Novo tanque de oxigênio é instalado no Hospital Municipal Manoel Afonso

Foto: Edmilson Tanaka

O Hospital Municipal Manoel Afonso (HMMA) recebeu, na última sexta-feira (25), um novo tanque de oxigênio. O atual tinha capacidade de 1.730m³ e o que chegou tem quase três vezes mais: 4.950m³. Com a aquisição do equipamento, haverá a garantia de uma melhor condição de abastecimento para a unidade, que é referência no tratamento da Covid-19 no município.

A substituição aconteceu na manhã da sexta-feira. Segundo o secretário de Saúde de Caruaru, Breno Feitoza, o novo tanque ajudará a conter uma possível crescente demanda por oxigênio de pacientes acometidos pela Covid-19. “Temos a preocupação de estar sempre um passo à frente da doença. Com esse novo tanque, nossa capacidade de armazenamento irá, praticamente, triplicar, garantindo um abastecimento mais seguro e duradouro”, disse.

Além do Hospital Manoel Afonso, a rede municipal de saúde conta ainda com mais três tanques de O2, localizados em outras unidades de saúde: Casa de Saúde Bom Jesus (CSBJ), UPA Respiratória e UPA Vassoural.

Novo programa de recadastramento preocupa pescadores artesanais

Nesta terça-feira (29), a coordenação nacional de Recadastramento do Registro Geral da Pesca (RGP), da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP/MAPA), lança o programa piloto de cadastramento e recadastramento de pescadores e pescadoras artesanais, em Pernambuco. De acordo com o agente social do Conselho Pastoral dos Pescadores – Regional Nordeste (CPP-NE), Severino Santos, a ação está prevista para começar a nível nacional em agosto, mas o Estado será o primeiro a realizar o processo em caráter experimental. “Isso se deve a uma ação civil pública que os pescadores artesanais pernambucanos moveram, em relação ao RGP, e que está em acordo judicial entre o MPF, DPU e INSS. Além disso, há um escritório na superintendência com estrutura mínima para auxiliar o grupo social e, ainda, porque Pernambuco é o estado com menor número de registros ativos”, comenta.

Organizações sociais ligadas à pesca artesanal, como o CPP-NE e associações de pescadores, colônias de pesca do litoral e do sertão, Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais de Pernambuco (MPP-PE) e Associação Nacional das Pescadoras Artesanais (ANP), iniciaram processo de discussão com a SAP/MAPA para tentar entender o processo. Embora a demanda seja emergencial, pois desde 2013 o governo federal não emite registros antigos ou novos, prejudicando o acesso do grupo social a direitos trabalhistas e previdenciários, o novo modelo preocupa a categoria que enfrentará uma série de gargalhos.

“Por ser online, o processo será ainda mais burocratizado e trará dificuldades tecnológicas para os pescadores acessarem o RGP, pois muitos deles não tem e nem sabem usar internet ou computador. O governo não leva em conta que lida com uma cultura tradicional”, avalia Santos.

PRAZO – Validado pela Portaria SAP/MAPA No. 246/2021, que ainda será publicada, o processo terá normas, critérios e procedimentos administrativos para inscrição no RGP e para concessão da licença de pescador e pescadora artesanal. O grupo social terá um ano para realizar o trâmite. Considerados pela SAP como melhorias, em relação à Instrução Normativa anterior (MPA No. 6/2012), alguns aspectos prometem trazer muita dor de cabeça para os pescadores e entidades de representação. “Percebemos, por exemplo, que o governo não prevê a exclusão de falsos pescadores, para quem será mais fácil praticar fraudes, pois não será mais necessário estar vinculado ou associado a uma organização social para requerer o recadastramento. Isso significa que qualquer pessoa poderá solicitar uma carteira de pescador, mesmo quem tem vínculo empregatício poderá ter um RGP”, alerta o educador social.

