ARTIGO — Tecnologias fundamentais para a implementação de uma estratégia de open banking

Jorge López Morales

O open banking, ou o sistema financeiro aberto, é uma tendência já presente e irreversível, que promoverá a criação de produtos financeiros cada vez mais personalizados e individualizados, aumentando a competitividade entre os players do mercado.

Para que as instituições bancárias consigam surfar com sucesso na onda do open banking e promover a inovação sustentável, é fundamental seguir uma estratégia de negócio orientada a API. Para quem não está familiarizado com a sigla, as APIs são as interfaces que permitem a fácil conexão de uma plataforma com outros sistemas.

No cerne de cada API estão os dados. Por isso, ter acesso rápido a eles é o primeiro ponto de partida em qualquer processo. Porém, embora toda fintech deseje que seus dados sejam ágeis, eficientes e escaláveis, a maioria ainda lida com um pântano de dados em seus sistemas, ou seja, um complexo labirinto de barreiras organizacionais de dados históricos, recentes, tempo real e de streaming.

No mundo do open banking, nada acontece sem a API para integrar um serviço, uma função ou parte dos dados. Então, a forma como as empresas do open banking gerenciarão suas APIs é uma questão essencial para que consigam ser ágeis e inovadoras. A tecnologia por trás do gerenciamento de APIs ajuda as empresas a criar, produzir, proteger e analisar o conjunto de rotinas e padrões de programação como produtos.

Outra inovação que veio para ficar é o uso de tecnologias de análise para entendimento contínuo das informações. Ferramentas de business intelligence de autoatendimento ajudam os humanos a entender mais facilmente seus dados. Porém, essas ferramentas analisam apenas o que já aconteceu. Analisar dados históricos gera padrões e os mecanismos observados no passado continuarão no futuro.

Já a governança e a gestão de metadados são parte de uma cultura que não pode ser imposta a fórceps por regulamentações, fornecida apenas pela tecnologia ou terceirizada. Mas a tecnologia pode facilitar uma cultura de curadoria contínua de dados. As empresas do Open Banking terão acesso às informações de contas, dados pessoais sensíveis, interações consentidas e outros dados, o que faz do gerenciamento de metadados um aspecto crucial em um projeto de arquitetura, considerando como todos os elementos (APIs, BI, ciência de dados e virtualização de dados) podem interagir com estes metadados.

E, finalmente, há a ciência de dados em streaming. O machine learning tradicional treina modelos com base em dados e esta abordagem considera que o mundo permanece essencialmente o mesmo, isto é, que os mesmos padrões, anomalias e mecanismos observados no passado continuarão no futuro.

Um conhecido caso de sucesso é o da AA Ireland, uma das maiores seguradoras da Europa, com soluções para automóveis, viagens e residências, que usa ciência de dados em streaming para gerar modelos de precificação dinâmica e avaliação de riscos. Em vez de usar modelos preditivos estáticos, a AA Ireland usa as condições atuais do mercado, aumentando ou diminuindo descontos, por exemplo. Essa tecnologia ajuda a explicar oportunidades e riscos existentes no mercado naquele momento, não dependendo de previsões baseadas nos cenários passados.

De caixão vazio a chip da vacina: as fake news que a CPI quer investigar

A CPI da Covid aprovou pedidos de compartilhamento de dados da comissão parlamentar mista das fake news e do inquérito sobre o assunto que tramita no Supremo Tribunal Federal. Dois dos pedidos direcionados à CPI mista são assinados pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), e pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Randolfe, assim como o suplente Alessandro Vieira (Cidadania-SE), também solicitou o acesso a dados do inquérito do Supremo. Eles querem saber de onde partiram as campanhas de desinformação.

Entre os sete pontos questionados por Randolfe em seu requerimento, estão notícias falsas como a de que a vacina contra a covid-19 altera o DNA humano e a de que é possível inserir no corpo humano, por meio do imunizante, um chip para colher “identidade biométrica” da população. Mentiras associadas ao uso de máscaras, à fabricação do vírus em laboratório e à eficácia da cloroquina também fazem parte da lista citada no requerimento do líder da oposição no Senado.

Também foi relacionado um vídeo que tentava desacreditar a pandemia, sugerindo que caixões vazios estavam sendo enterrados em Manaus. Segundo o Monitor de Debate Político no Meio Digital, núcleo de estudos da Universidade de São Paulo, em maio deste ano os vídeos com caixões vazios correspondiam a 30% dos compartilhamentos do ano.

