Lei contra o superendividamento é sancionada: crédito mais responsável

A Presidência da República sancionou dia 1º de julho a Lei 14.181/21, que altera o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e o Estatuto do Idoso para, na prática, aperfeiçoar as formas de crédito e prevenir e tratar do superenvididamento. Chamada de Lei contra o Superendividamento, a norma deve garantir práticas de crédito mais responsável, educação financeira e tratamento de situações de superendividamento, garantindo mais dignidade ao consumidor para negociar dívidas. “A lei traz ares mais responsivos nas relações de fornecimento de crédito, protegendo a parte vulnerável e promovendo a obrigação das instituições de crédito orientarem seus clientes sobre os detalhes da modalidade de contratada, observando as particularidades de cada cliente e de contrato, como idade, saúde, nível de escolaridade e condição social”, explica Leandro Nava, advogado especializado em Direito do Consumidor, Mestre em Direito e sócio do escritório Nava Sociedade de Advocacia.

Com um capítulo exclusivo que trata da prevenção e tratamento do superendividado, a legislação pretende evitar empréstimos incompatíveis com a renda e outras situações que fogem ao controle dos clientes. “Considera superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial e proíbe a oferta de crédito de forma expressa ou implícita, por publicidade ou informe, que indique que a operação será realizada sem consulta ao serviço de proteção de crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor”, destaca Marco Antônio Araújo Júnior, advogado mestre em Direitos Difusos e Coletivos pela Unimes, ex-assessor chefe do Procon-SP e Fundador do Meu Curso Inteligência Educacional.

A lei proíbe, ainda, assédio ou pressão para o consumidor contratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito, principalmente se for consumidor idoso, analfabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agravada ou se a contratação envolver prêmio. A lei cria um mecanismo para ajudar a solucionar dívidas pendentes. “Cria a conciliação judicial, estabelecendo que, a pedido do devedor, o juiz possa instaurar processos de negociação de dívidas, com agendamento de audiência conciliatória, na presença de todos os credores, com proposta de plano de pagamento no prazo de 5 anos, preservado o mínimo existencial”, completa Araújo Júnior.

Irã teme ‘quinta onda’ ligada à variante Delta do coronavírus

O presidente iraniano, Hassan Rohani, alertou neste sábado (3) contra uma “quinta onda” do coronavírus, causada pela variante Delta, conclamando os cidadãos a respeitarem integralmente as instruções de saúde.

“Tememos estar a caminho da quinta onda em todo o país”, disse Rohani em reunião do Comitê Nacional de Luta contra o Vírus.

O Irã é o país do Oriente Médio mais afetado pela pandemia de covid-19. A doença já matou mais de 84 mil pessoas de um total de mais de 3,2 milhões de infectados, de acordo com os últimos dados oficiais, em grande parte subestimados pelas próprias autoridades.

“Nas últimas semanas, foi anunciado que a variante Delta do vírus havia entrado no país pelo sul e pelo sudeste”, lembrou Rohani, exortando os habitantes dessas regiões a serem mais “cuidadosos porque a variante Delta já se espalhou” nessas áreas.

Identificada pela primeira vez na Índia, a variante Delta, muito mais contagiosa, está agora presente em pelo menos 85 países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Irã enfrenta desde o final de março o que as autoridades apresentam como uma “quarta onda” da epidemia, ainda mais violenta do que as anteriores.

Em 5 de maio, as autoridades confirmaram a detecção de três casos da variante Delta na província de Qom (centro).

– “Controle das fronteiras” –
O ministério da Saúde do Irã informou que as províncias de Sistan-Baluchistão, Kerman, Hormozgan e Fars, localizadas no sul e sudeste do país, foram classificadas como “vermelhas”, o nível mais alto de risco epidemiológico de acordo com o código de cores adotado pelas autoridades para medir o risco de propagação do vírus.

Na província de Teerã, dez cidades, incluindo a capital, também foram classificadas como “vermelhas”.

