Safra 2022/23 deverá ter recorde na produção de soja

Divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a pesquisa que aponta as Perspectivas para a Agropecuária Safra 2022/23 revelou a expectativa por um bom desempenho na produção total de grãos no Brasil. De acordo com o levantamento, a safra 2022/23 deverá ter uma colheita de 308 milhões de toneladas. Para a soja, a perspectiva aponta para um recorde na produção, com a projeção de 150,36 milhões de toneladas para a próxima temporada.

Além disso, o resultado deverá ser impulsionado pelo desempenho de outros mercados: milho, arroz, feijão e algodão. Juntamente com a soja, os grãos correspondem a mais de 90% da produção brasileira. “Apesar do aumento nos custos de produção, as culturas ainda apresentam boa liquidez e rentabilidade para o produtor brasileiro”, afirmou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

Com o preço do grão atrativo, tendo em vista o ajuste entre a oferta e demanda, a soja deverá registrar um crescimento de 3,54% de área para a cultura, podendo chegar a 42,4 milhões de hectares. Assim, a expectativa é que a produtividade do próximo ciclo apresente uma recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul.

Dessa forma, a maior disponibilidade do grão deve propiciar exportações na ordem de 92 milhões de toneladas, aumento de 22,2% em relação à safra 2021/22, um recorde para a cultura.

Na divulgação da publicação, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, reforçou o protagonismo do país na produção mundial de alimentos. “Se o Brasil parar de produzir, o mundo passa fome. O mundo não vai passar fome, pois o Brasil está produzindo e vai produzir, como mostram os números”.

No caso do algodão, a análise também aponta para um cenário de aumento de área, produtividade e consequente acréscimo na produção, que deverá gerar uma colheita de 2,92 milhões de toneladas. Já para o arroz, a produção deve ficar em torno de 11,2 milhões de toneladas, enquanto cerca de 3 milhões de toneladas são esperadas na colheita do feijão.

Para o milho a expectativa é de uma produção total de 125,5 milhões de toneladas. “As margens para os produtores continuam positivas, mesmo com os altos custos de produção. Além disso, é preciso lembrar que nas duas últimas safras, o clima foi uma variável de grande influência para o desenvolvimento da cultura”, explicou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.

Período de deflação não deve durar muito, alertam especialistas

A queda recorde de 0,73%, em agosto, no Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — que é a prévia da inflação oficial —, aumentou as chances de um segundo mês de deflação na taxa. Com o dado divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analistas passaram a revisar novamente a previsão para o indicador do custo de vida no fim deste ano — que gira entre 6,5% e 7%.

No entanto, segundo especialistas ouvidos pelo Correio, é preciso cautela, pois o dragão da inflação não está totalmente domado. O volume é elevado e persistente, tanto no Brasil quanto no mundo. Aqui, a carestia está espalhada na economia, com 63% dos itens pesquisados registrando alta de preços, conforme dados do IBGE.

Analistas lembram que a deflação corrente não é sustentável, porque a recente queda nos impostos sobre combustíveis tem prazo de validade — dezembro deste ano. Conforme salientam, esse é um sinal de que as medidas adotadas têm objetivo somente eleitoral e sem uma estratégia para o controle das pressões inflacionárias. O risco é um cenário muito mais agravado no futuro próximo. Quando os tributos forem recompostos no ano que vem, a inflação poderá voltar, e até com mais força.

Apesar de cogitar a possibilidade de o país vivenciar “dois a três meses” de deflação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não comemorou a queda de preços, porque a carestia dos alimentos continua acima das expectativas da autoridade monetária. “A gente acha que não pode baixar a guarda”, disse ele, na última sexta-feira, em evento para investidores.

Inconsistência
No Brasil, que tem no histórico a hiperinflação que vem assombrando vizinhos em crise — como a Argentina (de 71% ao ano) e a Venezuela (de 137%) —, o IPCA vem rodando na casa de dois dígitos desde setembro de 2021. Além da alta de preços de commodities, a desconfiança dos investidores em relação à questão fiscal tem deixado o dólar mais valorizado e aumentado a exigência de prêmios de risco dos juros dos títulos públicos.

“A deflação atual não é estrutural porque os preços não estão caindo por fatores consistentes. Não deixa de ser uma ação de política econômica do governo, que usa os instrumentos que possui. Mas o prazo oficial para essa queda de impostos é até dezembro. E pode haver um efeito rebote no início de 2023, quando houver o retorno, gerando mais inflação devido aos repasses em toda a cadeia”, explicou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus.

