidade fica localizada na Rua 13 de maio, número 82, Centro. Informações: 3721-6557.

Safra 2022/23 deverá ter recorde na produção de soja

Divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a pesquisa que aponta as Perspectivas para a Agropecuária Safra 2022/23 revelou a expectativa por um bom desempenho na produção total de grãos no Brasil. De acordo com o levantamento, a safra 2022/23 deverá ter uma colheita de 308 milhões de toneladas. Para a soja, a perspectiva aponta para um recorde na produção, com a projeção de 150,36 milhões de toneladas para a próxima temporada.

Além disso, o resultado deverá ser impulsionado pelo desempenho de outros mercados: milho, arroz, feijão e algodão. Juntamente com a soja, os grãos correspondem a mais de 90% da produção brasileira. “Apesar do aumento nos custos de produção, as culturas ainda apresentam boa liquidez e rentabilidade para o produtor brasileiro”, afirmou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

Com o preço do grão atrativo, tendo em vista o ajuste entre a oferta e demanda, a soja deverá registrar um crescimento de 3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares. Assim, a expectativa é que a produtividade do próximo ciclo apresente uma recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul.

Dessa forma, a maior disponibilidade do grão deve propiciar exportações na ordem de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2% em relação à safra 2021/22, um recorde para a cultura.

Na divulgação da publicação, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, reforçou o protagonismo do país na produção mundial de alimentos. “Se o Brasil parar de produzir, o mundo passa fome. O mundo não vai passar fome, pois o Brasil está produzindo e vai produzir, como mostram os números”.

No caso do algodão, a análise também aponta para um cenário de aumento de área, produtividade e consequente acréscimo na produção, que deverá gerar uma colheita de 2,92 milhões de toneladas. Já para o arroz, a produção deve ficar em torno de 11,2 milhões de toneladas, enquanto cerca de 3 milhões de toneladas são esperadas na colheita do feijão.

Para o milho a expectativa é de uma produção total de 125,5 milhões de toneladas. “As margens para os produtores continuam positivas, mesmo com os altos custos de produção. Além disso, é preciso lembrar que nas duas últimas safras, o clima foi uma variável de grande influência para o desenvolvimento da cultura”, explicou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

Período de deflação não deve durar muito, alertam especialistas

A queda recorde de 0,73%, em agosto, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — que é a prévia da inflação oficial —, aumentou as chances de um segundo mês de deflação na taxa. Com o dado divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analistas passaram a revisar novamente a previsão para o indicador do custo de vida no fim deste ano — que gira entre 6,5% e 7%.

No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo Correio, é preciso cautela, pois o dragão da inflação não está totalmente domado. O volume é elevado e persistente, tanto no Brasil quanto no mundo. Aqui, a carestia está espalhada na economia, com 63% dos itens pesquisados registrando alta de preços, conforme dados do IBGE.

Analistas lembram que a deflação corrente não é sustentável, porque a recente queda nos impostos sobre combustíveis tem prazo de validade — dezembro deste ano. Conforme salientam, esse é um sinal de que as medidas adotadas têm objetivo somente eleitoral e sem uma estratégia para o controle das pressões inflacionárias. O risco é um cenário muito mais agravado no futuro próximo. Quando os tributos forem recompostos no ano que vem, a inflação poderá voltar, e até com mais força.

Apesar de cogitar a possibilidade de o país vivenciar “dois a três meses” de deflação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não comemorou a queda de preços, porque a carestia dos alimentos continua acima das expectativas da autoridade monetária. “A gente acha que não pode baixar a guarda”, disse ele, na última sexta-feira, em evento para investidores.

Inconsistência
No Brasil, que tem no histórico a hiperinflação que vem assombrando vizinhos em crise — como a Argentina (de 71% ao ano) e a Venezuela (de 137%) —, o IPCA vem rodando na casa de dois dígitos desde setembro de 2021. Além da alta de preços de commodities, a desconfiança dos investidores em relação à questão fiscal tem deixado o dólar mais valorizado e aumentado a exigência de prêmios de risco dos juros dos títulos públicos.

“A deflação atual não é estrutural porque os preços não estão caindo por fatores consistentes. Não deixa de ser uma ação de política econômica do governo, que usa os instrumentos que possui. Mas o prazo oficial para essa queda de impostos é até dezembro. E pode haver um efeito rebote no início de 2023, quando houver o retorno, gerando mais inflação devido aos repasses em toda a cadeia”, explicou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus.