Nas zonas vermelhas, todas as lojas devem fechar, exceto negócios considerados essenciais, como pequenos supermercados e farmácias.

Em Sistan-Baluchistão, as autoridades locais anunciaram na quarta-feira que fecharam “aos viajantes” os três postos de fronteira com o Paquistão “até novo aviso”, permitindo, no entanto, o transporte rodoviário de mercadorias.

Neste sábado, Aliréza Raïssi, porta-voz do Comitê de Controle de Doenças, pediu um “controle estrito das fronteiras” do país, “especialmente nas regiões do leste”.

Sufocada pelas sanções americanas, a República Islâmica lamenta não ser capaz de importar vacinas suficientes para proteger sua população, dadas as dificuldades em fazer pagamentos a seus fornecedores no exterior.

De acordo com o ministério da Saúde, mais de 4,4 milhões de pessoas (de uma população total de 83 milhões) receberam a primeira dose da vacina desde o início da campanha de vacinação em fevereiro, mas apenas 1,7 milhão de iranianos receberam as duas doses necessárias.

“Se Deus quiser, a situação vai melhorar em termos de vacinação a partir da próxima semana. A vacinação será mais extensa”, prometeu Rohani.

As autoridades anunciaram recentemente a aprovação do uso emergencial de duas vacinas fabricadas localmente que ainda não obtiveram autorização de comercialização.

“Devemos seguir escrupulosamente todas as regras (sanitárias) que estabelecemos para as zonas vermelhas” e outras regiões contaminadas, insistiu Rohani.

“Se as regras forem questionadas ou não forem seguidas, teremos um problema”, alertou.

AFP

Santa Cruz enfrenta o Paysandu no Arruda em primeiro jogo com caráter decisivo na Série C

Na lanterna do Grupo A com apenas três pontos conquistados em cinco jogos, o Santa Cruz tem o primeiro jogo com um caráter decisivo na Série C. Neste sábado, a partir das 19h, a Cobra Coral recebe o Paysandu no estádio do Arruda em busca da primeira vitória na competição. No terceiro compromisso sob o comando do técnico Roberto Fernandes, os tricolores querem manter a evolução que vem tendo nas últimas partidas para tentar deixar a zona de rebaixamento.

“É um trabalho de progressão. Esperamos que siga dessa forma. É normal que a equipe oscile, mas a tendência é que sigamos evoluindo. E para que a gente conquiste essa primeira vitória, eu acho que temos que estar um pouco mais concentrados principalmente nas finalizações. No último jogo enfrentamos um adversário do G4, não sofremos gols e tivemos algumas oportunidades, mas precisamos ter mais capricho para definir”, destacou Roberto Fernandes.

Contra o Paysandu, será o primeiro jogo do Santa Cruz sem o meia Chiquinho. O jogador aceitou uma proposta do futebol árabe e se despediu do elenco depois do empate contra o Volta Redonda, na última rodada. O substituto deve ser Rondinelly, que se recuperou da Covid-19 e está à disposição de Roberto Fernandes. Outro problema para o treinador é o volante Vitinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Karl deve assumir a vaga e voltar ao time titular.

Apesar dos desfalques, Roberto Fernandes ganhou novas opções para escalar o Santa Cruz. Recuperados de lesões, o volante Augusto César e o atacante Pipico estão à disposição da comissão técnica, mas não devem ser titulares. Além deles, os laterais Felipe Rodrigues e Gilmar, os zagueiros Victor Oliveira e Rafael Castro, o volante Maycon Lucas e o atacante Levi, contratados durante a semana, já estão regularizados e podem estrear com a camisa tricolor.

COMO VEM O PAYSANDU?

Comandado pelo técnico Vinícius Eutrópio, conhecido do torcedor tricolor por ter treinado o Santa Cruz em 2017, o Paysandu tenta se manter no G4 depois de vencer o Floresta fora de casa na última rodada. No provável time titular do Papão da Curuzu, alguns nomes conhecidos do futebol pernambucano, como o zagueiro Denilson e o volante Paulinho, que jogaram no Arruda na última temporada, e o volante Jhonnatan e o atacante Robinho, ex- Náutico.