O economista Simão Davi Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP), também reconhece que esse processo de deflação é temporário e deve fazer com que os preços voltem a subir no ano que vem. “Essas medidas eleitoreiras funcionam no curto prazo, mas não ajudam a consolidar um processo deflacionário. Mexem apenas no preço, sem mudar a estrutura da inflação na economia. Por outro lado, reduzir os impostos estaduais arrebenta o pacto federativo”, explicou.

Na avaliação do especialista, o Brasil está com um problema de inflação, que afeta os mais pobres e que é necessário estar no centro do debate eleitoral. “Inflação é um imposto perverso. A primeira política que uma gestão deveria fazer é não ter inflação”, frisou.

Para o governo, no entanto, inflação alta é boa do ponto de vista nominal porque ajuda a aumentar a arrecadação e a reduzir a dívida pública — aumenta o PIB nominal, que é o denominador do cálculo da taxa da dívida pública bruta. A redução de impostos sobre combustíveis contribuiu para a queda de 4,51% do grupo de transportes no IPCA de julho, de acordo com os dados do IBGE.

Por outro lado, os preços no grupo alimentos e bebidas — que mais pesam no custo de vida das famílias pobres — continuam elevados, com altas acumuladas em 12 meses até julho (14,72%), acima dos 10,07% da inflação oficial.

Apesar do discurso eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), a inflação brasileira é uma das mais altas entre as 15 maiores economias do planeta, no acumulado de 12 meses até julho. O país está em 12º lugar no ranking global por Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 e registrou a 4ª maior inflação em julho passado, perdendo para Rússia (15,10%), Reino Unido (10,10%) e Espanha (10,80%), segundo dados do site Trading Economics.

“A deflação ajuda muito a reduzir a inflação deste ano, mas mantém os riscos elevados para o ano que vem. O fiscal ainda incerto pode continuar prejudicando a inflação e o que pode ajudar são as commodities mais fracas com a possível recessão mundial. Em tese, ajudaria a inflação, mas vai depender do fiscal estar bem encaminhado para controlar o câmbio e aqui há muitos riscos”, destacou Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Pelas estimativas da economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, mesmo com esse cenário de deflação, o BC não vai abrir mão de um aperto monetário mais forte e deverá realizar mais uma alta da taxa básica da economia em setembro. Com isso, a Selic deverá passar de 13,75% para 14% ao ano, patamar que deverá permanecer até junho de 2023.

“A inflação é muito persistente e disseminada, e o governo não está ajudando no lado fiscal, o que dificulta o trabalho do BC de fazer o IPCA convergir para a meta”, explicou.

Horizonte distante
A inflação estrutural é um dos grandes problemas para o Banco Central (BC) entregar a inflação oficial do país dentro da meta. Com a elevação, em 2021, a autoridade monetária não conseguiu derrubar a taxa abaixo do teto de 5,25%, e o consenso entre analistas é que isso se repetirá neste ano e no próximo.

Pelas estimativas de Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust Gestora de Recursos, essa inflação estrutural gira em torno de 4%. Por isso, ele reforça que o BC deve ter dificuldade para cumprir a meta estabelecida para 2024, de 3%.

“Essa é a inflação estrutural e, por isso, o Brasil está muito distante de conseguir ter uma meta de 3% ou próxima a dos países desenvolvidos”, destacou.

Na avaliação de Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, existem duas análises no mercado: a primeira, que a inflação começou a cair depois de atingir o pico entre abril e maio; a segunda, é que o BC não vai conseguir cumprir a meta deste ano e de 2023. A convergência da inflação para a meta será lenta e isso só deve ocorrer em 2024.

Desafio
O teto da inflação para este ano é de 5% e, mesmo com as constantes revisões para baixo, as previsões mais otimistas para o IPCA em dezembro estão acima desse patamar — giram entre 6% e 6,5%.

“Ainda tem vários fatores que pesam para o BC controlar a inflação. Um deles é que a meta atual, de 3,5%, vai cair para 3% até 2024. Esse é um dos pontos mais desafiadores para a condução da política monetária”, destacou Padovani.

O especialista manteve as previsões em 5,50%. Pelas projeções do BV, o IPCA em 2023 encerrará o ano em 5,5% e continuará acima do teto da meta, de 4,75%. “A inflação vai cair do pico de 12% para 5,5% no ano que vem, mas, para chegar a 3% em 2024, vai exigir mais da política monetária. Por isso, os juros vão ficar parados por mais tempo”, salientou.

