Prefeitura de Caruaru entrega peças doadas através da Aldir Blanc para instituições filantrópicas

Foto: Elvis Edson

A Prefeitura de Caruaru, através da Fundação de Cultura (FCC), entregou, na manhã desta terça-feira (4), cerca de 700 peças doadas em contrapartida dos recursos da Lei Aldir Blanc. As obras de artesãos do Alto do Moura foram distribuídas para instituições filantrópicas do município, que poderão também comercializar as mesmas e reverter a renda para manutenção dos serviços e dos espaços.

Foram beneficiadas instituições como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Caruaru; Casa dos Pobres; Instituto do Câncer Infantil do Agreste (ICIA) e a Liga Feminina de Combate ao Câncer. “A orientação técnica da Fundação de Cultura foi de que a gente destinasse as peças às instituições para que elas pudessem utilizar ou comercializar. Pedimos que os artistas dissessem o valor mínimo de cada peça e, daqui para frente, a responsabilidade é de cada instituição”, destacou o presidente da FCC, Rubens Júnior.

“Nós costumávamos fazer duas festas por ano e o dinheiro arrecadado era para manter a nossa casa de apoio. Com a pandemia, isso não foi possível acontecer. A ideia foi brilhante. Deus abençoe a todos vocês e a todos os artesãos que tiveram essa iniciativa de ajudar a todos nós. Muito obrigado de coração”, pontuou a presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, Irandy Alves Leonel.

“A dificuldade está presente em todos os segmentos. Diante de tudo isso, vocês tiveram essa iniciativa, essa sensibilidade de presentear as instituições com um ato tão nobre. A gente tem uma cultura muito rica e ela é extremamente valorizada. Então é algo muito sensível e a gente agradece muito de lembrar de todos nós”, finalizou a coordenadora dos voluntários do ICIA, Cynthia Alves.

Obras expostas
No Espaço Cultural Tancredo Neves, quem está indo para a vacinação tem a oportunidade de passar por algumas das obras de contrapartidas da Lei Aldir Blanc, que estão expostas temporariamente.

Icia promove Live para tirar dúvidas sobre a Campanha Imposto de Renda 2021

O Instituto do Câncer Infantil do Agreste, o Icia, é uma das instituições que podem ser beneficiadas com a destinação de parte do imposto devido, dentro da declaração do Imposto de Renda da Receita Federal. O prazo para a declaração Pessoa Física está chegando ao fim, vai até dia 31 de maio. Por isso, a instituição vai promover uma Live para tirar dúvidas sobre o processo de destinação.

Para quem ainda não declarou o Imposto de Renda é uma oportunidade de entender melhor esse processo e ajudar as crianças e adolescentes com câncer. Para quem já declarou ainda dá tempo de retificar a declaração e fazer a destinação.

A Live está marcada para a próxima quinta-feira, dia 06, às 19h. A transmissão será realizada através das redes sociais do instituto. No canal Icia Agreste no YouTube, no @iciagareste no Instagram, e no Facebook Icia Agreste.

Os convidados são Rafael Casimiro, Delegado da Receita Federal em Caruaru, Manuel Morais, Delegado Adjunto da Receita Federal em Caruaru, e Deyvson Queiroz, Presidente da Associação dos Contabilistas de Caruaru e Agreste de Pernambuco / Accape. Eles estarão ao vivo conversando com o jornalista Wesley Santos, além de participações especiais de Fernando Júnior, Presidente da OAB Caruaru, Dorgivânia Arraes, Presidente da CRCPE, e Jefferson França, Contador e Voluntário do Icia.

O Icia é uma instituição que mantém gratuitamente atendimento médico e multidisciplinar para crianças e adolescentes com câncer, recebendo pacientes de todo agreste de Pernambuco e até demandas de outras regiões do país. Mas conta, exclusivamente, de doações da população para poder continuar ofertando os serviços. São 17 anos de uma luta diária que não pode parar, poiso câncer não espera.