1. Vacina contra Covid-19 altera o DNA humano
Desde os primeiros resultados de eficácia e segurança de vacinas experimentais contra à Covid-19, mentiras sobre “riscos não divulgados” ocupam as redes sociais. Um dos boatos mais perigosos sobre o assunto aponta o suposto efeito nocivo da tecnologia de RNA mensageiro, utilizada por alguns imunizantes. A técnica, que usa um fragmento do material genético do vírus, “ não possui qualquer
efeito no DNA de uma célula humana”, confirma o professor Jeffrey Almond, da Universidade de Oxford, em entrevista à BBC.

2. Vacina contra Covid-19 pode inserir um microchip no corpo do vacinado
Ainda sobre a vacina – passo mais importante no combate à pandemia – outra notícia falsa ameaça prejudicar a imunidade coletiva da população brasileira. Segundo o texto, que traduz a mesma teoria conspiratória de um blog em inglês e passa por forte circulação no Whatsapp, o imunizante possuiria um chip para colher a “identidade biométrica” da população. Não há, porém, qualquer vacina com microchip em desenvolvimento ou já desenvolvida no mundo.

3. Termômetros infravermelhos causam doenças cerebrais
Uma postagem bastante publicada nas redes sociais – e mais tarde desmentida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – afirmava que os termômetros do tipo infravermelho, bastante utilizados na entrada de lojas e restaurantes para medir a temperatura de clientes durante a pandemia, prejudicam o cérebro dos usuários. A mentira, associada a um outro vídeo que traz a falsa informação sobre a melhor maneira de medir a temperatura, causou uma reação perigosa e ainda muito comum: para tranquilizar os clientes, funcionários de estabelecimentos passaram a medir a temperatura do pulso dos visitantes em vez da cabeça, local indicado para a medição correta.

4. Máscaras oferecem riscos à saúde
Hoje obrigatórias em espaços públicos e privados de diferentes cidades brasileiras, as máscaras de pano que ajudam a conter a transmissão do novo coronavírus também já foram alvo das fake news. Na mais popular delas, há a informação de que o equipamento de proteção poderia causar asfixia por retenção de gás carbônico. Em suas redes sociais, o biólogo e doutor em virologia, Atila Iamarino,
reforça que o risco não é real, já que as máscaras de pano são porosas. “A máscara tem que causar uma dificuldade na hora de respirar, porque ela está filtrando o ar. A ideia é que você tenha um tecido, que tenha uma trama com buraquinhos pequenos o suficiente para o ar que a gente precisa respirar atravessar, mas as gotículas de saliva, que soltamos quando falamos e as outras pessoas também soltam, fiquem retidas”, disse.

5. Vírus criado em laboratório
Um boato supostamente iniciado por uma virologista afirma que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) teria sido criado em laboratório na China. Mesmo após a negativa do governo chinês e evidências da comunidade científica, a informação falsa reverberou e influenciou uma escala de desinformação,
ocasionando, por exemplo, na crise de confiança enfrentada pela vacina CoronaVac por ser produzida pela chinesa Sinovac. A crença – que atinge diretamente um dos principais produtores de insumos médicos exportados para o Brasil – pode ter impactado na resistência de 50% dos brasileiros entrevistados que afirmam ao Datafolha que não tomariam a “vacina chinesa”, apesar do imunizante ser apontado como um dos mais seguros e eficazes até o momento.

6. Eficácia da cloroquina para tratar pacientes da covid-19
A hidroxicloroquina, medicamento inicialmente dedicado ao tratamento da malária, foi largamente estudado como um possível tratamento para casos graves da Covid-19 após uma publicação do infectologista francês Didier Hault. No Brasil, a cloroquina tornou-se a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a investir R$ 1,5 milhão na produção do medicamento pelos laboratórios do Exército. Na época, um falso estudo que alegava 87% de cura dos pacientes da Covid-19 após uso do medicamento foi muito compartilhado. Após análise, porém, a Organização Mundial de Saúde assegurou que o uso da hidroxicloroquina não interfere na taxa de mortalidade pela Covid-19, retirando o medicamento da lista de testes.