FICHA DO JOGO

Santa Cruz
Geaze; Weriton, Breno Calixto, Júnior Sergipano (Victor Oliveira) e Eduardo; Derley, Karl e Rondinelly; França, Lucas Batatinha e Wallace Pernambucano. Técnico: Roberto Fernandes.

Paysandu
Victor Souza; Israel, Perema, Denilson e Diego Matos; Jhonnatan (Ratinho), Paulinho e Bruno Paulista; Robinho, Marlon e Nicolas. Técnico: Vinícius Eutrópio.

Local: estádio do Arruda, Recife (PE)
Horário: 19h
Árbitro: Ilbert Estevam da Silva (SP)
Assistentes: Gustavo Rodrigues de Oliveira e Amanda Pinto Matias (ambos de SP)

Diario de Pernambuco

Pesquisa: 54% dos brasileiros consideram Jair Bolsonaro ruim ou péssimo

A aprovação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a diminuir. De acordo com a pesquisa Exame/Ideia divulgada nesta sexta-feira (2), 54% da população brasileira considera o governo bolsonarista ruim ou péssimo.

De acordo com o estudo, 23% da população considera o governo ótimo ou bom. Aqueles que consideram o governo regular foram representados por 21% dos entrevistados.

Cerca de 3% dos entrevistados não souberam opinar.

Na última pesquisa divulgada, em 11 de junho, 49% dos entrevistados disseram que o governo era ruim ou péssimo.

Anteriormente, aqueles que consideravam o governo ótimo ou bom foram representados por 26% dos entrevistados. Consideravam o governo regular 23% dos entrevistados.

Cerca de 2% dos entrevistados não souberam opinar.

“Em relação à última pesquisa, detectamos uma queda tanto da avaliação positiva quanto da aprovação do governo e uma estabilidade bastante perigosa do ruim e péssimo, na casa dos 54%. Mais uma vez, as fortalezas do governo continuam em bastante evidência, com o grupo de evangélicos e o de moradores da Região Centro-Oeste”, diz Maurício Moura, fundador do Ideia, instituto especializado em opinião pública.

Trabalho do presidente

Na pesquisa divulgada nesta sexta-feira, quando questionados sobre a maneira como Jair Bolsonaro está lidando com seu trabalho como presidente, 51% dos entrevistados responderam que desaprovam a atuação do chefe do Executivo federal.

Aqueles que aprovam as ações do presidente foram representados por 24%. Cerca de 22% responderam que não aprovam ou desaprovam as atitudes de Bolsonaro.

Cerca de 3% dos entrevistados não souberam opinar.

Corrupção

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre os últimos escândalos de corrupção ligados ao chefe do Executivo Federal.

Nesta fase, os entrevistadores perguntaram se as pessoas concordavam com a seguinte frase: “O governo do presidente Jair Bolsonaro combate a corrupção”.

Discordaram da frase 45% dos entrevistados. Já quem concordou com o argumento foi representado por 28% dos entrevistados.

Cerca de 27% dos entrevistados não concordaram ou discordaram com a frase.

O estudo também questionou a mudança de opinião sobre o combate à corrupção do governo Bolsonaro. O presidente utilizava do discurso anti-corrupção durante todo seu mandato.

Nesta fase, a seguinte pergunta foi feita: “Você mudou sua percepção/opinião sobre o combate à corrupção por parte do governo Jair Bolsonaro na última semana?”.

Responderam “não” 79% da população, e “sim”, 21%.

A pesquisa também questionou os entrevistados sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID no Senado. Na pergunta feita, os entrevistados citaram o esquema de corrupção envolvendo o superfaturamento das vacinas Covaxin.