O governo também não levou em consideração características básicas do grupo social. No São Francisco, por exemplo, 95% dos pescadores e pescadoras usam embarcações de até 6,5 metros e muitos não têm acesso a Caderneta de Inscrição e Registro – CIR, emitida pela Capitania dos Portos, pois é necessário realizar curso teórico e prático. “Além disso, a Capitania não tem recursos para atender as demandas das comunidades pesqueiras. Para se ter uma ideia, se hoje um pescador solicitar um curso, ele só entrará na grande do ano seguinte. Em anos anteriores, foram menos de quatro cursos realizados para mais de 50 colônias de pescadores no Estado”, comenta o presidente da Colônia Z 05 de Tamandaré, Severino Ramos.

 GESTÃO – Há oito anos, quem vive da pesca artesanal enfrenta gargalos recorrentes, para se registrar. “Existem hoje mais de 4 mil pedidos de novos registros parados, em Pernambuco. E, desde 2007, o governo federal não apresenta estatísticas nacionais da pesca artesanal e o ordenamento da atividade acontece de modo pouco técnico, sem dados que permitam uma gestão pesqueira coerente e com ampla participação dos pescadores”, avalia Santos.

Essa situação preocupa, pois a pesca artesanal é uma fonte de renda e alimentação importante para várias cidades brasileiras, abastecendo com cerca de 70% do pescado o mercado nacional.

Também não há estatísticas sobre o número exato de pescadores artesanais no país. Segundo informações do antigo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), havia 1 milhão e 117.912 carteiras de pescadores artesanais, em 2015. “Se até agora foram canceladas 317.398, isso significa que temos mais de 800 mil válidas.

Nos últimos anos, esse problema tem se agravado, pois o governo federal, além de não emitir novas carteiras e renovar as antigas, tem cancelado muitas”, explica o educador social. Para os pescadores e pescadoras artesanais o RGP é essencial, pois só conseguem acessar seus direitos, como o seguro-desemprego no período defeso, um ano após receber a carteira.

 

NÚMEROS DA PESCA ARTESANAL (Fonte: CPP-NE)

 

– Total de 1 milhão 112 mil pescadores inscritos no RGP (Registro Geral da Pesca) no Brasil.

– O número de pescadores em Pernambuco, com registro no ministério é de 16 mil, contando os que têm o RGP e os que estão com os protocolos (sem RGP).

– Em Pernambuco tem 58 colônias de pesca e 28 associações de pescadores artesanais.

– Em Pernambuco, há uma média de 55 municípios com atividades de pesca artesanal, conforme lei do Programa Chapéu de Palha da Pesca Artesanal

Obras da Adutora do Agreste são iniciadas em Caruaru

O Governo do Estado, por meio da Compesa, deu início às obras do lote 4A da Adutora do Agreste, em Caruaru. As intervenções iniciadas nas proximidades da Rodovia BR 232, atravessarão a via e seguirão pela Avenida Serena e Maria José Lyra (na lateral do Caruaru Shopping), ambas no bairro Indianópolis. A partir daí, segue pela Rua João Francisco de Moura e atravessa o Rio Ipojuca no local onde está sendo construído o Parque Ambiental Janelas para o Rio, seguindo pela Rua Everaldo Cordeiro de Souza, no bairro Cidade Jardim, até chegar a ETA (Estação de Tratamento de Água) do Salgado.

Com previsão de conclusão para dezembro deste ano, o Lote 4A da Adutora do Agreste levará água para Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. No trecho da BR 232, a tubulação será implantada sem que seja necessário abrir o asfalto, ou seja, utilizando um método não-destrutivo de implantação de travessias, semelhante à execução de túneis, uma solução mais simples, versátil, econômica e segura, sem interferir na superfície e nem no tráfego. 