Resultado de uma parceria entre o SENAI-PE e o SEBRAE-PE irá implantar tecnologias da Indústria 4.0 em empresas pernambucanas

Impulsionar o crescimento das micro e pequenas indústrias pernambucanas: essa é a proposta do Programa Minha Indústria Avançada – MinA, iniciativa conjunta do SENAI-PE e do SEBRAE-PE. Por meio da adoção de tecnologias de baixo custo da Indústria 4.0 e de consultorias, o projeto pretende alavancar a produtividade de indústrias de todo o Estado ao longo dos próximos três anos. O lançamento oficial do programa está marcado para o próximo dia 6, às 19h, com transmissão pelo canal do YouTube do SENAI-PE. Direcionado para o setor produtivo, o evento contará com a presença do presidente do Sistema FIEPE e do Conselho Regional do SENAI-PE, Ricardo Essinger, e do diretor Superintendente do SEBRAE-PE, Francisco Saboya. O encontro contará, ainda, com palestra sobre “Inovação e Tecnologia na Indústria 4.0”, ministrada pelo ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

Em linhas gerais, o Programa MInA consiste na instalação de sensores nas linhas de produção das indústrias, que, por meio de tecnologias como computação em nuvem e internet das coisas (IoT), são capazes de mensurar, em tempo real, informações como quantidade produzida e descartada e tempo de parada de máquinas, números que geram indicadores importantes para a gestão produtiva e acompanhamento da eficiência da empresa.
Todos esses dados são enviados para uma plataforma e servem como subsídio para os consultores especializados do SENAI-PE, que empregam ferramentas do lean manufacturing para garantir a melhoria contínua da produção. O software utilizado no projeto foi desenvolvido em Pernambuco, pelo Instituto SENAI de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs).

Dentro do programa, as empresas arcarão com a instalação dos equipamentos necessários para a sensorização da linha de produção e com 30% do valor das consultorias e do software. Os 70% restantes serão custeados pelo SEBRAE-PE. Ao todo, o programa tem capacidade para atender mil indústrias até 2023. “O principal objetivo dessa parceria é garantir que o setor produtivo pernambucano esteja inserido nesse novo cenário tecnológico, o que resultará no aumento da produtividade e da competitividade das nossas indústrias, algo essencial nesse contexto que estamos vivenciando”, explica a diretora regional do SENAI-PE, Camila Barreto.

Para se ter ideia, a adoção dessa metodologia em um programa-piloto realizado pelo Departamento Nacional do SENAI com 43 indústrias conseguiu alavancar em 22%, em média, a produtividade dos negócios avaliados, distribuídos em 24 estados do País. Em Pernambuco, o piloto foi feito na Docile Nordeste, fábrica de doces localizada em Vitória de Santo Antão, que percebeu um aumento de 6% em sua produtividade, já bastante alta. Hoje, o MInA está implantado em mais de 100 indústrias.

SERVIÇO
Lançamento oficial do Programa Minha Indústria Avançada – MinA
Data: 6 de maio, às 19h, com transmissão pelo YouTube do SENAI-PE

O luto do filho que perdeu a mãe

Com o Dia das Mães chegando, sempre tem o outro lado que envolve esta data comemorativa, com o luto e a saudade dos filhos que já não tem mais suas mães. Do ponto de vista teórico e técnico, o assunto da parentalidade exige uma contextualização e definição antes de adentrar esse campo. Para falar sobre a perda de uma mãe, precisamos compreender que “mãe” é uma palavra que se constrói não como um adjetivo pessoal, mas como inscrição e nomeação diante de uma relação, como esclarece a professora do curso de psicologia do UniFavip, Deysiane Macêdo.

“A existência de uma mãe pressupõe um outro, um filho que, reciprocamente, a adote neste lugar. Sim, adoção é um fenômeno essencial na parentalidade, independentemente de haver laço consanguíneo ou não. É necessário que a mãe adote o filho como depósito de seu amor e prontidão, e que o filho a adote como colo e sustentação. Então aqui falamos da maternidade de forma abrangente, compreendendo “mãe” como figura de acolhimento e ponto de formação, sem obrigação biológica ou de gênero. Como popularmente se diz, a mãe a qual nos referimos é “a que cria”, explica a docente, que complementa.

“E o que é essa criação? Para a psicanálise, seria justamente esse colo. Um seio, no sentido metafórico, que nutre o sujeito, seja no cuidado de suas necessidades básicas, seja nutrindo-o de amor. Ser mãe envolve uma modelação, uma sustentação e uma apresentação dos objetos que formam esse mundo. A maternidade se bem exercida, promoverá um sujeito autônomo, independente e capaz de desejar por si só”, explana.

