Franquias nordestinas começam o ano em crescimento

O ano de 2020 teve seu lado positivo. Pelo menos para algumas franquias do Nordeste, que fecharam o ano com bons resultados, e caminhando para ter um 2021 cheio de investimentos.

Maior franquia de açaí do mundo, com 300 unidades no Brasil e no exterior, a alagoana Açaí Concept superou os desafios, ganhou novas lojas e fortaleceu o sistema de delivery. Além de abrir 50 novas franquias no Brasil, principalmente no Sudeste, houve inaugurações também na Suíça, Equador, Chile e Canadá.

“Com a pandemia, investimos muito na proteção dos nossos clientes e ampliamos o sistema de delivery. Entre outras coisas, elaboramos um manual operacional para a retomada das operações de forma segura. Também reforçamos a comunicação com os franqueados e fizemos negociações direto com os fornecedores”, diz Rodrigo Melo, diretor da Açaí Concept.

Outra marca que vem expandindo os negócios é o Grupo Faaca. Além do já conhecido Faaca Boteco e Parrilla, o grupo pernambucano Faaca criou novas marcas e fez os primeiros investimentos no mercado internacional; em novembro inaugurou o Talho Faaca e o Faaca Burger e Parrilla em Portugal. Em menos de dois meses, inaugurou em Pernambuco, a primeira franquia do Faaca Burger e Parrilla.

O empreendimento oferece hambúrgueres feitos na parrilla, milkshake, novo smash, dog faaca, sobremesas e um menu reduzido de carnes. De acordo com o sócio Bruno Carrazzone, a expectativa é que em 2021 a nova marca tenha mais 15 unidades.

No mercado de comida chinesa, a Co Wok vem se destacando. Diferente da maioria das franquias que trabalham com comida chinesa em Pernambuco, que tem como público-alvo o consumidor de shopping, por exemplo, o sócio Thiago Arnaud fala que no estudo de mercado viu a possibilidade de abrir franquias perto de empresas e escritórios, para atender o público executivo.

Além disso, segundo Thiago, a franquia é diferente das outras por alguns motivos, um deles é a forma de como servir os clientes. “É fazer a comida chinesa que todo mundo conhece, mas de um jeito personalizado. O cliente consegue escolher a proteína, os molhos e mais uma de itens. Tudo isso com uma média de dois minutos. Cada pessoa monta o prato de acordo com o seu gosto”, comentou.

Mais informações sobre as franquias estão disponíveis nos sites: Açaí Concept (www.acaiconcept.com), Grupo Faaca (www.grupofaaca.com.br) e Co Wok (www.cowok.com.br)

Caruaru Shopping estará funcionando em horário especial a partir desta sexta (26)

O Caruaru Shopping, prezando sempre pelo bem-estar dos clientes e de todas as pessoas que trabalham no centro de compras, bem como seguindo as recomendações do Governo do Estado, diante do quadro da pandemia da Covid-19, estará funcionando com horário especial, a partir desta sexta-feira (26), até o dia 10 de março.

Nos dias 26 de fevereiro, 1, 2, 3, 4, 5, 8, 9 e 10 de março, que correspondem da segunda a sexta-feira, as lojas, quiosques, lazer e serviços estarão abertos das 8h às 20h. Nos sábados, 27 de fevereiro e 6 (feriado da Revolução Pernambucana), o horário de funcionamento será das 8h às 17h. Já nos domingos, 28 de fevereiro e 7 de março, a abertura acontecerá das 9h às 17h.

A Praça de Alimentação, de segunda a sexta, funcionará das 11h às 20h. Nos sábados, das 11h às 17h, bem como nos domingos, das 11h às 17h.

A academia, de segunda a sexta, estará aberta das 6h às 20h. Nos sábados, das 8h às 17h, e, nos domingos, das 9h às 15h.

Já o Hipermercado funcionará todos os dias, das 7h às 22h, e o cinema conforme horário de sessão, respeitando o decreto governamental.

O gerente de Marketing do Caruaru Shopping, Walace Carvalho, lembra que essa é uma medida preventiva e temporária. “O horário de funcionamento pode ser revisto a qualquer momento”, adiantou.