A maioria (67%) respondeu que sabe sobre a investigação realizada no Senado para apurar o escândalo de corrupção. O que não sabiam sobre a questão foram representados por 33% dos entrevistados.

A pesquisa

A pesquisa foi realizada com 1.248 entrevistas, homens e mulheres, residentes no Brasil com idade igual ou superior a 16 anos em todas regiões do país.

O estudo tem um grau de confiança igual a 95%, aceitando uma margem de erro máxima prevista de aproximadamente 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

PE anuncia retomada de cirurgias eletivas, após redução nos indicadores da Covid-19

O Governo de Pernambuco, em coletiva na manhã desta sexta-feira (2), anunciou uma redução de 23% dos indicadores da Covid-19 no Estado. De acordo com o Secretário Estadual de Saúde, André Longo, a Região Metropolitana do Recife apresenta uma taxa de ocupação de UTI abaixo de 70%, o que permite iniciar um Plano de Reconversão de Leitos da rede pública, com o objetivo de permitir o atendimento de outras patologias (além da Covid-19) e a retomada das cirurgias eletivas, que haviam sido suspensas.

“Por mais uma semana, na quarta consecutiva, observamos redução dos indicadores da Covid-19 em Pernambuco, configurando um cenário epidemiológico em evolução positiva. Registramos um total de 1093 notificações de casos de SRAG aqui na semana epidemiológica 25, que representa uma redução de 23% na comparação com a semana 24 e de 63% quando comparamos 15 dias. Em relação as solicitações de leito de UTI, tivemos queda de 18,3% quando analisamos o Estado, como um todo, o que está levando a taxa de ocupação a cair abaixo de 70%. Ainda há diferenças, nós temos um evolução mais positiva e mais rápida na Região Metropolitana do Recife”.

Cirurgias eletivas
O secretário estadual também pontou que a Macrorregião I, que compreende a Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata, se comparada com outras regiões do Estado, estão em fases diferentes do Plano de Convivência, o que permite o atendimento de outras patologias e a retomada segura das cirurgias eletivas na Rede Pública de Saúde.

“É importante deixar claro nesse momento nós não estamos falando em fechamento de leitos, mas sim, vagas que haviam sido transformadas em leitos que atendiam a pacientes não Covid-19 que foram transformadas para atender Covid e que agora voltam para o atendimento de outras patologias, onde podem ser rapidamente reconvertido em caso de necessidade”, explicou.

Diario de Pernambuco

Wagner Moura e Emilie Lesclaux são convidados para votar em filmes do Oscar da próxima edição

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, responsável pela organização do Oscar, convidou 395 profissionais da cultura para ingressarem em sua equipe, nesta quinta-feira (1º).

Entre os convidados, de 50 países, estão os brasileiros Wagner Moura e Andrea Barata Ribeiro. A lista foi divulgada no site da Academia.

“A seleção dos membros é baseada em qualificação profissional, além de critérios de representação, inclusão e equidade como uma prioridade”, diz a nota.

“A equipe de 2021 é composta por 46% de mulheres; 39% de povos étnicos sub-representadas; e 53% de estrangeiros. Entre os convidados, há 89 [profissionais que já foram] indicados ao Oscar, dos quais 25 são vencedores.”

Além dos brasileiros, a francesa Emilie Lesclaux, produtora de “O Som ao Redor”, “Acquarius”, “Bacurau”, “Pernmanência” e “Sem Coração”, idealizadora do Janela Internacional de Cinema do Recife e que reside em Pernambuco desde 2002, também foi convidada para integrar a lista de membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Entre os outros nomes divulgados, além do ator famoso por atuar em obras como “Tropa de Elite” e “Narcos”, a cineasta Carolina Markowicz, de “O Órfão”, o diretor de fotografia João Atala, de “Democracia em Vertigem”, Karen Akerman, de “Simonal: Ninguém Sabe o Duro que Dei”, e os produtores Fabiano Gullane, de “Uma História de Amor e Fúria”, Paula Barreto, de “João, o Maestro”, e Andrea Barata Ribeiro de “Cidade de Deus”.