Mas além das funções básicas da maternidade na infância, há também uma extensão dessa relação até a fase adulta dos sujeitos. Essa mãe deixa de ser uma necessidade natural de sobrevivência, mas segue na construção de uma relação de confiança, presença e, porque não dizer, de amizade. Onde, mesmo havendo independência do sujeito, essa mãe ainda é referência de segurança e ponto de fortalecimento nos momentos mais emblemáticos da vida.

“Para falar sobre a morte de uma mãe, vale primeiro se questionar sobre o tipo de morte referido. Essa perda é uma morte física e concreta? Ou trata-se de uma morte simbólica, de uma rejeição ou abandono? São inúmeras possibilidades. Também devemos compreender em que momento do desenvolvimento essa perda ocorreu. É possível que este luto se elabore por vias naturais, mas também encontramos muitos casos, nos quais se faz necessário um acompanhamento profissional, como a psicoterapia. Há também a importância do apoio das redes relacionais, ou seja, da família, amigos e trabalho”, finaliza Macêdo.

Polícia Federal em Pernambuco deflagra Operação BACKGROUND

Polícia Federal em Pernambuco deflagra Operação BACKGROUND de combate à prática de crimes tributários, financeiros, contra a organização do trabalho, de fraude à execução, de lavagem de dinheiro e de constituição de organização criminosa.

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou na manhã de hoje (05/05/2021), a Operação Background com a finalidade de dar cumprimento a 53 (cinquenta e três) mandados de busca e apreensão, além do sequestro e bloqueio de bens e valores de investigados, todas as ordens determinadas pelo Juízo da 4ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco.

Ao todo, mais de 240 Policiais Federais cumprem as medidas judiciais nos Estados de Pernambuco, São Paulo, Amazonas, Pará e Distrito Federal.

A investigação, que conta com o apoio da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional – 5ª Região, apura a prática de crimes tributários (art. 1º, I, e art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90), financeiros (art. 16 da Lei nº 7.492/86), de fraude à execução (art. 179 do Código Penal), contra a organização do trabalho (art. 203 do Código Penal), de organização criminosa (art. 2º da lei 12.850/2013) e de lavagem de dinheiro (artigo 1º da Lei 9.613/98), por parte de integrantes de um dos maiores Grupos Empresariais do Nordeste, com atuação em âmbito nacional.

Os investigados se organizaram em um sofisticado esquema contábil-financeiro para desviar o patrimônio das empresas do grupo, transferindo-o para os seus sócios e interpostas pessoas (“laranjas”), com a finalidade de elidir tributos e direitos trabalhistas de centenas de empregados, causando um prejuízo aos cofres públicos e aos trabalhadores apurado em aproximadamente R$ 8.644.641.483,69 (oito bilhões, seiscentos e quarenta e quatro milhões, seiscentos e quarenta e um mil, quatrocentos e oitenta e três reais e sessenta e nove centavos).

Além da colheita de elementos de materialidade e indícios de autoria, a equipe de investigação busca, nessa fase do trabalho de apuração, recuperar o patrimônio desviado e ocultado pelos investigados, com o objetivo não só de reparar o dano patrimonial causado aos cofres públicos, através dos débitos tributários já constituídos, mas principalmente, liquidar os créditos trabalhistas de centenas de empregados do Grupo Empresarial.

Com grande parte de suas atividades paralisadas após o esvaziamento patrimonial criminoso, as empresas do grupo investigado deixaram centenas de trabalhadores sem receber salários e outros direitos trabalhistas, sendo um dos objetivos da investigação permitir que essas famílias de trabalhadores recuperem os seus direitos por meio da Justiça do Trabalho, que inclusive já os reconheceu formalmente.

O nome da operação faz referência à forma de ocultação patrimonial empregada pela organização criminosa, criando empresas paralelas, com sócios aparentes, para receber o patrimônio do grupo empresarial, com a finalidade de impedir o pagamento dos créditos trabalhistas e tributários, garantindo que o patrimônio permaneça com seus gestores – Background – conjunto de condições que omitem a realidade.