O Caruaru Shopping está localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, Bairro Indianópolis.

Caruaru é a segunda melhor cidade do Nordeste em Serviços Públicos, segundo pesquisa

Caruaru mais uma vez obteve destaque no que se refere a pesquisas encomendadas pela Revista Exame. Depois de ocupar posições no ranking dos 100 melhores municípios para se fazer negócios no Brasil, agora, a Capital do Agreste alcançou resultados expressivos na lista das 100 maiores cidades do país. Desta vez, o levantamento da edição nacional foi feito pela consultoria Macroplan, com base no Índice de Desafios da Gestão Municipal (IDGM).

Realizado pelo quinto ano, o IDGM analisa 15 indicadores de quatro setores tidos como essenciais na esfera pública, sendo eles a Segurança, Saúde, Educação, além do Saneamento/Sustentabilidade. Nesses segmentos são avaliados dados referentes à qualidade de ensino, à taxa de mortalidade infantil, aos números referentes à prática de homicídios, ao serviço de esgotamento, entre outros fatores.

De acordo com o estudo da Macroplan, Caruaru ocupou a 68ª posição no ranking geral em nível de Brasil e a segunda colocação em nível de Nordeste. Já no âmbito estadual, a Capital do Agreste obteve, respectivamente, a primeira e a segunda posições nos setores de Saúde e Saneamento/Sustentabilidade, além da terceira e da sexta colocações em relação aos segmentos de Educação e Segurança.

Desempenhos esses importantes, conforme ressaltou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Economia Criativa de Caruaru, André Teixeira Filho. “A partir do momento em que a cidade se apresenta organizada, a tendência é de que novos investimentos sejam feitos, dinamizando a economia local, com a geração de receita, emprego e fonte de renda. Cenário esse que está sendo percebido em Caruaru, através do governo da prefeita Raquel Lyra, e que vem conquistando excelentes resultados em pesquisas nacionais”, afirmou.

Sismuc realiza assembleia com servidores de Toritama

Nesta quinta-feira (25), o presidente do SISMUC (Sindicato dos Servidores Municipais de Caruaru e Região Agreste do estado), Eduardo Mendonça, realiza uma assembleia geral com Servidores da Educação da Cidade de Toritama. Em pauta: o início do ano letivo 2021 no município, regulamentação e acompanhamento no retorno às aulas e filiação de novos servidores. O encontro será presencial, porém seguindo todos os protocolos de segurança:

1 – Utilização de álcool em gel
2 – Distanciamento Social
3 – Sentar nas cadeiras sem tirá-las do local
4 – Uso obrigatório de máscara
5 – Os servidores que apresentaram sintomas da Covid-19 nos últimos 14 dias não devem comparecer a assembleia.

A assembleia será realizada na Escola Municipal Belmiro Gonçalves da Silva, no Bairro Independente, com primeira chamada às 7h30.
Obs. Fotos tiradas antes da Pandemia da Covid-19.

Confiança do consumidor sobe em fevereiro, diz FGV

People walk around the Saara street market, amid the outbreak of the coronavirus disease (COVID-19), in Rio de Janeiro, Brazil November 19, 2020. Picture taken November 19, 2020. REUTERS/Pilar Olivares

O Índice de Confiança do Consumidor, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 2,2 pontos na passagem de janeiro para fevereiro deste ano. Com essa alta, que foi a primeira depois de quatro perdas consecutivas, o indicador chegou a 78 pontos, em uma escala e zero a 200 pontos.

Segundo a pesquisadora da FGV Viviane Seda Bittencourt, a melhoria da confiança em fevereiro pode estar vinculada ao início da campanha de vacinação contra a covid-19 e a possibilidade de pagamento de novas parcelas do auxílio emergencial.

“Os níveis de confiança, no entanto, continuam baixos e a sustentação de uma tendência de alta dependerá de fatores como a velocidade da vacinação, da evolução dos números da pandemia no Brasil e, principalmente, da recuperação do mercado de trabalho, algo difícil no primeiro semestre de 2021, considerando-se a grande dificuldade que será novamente enfrentada pelas empresas do setor de serviços, segmento que mais emprega no país”.