7. Caixões vazios em valas comuns
Diante da fase mais dramática da pandemia no Brasil, quando mais de mil óbitos eram registrados diariamente, um boato aumentava a dor de quem ainda precisa lidar com o luto pela morte de amigos e familiares. Para desacreditar o impacto da covid-19 no País, um vídeo compartilhado pelo whatsapp, com imagens de anos anteriores ao início da pandemia, mostrava supostos caixões vazios ou cheios de pedra sendo enterrados em Manaus, uma das cidades brasileiras mais atingidas pela Covid-19. Na capital do Amazonas, valas comuns precisaram ser cavadas para atender a demanda de cerca de 100 mortes por dia, apenas entre as causadas pela nova doença. De acordo com o Monitor de Debate Político no Meio Digital, núcleo de estudos da Universidade de São Paulo, em maio deste ano os vídeos com caixões vazios correspondiam a 30% dos compartilhamentos do ano.

Congresso em Foco

Oposição quer ouvir Drauzio na CPI; governistas pedem Doria

A CPI da covid já recebeu, antes mesmo da primeira votação sobre planos de trabalho, cerca de 220 requerimentos para depoimentos e convites para esclarecimento de fatos. Um dos convites é direcionado ao oncologista Dráuzio Varella, que também é colunista do jornal ‘Folha de S. Paulo’ e apresentador na TV Globo. O médico paulista aparece como um dos convidados em um requerimento do senador Humberto Costa (PT-PE), parte da oposição na comissão.

O nome de Dráuzio Varella veio junto a outros médicos, infectologistas e estudiosos com ação reconhecida durante a pandemia: a pesquisadora Natália Pasternak, do Instituo Questão de Ciência, aparece no mesmo pedido, junto ao primeiro presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina Neto, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão e a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dálcomo. Todos estes têm opiniões que são contrárias à maneira como a pandemia vem sendo tratada pelo governo – como o caso de Temporão, que defendeu uma postura do país em prol da quebra de patentes das vacinas.

“Os convidados conhecem a situação e as políticas públicas que deveriam ter sido aplicadas”, justificou Humberto Costa em seu pedido. “Alguns, por serem representantes de gestores de saúde, inclusive, ex-ministro da Saúde, e, outros, por serem médicos, biólogos, acadêmicos e/ou cientistas de grande respeitabilidade nacional e internacional, certamente contribuirão para que os integrantes desta Comissão possam avaliar os fatos com a profundidade que merecem.”

Convite da base de Bolsonaro

Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou nesta quarta-feira um pedido para que João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, compareça à CPI para prestar depoimento. O governador tem antagonizado as ações do Palácio do Planalto, seja em ações contra a pandemia, seja na produção e distribuição de vacinas.

O objetivo da convocatória, argumenta o parlamentar, é analisar o colapso de insumos para o combate à covid no estado do Amazonas, assim como no enfrentamento da pandemia pelo governo federal – para isso, o governador paulista teria muito a colaborar. “Diante deste contexto, pensamos que a convocação supracitada será de importância singular para que exponha sua atuação e seus conhecimentos sobre os fatos acima relacionados, o que, por si só, justifica a convocação para essa CPI”, escreveu Marcos Rogério.

Até o início desta noite, havia requerimentos direcionados a diversas pessoas: o ex-assessor do ministro Eduardo Pazuello, Markinhos Show, era alvo de dois requerimentos; o próprio general é alvo de 12 pedidos; Nelson Teich, de cinco. Luiz Henrique Mandetta, que deve prestar depoimento na próxima terça-feira (4), já tem seis pedidos em seu nome.

Congresso em Foco

Senado deve votar quebra de patentes de vacinas contra covid-19

O Senado deve votar nesta quinta-feira (29) o Projeto de Lei (PL) 12/2021 que permite a quebra de patentes de vacinas, testes de diagnóstico e medicamentos de eficácia comprovada contra a covid-19 enquanto vigorar o estado de emergência de saúde. Na pauta também está uma proposta que proíbe o reajuste anual de medicamentos durante a pandemia e outra que impede a suspensão da educação presencial nas escolas e universidades.

No caso das patentes, o projeto libera a produção de imunizantes, remédios e insumos sem necessidade de observância dos direitos de propriedade industrial enquanto durar o estado de emergência de saúde. Os titulares de patentes ficam obrigados a ceder ao poder público todas as informações necessárias para a produção de vacinas e medicamentos para o enfrentamento à covid-19.

Os senadores também podem votar o PL 5.595/2020, da Câmara, que impede a suspensão de aulas presenciais em escolas e universidades durante a pandemia de covid-19. Para isso o projeto inclui o ensino entre serviços essenciais, de suspensão vedada.