O economista Simão Davi Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP), também reconhece que esse processo de deflação é temporário e deve fazer com que os preços voltem a subir no ano que vem. “Essas medidas eleitoreiras funcionam no curto prazo, mas não ajudam a consolidar um processo deflacionário. Mexem apenas no preço, sem mudar a estrutura da inflação na economia. Por outro lado, reduzir os impostos estaduais arrebenta o pacto federativo”, explicou.

Na avaliação do especialista, o Brasil está com um problema de inflação, que afeta os mais pobres e que é necessário estar no centro do debate eleitoral. “Inflação é um imposto perverso. A primeira política que uma gestão deveria fazer é não ter inflação”, frisou.

Para o governo, no entanto, inflação alta é boa do ponto de vista nominal porque ajuda a aumentar a arrecadação e a reduzir a dívida pública — aumenta o PIB nominal, que é o denominador do cálculo da taxa da dívida pública bruta. A redução de impostos sobre combustíveis contribuiu para a queda de 4,51% do grupo de transportes no IPCA de julho, de acordo com os dados do IBGE.

Por outro lado, os preços no grupo alimentos e bebidas — que mais pesam no custo de vida das famílias pobres — continuam elevados, com altas acumuladas em 12 meses até julho (14,72%), acima dos 10,07% da inflação oficial.

Apesar do discurso eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), a inflação brasileira é uma das mais altas entre as 15 maiores economias do planeta, no acumulado de 12 meses até julho. O país está em 12º lugar no ranking global por Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 e registrou a 4ª maior inflação em julho passado, perdendo para Rússia (15,10%), Reino Unido (10,10%) e Espanha (10,80%), segundo dados do site Trading Economics.

“A deflação ajuda muito a reduzir a inflação deste ano, mas mantém os riscos elevados para o ano que vem. O fiscal ainda incerto pode continuar prejudicando a inflação e o que pode ajudar são as commodities mais fracas com a possível recessão mundial. Em tese, ajudaria a inflação, mas vai depender do fiscal estar bem encaminhado para controlar o câmbio e aqui há muitos riscos”, destacou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Pelas estimativas da economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, mesmo com esse cenário de deflação, o BC não vai abrir mão de um aperto monetário mais forte e deverá realizar mais uma alta da taxa básica da economia em setembro. Com isso, a Selic deverá passar de 13,75% para 14% ao ano, patamar que deverá permanecer até junho de 2023.

“A inflação é muito persistente e disseminada, e o governo não está ajudando no lado fiscal, o que dificulta o trabalho do BC de fazer o IPCA convergir para a meta”, explicou.

Horizonte distante
A inflação estrutural é um dos grandes problemas para o Banco Central (BC) entregar a inflação oficial do país dentro da meta. Com a elevação, em 2021, a autoridade monetária não conseguiu derrubar a taxa abaixo do teto de 5,25%, e o consenso entre analistas é que isso se repetirá neste ano e no próximo.

Pelas estimativas de Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, essa inflação estrutural gira em torno de 4%. Por isso, ele reforça que o BC deve ter dificuldade para cumprir a meta estabelecida para 2024, de 3%.

“Essa é a inflação estrutural e, por isso, o Brasil está muito distante de conseguir ter uma meta de 3% ou próxima a dos países desenvolvidos”, destacou.

Na avaliação de Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, existem duas análises no mercado: a primeira, que a inflação começou a cair depois de atingir o pico entre abril e maio; a segunda, é que o BC não vai conseguir cumprir a meta deste ano e de 2023. A convergência da inflação para a meta será lenta e isso só deve ocorrer em 2024.

Desafio
O teto da inflação para este ano é de 5% e, mesmo com as constantes revisões para baixo, as previsões mais otimistas para o IPCA em dezembro estão acima desse patamar — giram entre 6% e 6,5%.

“Ainda tem vários fatores que pesam para o BC controlar a inflação. Um deles é que a meta atual, de 3,5%, vai cair para 3% até 2024. Esse é um dos pontos mais desafiadores para a condução da política monetária”, destacou Padovani.