Os convidados poderão votar em filmes da próxima edição do evento, além de participarem de decisões.

Danilo Cabral diz que campanha de Bolsonaro pelo voto impresso é ameaça à democracia

Contrário ao uso de comprovação impressa de voto , o conhecido voto impresso, o deputado Danilo Cabral (PSB), criticou a campanha que tem sido feita pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro, em favor da implementação do voto impresso nas disputas eleitorais brasileiras. Para Cabral, o favorecimento de Bolsonaro a essa modalidade de votação é é um atentado à democracia e se dá, por temer não poder contestar uma possível derrota sua nas urnas em 2022.

“Nós somos contra ao voto impresso, de forma objetiva, o voto impresso como está sendo proposto pelo presidente Bolsonaro é uma ameaça a própria democracia, porque ele que fazer uso da cédula de comprovação de voto para pressionar, para comprar o voto do cidadão, e temos que preservar na democracia a liberdade soberana de escolha do cidadão sem pressionamentos. Então, a forma como está sendo proposto pela base do presidente Bolsonaro fica simplesmente incabível essa questão do voto impresso, é simplesmente um argumento para que ele faça uso de um movimento de questionamento a uma possível derrota dele em 2022”, destacou.

Folhape

Mulher é assassinada a tiros dentro de automóvel

A Polícia Civil de Pernambuco registrou mais um crime de morte, neste ano, em Toritama, no Agreste do Estado. Paula Maria do Paraíso Lima, de 35 anos, estava trafegando com o seu automóvel numa estrada de terra e na companhia do marido, quando foi surpreendida com a chegada de criminosos, que efetuaram vários disparos de armas de fogo.

Ela morreu no veículo já o companheiro conseguiu fugir da investida criminosa. Após o levantamento cadavérico do Instituto de Criminalística, o corpo da vítima foi encaminhado ao IML de Caruaru.

Saúde Estudos avaliam vantagens de maior intervalo da vacina AstraZeneca

FILE PHOTO: Vials labelled

O Ministério da Saúde distribuiu até agora cerca de 130 milhões de doses de quatro tipos de vacina contra covid-19 para todo o país. Quase metade é do imunizante desenvolvido pela universidade inglesa de Oxford com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e fabricado no Brasil pela Fiocruz.

Inicialmente, o intervalo entre as duas doses dessa vacina era de quatro semanas. Logo depois aumentou para três meses. Agora, os pesquisadores de Oxford indicam que pode ser mais vantajoso tomar a segunda dose 11 meses depois da primeira. Os dados preliminares mostram que esse intervalo maior pode aumentar a resposta imunológica até 18 vezes.

O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, comentou sobre a possibilidade de ampliar o intervalo entre as doses e destacou a importância dos estudos, mas que é preciso tomar a segunda dose no tempo estabelecido.

Ele disse que “em países mais pobres a imunização é feita com vários tipos de doações.” Frisou que é preciso respeitar a data da segunda dose anunciada no cartão de vacinação.

Ou seja, apesar das pesquisas, ainda é preciso – e muito importante – tomar a segunda dose da vacina na data indicada no cartão de vacinação. Outros estudos também são conduzidos, por exemplo, para avaliar a possibilidade de concluir o esquema vacinal com uma dose, no caso da Janssen, ou com duas doses nas demais vacinas, e, depois, tomar a terceira dose como reforço. Essa dose poderia ser da mesma vacina ou de outro imunizante.

Intercâmbio de vacinas

Os pesquisadores também testam o que chamam de intercâmbio de vacinas, para aproveitar as diferentes respostas imunológicas provocadas por cada imunizante. Em Oxford, o teste é com a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.

Renato Kfouri destacou que, entre os motivos para pesquisas desse tipo, está a vacinação em países mais pobres, que receberão doações de diferentes tipos de imunizante.