Outro projeto da pauta (PL 939/2021) proíbe o reajuste anual de medicamentos enquanto perdurar o estado de emergência em saúde pública. A proibição será aplicada retroativamente a qualquer reajuste de feito em 2021, mas não geraria direito a restituições de pagamentos já realizados.

Congresso em Foco

PTB, de Roberto Jefferson, quer Weintraub como candidato a governador em SC

O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) trabalha para que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub se candidate ao governo de Santa Catarina em 2022. O presidente da legenda no estado, Alexander Brasil, afirma que Weintraub, que hoje ocupa um cargo no Banco Mundial, terá à sua disposição a legenda de Roberto Jefferson, uma das mais fiéis ao bolsonarismo, em um estado tradicionalmente conservador.

Alexander participou, nesta quarta-feira (28), de uma live no próprio canal de Weintraub, que tinha como tema os valores conservadores de Santa Catarina. Segundo o diretor partidário, o ex-ministro demonstrou surpresa com a proposta, e disse que pensaria no assunto.

O catarinense, no entanto, já conjectura como pode se desenrolar o planejamento da campanha. O maior desafio seria fazê-lo concorrer pelo estado e não por São Paulo (terra natal do ex-ministro) – onde há inclusive perfis em redes sociais que aventam a proposta. “O cenário em São Paulo é muito mais desafiador, principalmente pela estrutura da máquina que existe lá em relação ao PSDB, que tem a capital, que tem o estado e diversos municípios. Muitos municípios equivalem a estados, a capital equivale a um estado e o estado equivale a um país”, comparou.

“Santa Catarina, com certeza, por não querer quebrar uma estrutura tão forte do PSDB, seria mais fácil de transitar – lógico que com o desafio de ele não ser daqui”, ponderou. Pelo planejamento da legenda, o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP), hoje em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, deve concorrer em São Paulo.

O convite a Weintraub contou com a anuência do presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson. “Nós temos aí um ano, pouco mais de um ano até as eleições. Daria tempo para ele entender e sobra como funciona a estrutura de Santa Catarina”, disse o presidente estadual do PTB.

Para concorrer ao cargo, Weintraub teria de abrir mão do cargo que tem atualmente, como representante do Brasil no Banco Mundial, em Washington. Ele foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro há dez meses, logo após deixar o cargo de ministro da Educação, que manteve por 14 meses. O estopim de sua demissão foi a sua manifestação na reunião ministerial de 22 de abril de 2020, quando sugeriu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Havia o risco que, sem o cargo de ministro e ainda no Brasil, Weintraub pudesse ser preso por suas manifestações.

Congresso em Foco

Plano Biden para as famílias: cobrar dos mais ricos e recuperar a classe média

US President Joe Biden addresses a joint session of Congress as US Vice President Kamala Harris and US Speaker of the House Nancy Pelosi applaud at the US Capitol in Washington, DC, on April 28, 2021. (Photo by Melina Mara / POOL / AFP)

Para estimular a competitividade dos Estados Unidos e recuperar sua classe média, o presidente Joe Biden propôs na quarta-feira um novo e gigantesco plano de gastos em auxílios para as famílias e para a educação, que ele deseja financiar ao cobrar que os riscos paguem uma taxa de imposto “justa”.

O “Plano para as Famílias Americanas” representa investimentos de 1,8 trilhão de dólares em 10 anos. O pacote se une ao plano de infraestruturas de US$ 2 trilhões já apresentado pelo presidente democrata, mas que ainda está longe de ser aprovado pelo Congresso.

Também sucede o pacote de ajuda para superar a pandemia de Covid-19, de 1,9 trilhão de dólares, que já permitiu a entrega de cheques de 1.400 dólares às famílias americanas.

“Estamos competindo com a China e outros países para vencer o século XXI. Temos que fazer algo mais que reconstruir, temos que construir melhor”, disse Biden em seu primeiro discurso ao Congresso, com um apelo para que as pessoas comprem produtos feitos nos Estados Unidos.

“Para vencer esta competição, temos que fazer os investimentos de uma geração em nossas famílias”, continuou o presidente.

Para financiar os gastos, uma das principais medidas do plano reverte os benefícios concedidos às classes mais ricas pelas reformas fiscais de 2017 de Donald Trump.

“É o momento de que as empresa americanas e o 1% mais rico dos americanos paguem sua parte justa”, disse o presidente.