O especialista manteve as previsões em 5,50%. Pelas projeções do BV, o IPCA em 2023 encerrará o ano em 5,5% e continuará acima do teto da meta, de 4,75%. “A inflação vai cair do pico de 12% para 5,5% no ano que vem, mas, para chegar a 3% em 2024, vai exigir mais da política monetária. Por isso, os juros vão ficar parados por mais tempo”, salientou.

José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, ressalta que a inflação atual é resultado, em grande parte, do choque de oferta. Mesmo com a queda dos impostos e o cenário atual de deflação, o IPCA continuará acima da meta neste ano e em 2023.

“O problema não é apenas a indexação da economia, mas a oferta, que é mais difícil aumentar do que a demanda, porque depende de um conjunto de decisões tomadas ao longo do tempo”, explicou.

Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa, destacou que o mercado está subestimando a questão da inércia inflacionária deste ano, que será herdada em 2023. Para uma inflação menor, será preciso uma Selic mais alta do que a atual. “Para trazê-la para a meta, é necessária uma taxa básica de juros mais alta. Ou seja: para a mesma Selic, teríamos uma inflação mais alta”, reforçou.

44 senadores vão disputar cargos nas eleições de outubro

Rio de Janeiro – Distribuição das urnas eletrônicas do TRE para os locais de votação nas eleições municipais de 2020, no pólo eleitoral Jardim Botânico. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Mais da metade do quórum titular do Senado está ocupado com compromissos eleitorais. Levantamento realizado pelo Correio mostra que 44 senadores se dedicarão às eleições como postulantes, na coordenação de campanhas ou outras funções no auxílio de candidatos à Presidência ou a governos estaduais.

Dez suplentes ocupam cadeiras do Senado, mas a maioria dos titulares tirou licenças de 120 dias para se dedicar a compromissos eleitorais. Três parlamentares da Casa estão envolvidas na disputa à Presidência: Simone Tebet (MS) e Soraya Thronicke (MS) encabeçam as chapas de MDB e União Brasil, respectivamente, e a tucana Mara Gabrilli é vice na chapa da emedebista.

Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 17 senadores vão disputar eleições de governos estaduais. E dos 27 que terão o mandato encerrado, 14 tentarão a reeleição, como Romário (PL-RJ), Otto Alencar (PSD-BA), Davi Alcolumbre (União-AP), Leila Barros (PDT-DF), Izalci Lucas (PSDB-DF) Marcos Rogério (PL-RO) e Kátia Abreu (PP-TO).

Outros três senadores vão concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados: o ex-governador de São Paulo, José Serra, Elmano Férrer (PP-PI) e Lasier Martins (Podemos-RS) devido à maior possibilidade de eleição ou por falta de apoio da legenda.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) não vai disputar a eleição. Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO) e Jean Paul Prattes (PT-RN) — que foram efetivados no cargo após Ronaldo Caiado (União-GO) e Fátima Bezerra (PT-RN) serem eleitos, em 2018, para os governos dos respectivos estados —, não vão para a disputa nas urnas em 2022.

Entre os que participam diretamente de campanhas estaduais ou presidenciais estão Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — coordenador da campanha de Lula — e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — que atua para reeleger o pai.

Em Alagoas, todos os senadores estão focados na eleição. Renan Calheiros (MDB-AL) tem como foco reeleger seu primogênito, Renan Filho, ao governo, que conta com as candidaturas dos senadores Rodrigo Cunha (União) e de Fernando Collor (PTB).

No Distrito Federal, por pouco não houve uma tripla disputa de senadores ao governo local. Leila Barros e Izalci Lucas são candidatos, mas Reguffe foi impedido de disputar o GDF pelo União Brasil.