Grande parte da obra acontecerá em trechos urbanos residenciais e provavelmente será necessário fazer o desmonte de rochas. “Nestas áreas, faremos um trabalho de sensibilização e informação junto aos moradores. Além da vistoria prévia em todos os imóveis antes e após os procedimentos”, explica o gerente de Obras Especiais da Compesa, Rodrigo Costa. “A reposição do pavimento, por exemplo, será feita à medida que a obra for avançando. Tudo será feito com muito cuidado para gerar o mínimo impacto possível, sabendo que os benefícios serão infinitamente maiores após a obra”, destaca.  

ADUTORA DO AGRESTE – A Adutora do Agreste vai captar água das barragens abastecidas pela Transposição do Rio São Francisco para atender 23 cidades do Agreste Pernambucano, sendo este o maior sistema integrado de abastecimento de água do Brasil. Quando estiver em operação, o empreendimento vai beneficiar e melhorar a qualidade de vida de mais de um milhão de pessoas da região.

Covid-19: Boletim diário da Secretaria de Saúde – 28.06.21

A Secretaria de Saúde de Caruaru informa que, até esta segunda-feira (28), 96,97% dos pacientes já se recuperaram do novo coronavírus. Hoje, foram registrados 156 novos casos, 127 pessoas recuperadas da doença e dois óbitos.

O número de testes realizados subiu para 98.008 dos quais 36.843 foram através do teste molecular e 61.165 pelo teste rápido, com 29.589 confirmações para a Covid-19.

O número de casos descartados subiu para 67.880.

Também já foram registrados 113.292 casos de síndrome gripal e 2.456 pessoas estão em isolamento domiciliar.

Em investigação, a secretaria informa que são 539 casos, 43 pessoas em isolamento domiciliar e 50 internamentos.

Prefeitura de Caruaru abre mais um Centro de Vacinação Covid-19

Para atender toda a demanda de imunização contra a Covid-19 no município, a Prefeitura de Caruaru criou mais um Centro de Vacinação, que tem como sede a Escola Municipal Professora Josélia Florêncio da Silveira, no Bairro São João da Escócia. O novo espaço será aberto em parceria com a Uninassau, que estará disponibilizando vacinadores, e funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30. A capacidade de imunização nesta nova unidade é de 1.400 doses/dia.

Caruaru agora conta com três Centros de Vacinação Covid-19. Os outros dois são no Espaço Cultural Tancredo Neves e na Escola Professor Machadinho, no Bairro São Francisco, e funcionam, também, das 7h30 às 16h30.

Capacidade diária de vacinação

Com a inauguração de mais um Centro de Vacinação Covid-19, Caruaru passará a ter uma capacidade diária de imunização de 4.200 doses/dia, sendo 1.600 no Espaço Cultural Tancredo Neves, 1.400 doses/dia na Escola Professora Josélia Florêncio e 1.200 doses/dia no Centro de Vacinação da Escola Professor Machadinho.

Prefeitura de Caruaru divulga serviços que irão funcionar no Dia de São Pedro

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Secretaria de Administração, informa os serviços que irão funcionar no Dia de São Pedro (29) – feriado municipal. Confira abaixo, os expedientes das secretarias em atuação.

Saúde: Hospitais, UPAs e Samu estarão operando nos sistemas de emergência e urgência. Os Centros de Vacinação Josélia Florêncio e Espaço Cultural estarão operando das 7h30 até as 16h30, já o do Machadinho retomará as atividades apenas na quarta-feira (30). Os serviços ambulatoriais nos Centros de Saúde e PSFs, bem como os do Centro de Testagem, também não ocorrerão na data.

Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos: Plantão do auxílio funeral pelos telefones 98384-2410 e 98384-3756, bem como atendimento à população em situação de rua no Acolhimento Adulto, que fica na Rua Alferes Jorge, Bairro Indianópolis.

Ceaca (Central de Abastecimento de Caruaru): Com expediente nesta terça-feira, da 0h até as 15h.

Secretaria de Política para Mulheres: Plantão do Centro de Referência da Mulher Maria Bonita (acolhimento de mulheres vítimas de violência) pelo telefone 98384-4310.