Dia das mães: data é a mais importante para o setor de flores

Ibraflor estima crescimento de 7% na produção de flores este ano no país

Mesmo com o período de isolamento e as restrições impostas pela pandemia de covid-19, como o cancelamento de eventos, festas, casamentos e aniversários, os produtores e comerciantes do setor de flores seguem se reinventando para se adaptar aos novos tempos.

Com a chegada do “Dia das Mães”, principal data do setor, e com a flexibilização das medidas restritivas, o otimismo está de volta. É o que espera a empresária Regina Bazani, sócia-proprietária da Mil Plantas, que além de uma loja, tem três boxes na Feira de Flores da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp).

“Para este ano, nossa previsão é recuperar a lacuna de 2020 por causa da pandemia, onde tivemos queda de 50% nas vendas em relação a 2019. Por isso, estimamos recuperar a perda do ano anterior e estamos bastante confiantes que alcançaremos o aumento de 50% em relação a 2019”, diz a empresária.

As vendas estão aquecidas nas cooperativas e regiões produtoras, e a expectativa de maior demanda nos dias que antecedem o Dia das Mães promete gerar grande volume de negócios.

“No ano passado estivemos nessa época no ápice da pandemia, e o setor não funcionou praticamente o mês de abril inteiro. Com a indefinição sobre a essencialidade do setor, não produzimos informações em abril e maio de 2020. Este ano, a expectativa é muito positiva. O setor deve movimentar cerca de 800 toneladas, gerando um valor perto de R$ 20 milhões”, afirmou o economista da Ceagesp Flávio Godas.

Mães e flores

A rosa costuma ser a campeã de vendas nesta época, principalmente a vermelha, que simboliza o amor verdadeiro. Mas, há outras bonitas opções que podem agradar e emocionar as mães.

Orquídea: com traços de requinte, também é uma das mais vendidas para presentear as mães. Simboliza beleza e vida longa.

Girassol: de cor intensa e marcante, representa alegria, vitalidade, energia positiva e felicidade, sendo um presente ideal para as mulheres fortes.

Margarida: delicadas, simbolizam alegria, sensibilidade e inocência e combinam com as mães mais sensíveis.

Flor de Maio: pertencente à família dos cactos, é delicada e representa o amor sublime.

Gérbera: de cores vibrantes, encanta pela sua exuberância. Combina com mães extrovertidas.

Violeta: delicada, simboliza lealdade e desperta lindas memórias.

Na Feira de Flores da Ceagesp há também uma variedade de acessórios para dar a quem quer incentivar a mãe a começar a ter um jardim ou uma horta. São várias opções de presentes originais dentro da jardinagem.

Dia das comunicações: avanços dos meios ampliaram horizontes do Brasil

Rádio, microfone, Estúdio

Entre sons, letras, teclas, botões, ligações e conexões, o fio invisível do tempo interliga os caminhos tecnológicos das telecomunicações no Brasil. Foi pelo avanço dos meios e das plataformas que a garantia de cidadania em um país do tamanho de um continente se tornou mais visível, ainda que não possamos enxergar as ondas eletromagnéticas, como ocorrem as conexões digitais ou as “nuvens” que passaram a armazenar a recordação do tempo.

Diretamente da era digital, nem mesmo rádios ou jornais têm mais o mesmo jeitão de antes. Telégrafos,  máquinas de escrever ou telefones com discos  entraram para a história, que é aquele museu imenso que chamamos de memória. Agora, ficam próximas aos bicos de pena, os instrumentos para escrever cartas que demoravam meses para chegar ao destino. Nesta semana, em que há o dia das comunicações (5 de maio), pesquisadores entrevistados pela Agência Brasil explicam que os marcos temporais no Brasil tiveram características peculiares, que ajudaram a reduzir as distâncias e transformar a história do país.

Confira reportagem da Agência Brasil sobre os 145 anos do telefone

Leia também sobre os 30 anos do telefone celular no Brasil

Pesquisador da história da comunicação, o professor Pedro Aguiar, da Universidade Federal Fluminense (UFF), alerta que a evolução tecnológica pode ser significada mais pelo acréscimo do que pela substituição.  “Não é porque um meio começa que o outro some. Assim ocorreu com o rádio depois do surgimento da televisão”, exemplifica o pesquisador.