Os caminhos de cada um

Acre
Mailza Gomes (PP)* — substitui Gladson Camelli, eleito governador em 2018
Marcio Bittar (União)# — disputará o governo
Sérgio Petecão (PSD)# — disputará o governo

Alagoas
Rodrigo Cunha (União)# — disputará o governo
Fernando Collor* (PTB) — disputará o governo, mas segue no cargo
Renan Calheiros (MDB)# — licenciado

Amazonas
Eduardo Braga (MDB) — disputará o governo
Omar Aziz (PSD)* — tenta reeleição
Plínio Valério (PSDB)

Amapá
Randolfe Rodrigues (Rede) — segue no cargo, mas coordena campanha de Lula
Lucas Barreto (PSDB)
Davi Alcolumbre* (União) — tenta reeleição

Bahia
Otto Alencar* (PSD) — tenta reeleição
Jaques Wagner (PT)
Ângelo Coronel (PSD)

Ceará
Cid Gomes (PDT) — ajuda na campanha do irmão, Ciro, mas segue no cargo
Eduardo Girão (Podemos)
Tasso Jereissati* (PSDB) — deve encerrar a vida parlamentar

Distrito Federal
Izalci Lucas (PSDB) — disputará o governo, mas segue no cargo
Leila Barros (PDT) — disputará o governo, mas segue no cargo
Reguffe* (sem partido) — deve encerrar a vida parlamentar

Espírito Santo
Rose de Freitas*# (União) — tenta reeleição
Fabiano Contarato (PT)
Marcos do Val (Podemos)

Goiás
Jorge Kajuru (Podemos)
Luiz Carlos do Carmo (PSC) — substitui Ronaldo Caiado, eleito em 2018
Vanderlan Cardoso (PSD)

Maranhão
Weverton (PDT)# — disputará o governo do estado
Roberto Rocha* (PTB) — tenta reeleição
Eliziane Gama (Cidadania)

Minas Gerais
Alexandre Silveira* (PSD) — substitui o hoje ministro do TCU Antônio Anastasia
Rodrigo Pacheco (PSD)
Carlos Viana (PL) — disputará o governo

Mato Grosso do Sul
Nelsinho Trad (PSD)
Simone Tebet* (MDB) — disputará a Presidência
Soraya Thronicke (União) — disputará a Presidência

Mato Grosso
Carlos Fávaro# (PSD)
Jayme Campos (União)
Wellington Fagundes* (PL) — tenta a reeleição

Pará
Paulo Rocha* (PT)
Jader Barbalho (MDB)
Zequinha Marinho (PL) — disputará o governo

Paraíba
Daniella Ribeiro (PSD)
Nilda Gondim* (MDB)
Veneziano Vital do Rêgo (MDB) — disputará o governo

Pernambuco
Fernando Bezerra Coelho* (MDB)
Humberto Costa (PT)
Jarbas Vasconcelos (MDB)

Piauí
Ciro Nogueira# (PP)
Elmano Férrer* (PP) — disputará vaga de deputado federal
Marcelo Castro (MDB)

Paraná
Álvaro Dias* (Podemos) — tenta a reeleição
Flávio Arns (Podemos)
Oriovisto Guimarães (Podemos)

Rio de Janeiro
Carlos Portinho (PL)
Flávio Bolsonaro (PL)
Romário (PL)* — tenta reeleição

Rio Grande do Norte
Styvenson Valentim (Podemos) — disputará o governo
Jean Paul Prattes* (PT) — substitui a governadora Fátima Bezerra
Zenaide Maia (PROS)

Rondônia
Marcos Rogério (PL) — disputará o governo
Acir Gurgacz* (PDT) — tenta a reeleição
Confúcio Moura (MDB)

Roraima
Chico Rodrigues (União)
Mecias de Jesus (Republicanos)
Telmário Mota* (Pros) — tenta a reeleição

Rio Grande do Sul
Lasier Martins* (Podemos) — disputará vaga de deputado federal
Luiz Carlos Heinze (PP) — disputa o governo
Paulo Paim (PT)

Santa Catarina
Dário Berger* (PSB) — tenta a reeleição
Esperidião Amin (PP) — disputa o governo
Jorginho Mello (PL) — disputa o governo

Sergipe
Alessandro Vieira (PSDB) — disputa o governo
Rogério Carvalho (PT) — disputa o governo
Maria do Carmo do Alves (PP)*

São Paulo
Giordano (MDB) — substitui Major Olímpio, que morreu
José Serra* (PSDB) — disputará uma vaga de deputado federal
Mara Gabrilli (PSDB) — candidata a vice na chapa de Simone Tebet

Tocantins
Kátia Abreu* # (PP) — tenta a reeleição
Irajá (PSD) — disputa o governo
Eduardo Gomes # (PL)