Secretaria de Serviços Públicos e Sustentabilidade: Os parques urbanos funcionarão das 5h às 19h. A coleta de lixo acontecerá normalmente. O Mercado de Carne, no Centro, estará aberto até as 12h. A AME Animal não realizará atendimentos no dia 29 e as consultas voltarão a ser feitas por agendamento no dia 30.

Não haverá expediente interno na PMC, com o retorno das atividades somente na quarta-feira (30).

Pesquisa do Sebrae aponta que pequenos negócios têm maior taxa de mortalidade

O setor de microempreendedores individuais (MEI) é o que apresenta a maior taxa de mortalidade de negócios em até cinco anos, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com a pesquisa Sobrevivência de Empresas (2020), realizada com base em dados da Receita Federal e com levantamento de campo, a taxa de mortalidade dessa área de negócios é de 29%. Já as microempresas têm taxa, após cinco anos, de 21,6% e as de pequeno porte, de 17%.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, disse à Agência Brasil que a menor taxa de sobrevivência entre os pequenos negócios está relacionada à capacidade de gestão, à maior experiência e ao conhecimento do ramo. “Quando avaliamos a realidade da maioria dos MEI, a pesquisa mostra que, nesse segmento, há maior proporção de pessoas que estavam desempregadas antes de abrir o próprio negócio e que, por isso, não tiveram condições de se capacitar adequadamente e aprimorar a gestão”.

Somado a esse fato, a taxa de mortalidade na área de MEI também é influenciada pela maior facilidade de abrir e fechar esse tipo de empreendimento, quando comparado aos segmentos de microempresas e empresas de pequeno porte.

Dificuldades na pandemia
Melles destacou as dificuldades adicionais que a pandemia trouxe nesse cenário desfavorável às MEI. “Entre os pequenos negócios, os microempreendedores individuais foram os que mais amargaram prejuízos no faturamento. Não temos dúvida de que a pandemia de covid-19 intensificou as dificuldades e impôs outros desafios. Quando observamos o aspecto da gestão financeira, por exemplo, a situação ficou ainda mais complexa. As finanças são um desafio para a maioria dos MEI e no cenário de incertezas da pandemia, isso se tornou um grande problema”, afirmou.

De acordo com o Sebrae, quanto menor o porte da empresa, mais difícil obter crédito para manter o capital de giro e conseguir superar obstáculos como os causados pela pandemia de covid-19. Mais de 40% dos entrevistados citaram como causa do encerramento da empresa a pandemia. Para 22%, a falta de capital de giro foi primordial para o fechamento do negócio. A pesquisa também detectou que 20% dos antigos empresários reclamaram do baixo volume de vendas e da falta de clientes.

Entre as empresas que encerraram as atividades, cerca de 34% dos entrevistados acreditam que ter acesso a crédito poderia ter evitado o fechamento. Ainda segundo o levantamento, apenas 7% desse grupo de empresas solicitaram crédito bancário e obtiveram êxito.

Segmentos
Ao analisar a sobrevivência por setor, o levantamento mostrou que a maior taxa de mortalidade é verificada no comércio, onde 30,2% fecham as portas em cinco anos. Na sequência, aparecem indústria de transformação (com 27,3%) e serviços, com 26,6%. As menores taxas de mortalidade estão na indústria extrativa (14,3%) e na agropecuária (18%).

Minas Gerais é o estado com a maior taxa de mortalidade, 30%. O Distrito Federal, Rondônia, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram índice de 29%. O Amazonas e Piauí foram os que apresentaram as menores taxas de mortalidade (22%), seguidos pelo Amapá, Maranhão e Rio de Janeiro (23%).

Sobrevivência
A adesão ao comércio eletrônico é parte da estratégia de sobrevivência em meio à pandemia. A pesquisa de Impacto da Pandemia nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que 70% dos pequenos negócios já comercializam produtos pela internet.