 

O professor Pedro Aguiar esclarece que historicamente as comunicações relacionavam-se aos caminhos que as informações percorriam geograficamente.  “Até o telégrafo elétrico, comunicação era sinônimo de transporte. Para se comunicar a distância, era necessário que a pessoa levasse consigo ‘a coisa’ em si. No jornal ou uma tabuleta de pedra, o que fosse, seria necessário transportar. Até ter a separação entre meio e mensagem, isso era a comunicação”, afirma.

Para a professora Thaïs Mendonça Jorge, pesquisadora em história da comunicação na Universidade de Brasília (UnB), uma questão que precisa ser observada é que a notícia se acelerou com o avanço dos meios de transporte. Outra ruptura do que significa a comunicação ocorreu entre o final do século 20 e início dos anos 2000, da fronteira do analógico para o digital, do linear, para o não-linear.

No princípio…

Pesquisadores divergem da ideia de que a carta de Pero Vaz de Caminha (leia aqui) (escrita entre 26 de abril e 2 de maio de 1500, mas tornada pública somente em 1817) seria o marco inicial das comunicações no Brasil. “Não considero como marco inicial porque, antes, havia comunicação. Não podemos ignorar o potencial comunicativo no período pré-cabralino, ainda que os povos indígenas fossem ágrafos”. Ele explica que os moradores do país antes da chegada dos europeus e colonização encontraram suas próprias formas de interação.

Confira material da EBC sobre a Carta de Caminha

O pesquisador aponta que as comunidades tinham os pajés, por exemplo, que eram comunicadores ativos entre as aldeias. Ele entende que a comunicação oral entre grupos continua fundamental em muitas comunidades ainda hoje, principalmente nas cidades menores. Além disso, os registros rupestres e de sinalizações foram marcas da comunicação antes da chegada dos portugueses.

Para a professora Thaïs de Mendonça Jorge, é necessário considerar que as cartas de Américo Vespúcio, no início do século 16, sobre o Novo Mundo, ficaram conhecidas em 1504, o que seria a primeira publicação relacionada ao Brasil.

No período colonial, as cartas entre Brasil e Portugal, que viajavam nos navios, traziam e levavam as “novidades” que demoravam mais de três meses, como está registrada nas agitações dos acontecimentos pré e pós independência (confira reportagem da Agência Brasil sobre o tema).

Impressos

Uma grande novidade do início do século 19 foi a publicação de dois jornais em 1808: o Correio Braziliense (impresso em Londres em junho daquele ano) e a Gazeta do Rio de Janeiro (o primeiro publicado no Brasil, em 10 de setembro).

Thais de Mendonça Jorge explica que a Gazeta do Rio de Janeiro fazia as funções de um diário oficial, passava obrigatoriamente pela aprovação do governo, enquanto que o Correio era destinado ao “grande público”.

Mas como a maioria da população era analfabeta e os veículos, caros, difíceis de encontrar e em linguagem não-popular, tratou-se de um veículo para poucos. As revistas também surgiram nesse início de século 19. “Mesmo quando se tornou industrializada, a imprensa nunca foi de massas como rádio e TV”, afirmou Pedro Aguiar.

Confira programa Caminhos da Reportagem sobre o impacto do rádio para a Amazônia

 

Novos parâmetros

O primeiro veículo a promover o tempo real foi o telégrafo, veículo que chegou ao Brasil em 1857. “Em pouco tempo, o telégrafo foi um veículo que se espalhou pelo mundo. O rádio começou como radiotelégrafo. Nosso pioneiro, Landel de Moura, também fazia experiência por sinais. A TV é uma filha entre o rádio e o teatro. A linguagem de TV no Brasil recebeu muito mais influências do teatro do que dos cinemas. E os gêneros do rádio influenciaram decisivamente”, afirma o professor. Ele explica que o rádio continua, hoje, com a mesma função social, mas com ouvintes também pelo celular.

 

rádios, Letreiro luminoso, No Ar
Rádio, veículo centenário, continua a fazer diferença no país continental – Marcello Casal jr/Agência Brasil

A professora Thaïs de Mendonça Jorge entende, por exemplo, que foi graças ao telégrafo, que houve uma organização para a prática do jornalismo. “As redações passaram a se estruturar”, afirma a pesquisadora.