A alta da confiança do consumidor foi puxada pelo Índice de Expectativas, que mede o otimismo em relação ao futuro e que subiu 2,7 pontos, para 84,8 pontos.

O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, aumentou 1,4 ponto e chegou a 69,5 pontos.

Reajuste do preço da gasolina eleva preços de alimentos

A Petrobras fez sucessivos reajustes nos preços de combustíveis este ano. No último, o aumento foi mais evidente e o valor médio da gasolina nas refinarias passou a ser R$ 2,48 por litro, um aumento de R$ 0,23 por litro, enquanto o diesel foi para R$ 2,58 por litro, R$ 0,34 a mais. A gasolina subiu 10,2% na sexta passada e o diesel, 15,1%. Com forte impacto nos setores econômicos em geral, essas elevações já refletem nos preços dos alimentos. A reportagem da Folha de Pernambuco registrou a elevação em alguns itens e especialistas dizem que a tendência é que o efeito dos reajustes da Petrobras chegue a diversos setores.

O último reajuste da Petrobras na gasolina foi o quarto no ano e o terceiro no diesel. No Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), alguns produtos já estão mais caros, na comparação com a última semana.

Entre os produtos que já apresentam alta no preço estão alguns que são vendidos em atacado, como a caixa de 30kg da charque ponta de agulha, que no dia 16 deste mês custava R$ 810,00 e ontem subiu para R$ 821,40, segundo a cotação da Ceasa, disponível no site do Centro de Abastecimento. Já o arroz branco estava por R$ 135,90 na última semana, e ontem custava R$ 143,70 o fardo de 30kg. Outro produto que teve um aumento considerável comparado com a última semana foi o fardo de 30kg da farinha de mandioca, que custava R$ 75,00 no dia 16 de fevereiro, e ontem estava sendo vendido por R$ 80,75.

Segundo o economista Rodolfo Guimarães, o aumento do combustível vai interferir diretamente em outros produtos, já que é essencial para o deslocamento dos itens até os consumidores. “Não é algo que se deixa de consumir porque aumentou, tem a necessidade dele para transportar, impacta no custo das mercadorias. É a demanda inelástica aos preços, impacta uma série de bens, não só os alimentícios, mas no frete de encomendas, remédios”, disse.

O economista destaca que uma das formas para que o aumento não chegue diretamente ao consumidor seria o governo subsidiar o aumento, fazendo uma reorganização dos tributos. “Uma forma de coibir é fazer um subsídio explicito. O Governo que pagaria a diferença e não o consumidor, seria com recursos da receita pública. Não significa aumento de carga tributária, mas uma reorganização dos gastos. A política atual é empresarial, não faz sentido uma empresa estatal beneficiar acionistas, e prejudicar a economia”, destacou.

Como forma de não sofrer os impactos do aumento dos preços, o gerente jurídico do Procon Pernambuco orienta para que os consumidores pesquisem os produtos em locais diferentes para encontrar um preço mais acessível. “A orientação que damos é que os consumidores pesquisem, entrem no site do Procon, vejam a lista de pesquisa de preços para saber os itens que compõem, e identificar quais estabelecimentos têm preços mais elevados e acessíveis, assim ele vai ter uma vantagem”, recomendou.

Consumidores já sentem a diferença no mercado

O impacto do aumento de preços já provoca indignação e desânimo na população. Produtos como feijão, arroz e charque estão mais caros, diz a farmacêutica Andréa Apolinário, que percebeu uma alta significativa nesses produtos. “Há um mês, eu pagava R$ 6 pelo quilo do arroz integral, hoje custa R$ 9. A solução é buscar produtos alternativos, escolher o feijão mais barato, alternar o arroz com o macarrão”.

A aposentada Maria da Penha Ferraz conta que sua feira mensal para duas pessoas custava R$ 450 em 2020, subiu agora para R$ 600 e ela já calcula que vai desembolsar R$ 700 no próximo mês. “Quando a gasolina aumenta, sobe o gás, o leite, o pão. Está tudo muito caro”, desabafou.