José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, ressalta que a inflação atual é resultado, em grande parte, do choque de oferta. Mesmo com a queda dos impostos e o cenário atual de deflação, o IPCA continuará acima da meta neste ano e em 2023.

“O problema não é apenas a indexação da economia, mas a oferta, que é mais difícil aumentar do que a demanda, porque depende de um conjunto de decisões tomadas ao longo do tempo”, explicou.

Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco Alfa, destacou que o mercado está subestimando a questão da inércia inflacionária deste ano, que será herdada em 2023. Para uma inflação menor, será preciso uma Selic mais alta do que a atual. “Para trazê-la para a meta, é necessária uma taxa básica de juros mais alta. Ou seja: para a mesma Selic, teríamos uma inflação mais alta”, reforçou.

44 senadores vão disputar cargos nas eleições de outubro

Rio de Janeiro – Distribuição das urnas eletrônicas do TRE para os locais de votação nas eleições municipais de 2020, no pólo eleitoral Jardim Botânico. (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Mais da metade do quórum titular do Senado está ocupado com compromissos eleitorais. Levantamento realizado pelo Correio mostra que 44 senadores se dedicarão às eleições como postulantes, na coordenação de campanhas ou outras funções no auxílio de candidatos à Presidência ou a governos estaduais.

Dez suplentes ocupam cadeiras do Senado, mas a maioria dos titulares tirou licenças de 120 dias para se dedicar a compromissos eleitorais. Três parlamentares da Casa estão envolvidas na disputa à Presidência: Simone Tebet (MS) e Soraya Thronicke (MS) encabeçam as chapas de MDB e União Brasil, respectivamente, e a tucana Mara Gabrilli é vice na chapa da emedebista.

Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 17 senadores vão disputar eleições de governos estaduais. E dos 27 que terão o mandato encerrado, 14 tentarão a reeleição, como Romário (PL-RJ), Otto Alencar (PSD-BA), Davi Alcolumbre (União-AP), Leila Barros (PDT-DF), Izalci Lucas (PSDB-DF) Marcos Rogério (PL-RO) e Kátia Abreu (PP-TO).

Outros três senadores vão concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados: o ex-governador de São Paulo, José Serra, Elmano Férrer (PP-PI) e Lasier Martins (Podemos-RS) devido à maior possibilidade de eleição ou por falta de apoio da legenda.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) não vai disputar a eleição. Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO) e Jean Paul Prattes (PT-RN) — que foram efetivados no cargo após Ronaldo Caiado (União-GO) e Fátima Bezerra (PT-RN) serem eleitos, em 2018, para os governos dos respectivos estados —, não vão para a disputa nas urnas em 2022.

Entre os que participam diretamente de campanhas estaduais ou presidenciais estão Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — coordenador da campanha de Lula — e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — que atua para reeleger o pai.

Em Alagoas, todos os senadores estão focados na eleição. Renan Calheiros (MDB-AL) tem como foco reeleger seu primogênito, Renan Filho, ao governo, que conta com as candidaturas dos senadores Rodrigo Cunha (União) e de Fernando Collor (PTB).

No Distrito Federal, por pouco não houve uma tripla disputa de senadores ao governo local. Leila Barros e Izalci Lucas são candidatos, mas Reguffe foi impedido de disputar o GDF pelo União Brasil.

Os caminhos de cada um

Acre
Mailza Gomes (PP)* — substitui Gladson Camelli, eleito governador em 2018
Marcio Bittar (União)# — disputará o governo
Sérgio Petecão (PSD)# — disputará o governo

Alagoas
Rodrigo Cunha (União)# — disputará o governo
Fernando Collor* (PTB) — disputará o governo, mas segue no cargo
Renan Calheiros (MDB)# — licenciado

Amazonas
Eduardo Braga (MDB) — disputará o governo
Omar Aziz (PSD)* — tenta reeleição
Plínio Valério (PSDB)

Amapá
Randolfe Rodrigues (Rede) — segue no cargo, mas coordena campanha de Lula
Lucas Barreto (PSDB)
Davi Alcolumbre* (União) — tenta reeleição

Bahia
Otto Alencar* (PSD) — tenta reeleição
Jaques Wagner (PT)
Ângelo Coronel (PSD)