De acordo com a proposta de Biden, a taxa de imposto máxima para as pessoas físicas aumentaria de 37% a 39,6%, mas isto afetaria apenas 1% das famílias mais ricas.

O mesmo aconteceria com os lucros de capital, como as operações na Bolsa, que atualmente desfrutam de uma taxa de imposto de 20% e que podem ser tributadas também em 39,6% para aqueles que recebem mais de um milhão de dólares por ano. Os americanos mais ricos representam apenas 0,3% dos contribuintes, segundo o governo Biden.

O Tesouro americano espera que as medidas gerem 700 bilhões de dólares de financiamento ao longo de 10 anos.

O plano também contempla a modernização da agência tributária com investimentos de 80 bilhões de dólares, depois que o Tesouro destacou que 1% dos mais ricos não declaram ao fisco quase 20% de seus rendimentos. Isto representa um déficit na receita tributária de US$ 175 bilhões, de acordo com o governo.

“Os críticos temem que o aumento dos impostos sobre os ganhos financeiros reduza o retorno dos investidores e provoque a queda dos preços das ações, mas os investidores particulares possuem na realidade apenas apenas um terço das ações no mercado”, afirmou o instituto de pesquisas Tax Policy Center.

Investir na classe média
Na opinião do analista de mercado Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, os aumentos de impostos propostos sobre lucros financeiros já foram descontados pelo mercado. “Não acredito que vai prejudicar o mercado ou o sentimento dos investidores”, disse.

O governo Biden pretende investir o que arrecadar na classe média.

O plano se concentra na educação, da pré-escola até a universidade. Em caso de aprovação, o projeto vai proporcionar matrícula gratuita para os dois primeiros anos do jardim de infância e também para dois anos de estudos em universidades comunitárias.

De acordo com o governo, a escolarização a partir do jardim de infância concederia ao PIB do país três vezes mais do que o custo.

O projeto também pretende aumentar os créditos fiscais para as famílias com filhos e subsidiar o custo das creches, com base na renda.

Os republicanos criticam os gastos, que também preocupam os partidários da ortodoxia orçamentária.

“O Congresso deveria seguir o exemplo do presidente”, admitiu o Comitê para um Orçamento Federal Responsável, uma organização centrista.

“Mas não devemos perder de vista as perspectivas de uma carga de dívida elevada e crescente”, completa a organização, pois a dívida pública americana já equivale ao PIB do país.

Para a conservadora Heritage Foundation, o apoio financeiro previsto pelo governo é uma interferência: “As famílias americanas estariam melhores se conservassem suas rendas para gastar com o que sabem ser melhor para elas, em vez de deixar o governo pegar seu dinheiro e redistribuí-lo por meio de benefícios decididos por políticos”, disse uma porta-voz.

AFP

Prefeitura de Caruaru divulga serviços que irão funcionar no Dia do Trabalhador

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Administração, informa os serviços e espaços municipais que irão funcionar neste sábado (1º), Dia do Trabalhador. Confira abaixo, as atividades das secretarias em atuação.

Saúde: Hospitais, UPAs e Samu estarão operando nos sistemas de emergência e urgência, bem como haverá expediente no Centro Municipal de Vacinação, das 7h às 19h, no Espaço Cultural Tancredo Neves. Já os serviços ambulatoriais nas Unidades Básicas de Saúde, bem como no Centro Municipal de Testagem, serão retomados na segunda-feira (03).

Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos: Plantão do auxílio funeral pelos telefones 98384-2410 e 98384-3756, assim como atendimento à população em situação de rua no Acolhimento Adulto, que fica na Rua Alferes Jorge, Bairro Indianópolis.

Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade: Os parques urbanos funcionarão das 9h às 17h, bem como o Parque Natural Professor João Vasconcelos Sobrinho (Serra dos Cavalos), das 9h às 16h. A coleta de lixo, assim como as manutenções de iluminação pública e do Rio Ipojuca acontecerão normalmente.

Feiras livres: Ocorrerão nos seus respectivos horários habituais. As do Parque 18 de Maio, das 4h até as 16h, bem como as do Salgado, Boa Vista e dos residenciais Alto do Moura e Cachoeira Seca (zona rural), das 5h até o meio-dia.

Ceaca (Central de Abastecimento de Caruaru): Expediente ocorrendo de forma habitual, da 0h até as 15h.