Outra que se mostrou assustada com a alta dos preços foi a advogada aposentada Emília Dias. “A gente vai ao mercado em uma semana e, na outra, encontra tudo muito mais caro. A carne está um absurdo, por exemplo. Mas arroz e feijão também subiram muito”.

Para quem lida diretamente com o consumidor, a inflação traz o dilema de repassar ou não o aumento. Atuando há mais de 20 anos no Mercado de Casa Amarela, Marcelo Barbosa da Silva, já vem sentindo queda de 20% nas vendas de alimentos nas últimas semanas. “Muitos dos nossos clientes tiveram uma redução da renda e estão comprando menos, até porque produtos como carnes, por exemplo, nunca deixam de aumentar”.

Barbosa explica que tenta não repassar todo o aumento para o consumidor. “A situação está tão difícil que, se repassarmos na mesma proporção, os preços ficam insustentáveis. A solução é estreitar cada vez mais o seu ganho”. O mesmo acontece com o representante de vendas Flávio Leal, que tem no seu veículo, umas das principais ferramentas de trabalho. “Está tudo muito parado, não tem nem repassar a alta da gasolina”, explica. Já o marceneiro Paulo Cunha da Silva, que usa o carro para atender clientes, diz que não vai poder absorver o reajuste dos combustíveis.

Folhape

ARTIGO — Crise de influência digital: e agora?

O programa televisivo Big Brother Brasil (BBB) é conhecido por proporcionar o aumento da visibilidade da maioria de seus participantes. Quem entra na “casa mais vigiada do país” – como é conhecido o local onde os integrantes de cada edição permanecem durante cerca de 3 meses –, costuma ver o número de seguidores e fãs aumentar significativamente nas redes sociais. Na edição atual, no entanto, temos visto acontecer justamente o contrário: após ser acusada de praticar bullying contra o participante Lucas Penteado, a rapper Karol Conká tem sido “cancelada” por milhares de internautas. O comportamento reprovável da artista no programa já está reverberando negativamente: o número de seguidores em suas redes sociais despencou e algumas de suas apresentações musicais foram canceladas.

A crise em torno da imagem de Karol Conká sinaliza um ponto importante para profissionais de comunicação e marketing: é preciso saber lidar adequadamente com situações como a da cantora. Crises de imagem podem afetar qualquer pessoa ou marca que possua visibilidade – desde microinfluenciadores até grandes empresas – e costumam avançar rapidamente. Em menor ou maior grau, sempre há consequências negativas – como demonstra o caso de Karol.

Não é possível estar 100% preparado para uma crise de imagem, mas há direcionamentos que auxiliam profissionais de comunicação e marketing a gerenciarem esse tipo de situação. Confira algumas dicas importantes para prevenir e contornar crises de influência digital.

1) Crie um comitê de gestão de crises. A melhor forma de prevenir crises de imagem é instaurar uma equipe para mapear situações que possam prejudicar a reputação da empresa. É recomendável que o comitê em questão seja composto por profissionais estratégicos, tais como diretores, coordenadores, advogados e assessores de comunicação e marketing. A partir das discussões levantadas por esses profissionais, é possível elaborar, inclusive, um manual contendo direcionamentos e orientações em casos de deslizes por parte da empresa.

2) Saiba o que seu público está falando sobre você. Com a democratização do acesso à internet e a popularização das redes sociais, temos a possibilidade de opinar mais nessas plataformas. Ao mesmo tempo que isso é bom para as marcas – pois estas podem dialogar mais facilmente com seus públicos –, também pode se tornar um problema quando elas cometem algum erro. Se uma empresa “pisa na bola”, em questão de segundos o deslize pode ser disseminado para milhares de pessoas por meio de postagens e compartilhamentos, provocando uma crise de grandes proporções. Por isso, é necessário monitorar constantemente as menções e os comentários e mensagens relacionados à marca nas redes sociais.