Ceará
Cid Gomes (PDT) — ajuda na campanha do irmão, Ciro, mas segue no cargo
Eduardo Girão (Podemos)
Tasso Jereissati* (PSDB) — deve encerrar a vida parlamentar

Distrito Federal
Izalci Lucas (PSDB) — disputará o governo, mas segue no cargo
Leila Barros (PDT) — disputará o governo, mas segue no cargo
Reguffe* (sem partido) — deve encerrar a vida parlamentar

Espírito Santo
Rose de Freitas*# (União) — tenta reeleição
Fabiano Contarato (PT)
Marcos do Val (Podemos)

Goiás
Jorge Kajuru (Podemos)
Luiz Carlos do Carmo (PSC) — substitui Ronaldo Caiado, eleito em 2018
Vanderlan Cardoso (PSD)

Maranhão
Weverton (PDT)# — disputará o governo do estado
Roberto Rocha* (PTB) — tenta reeleição
Eliziane Gama (Cidadania)

Minas Gerais
Alexandre Silveira* (PSD) — substitui o hoje ministro do TCU Antônio Anastasia
Rodrigo Pacheco (PSD)
Carlos Viana (PL) — disputará o governo

Mato Grosso do Sul
Nelsinho Trad (PSD)
Simone Tebet* (MDB) — disputará a Presidência
Soraya Thronicke (União) — disputará a Presidência

Mato Grosso
Carlos Fávaro# (PSD)
Jayme Campos (União)
Wellington Fagundes* (PL) — tenta a reeleição

Pará
Paulo Rocha* (PT)
Jader Barbalho (MDB)
Zequinha Marinho (PL) — disputará o governo

Paraíba
Daniella Ribeiro (PSD)
Nilda Gondim* (MDB)
Veneziano Vital do Rêgo (MDB) — disputará o governo

Pernambuco
Fernando Bezerra Coelho* (MDB)
Humberto Costa (PT)
Jarbas Vasconcelos (MDB)

Piauí
Ciro Nogueira# (PP)
Elmano Férrer* (PP) — disputará vaga de deputado federal
Marcelo Castro (MDB)

Paraná
Álvaro Dias* (Podemos) — tenta a reeleição
Flávio Arns (Podemos)
Oriovisto Guimarães (Podemos)

Rio de Janeiro
Carlos Portinho (PL)
Flávio Bolsonaro (PL)
Romário (PL)* — tenta reeleição

Rio Grande do Norte
Styvenson Valentim (Podemos) — disputará o governo
Jean Paul Prattes* (PT) — substitui a governadora Fátima Bezerra
Zenaide Maia (PROS)

Rondônia
Marcos Rogério (PL) — disputará o governo
Acir Gurgacz* (PDT) — tenta a reeleição
Confúcio Moura (MDB)

Roraima
Chico Rodrigues (União)
Mecias de Jesus (Republicanos)
Telmário Mota* (Pros) — tenta a reeleição

Rio Grande do Sul
Lasier Martins* (Podemos) — disputará vaga de deputado federal
Luiz Carlos Heinze (PP) — disputa o governo
Paulo Paim (PT)

Santa Catarina
Dário Berger* (PSB) — tenta a reeleição
Esperidião Amin (PP) — disputa o governo
Jorginho Mello (PL) — disputa o governo

Sergipe
Alessandro Vieira (PSDB) — disputa o governo
Rogério Carvalho (PT) — disputa o governo
Maria do Carmo do Alves (PP)*

São Paulo
Giordano (MDB) — substitui Major Olímpio, que morreu
José Serra* (PSDB) — disputará uma vaga de deputado federal
Mara Gabrilli (PSDB) — candidata a vice na chapa de Simone Tebet

Tocantins
Kátia Abreu* # (PP) — tenta a reeleição
Irajá (PSD) — disputa o governo
Eduardo Gomes # (PL)

Ocupantes provisórios:
1) Eliane Nogueira (PP-PI), suplente de Ciro Nogueira
2) Margareth Buzzetti (PP-MT), suplente de Carlos Fávaro
3) Ogari Pacheco (União-TO), suplente de Eduardo Gomes
4) Guaracy Silveira (Avante-TO), suplente de Kátia Abreu
5) Eduardo Velloso (União-AC), suplente de Márcio Bitar
6) Rafael Tenório (MDB-AL), suplente de Renan Calheiros
7) Dra. Eudócia (PSB-AL), suplente de Rodrigo Cunha
8) Luiz Pastore (MDB-ES), suplente de Rose de Freitas
9) Maria das Vitórias (PSD-AC), suplente de Sérgio Petecão
10) Roberth Bringel (União-MA), suplente de Weverton Rocha