É o caso da cidade do Rio de Janeiro. Desde ontem, as gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca vão receber a segunda da Pfizer. No dia 12 de maio, o Ministério da Saúde decidiu que as grávidas não devem ser vacinadas com a AstraZeneca, devido ao risco de reações adversas.

Vale destacar que as pesquisas conduzidas pela Universidade de Oxford estão em fase inicial. São estudos de segurança e resposta imunológica, e ainda não têm dados sobre eficácia.

Muito prazer, sou Eduardo Leite

Por Marcelo Tognozzi*

Eduardo Leite (PSDB/RS) se define um governador gay; “não um gay governador”. Ele quebrou o tabu com toda a simplicidade do mundo, ao decidir falar sobre sua orientação sexual no programa do Pedro Bial. Na tela o semblante de Leite era de tranquilidade, mas uma leitura corporal mais atenta revela que ele fervia por dentro, numa intensa emoção de quem dá o 1º passo rumo ao desconhecido. Nunca tinha visto um político falar sobre homossexualidade com tanta naturalidade, como se estivesse na sala de visitas da casa dos seus eleitores gaúchos, numa roda de mate.

Nunca houve segredo sobre a sexualidade do governador. O que havia era o recato de não tratar isso politicamente. Ser ou não ser não é a questão, como ele mesmo reconhece. As pessoas têm o direito à sua vida privada, escolhas, seguir seus caminhos e o governador não trata da sua orientação sexual como um ativo político, mas como parte da sua essência como ser humano. Se isso vai credenciá-lo a disputar a Presidência da República, dar ou tirar votos, é outra conversa. O certo é que gente feliz não dá trabalho.

Há mais de uma década o Brasil convive com uma corrente política cuja ideologia se confunde com a orientação sexual, prática e discurso dos seus simpatizantes. A figura mais destacada deste “partido” tem sido o ex-deputado Jean Wyllys, que renunciou ao seu mandato pelo Psol (Partido Socialismo e Liberdade) e mudou-se para a Europa alegando perseguição. No seu lugar ficou David Miranda, que é casado com o jornalista Glenn Greenwald.

Wyllys partiu para cima de Eduardo Leite, aplicando-lhe uma tuitada ardida, odiando a entrevista do governador até a raiz dos cabelos: “Enquanto o gay recém-saído do armário não expressar por ATOS e novas palavras que se arrepende de ter apoiado alegre e explicitamente um homofóbico racista que se revelou genocida, sua saída do armário não será, para mim, fonte de alegria acrítica. Não adianta”. Como se Eduardo Leite precisasse de Jean Wyllys para fazer política…

Incrível. O sujeito acredita numa espécie de purismo gay e que não há salvação política para os homossexuais fora da esquerda. Quando aparece alguém pensando diferente, é preciso massacrar, criticar, cobrar para que se arrependa desse pecado mortal.

O problema dos intolerantes é que eles querem ser tolerados, mas se negam a tolerar. É como se os gays, negros e feministas não tivessem o direito a escolhas fora do cardápio político imposto pelos dogmas de uma ideologia decadente, o reverso da moeda da direita ultraconservadora e, como ela, movida a ódio e preconceito.

Na eleição de 1994, Leonel Brizola atacou o presidente Itamar Franco: “Este namoro do Itamar é puro marketing”. Se referia ao namoro de Itamar com Jane Drummond. E seguiu desembestado, lembrando que o ex-deputado Álvaro Valle era gay e, em 1988, arrumou um casamento de fachada para poder disputar a eleição para prefeito do Rio. Itamar respondeu que não escondia seus amores, que amava à luz do dia –referência às amantes de Brizola, uma das quais morena atlética e brejeira que o encontrava em segredo no Hotel Nacional. ACM dizia que os políticos são sempre acusados de 3 coisas: ladrão, corno ou veado. “O ideal é que seus adversários escolham a menos pior”, brincava.