3) Admita o erro e se responsabilize por ele. Errar é humano! Nenhuma organização ou influenciador está livre de “dar uma mancada” em determinado momento. Em situações nas quais a crise já se instaurou, o posicionamento mais adequado é admitir o erro e buscar soluções. Analisemos a situação delicada de Karol Conká no BBB: caso a rapper, após ter cometido as primeiras agressões psicológicas contra Lucas, tivesse se dado conta de sua má conduta, pedido desculpas ao participante e modificado seus comportamentos, possivelmente a crise em torno de sua imagem seria minimizada. É importante lembrar que, nessas situações, não basta admitir o erro; é fundamental se responsabilizar por ele e buscar soluções o mais rápido possível!

4) Transforme a crise em uma causa. Sabemos que admitir o erro é o primeiro passo para gerenciar uma crise de imagem, e que a responsabilização vem depois disso. Há, ainda, um terceiro passo: usar a crise a favor da marca. Organizações que gerenciam o erro e demonstram que aprenderam com ele têm maiores chances de serem perdoadas. Nesse sentido, uma alternativa para a cantora seria mudar de posicionamento e passar a apoiar as causas do ex-participante. Todavia, é importante ressaltar que, para serem efetivas, as ações subsequentes à crise precisam ser genuínas. Caso contrário, o público perceberá e o efeito será contrário – ou seja, a crise poderá ficar ainda pior!

Autor: Raphael Moroz é jornalista e psicólogo e possui mestrado em Comunicação e Linguagens. Atua como professor-tutor do curso de graduação em Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter.

Pernambuco suspende retorno das aulas nas escolas públicas municipais

O governo de Pernambuco anunciou, nesta terça-feira (23), a suspensão do retorno das aulas presenciais, na rede de ensino municipal, em todas as 184 cidades do estado. A proibição, em razão do avanço de casos da Covid-19 e alta ocupação de leitos em hospitais, se estende até o próximo dia 12 de março. Em decisões anteriores, as unidades escolares haviam sido liberadas para retorno gradual, a partir do dia 1º de março, com o retorno dos anos finais do Ensino Fundamental. Contudo, o cenário epidemiológico, analisado pelas autoridades de saúde, motivou o recuo.

“A nova aceleração da doença tem superlotado os sistemas de saúde e vem repetindo o mesmo caminho de 2020, começando pelos Estados do Norte e, agora, chegando com força ao Nordeste”, afirmou o governador Paulo Câmara. Segundo ele, caso o índice de ocupação de leitos de UTI permaneça subindo, marca que já atinge 90%, será preciso a adoção de medidas ainda mais duras nos próximos dias. No panorama atual, as aulas presenciais para a Educação Infantil e Fundamental, na rede pública, estão suspensas desde 16 de março de 2020. Já a rede particular de ensino foi autorizada a retomar aulas no modelo presencial desde outubro de 2020.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) já havia denunciado um quadro de precariedade nas escolas municipais de Pernambuco. Em auditoria realizada, no último mês de dezembro, o órgão anunciou a conclusão de que as unidades de ensino, que recebem crianças e adolescentes dos ensinos Fundamental I e II, estão em péssimas condições de operação até mesmo se não houvesse uma pandemia. “Algumas dessas escolas não têm água e nem energia elétrica dentro do que se exige para o funcionamento, além de outros problemas estruturais. O que se verificou foi que, desde antes da pandemia, já havia problemas sérios”, disse, à época, o presidente, Dirceu Rodolfo de Melo Júnior.

De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, o novo calendário de retomada das aulas presenciais na rede pública deve seguir a seguinte programação: Os anos finais do Ensino Fundamental, autorizado o retorno em 15 de março, enquanto os anos iniciais, com volta em 22 de março. Já a Educação infantil, deve voltar a receber as crianças apenas no dia 29 de março. A posição não interfere no funcionamento das escolas privadas e das estaduais que oferecem Ensino Médio, onde permanece o ensino híbrido, com aulas remotas e presenciais.