“O empreendedor deve sempre buscar a inovação e a capacitação. Preparar a entrada no mundo dos negócios é o primeiro passo para ter sucesso com uma empresa”, destacou Melles.

Agência Brasil

Mesmo com pandemia, aumentou apreensões de drogas nas fronteiras

O Brasil tem a maior fronteira terrestre da América Latina e precisa organizar uma megaestrutura de segurança e logística para mapear e monitorar 17 mil quilômetros de divisas que podem ser usados para a entrada de drogas, armas e no contrabando de produtos ilegais no território nacional. A rede de proteção, criada de forma precária pelo governo, é definida pelos especialistas como uma peneira, recheada de buracos por onde entram produtos ilegais usados para sustentar economicamente organizações criminosas e criar uma economia paralela, a serviço de facções e quadrilhas que aterrorizam o país, desafiam autoridades e chegam a ocupar cargos no alto escalão do próprio Estado.

Apesar dos entraves estruturais, durante a pandemia da Covid-19, as apreensões de drogas e demais insumos ilegais aumentaram no país, em razão das tentativas de controlar a entrada de estrangeiros e de ações estaduais e federais para o fechamento de fronteiras. O presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Edson Vismona, especialista em ações de fronteira, destaca que ocorreram avanços na gestão do então ministro da Justiça Sergio Moro.

No entanto, ele teme que a retirada de recursos da área provoque retrocessos em um setor que precisa se desenvolver. “Tivemos um avanço importante durante a gestão do (ex) ministro Sérgio Moro, como a Secretaria Integrada de Operações (Seope), para integrar as ações policiais e o centro integrado de operações de fronteira, em Foz do Iguaçu, com apoio da Itaipu e a coordenação geral de fronteiras. Essas iniciativas resultaram em aumento permanente de apreensões, principalmente de cigarros, que é o líder de apreensões e que gera prejuízos bilionários aos cofres públicos. Mas tem que ter a manutenção destes recursos. É comum que ocorram cortes, principalmente no segundo semestre do ano”, diz.

Ele destaca que as ações para conter a entrada de itens ilegais é uma só e que as organizações criminosas se especializam no comércio de diversos produtos. “O tráfico de drogas tem as mesmas rotas do contrabando. É muito comum pegar caminhões carregados de cigarros contrabandeados, drogas e armas. Se encontra maconha e outros entorpecentes. Os grandes produtores de drogas estão aqui nas nossas fronteiras. O Brasil, pela sua extensão, passa a ser uma porta importante para alcançar a Europa, a África e o Oriente Médio”, completa.

Proteção
No último dia 26, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) inauguraram o “Fórum sobre Proteção Integrada de Fronteiras e Divisas”, no contexto da Semana Nacional de Políticas sobre Drogas.

O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, apontou, no evento, a dificuldade do governo em fiscalizar todo o território fronteiriço e destacou que a América do Sul é responsável por 75% de toda a oferta global de drogas.

“O enfrentamento do crime organizado desafia a capacidade de Estado do governo brasileiro. A América do Sul é o maior centro de cultivo, produção e distribuição de cocaína do planeta, alcançando 75% de toda oferta global de drogas. A região é também a maior produtora de maconha do mundo e concorre ainda para o contrabando internacional de armas, cigarros, agrotóxicos e outros produtos. Em termos de quantidades, essa região produz 3 mil toneladas de cocaína e 8 mil toneladas de maconha por ano”, relatou. Para dimensionar o tamanho da fronteira, o general exemplificou que os 17 mil quilômetros equivalem a 17 vezes a distância Rio de Janeiro-Brasília.

Ação conjunta
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, ressaltou, na ocasião, a dificuldade logística e a importância da integração, ação conjunta e união de esforços no combate ao crime. Ele ainda destacou as consequências das drogas na sociedade e nas famílias. “Por onde ela passa, deixa um rastro de violência, abandono, desemprego, destruição, caminhos esses que, muitas vezes, não tem mais volta. Precisamos encarar esse problema em muitas frentes: prevenção, repressão, descapitalização das organizações criminosas que lucram com a destruição causada pelas drogas”.Segundo a pasta, nos últimos 12 meses, foram apreendidas 673 toneladas de drogas que passaram pelas fronteiras brasileiras.