 

Os telégrafos elétricos tiveram a primeira linha experimental em 1952, no Rio de Janeiro. “Era da casa do Imperador ao Comando do Exército. A invenção do aparelho foi em 1837 e chegou 15 anos depois no Brasil. O país não demorou para testar suas novas tecnologias”. Não demorou também para que o telefone fosse trazido. O cientista Alexander Graham Bell apresentou para Dom Pedro II, em 1876, o aparelho. “Meu Deus, isto fala!”, teria exclamado o governante brasileiro. O imperador fez questão de testar o aparelho do Rio de Janeiro.

Outro aparelho que surpreendeu, no início do século 20, foi o rádio, que chegou com voz no Recife, em 1919, uma cidade que teve importante papel na comunicação brasileira. A primeira transmissão oficial de rádio é de 7 de setembro de 1922. Em relação à TV, o Brasil foi o terceiro país a ter transmissão contínua, depois apenas dos Estados Unidos e México.

Confira como foi a primeira transmissão de rádio em programa da TV Brasil de 2012:

Confira aqui especial sobre os 70 anos da Televisão

Mas, voltando ao século 19, os pesquisadores entendem que o telégrafo (veja linha do tempo abaixo) teve expansão estratégica durante a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), com linhas do Rio de Janeiro até a fronteira Sul do país. “Quando acabou a guerra, as linhas subiram para o Norte. Em 1873, chegou a Belém”, explica Pedro Aguiar.

Em 1874, o litoral estava completamente conectado. Os caminhos de comunicação tiveram essa função de comunicação com o teatro de operações, mas também ao ativar demandas nacionais, como integração e comércio. “O governo implantou implantou uma norma de regulação que, em toda concessão de ferrovia, obrigava-se que a empresa deveria implantar redes de telégrafo”, sublinha o pesquisador.

O tempo real ganhou novo significado com a integração das plataformas pela internet. Primeiro, ganhou corpo no campo dos serviços e depois chegou à mídia. Os pesquisadores entendem que o Brasil ainda vai viver um processo de digitalização de tudo o que é analógico, inclusive no campo dos serviços, por algumas décadas. “Como o custo de produção nesse cenário é mais baixo, de fato a tecnologia se popularizou”.

Mas um desafio, segundo avaliam pesquisadores, sempre foi superar as desigualdades regionais e sociais, inclusive expostas durante a pandemia de covid-19. “As tecnologias espalharam-se pelas metrópoles, para o litoral e só depois no interior”. Os pesquisadores entrevistados explicam que, às vezes, porém, até dentro das próprias cidades há dificuldades de conexão entre bairros próximos. A internet, acompanhada de suas modernas possibilidades de expansão, viabiliza informação, estudo, trabalho e boas-novas desde o tempo em que só havia uma carta.

Agência Brasil

Pagamento do abono anual para segurados da Previdência é antecipado

Real

O governo federal decidiu antecipar o pagamento do abono anual (equivalente ao 13º salário) devido aos segurados e aos dependentes da Previdência Social neste ano. A medida consta em decreto assinado nessa terça-feira (4) pelo presidente Jair Bolsonaro e publicado na edição o Diário Oficial da União desta quarta-feira (5).

O pagamento ocorrerá em duas parcelas. A primeira, correspondente a 50% do benefício devido em maio de 2021, será paga juntamente com os benefícios desse mês, entre os dias 25 de maio e 8 de junho. A segunda parcela será paga com os benefícios da competência do mês de junho de 2021, entre 24 de junho e 7 de julho. O pagamento do abono anual ocorre, em geral, nas competências agosto e novembro.

Segundo o Ministério da Economia, a medida tem por objetivo incrementar a renda dos beneficiários que fazem jus ao abono, o que deve injetar cerca R$ 52,7 bilhões na economia do país. A pasta também informou que a medida não tem impacto orçamentário, já que haverá somente a antecipação do pagamento do benefício, sem acréscimo na despesa prevista para o ano.

De acordo com o governo, a grande maioria dos beneficiários da Previdência Social são pessoas idosas, doentes ou inválidas e, portanto, integrantes dos grupos mais vulneráveis ao novo coronavírus.