Discussão
Diante das novas deliberações em Pernambuco, a Câmara Municipal do Recife anunciou que realizará uma audiência pública virtual, programada para a próxima quinta-feira (25), às 15h, para debater o retorno às aulas na rede pública de ensino. Proposta pela vereadora Liana Cirne (PT), a audiência foi aprovada por unanimidade na Casa. Também foi proposta, ainda cabendo avaliação, a criação de uma Comissão Especial Suprapartidária de Apoio, Acompanhamento e Fiscalização da Rede de Ensino Municipal do Recife. Segundo parlamentares, o objetivo é de avaliar as condições das escolas do Recife perante o cenário de pandemia.

Atividades econômicas proibidas em 63 municípios do Agreste e Sertão

Todas as atividades econômicas e sociais estarão proibidas, a partir da próxima sexta-feira até o dia 10 de março, em 63 municípios pernambucanos das Gerências Regionais de Saúde (Geres) com sede em Limoeiro, Caruaru e Ouricuri. Segundo decreto do Governo de Pernambuco, o funcionamento não estará liberado entre 20h e 5h. Já nos finais de semana a restrição será ainda maior e as atividades estarão proibidas entre 17h e 5h, com apenas os serviços essenciais liberados para funcionar. Além disso, a proibição de eventos foi prorrogada por mais 15 dias em todo o estado.

Segundo o governador Paulo Câmara, em pronunciamento neste terça-feira, as medidas foram adotadas por conta dos números crescentes da pandemia e da lotação acima de 90% dos leitos nessas três Geres. “Temos acompanhado o início de segunda onda do coronavírus, que tem superlotado o sistema de saúde do país, começando pelos estados do Norte e agora chegando com força no Nordeste. Estamos monitorando os números diariamente em todas as regiões do estado e, caso os números de ocupação de leitos continuem subindo, teremos que tomar medidas mais duras nos próximos dias”, afirmou.

No anúncio, Paulo Câmara ainda informou que o retorno às aulas nas escolas públicas municipais vai permanecer suspenso até o dia 12 de março.

Municípios que fazem parte das três Geres:

II GERES

Municípios (20): Bom Jardim, Buenos Aires, Carpina, Casinhas, Cumaru, Feira Nova, João Alfredo, Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, Limoeiro, Machados, Nazaré da Mata, Orobó, Passira, Paudalho, Salgadinho, Surubim, Tracunhaém, Vertente do Lério, Vicência.

IV GERES

Municípios (32): Agrestina, Alagoinha, Altinho, Barra de Guabiraba, Belo Jardim , Bezerros, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Camocim de São Felix, Caruaru, Cupira, Frei Miguelinho, Gravatá, Ibirajuba, Jataúba, Jurema, Panelas, Pesqueira, Poção, Riacho das Almas, Sairé, Sanharó, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, São Bento do Uma, São Caetano, São Joaquim do Monte, Tacaimbó, Taquaritinga do Norte, Toritama, Vertentes.

IX GERES

Municípios (11): Araripina, Bodocó, Exu, Granito, Ipubi, Moreilândia, Ouricuri, Parnamirim, Santa Cruz, Santa Filomena, Trindade.

Diario de Pernambuco

‘Nunca vivemos uma interferência política tão extrema na saúde pública’, diz Dimas Covas

O Instituto Butantan completa, nesta terça (23), 120 anos, num momento em que sob os holofotes –na imprensa, na boca do povo e no meio de uma disputa com o governo federal. A vacina contra a Covid-19 que a instituição desenvolve com a farmacêutica chinesa Sinovac continua sendo alvo de disputa entre o governo de São Paulo, liderado por João Doria (PSDB), e o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e não só foi a primeira a ser aplicada no Brasil como é a que está disponível em maior quantidade no país.

A tradição na produção de vacinas é antiga. Ao longo de sua história, o instituto se destacou como um dos principais produtores de vacina no país e, junto à BioManguinhos, da Fiocruz, fornece cerca de 75% de todas as vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde.

Às vésperas dessa celebração, o diretor do Instituto Butantan, o médico Dimas Tadeu Covas, 64, disse à Folha que o Brasil não tem se preparado para enfrentar pandemias como a que vivemos e que falta visão estratégica em relação a essas ameaças. Também afirmou que a interrupção das campanhas de vacinação não se deve à logística, mas à falta de planejamento, e fez duras críticas à atuação do governo federal na pandemia.