Brasileiros ainda não resgataram mais de R$ 3 bi em dinheiro esquecido

Moeda Nacional, Real, Dinheiro, notas de real

Quatro meses após o fim da primeira fase do Sistema Valores a Receber, elaborado pelo Banco Central (BC), a segunda etapa do programa, que estava prevista para começar em 2 de maio, ainda segue sem data marcada. Um dos fatores que dificultou a realização da nova fase foi a greve dos servidores do banco, que terminou no mês passado. Em resposta ao Correio, o BC informou que “o cronograma e as informações da nova etapa do SVR serão divulgados oportunamente, com a devida antecedência”.

A primeira fase do sistema começou em 14 de fevereiro deste ano e durou dois meses. Ela foi dividida em etapas, de acordo com a idade do cidadão ou da empresa possuidora do dinheiro esquecido. No entanto, a campanha não teve o efeito desejado pelo BC, e apenas 8,2% dos R$ 3,9 bilhões disponibilizados foram retirados do banco. Ao todo, 3,6 milhões de pessoas e 19 mil empresas resgataram o valor durante a primeira etapa.

A maioria dos beneficiários, no entanto se decepcionou com os resultados, já que as quantias disponíveis, quando existiam, eram pequenas. O vigilante Idalécio Alves, de 45 anos, foi uma das pessoas que conseguiu retirar o dinheiro esquecido que possuía. Ele procurou saber se tinha direito a alguma quantia de dois bancos de que era cliente. Só que, ao consultar o site do BC, Idalécio viu que podia retirar apenas R$ 0,60. “Estava esperando um valor maior. Mas, então, só pedi para eles me darem o dinheiro, mesmo”, explicou o vigilante.

O exemplo de Idalécio é apenas um entre os 13,8 milhões de brasileiros que possuem, ou possuíam, menos de R$ 1 nas contas esquecidas no Banco Central. A aposentada Sônia Britto, 61, disse que muitas pessoas próximas resolveram até não retirar o valor, por ser considerado “irrisório”. “Tanto que virou até uma piada. Você chegava para ver o quanto tinha e apareciam só centavos”, disse.

Em contrapartida, o BC fez um levantamento indicando que 1.318 brasileiros tinham R$ 100 mil ou mais em dinheiro esquecido. Um dos maiores valores era de R$ 1,65 milhão. De acordo com o banco, a pessoa tinha várias cotas de consórcio que se extinguiram, e não verificou como os grupos foram encerrados.

Para o ex-diretor do Banco Central Carlos Tadeu de Freitas, um dos motivos da baixa adesão, além dos valores pequenos, foi a falta de informação sobre o sistema. “Acredito que o pouco sucesso da primeira etapa venha da falta de informação para as pessoas. Mesmo com acesso a internet, é precário o conhecimento da maioria da população acerca desse tipo de serviço”, avalia.

Aprimoramento
Atualmente, o site do SVR informa que as consultas do sistema estão “temporariamente suspensas para aprimoramento”. Além disso, o BC comunica que está trabalhando em melhorias do sistema e inclusão de novos valores, e que deve, em breve, divulgar a “data de reabertura do sistema para novas consultas e resgate dos saldos existentes” e “informações sobre valores de falecidos”.

Na visão do ex-diretor, para a nova fase, o banco deve priorizar a divulgação do sistema aos brasileiros. “Acredito que para uma maior abrangência na 2ª etapa, o Banco Central deve focar em divulgar nos grandes canais comunicativos, o ‘passo a passo’ para consulta e retirada dos valores”, opina.

Correio Braziliense

Aneel mantém bandeira tarifária verde para o mês de setembro

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) manteve a bandeira verde em setembro para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com a decisão, não haverá cobrança extra na conta de luz pelo quinto mês seguido.

A conta de luz está sem essas taxas desde o fim da bandeira de escassez hídrica, que durou de setembro de 2021 até meados de abril deste ano. Segundo a Aneel, na ocasião, a bandeira verde foi escolhida devido às condições favoráveis de geração de energia.

Caso houvesse a instituição das outras bandeiras, a conta de luz refletiria o reajuste de até 64% das bandeiras tarifárias aprovado no fim de junho pela Aneel. Segundo a agência, os aumentos refletiram a inflação e o maior custo das usinas termelétricas neste ano, decorrente do encarecimento do petróleo e do gás natural nos últimos meses.