O Relatório Mundial sobre Drogas 2021, divulgado nesta semana pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), aponta que os mercados de drogas globais retomaram rapidamente as operações após a interrupção inicial no início da pandemia com remessas cada vez maiores de drogas ilícitas, um aumento na frequência de rotas terrestres e fluviais utilizadas para o tráfico, maior utilização de aviões privados para fins de tráfico de drogas e um incremento no uso de sistemas sem contato para a entrega de drogas aos consumidores finais.

“A resiliência dos mercados de drogas durante a pandemia demonstrou, mais uma vez, a capacidade dos traficantes de se adaptarem rapidamente a ambientes e circunstâncias diferentes”, diz um trecho do documento.

O Relatório também aponta que as cadeias de fornecimento de cocaína para a Europa estão se diversificando, propiciando a redução dos preços e aumentando a qualidade, ameaçando a Europa com uma maior expansão do mercado de cocaína.

Brasil, corredor do tráfico
A extensa faixa fronteiriça do Brasil coloca o país em uma posição indesejada, como corretor para o tráfico internacional de drogas.

Segundo o levantamento, no Brasil, um importante país de trânsito para a cocaína, nenhuma grande interrupção no comércio da droga foi informada e, durante a pandemia, as apreensões continuam em grande escala e os preços da cocaína permaneceram estáveis, indicando uma cadeia de abastecimento resistente, possivelmente devido à existência de estoques de drogas.

As maiores quantidades de maconha apreendidas em 2019, por exemplo, foram relatadas pelos Estados Unidos, seguido por Paraguai, Colômbia, Índia, Nigéria e Brasil. Dos 10 países que reportaram as maiores apreensões de erva cannabis no mundo, sete são das Américas.

O Brasil ocupa a terceira posição na lista das nações com maiores quantidades de produtos do tipo cocaína interceptados em 2019, logo após a Colômbia e os Estados Unidos. O relatório informa que, “aparentemente, o principal país de saída dos embarques para a África seria o Brasil, possivelmente devido à sua infraestrutura comercial e ligações linguísticas com alguns países africanos.”

Para o analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Guaracy Mingardi, o Brasil deve investir em uma polícia especializada de fronteira. “Mesmo os EUA, que têm fronteira menor com o México, não conseguem parar o tráfico de heroína e cocaína que vem de outros lugares. Eles têm polícia só para isso e não conseguem parar. Mesmo que o Brasil invista numa polícia de fronteiras, não resolve, mas melhora a situação”, analisa.

Ele destaca ainda que é preciso priorizar operações contra o tráfico interno, além da realização de campanhas antidrogas mais fortes e direcionadas.

“O que a gente vai escolher? Vai dificultar a entrada de drogas para consumo interno, impedir que circule aqui ou a que vai para a Europa? Lógico que o combate é feito em várias frentes, mas creio que a principal preocupação é a droga que vem para consumo aqui. A prioridade tem que ser a nossa população, tem que priorizar o tráfico interno”, conclui.

Correio Braziliense

Tecnologia como viabilizadora das práticas ESG

Por Marcello Albuquerque e Osvaldo Fabbro, diretores de Consultoria da Logicalis

A sigla ESG define a preocupação das empresas em três esferas: Environmental, Social and Corporate Governance (Governança Ambiental, Social e Corporativa, em português). O termo, cunhado no relatório da ONU “Who Cares Wins” em 2004, representa uma tendência que vem ganhando força no mercado desde iniciativas como o Eco92 e se torna cada vez mais crítico para um mercado que busca investir em companhias que possuem práticas para preservar os recursos ambientais, sociais e econômicos, e pode ter a tecnologia como sua aliada.