Secretaria de Política para Mulheres: Plantão do Centro de Referência da Mulher Maria Bonita (acolhimento de mulheres vítimas de violência) pelo telefone: 98384-4310.

Estados receberão 864 mil unidades de medicamentos de intubação

O Ministério da Saúde anunciou hoje (29) a distribuição de mais 864 mil unidades de medicamentos de intubação orotraqueal (IOT). A expectativa é de que esses insumos estejam à disposição de estados e municípios em até 48 horas.

Os medicamentos foram adquiridos por meio de pregões e de aquisições feitas junto à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Segundo o ministério, a distribuição às unidades federativas será feita por meio de parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

“A divisão leva em conta o consumo médio mensal e os estoques dos medicamentos – as duas informações essenciais para a consolidação do processo de divisão dos insumos pelo país”, informou, em nota, o ministério. Acrescentou que o país receberá mais 1,1 milhão de unidades de medicamentos do kit intubação, doados por empresas, o que deve ocorrer “nos próximos dias”.

Agência Brasil

Dia das Mães deverá movimentar R$ 12,2 bilhões no Brasil este ano

São Paulo – Comércio de rua reaberto após início da fase de transição do Plano São Paulo para combate à covid-19, no centro da capital.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima para o Dia das Mães deste ano um volume de vendas de R$ 12,2 bilhões em todo o país, o que representa aumento de 47% em relação ao resultado de 2020 (R$ 8,26 bilhões). O economista sênior da CNC, Fabio Bentes, disse hoje (29) à Agência Brasil que 2020 foi especialmente atípico para essa data, uma vez que o varejo não essencial estava fechado devido às medidas restritivas impostas pelas autoridades para o combate ao novo coronavírus.

Por isso, a CNC optou por comparar a expectativa de vendas de 2021 com a de 2019, que foi o último Dia das Mães normal do varejo. A movimentação financeira prevista para a data ficou 2% abaixo em relação à de 2019, que alcançou R$ 12,34 bilhões. O economista esclareceu que por movimentar praticamente todos os segmentos do comércio, o Dia das Mães é considerado o “Natal do primeiro semestre”. Em 2020, as vendas do varejo para a data recuaram 33,1%, maior queda da série histórica.

Vestuário
O segmento de vestuário, calçados e acessórios costuma, tradicionalmente, liderar as vendas nesse período do ano. Em 2020, movimentou R$ 1,6 bilhão, com redução de 62,7% em relação a 2019. Este ano, a previsão de faturamento do segmento se eleva para R$ 4,09 bilhões, segundo a CNC, mostrando variação positiva de 146%. “Vai mais que dobrar este ano”.

Fabio Bentes observou que em 2021 o varejo está pegando o processo de reabertura. “Os shopping centers estão voltando a operar, o que não tinha no ano passado. O segmento do vestuário é muito forte em shoppings e sofreu muito em 2020”. Ele explicou que além de ser o setor que mais vai movimentar, em números absolutos, as vendas no Dia das Mães, será também o que mais vai crescer em comparação ao ano passado, por essa realidade diferente da operação dos estabelecimentos comerciais.

Em seguida, devem vir os ramos de móveis e eletrodomésticos (R$ 2,38 bilhões) e farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 1,52 bilhão). Sobre o segmento de perfumaria, Bentes destacou que, além de ter um apelo natural associado à data, é um segmento de tíquete médio (valor médio das vendas de um período) também baixo. Disse que a crise sanitária acaba provocando uma crise econômica, pressão no orçamento das famílias, com desemprego ainda elevado e inflação alta. “Geralmente, quando você tem um cenário desfavorável para o orçamento familiar, esses segmentos crescem, como os de vestuário e perfumaria e cosméticos, aos quais os filhos recorrem no momento de aperto no orçamento”.

Mais baratos
De acordo com a CNC, da cesta de 17 bens e serviços para o Dia das Mães, somente cinco apresentaram retração na comparação com o ano anterior: bolsas (-7,6%), artigos de maquiagem (-6,3%), livros (-3,1%), roupa feminina (-2,3%) e sapato feminino (-1,3%). Em geral, a cesta apresenta a maior variação média desde 2016 (4,7% em 2021, contra 7,7%, em 2016). “É reflexo dessa inflação mais alta que a gente está experimentando este ano, primeiro do efeito da inflação de alimentos no início do ano e, depois, pela inflação de combustíveis. Quando a inflação é mais alta, isso acaba se espalhando para determinados preços do comércio”.