Bandeiras Tarifárias

Criadas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias refletem os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o SIN gerar a energia usada nas casas, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, significa que a conta não sofre qualquer acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos, que variam de R$ 2,989 (bandeira amarela) a R$ 9,795 (bandeira vermelha patamar 2) a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Quando a bandeira de escassez hídrica vigorou, de setembro de 2021 a 15 de abril deste ano, o consumidor pagava R$ 14,20 extras a cada 100 kWh.

O Sistema Interligado Nacional é dividido em quatro subsistemas: Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte. Praticamente todo o país é coberto pelo SIN. A exceção são algumas partes de estados da Região Norte e de Mato Grosso, além de todo o estado de Roraima. Atualmente, há 212 localidades isoladas do SIN, nas quais o consumo é baixo e representa menos de 1% da carga total do país. A demanda por energia nessas regiões é suprida, principalmente, por térmicas a óleo diesel.

Wolney participa de carreata em Tacaimbó e visita comunidade em São Caetano

Campeão na destinação de verbas para a cidade de Tacaimbó, o deputado federal Wolney Queiroz (PDT) participou, neste domingo (28), de um encontro político ao lado do prefeito da cidade, Álvaro Marques (PT).

O evento “Juntos por Tacaimbó” teve início com uma carreata pelas ruas da cidade, que contou com a participação da candidata ao Senado, Teresa Leitão, e do candidato a deputado estadual, Doriel Barros.

Por onde passou, Wolney sentiu o carinho e a gratidão do povo. “Eu cheguei aqui em Tacaimbó, em 2016, e fiz um compromisso em praça pública, de ajudar o prefeito Álvaro a conseguir recursos para fazer as obras que a cidade precisa. E é assim estou fazendo, todos os anos colocando recursos no caixa da Prefeitura”, citou, sendo aplaudido com euforia pelo povo.

Através do mandato de Wolney, Tacaimbó recebeu um trator agrícola, uma retroescavadeira, uma escavadeira hidráulica, dois ônibus escolares e R$ 3,4 milhões em verbas para obras de infraestrutura. Ele destinou também outros R$ 6 milhões para serem investidos na saúde do município.

Ainda neste domingo, na companhia do vereador João Chaves, Wolney se reuniu com moradores na Associação de Boqueirãozinho, na zona rural de São Caetano. A comunidade tem sido beneficiada com equipamentos e serviços destinados por Wolney.

Anderson Correia conquista novos apoios em Altinho e Cupira, e realiza resgate em Agrestina

Neste domingo (28), a agenda do vereador e candidato a deputado federal, Anderson Correia (PP), foi de grande movimentação no Agreste. A primeira parada do dia foi uma visita aos moradores de Taquara de Baixo, na zona rural de Caruaru, onde o Defensor dos Animais foi recebido com muito carinho e ouviu as pessoas da comunidade, firmando compromisso na luta por melhorias no local e no âmbito da causa animal.

Saindo da Capital do Agreste, Anderson seguiu para Cupira, onde se reuniu com lideranças da causa animal e conversou com moradores do município. À tarde, o parlamentar caruaruense esteve na cidade de Altinho, onde realizou algumas visitas e ministrou uma palestra para protetores de uma ONG com o trabalho voltado para animais de rua, consolidando novos apoios na causa animal na região.

Finalizando o dia, o Defensor dos Animais e referência no combate aos maus-tratos em Pernambuco ainda fez um resgate de um cachorro em Agrestina, após receber o chamado da população do município.

“Foi mais um dia intenso de campanha, que iniciamos em Caruaru, passando por Cupira e Altinho, onde conversamos e reencontramos muita gente da causa animal, além de ampliarmos nossos apoios nestes municípios. Ainda deu tempo de resgatarmos um animal em Agrestina, o que fecha este domingo com chave de ouro, cumprindo nosso chamado e propósito, ajudando os vulneráveis”, destaca Anderson.

Paula Fernandes sofre acidente de carro um dia antes do seu aniversário: “É um recomeço”

A cantora Paula Fernandes sofreu um acidente de carro no último sábado (27), um dia antes do seu aniversário de 38 anos, na rodovia Castelo Branco, em São Paulo. A sertaneja voltava do interior do estado, com seu namorado, Rony Cecconello, quando tudo aconteceu.