Com 2.966 mil óbitos em 24 horas, Brasil supera 410 mil mortes por Covid-19

 (Foto: Michael Dantas/AFP)
Foto: Michael Dantas/AFP

O Brasil registrou, nesta terça-feira (4), mais 2.966 óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas e chegou ao total de 411,6 mil pessoas mortas pela doença causada pelo novo coronavírus. Foram registrados 77,4 mil novos casos, chegando ao acumulado de 14,8 milhões de pessoas infectadas no país. A população brasileira tem enfrentado o pior momento da pandemia, que já dura mais de um ano.

Enquanto em alguns países, com vacinação acelerada, a situação tem melhorado, o Brasil enfrentou o maior pico da doença na 14ª semana epidemiológica, entre os dias 4 e 10 de abril. De lá para cá, tem havido uma redução, mas os números são ainda alarmantes. Na última semana epidemiológica, por exemplo, que terminou no último sábado, foram registradas 16,9 mil mortes pela doença.

Os especialistas se preocupam com o alto patamar que as notificações permanecem fazendo com que as médias de registros de casos e mortes continuem altas. Com os números desta terça-feira (4), o cálculo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que leva em conta os números dos últimos sete dias, o país tem média de 2.367 mortes e 59.332 infecções. O país mantém a média móvel de mortes acima das 2 mil mortes desde 17 de março, ou seja, há 49 dias.

Em meio à alta de casos, a vacinação segue a passos lentos. No total, o país vacinou apenas 6,7% da população com duas doses dos imunizantes. Nesta terça-feira (4), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta prestou depoimento na condição de testemunha na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, e apontou que houve dubiedade de recomendações, o que confundiu a população e dificultou a condição da pandemia.

Enquanto o Ministério da Saúde queria uma campanha publicitária recomendando ações como uso de máscara, o presidente Jair Bolsonaro, segundo Mandetta, queria uma propaganda de que o Brasil iria vencer o vírus. Ao longo da pandemia, o presidente negou a gravidade da situação, não usou máscara de proteção, que ajuda a impedir o contágio do vírus, promoveu aglomerações e menosprezou a vacina do Instituto Butantan, CoronaVac, que foi a primeira a ser aplicada no país.

Digital Day mostra aplicações do 5G no dia a dia do brasileiro

Palácio do Planalto

Comemorado no dia do nascimento do marechal Cândido Rondon – patrono brasileiro das comunicações, o Dia Nacional da Comunicação de 2021, nesta quarta-feira (5) terá um significado especial. O governo federal aguarda o aval do texto final do leilão do 5G pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para realizar a concessão do que é considerada a inovação digital com maior potencial de transformação econômica e social da história recente.

Para compreender melhor a importância da tecnologia no Brasil, o Ministério das Comunicações criou o Digital Day – um evento que vai mostrar as aplicações do 5G no dia a dia dos usuários. “Esse evento é uma grande exibição, um grande showroom do que esta tecnologia nos permite”, afirmou Bertha Gadelha, assessora especial do Ministério das Comunicações e uma das organizadoras do evento.

A exposição ocorre no Palácio do Planalto e traz exemplos práticos de aplicações que se beneficiam da baixa latência (o tempo de resposta entre o envio e o recebimento de dados) e da capacidade de transmissão de grandes volumes de informação que o 5G oferece. Telemedicina, realidade aumentada, realidade virtual, automação mecânica, inteligência artificial e aprendizado de máquina estão entre as inovações.

“Teremos usos, por exemplo, para a conectividade rural – para aumentar ganhos de eficiência no agrobusiness brasileiro. Tudo controlado remotamente. Nosso tour também apresentará um uso prático da telemedicina, por exemplo no contexto da pandemia – principal tema do mundo -, que irá facilitar o gerenciamento de hospitais, o fluxo de pessoas e a entrega de insumos. Tudo isso de forma inteligente, conectada e precisa”, explica Bertha.

Além das experiências montadas no local, estandes de empresas que atuarão no mercado de 5G brasileiro estarão montados para elucidar dúvidas e demonstrar produtos que utilizarão a tecnologia. Nokia, Ericsson, Huawei, Qualcomm, Samsung e Visiona (da Embraer) confirmaram presença.

O evento Digital Day é aberto ao público e vai de 5 a 7 de maio, no salão térreo do Palácio do Planalto, em Brasília. Confira a cobertura do evento pela Agência Brasil.

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