Levando em consideração a desvalorização do real no período, o economista afirmou que fica muito difícil para o varejista não repassar determinados aumentos de preço. “Quem tende a repassar é o varejista que está com a corda no pescoço”. Para o varejo de vestuário, isso ainda não ocorreu. Ele está oferecendo produtos a preços menores que os do ano passado, para tentar atrair o consumidor.

Em contrapartida, os setores que apresentaram os maiores aumentos foram os de TV, som e informática (19,2%), joias e bijuterias (14,4%) e flores naturais (13,3%). Bentes afirmou que em relação à TV, som e informática, o segmento vem de um ano não tão difícil, porque as famílias ficaram em casa e passaram a consumir mais esse tipo de produto, o que abriu espaço para a recomposição de margem. Além disso, boa parte desses produtos é montada no Brasil com componentes importados, nos quais o dólar alto acaba tendo impacto no preço. O mesmo ocorre em relação ao setor de joias e bijuterias, em que o preço das matérias-primas é cotado em dólar. “Então, quando o dólar sobe, acaba jogando também esses preços para cima”.

Por estado, São Paulo (R$ 4,46 bilhões), Minas Gerais (R$ 1,13 bilhão) e o Rio de Janeiro (R$ 1,2 bilhão) tendem a responder por mais da metade (55,4%) da movimentação financeira com a data das mães este ano, no varejo. Todas as unidades da Federação deverão acusar avanço real em relação ao resultado de 2020.

Fabio Bentes informou que na comparação com 2019, o Rio de Janeiro é o único dos três estados que deverá ter queda no faturamento no período, devido à conjuntura econômica e às condições de consumo locais mais adversas. A lista de redução do movimento financeiro é liderada pela Bahia (-6,5%), seguindo-se o Rio de Janeiro (-2,2%), Distrito Federal (-2,1%) e Espírito Santo (-0,7%).

Tíquete médio
Levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec-RJ) sobre o Dia das Mães mostra que o tíquete médio neste ano deverá ficar em torno de R$ 143,10 por consumidor, com movimentação de R$ 1,2 bilhão na economia fluminense. Em 2020 e 2019, os tíquetes foram de R$ 150,48 e R$ 167,26, com total injetado na economia de R$ 1 bilhão e R$ 1,7 bilhão, respectivamente.

Segundo a sondagem, feita entre os dias 21 e 23 de abril com a participação de 435 consumidores do estado do Rio, o número de consumidores que pretendem presentear na data aumentou. O índice subiu de 55,8%, em 2020, para 61,8%, em 2021. Em 2019, o percentual foi de 80%.

A pesquisa revela ainda que o índice de consumidores que não pretendem comprar presentes na data corresponde a 38,2%, contra 44,2%, em 2020, e 20%, em 2019. Do total, 57% afirmaram que a falta de intenção de compra está relacionada ao agravamento da pandemia.

Roupas lideram a intenção de compra para as mães este ano no estado do Rio, com 31,7%. Seguem-se perfume/cosméticos (30,6%), calça/bolsa ou acessórios (23,1%), cestas de café da manhã (17,2%), flores (11,8%), joias/bijuterias (11,3%), bolos/ chocolates (9,7%) e smartphones (5,9%). De acordo com o levantamento, 30,6% dos consumidores pretendem comprar mais de um tipo de presente. Em relação ao tipo de loja, 39,1% disseram preferir lojas físicas, 32,1% lojas online e 28,8% pretendem comprar nos dois formatos.

Lembrancinha
Para o comércio carioca, o Dia das Mães, que já foi data do “presentão”, este ano vai ser da “lembrancinha”. A avaliação é do Clube dos Diretores Lojistas do Rio (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município (SindilojasRio), que juntos representam mais de 30 mil lojistas.

O presidente das entidades, Aldo Gonçalves, esclareceu que a razão do baixo otimismo dos lojistas com o aumento das vendas para o Dia das Mães é que, “além da pandemia, as condições de vida dos brasileiros vêm se deteriorando, com a perda do poder aquisitivo. A recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 31 de março, mostra que a taxa de desemprego do trimestre encerrado em janeiro de 2021 atingiu 14,2%, com 14,3 milhões de desempregados, para os quais o consumo deixou de existir”. Gonçalves defendeu a renovação e ampliação urgentes de medidas que “mitiguem as imensas dificuldades que penalizam grande parte da população brasileira”.