Paula assustou seus seguidores ao compartilhar uma foto mostrando o estado em que seu veículo ficou, junto ao seu desabafo, em que ela revelou detalhes sobre os “segundos de horror” que viveu.

“Eu só sei que eu tô viva e sei que ontem eu renasci… Esta imagem chocante representa o dia mais difícil da minha vida, em que eu achei que seria o nosso fim”, escreveu a mineira. Segundo ela, um carro desgovernado colidiu com a traseira do carro que ela dirigia, o que a fez perder o controle e capotar algumas vezes e se arrastou na estrada.

A cantora continuou: “Muita coisa passou pela minha cabeça naqueles segundos de horror e, quando finalmente parou, eu só queria saber como o Rony estava… E ele estava bem!”, revelou. “Eu ainda estou em choque, a cena se repete como filme, sinto taquicardia e medo quando lembro. Foi muito difícil dormir esta noite. Mas a coisa mais importante de todas neste momento é que nós renascemos. Somos gratos por termos sobrevivido a esse acidente”.

Paula Fernandes atribuiu o fato de ter saído ilesa a Deus e ao cinto de segurança. “O que nos salvou? Deus, o carro que se acabou por fora, mas nos protegeu como um cofre, evitando o pior, e o cinto de segurança, que pode salvar a vida de muita gente como salvou a nossa”, escreveu.

De acordo com a artista, o casal está bem, apesar do susto. De acordo com o relato, ela apenas machucou o braço, enquanto seu namorado teve alguns arranhões.

“É um recomeço… E neste dia de tantos sentimentos e emoções misturadas, eu só quero agradecer”, falou a cantora, que ainda agradeceu a Deus, pelo “presente de estar viva”.

“Renasci para uma vida mais feliz, mais plena, mais leve e cheia de gratidão. Eu quero estar mais com quem eu amo e fazer dos meus próximos dias os melhores da minha vida. A gente é finito… Temos que aproveitar nosso tempo aqui. Agradeço todas as mensagens de afeto e carinho pelo meu aniversário. E agora que renasci, temos muito mais para celebrar”, concluiu.

Folhape

Em grande carreata, Débora Almeida conquista Caruaru e é conquistada por caruaruenses

Candidata a deputada estadual pelo PSDB, com apoio do prefeito Rodrigo Pinheiro e de 08 vereadores, Débora percorreu as principais ruas da ‘Capital do Agreste’ desde o inicio da tarde até o início da noite deste domingo (29).

Em uma gigantesca caminhada iniciada as 15 horas na Rua Portugal, bairro Universitário, incorporando-se quilômetros adiante à a carreata de Raquel Lyra mais de 5 mil pessoas, entre simpatizantes, militantes e apoiadores, percorreram cerca de 22 quilômetros por bairros, avenidas e ruas de Caruaru, acompanhando o animado ato organizado pelos aliados de Débora Almeida.

Segundo Débora, “Nesse domingo, nos sentimos ainda mais acolhidos e abraçados pelos caruaruenses. Nossa gratidão ao prefeito e amigo Rodrigo Pinheiro, aos oito vereadores que vestem nossa camisa, a nossa aguerrida militância e principalmente a cada pessoa que abriu as portas para nossa passagem. Quero ser a voz do agreste na Assembleia Legislativa”

O prefeito Rodrigo era um dos mais entusiasmados militantes de Débora no percurso, dividindo as ‘selfies’ com a candidata, adesivando populares com material de campanha da tucana e estimulando a animação dos presentes.

O evento que levou a população às ruas contou com a presença das candidatas a governadora e vice, respectivamente, Raquel Lyra e Priscila Krause; o candidato ao senado, Guilherme Coelho e o deputado e candidato a reeleição Daniel Coelho.

Ao lado do gestor caruaruense e da candidata Débora, com seu material de campanha estampado e acompanhados de seus militantes e grupo político, estiveram os vereadores Bruno Lambreta (presidente da Câmara); Izaac da Saúde; Mano do Som, Carlinhos da Ceaca; Maurício Caruaru, Aline Nascimento; Edmilson do Salgado e o Irmão Ronaldo.

Blog e Agência Brasil explicam: mudar de nome e sobrenome ficou mais fácil

A mudança de nome e sobrenome está mais simples no país, com a nova Lei de Registros Públicos. Instituído no dia 27 de junho de 2022, o dispositivo permite que qualquer pessoa acima de 18 anos possa modificar o próprio nome diretamente no cartório de registro civil. Os interessados não têm necessidade de justificar o motivo da mudança. Até a instituição da lei, a alteração sem justificativa prévia somente podia ser feita quando o cidadão completasse a maioridade ou após decisão judicial.