Conheci Itamar desde os tempos de senador e ele não era gay. Álvaro Valle era. Imagino o quão difícil tenha sido para o Álvaro administrar essa situação naqueles tempos duros, desde sua 1ª eleição em 1963. Como repórter do velho JB e da Folha, fui muitas vezes na casa dele em Brasília conversar sobre política, levado por Vladimir Porfírio, amigo comum. Era um homem de direita, inteligente, culto, bom gosto, boa conversa e assessorado por uma cozinheira capaz de transformar qualquer almoço num evento inesquecível. A orientação sexual do Álvaro era algo irrelevante diante da capacidade de análise e da qualidade das informações que fornecia. Na cartilha de Jean Wyllys, um homem como Álvaro Valle seria demonizado, tratado como alguém asqueroso.

Eduardo Leite é jovem, tem 36 anos e muita estrada pela frente. Num tempo de pós-verdade, fake news e outras feitiçarias, deseja ser lembrado pelo que é de verdade e não pelo que pode parecer ser e não é. Na realidade, o governador deu um passo bem estudado, que faz parte de uma estratégia para esvaziar esse assunto antes que seus adversários se utilizem dele para denegrir sua imagem. É a velha máxima do conte sua história antes que seu adversário o faça. A entrevista de 1º de julho serviu para que ele se apresentasse ao Brasil: Muito prazer, sou Eduardo Leite e quero ser presidente da República.

Num Rio Grande do Sul repleto de guerras e revoluções que atravessaram o século 19 e só acabaram depois de 1930, prevaleceu a cultura do macho guerreiro, apreciador do banho frio e do mate pelando. Pelotas, terra de Eduardo, sempre foi vista como uma cidade de homens finos demais para os padrões gauchescos. Na campanha para a eleição de 2002, Lula tratou da fama dos pelotenses num vídeo no qual chamou Pelotas de cidade polo “exportadora de veados”. Repetiu a referência que fazia a Campinas (SP) antes de ser enquadrado pelo politicamente correto.

Falar da sua orientação sexual fez de Eduardo Leite alguém livre de amarras e algemas, num mundo que foi e continua sendo extremamente cruel com os gays. Roger Casement, herói da independência da Irlanda, foi enforcado em 3 de agosto de 1916. Diplomata a serviço da coroa durante anos, era um corajoso e incansável defensor dos direitos humanos. Relatou em detalhes atrocidades no Congo e no Peru. Como guerreiro e revolucionário, lutou pela independência do seu país, então dominado pela Inglaterra. Capturado, acusado de traição, julgado e condenado a morte, por décadas a fio foi lembrado como um homossexual pervertido por ousar registrar sua vida amorosa num diário, mais tarde transformado pelos ingleses em best-seller para enterrar de vez a reputação do “traidor”.

A 500 quilômetros da prisão de Pentoville, onde Casement esperava a hora de ser morto, numa Paris envolta pela primavera cinzenta dos tempos da Primeira Guerra, o poeta português Mário de Sá Carneiro, 25 anos, deitou-se na sua cama do Hotel de Nice para um encontro marcado com a morte regado a estricnina. Dia 26 de abril de 1916.

Sá Carneiro matou-se, como ele mesmo justificou numa carta a Fernando Pessoa, pelas próprias angústias e desconfortos: “É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra –vivi o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão(..)”. A carta revela um Mário embriagado pelo que era, mas a ficha cai e ele entende sua condição exposta melancolicamente naqueles versos em que se define como qualquer coisa de intermédio.

O intermediário, aquele no meio do caminho, o ser que não era nem uma coisa nem outra. Ao falar da sua intimidade com simplicidade e humildade, Eduardo Leite exorcizou o intermédio e colocou a eficiência e a competência acima dos preconceitos. Sem espetáculos, palanques e sem misturar homossexualidade com ideologia. Afinal, ser gay não é virtude nem defeito; é condição humana.

*Jornalista. Texto publicado originalmente no portal Poder360.