O ESG ilustra o compromisso com práticas mais sustentáveis e é uma tendência que invadiu as discussões do board das companhias. Uma pesquisa da Global Network of Directors Institutes (GNDI) sobre os reflexos da pandemia nos conselhos de administração e tendências globais mostra a importância das práticas, que foram impulsionadas por conta da Covid. O estudo apontou o ESG como a questão de maior impacto, seguida do reposicionamento dos negócios e maior competição por talentos.

Mas o que tecnologia tem a ver com as práticas ESG? A resposta é simples: ela é uma viabilizadora! Mais do que realizar estas iniciativas, é preciso comprová-las com indicadores de resultados e quantificação dessas ações, além de métricas de aumento das demandas, que tende a crescer ano após ano. O volume dessas ações e as exigências se tornam tão grandes que apenas com uso intensivo da tecnologia é possível reportar o quão bem ou mal a sua empresa está no mercado.

A tecnologia pode ser utilizada tanto na frente de estruturação dos processos e procedimentos envolvidos, quanto na frente de monitoramento destas atividades, com KPIs auditáveis. Com um trabalho consultivo e um olhar holístico e sistemático dos processos da empresa, é possível desenhar planos de ações para realizar as práticas ESG e identificar em quais áreas precisam ser atacadas do ponto de vista de sustentabilidade de negócio, impacto ambiental, social e de governança.

A veracidade dessas ações só pode ser autenticada a partir do rastreamento dessas iniciativas, com o uso, por exemplo, de IoT, Blockchain, Data Analytics, entre outras soluções, que devem ser adotadas e customizadas conforme a demanda da empresa.

Há diversas atividades que exemplificam o uso da tecnologia com foco nas práticas ESG, como: solução de crachás inteligentes que podem auxiliar na integridade do funcionário; privacidade de dados do paciente no hospital; rastreabilidade da cadeia de descarte de resíduos contaminados; eficiência de processos e melhor utilização de equipamentos a fim de diminuir o impacto no meio ambiente; programas de investimento em microempresas; entre outras possibilidades.

Além disso, a implementação de práticas de ESG exige uma governança sistemática e harmônica dentro do negócio e para conseguir isso, de forma auditável, é preciso ter integração de diferentes sistemas. Desta maneira, é possível comprovar a adesão a processos sustentáveis, que é o grande valor buscado pelas empresas que estão preocupadas com o tema.

Todas essas soluções que viabilizam as práticas precisam ser construídas a quatro mãos com empresas e integradores tecnológicos e, assim, conseguir desenvolver sistemas capazes de reduzir impactos ambientais e sociais, aprimorar a governança e permitir o monitoramento dos KPIs.

Essa tendência, que está começando a eclodir no país, também vem se tornando requisito para sobrevivência no mercado, que pode ser desenvolvida com parceiros que utilizam a disponibilidade tecnológica atual para esse fim – que conseguem desenhar, implementar e operar este tipo de solução, de acordo com a necessidade de cada tipo de negócio.

Plantação de maconha é incinerada no Sertão

Policiais militares da 7ª CIPM localizaram e erradicaram, no domingo (27), uma plantação de maconha na zona rural de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão pernambucano. Ao chegar no local, o efetivo escutou estampidos de disparos de arma de fogo e notou ao longe dois suspeitos fugindo por dentro da caatinga. Foram encontrados 1,1kg de maconha pronta para o consumo e 37g de sementes.

Foram feitas incursões e localizadas cinco roças, que juntas tinham 4.635 pés do entorpecente. Um homem foi localizado em uma delas e admitiu ser o proprietário. Em um rancho apontado pelo suspeito, foram encontrados 1,1kg de maconha pronta para o consumo e 37g de sementes.

O envolvido, juntamente com algumas amostras da plantação e a droga apreendida foram entregues na delegacia da cidade e o restante do plantio foi incinerado no próprio local.