De acordo com a diretora da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Daniela Mroz, foram três linhas gerais de alteração. A nova lei não permite “apagar o passado” e, nos casos em que houver suspeita de fraude, falsidade ou má-fé, o oficial do registro pode enviar à Justiça ou recusar o procedimento.

Registro de crianças

A nova lei permite alteração no nome de recém-nascidos, assegurando um período de 15 dias para que os pais possam mudar tanto o nome quanto o sobrenome da criança. Para isso, a alteração tem que contar com a anuência tanto do pai quanto da mãe.

“Se o nome escolhido não fosse o desejado pelos pais, antes não havia possibilidade de troca. [A família] deveria buscar a Justiça para que o nome fosse alterado. Agora, a lei prevê um período de 15 dias em que os pais (ambos) podem, ao mudar de ideia, se opor ao nome registrado. Seja o nome ou sobrenome, eles podem ir [ao cartório], caso exista concordância, e isso é importante frisar, pois se um deles discordar não é possível fazer a mudança”, explicou Daniela.

Mudança de nome

Antes da mudança na legislação, a troca de nome era permitida quando o cidadão completava a maioridade. Em um processo pouco conhecido no país, pessoas podiam alterar o nome ao completar 18 anos. O prazo se estendia até a meia-noite do dia em que completaria 19 anos. Outro dispositivo já permitia que transexuais alterassem o nome social nos documentos diretamente no cartório, sem a necessidade de ação judicial.

“Já era possível ir trocar o nome, mesmo sem motivo algum. A lei, na prática, vem tirar esse período. Não existe mais esse prazo de um ano. [Agora] é possível fazer a mudança uma vez só, mesmo que sem motivo, no cartório. O mesmo procedimento já existia, mas havia um prazo fixo de um ano, agora passou a não ter mais prazo”, afirmou a diretora da Arpen-Brasil.

Sobrenome

Mudanças no sobrenome também foram incluídas na nova legislação. Dessa forma, abre-se a possibilidade de inclusão de sobrenomes familiares a qualquer tempo, basta a comprovação do vínculo. Também é possível a inclusão ou exclusão de sobrenome em razão da filiação.

A mudança na lei também permite que filhos acrescentem ou retirem sobrenome em virtude da alteração do sobrenome dos pais. “A lei permite ainda a exclusão de sobrenome de cônjuges, mesmo após o processo de divórcio. Antes, era necessário processo judicial. Por outro lado, mesmo após o casamento, é possível incluir o sobrenome do cônjuge – desde que haja anuência do parceiro ou parceira”, disse Daniela.

Procedimentos

De acordo com a diretora, o procedimento nos cartórios é feito em, no máximo, cinco dias. Para a modificação, é necessária a apresentação de documento de identificação, como RG, CPF, passaporte, título de eleitor e certificado de reservista em caso de homens. A modificação do nome é cobrada, e o valor do serviço varia de acordo com o estado em que é realizada a troca.

“Além disso, a lei fala em certidões, que podem ser a de nascimento e de casamento – quando houver. Se o oficial [do cartório] tiver algum indício de fraude, de que a pessoa está querendo trocar de nome para fugir de algo, por exemplo, pode pedir as certidões estabelecidas na lei. Nesse caso, as únicas que seriam mais complicadas de tirar e têm custo, são as de protesto. No entanto, ficamos acordados [entre os cartórios] em todo o país, que as certidões podem ser baixadas online, diretamente no cartório”, explicou.

Segundo Daniela, os cartórios receberam uma cartilha com orientações sobre a nova legislação. O procedimento pode ser feito em qualquer cidade e todos os mais de 7.700 cartórios estão tecnicamente aptos a realizar a alteração.

“Se a pessoa foi registrada no Pará, não precisa ir até lá para fazer a solicitação. Pode fazer a solicitação em São Paulo, por exemplo, vamos mandar o procedimento por meio eletrônica, o cartório de lá vai alterar o registro e vamos emitir nova certidão por aqui. É tudo muito facilitado.

Caso a pessoa já tenha um processo em andamento na Justiça para fazer a mudança de nome, é necessário desistir do pedido judicial para dar entrada na alteração por meio do cartório.