Ocupantes provisórios:
1) Eliane Nogueira (PP-PI), suplente de Ciro Nogueira
2) Margareth Buzzetti (PP-MT), suplente de Carlos Fávaro
3) Ogari Pacheco (União-TO), suplente de Eduardo Gomes
4) Guaracy Silveira (Avante-TO), suplente de Kátia Abreu
5) Eduardo Velloso (União-AC), suplente de Márcio Bitar
6) Rafael Tenório (MDB-AL), suplente de Renan Calheiros
7) Dra. Eudócia (PSB-AL), suplente de Rodrigo Cunha
8) Luiz Pastore (MDB-ES), suplente de Rose de Freitas
9) Maria das Vitórias (PSD-AC), suplente de Sérgio Petecão
10) Roberth Bringel (União-MA), suplente de Weverton Rocha

Brasileiros ainda não resgataram mais de R$ 3 bi em dinheiro esquecido

Moeda Nacional, Real, Dinheiro, notas de real

Quatro meses após o fim da primeira fase do Sistema Valores a Receber, elaborado pelo Banco Central (BC), a segunda etapa do programa, que estava prevista para começar em 2 de maio, ainda segue sem data marcada. Um dos fatores que dificultou a realização da nova fase foi a greve dos servidores do banco, que terminou no mês passado. Em resposta ao Correio, o BC informou que “o cronograma e as informações da nova etapa do SVR serão divulgados oportunamente, com a devida antecedência”.

A primeira fase do sistema começou em 14 de fevereiro deste ano e durou dois meses. Ela foi dividida em etapas, de acordo com a idade do cidadão ou da empresa possuidora do dinheiro esquecido. No entanto, a campanha não teve o efeito desejado pelo BC, e apenas 8,2% dos R$ 3,9 bilhões disponibilizados foram retirados do banco. Ao todo, 3,6 milhões de pessoas e 19 mil empresas resgataram o valor durante a primeira etapa.

A maioria dos beneficiários, no entanto se decepcionou com os resultados, já que as quantias disponíveis, quando existiam, eram pequenas. O vigilante Idalécio Alves, de 45 anos, foi uma das pessoas que conseguiu retirar o dinheiro esquecido que possuía. Ele procurou saber se tinha direito a alguma quantia de dois bancos de que era cliente. Só que, ao consultar o site do BC, Idalécio viu que podia retirar apenas R$ 0,60. “Estava esperando um valor maior. Mas, então, só pedi para eles me darem o dinheiro, mesmo”, explicou o vigilante.

O exemplo de Idalécio é apenas um entre os 13,8 milhões de brasileiros que possuem, ou possuíam, menos de R$ 1 nas contas esquecidas no Banco Central. A aposentada Sônia Britto, 61, disse que muitas pessoas próximas resolveram até não retirar o valor, por ser considerado “irrisório”. “Tanto que virou até uma piada. Você chegava para ver o quanto tinha e apareciam só centavos”, disse.

Em contrapartida, o BC fez um levantamento indicando que 1.318 brasileiros tinham R$ 100 mil ou mais em dinheiro esquecido. Um dos maiores valores era de R$ 1,65 milhão. De acordo com o banco, a pessoa tinha várias cotas de consórcio que se extinguiram, e não verificou como os grupos foram encerrados.

Para o ex-diretor do Banco Central Carlos Tadeu de Freitas, um dos motivos da baixa adesão, além dos valores pequenos, foi a falta de informação sobre o sistema. “Acredito que o pouco sucesso da primeira etapa venha da falta de informação para as pessoas. Mesmo com acesso a internet, é precário o conhecimento da maioria da população acerca desse tipo de serviço”, avalia.

Aprimoramento
Atualmente, o site do SVR informa que as consultas do sistema estão “temporariamente suspensas para aprimoramento”. Além disso, o BC comunica que está trabalhando em melhorias do sistema e inclusão de novos valores, e que deve, em breve, divulgar a “data de reabertura do sistema para novas consultas e resgate dos saldos existentes” e “informações sobre valores de falecidos”.

Na visão do ex-diretor, para a nova fase, o banco deve priorizar a divulgação do sistema aos brasileiros. “Acredito que para uma maior abrangência na 2ª etapa, o Banco Central deve focar em divulgar nos grandes canais comunicativos, o ‘passo a passo’ para consulta e retirada dos valores”, opina.

Correio Braziliense