Fechando portas
O executivo lembrou que no contexto de isolamento social por causa da pandemia de Covid-19, que alterou o comportamento de consumo das pessoas e obrigou o comércio a cumprir uma série de restrições que vêm castigando o setor, mais de 75 mil estabelecimentos comerciais fecharam as portas no ano passado no país. No Rio de Janeiro, foram mais de 10 mil, de acordo com dados do CDLRio. Aldo Gonçalves lembrou que, na capital fluminense, o comércio parou por quase 100 dias e cada dia parado representa cerca de R$ 405 milhões em perda de vendas.

Apesar do otimismo reduzido, os lojistas criaram promoções, descontos, sistemas de crédito diferenciados e diversificação de produtos na intenção de aumentar as vendas na data das mães. Eles apostam que vestuário, calçados, bolsas e acessórios, joias e bijuterias, perfumes, produtos de beleza deverão ser os presentes mais vendidos.

Diario de Pernambuco

Censo vira novo foco de tensão entre Supremo e Governo Federal

O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou o governo federal realizar o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021. O Executivo havia cancelado a realização do levantamento por falta de dinheiro. O magistrado, porém, acolheu pedido do estado do Maranhão e determinou ao governo a “adoção de medidas voltadas à realização do censo”.

Ao sancionar o Orçamento de 2021 na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez mais um corte na verba para o Censo demográfico. No dia seguinte, o então secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, confirmou que a pesquisa não seria feita neste ano. Os recursos para o censo, que inicialmente eram de R$ 2 bilhões, foram reduzidos para cerca de R$ 50 milhões. Marco Aurélio, porém, afirmou que a União e o IBGE, “ao deixarem de realizar o estudo no corrente ano, em razão de corte de verbas, descumpriram o dever específico de organizar e manter os serviços oficiais de estatística e geografia de alcance nacional”. Ainda não há data para a decisão individual do ministro ser analisada pelo plenário da Corte. O governo, agora, terá de rearranjar o Orçamento para bancar a realização do levantamento e cumprir a ordem.

Em nota, o sindicato dos servidores do IBGE criticou a decisão de Marco Aurélio. “Determinar a realização do Censo em 2021 é um erro, pois não é mais possível recuperar o que já foi perdido este ano”, afirmou a entidade.

A entidade pede uma garantia de R$ 250 milhões em recursos para as atividades do IBGE neste ano, com previsão para realização do Censo em 2022. Em março, após a decisão do Congresso de cortar a maior parte dos recursos destinados à pesquisa nacional, a presidente do instituto, Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração do cargo. Diante do corte, ex-presidentes do IBGE também alegaram que um novo adiamento da pesquisa deixaria “o país às cegas”.

O corte foi feito por congressistas, que têm a prerrogativa de mudar o Orçamento. O movimento do Legislativo foi motivado pela busca de recursos para bancar emendas parlamentares.

Sem culpa

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou que o governo não foi responsável por cortar as verbas para a realização do Censo, mas sim o Congresso. “Não fomos nós que cortamos o Censo. Quando houve corte no Congresso, a explicação que nos deram é que o isolamento social impediria que as pessoas fossem de casa em casa transmitir o vírus”, afirmou.

Avaliação

Na avaliação da doutoranda de Ciência Política na UFPE, Manuela Pereira, caso a decisão seja aprovada no plenário do STF, só vai reafirmar um estresse entre os poderes, que está cada vez mais acentuado desde o início da pandemia. “Isso se dá devido a medidas discricionárias que o Executivo vem tomando com a desculpa que não há viabilidade devido a pandemia ou por restrição orçamentária, prejudicando a continuidade dessas ações”, enfatizou.

Já o cientista político e doutorando em História Política, Alex Ribeiro, ressalta que a crise entre Executivo e outros poderes é uma característica do governo Bolsonaro. No entanto, as movimentações tomadas tanto pelo Judiciário, principalmente o STF, e membros do Congresso ocorre por dois fatores: a piora da disseminação da Covid e a queda de popularidade do governo Bolsonaro. Ribeiro ainda avalia que essas questões trazem menos confiança da população com o presidente. “O que leva outros poderes a agirem de forma calculada. Por isso a intervenção do ministro Marco Aurélio sobre a realização do censo, da criação da CPI, e das medidas tomadas contra governistas que apostam no caos, como o deputado Daniel Silveira”, afirmou.

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