“Nunca existiu, até então, uma interferência política tão extrema na questão da saúde pública ao ponto de certas autoridades negarem a importância das vacinas, negarem a própria pandemia. E nós vivemos muito tempo lutando contra isso, o próprio Ministério da Saúde investindo em caminhos alternativos que não levaram a nada a não ser o uso indevido de recursos públicos em tratamentos que não têm nenhuma finalidade. É uma situação absolutamente surreal a que vivemos na área da saúde pública e, infelizmente, explica por que o Brasil é vice-campeão em mortes pela Covid-19.”

De olhos no futuro, o instituto tem planos de expansão para se tornar o maior produtor de vacinas da América Latina.

Pergunta – O Ministério da Saúde disse na última semana que esperava 9,3 milhões de doses do Butantan até o final de fevereiro, mas a capacidade de produção comunicada pelo senhor é de 2,6 milhões de doses até o fim do mês. A que se deve essa discrepância?
Dimas Covas – Na realidade, esse era o cálculo previsto no contrato que foi assinado em 7 de janeiro e teria sido integralizado caso não houvesse ocorrido o problema com a importação da matéria-prima, mas essa menção que o Ministério da Saúde fez é completamente fora da realidade.

Já foi demonstrado que o Butantan fez ofertas de vacinas ao ministério desde julho do ano passado e ele sempre negou. Caso tivesse aceitado, poderíamos ter entregado as doses desde novembro de 2020, e o ministério não se mexeu nesse sentido. O contrato foi assinado tardiamente com o Butantan, então colocar a responsabilidade do atraso do PNI no Butantan me parece gratuito, mesmo porque a vacinação só começou porque o Butantan entregou as doses.

O ministério diz ter garantido 354 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 contratadas até o momento para serem distribuídas à população ainda neste ano. Acha esse número factível?
DC – Mais uma vez, é a visão absolutamente burocrática com base apenas em números que estão nos contratos, mas não tem relação nenhuma com a realidade. Os dois maiores contratos que o Ministério da Saúde fez e inclusive já pagou foram o da Oxford/AstraZeneca e do Covax, e até o momento as empresas não entregaram nenhuma dose da vacina. A vacina que veio da AstraZeneca não era parte do contrato, ela veio da Índia. Se o ministério conseguir 80, 100 milhões de doses até julho desse ano será uma grande vitória. Eu, particularmente, tenho certas reservas em acreditar que isso acontecerá; acho que tem uma boa dose de esperança e não de fato nos dados da realidade que vivemos hoje.

Dentro do contrato finalizado estão de 100 milhões de doses do Butantan; essas serão entregues até quando?
DC – Nós trabalhamos nesse momento com a previsão de entrega até agosto, com a possibilidade de adiamentos. Trabalhamos por isso pelo nosso compromisso com a população brasileira, pela importância da vacinação nesse momento e pelo fato de não termos mais problema de fornecimento de matéria-prima, que está chegando regularmente. Agora esperamos que não ocorra mais nenhum problema, principalmente da área de relacionamento Brasil-China, que possa interferir nesse cronograma.

Quais os gargalos que enxerga hoje, na produção e distribuição das doses? Por que as capitais ficaram sem doses e o que seria necessário nesse momento para acelerar a entrega das doses?
DC – A logística não é o problema. O que falta mesmo é planejamento. O Brasil tem um programa de vacinação relativamente consistente, mas cuja execução é muito heterogênea, pois ela depende do município, e cada município hoje tem seus critérios. Houve uma heterogeneidade muito grande de planejamento das vacinas da Covid. Tem estados que avançaram em faixas não previstas no primeiro momento e outros que não controlaram adequadamente a distribuição de doses, criando escândalos de fura-filas como vistos por aí.

Acredito que o sistema precisa ser aperfeiçoado, mais controlado, mais planejado, porque hoje há muitos municípios que interromperam o processo de vacinação sendo que existe ainda um grande quantitativo de vacinas em estoque, armazenadas para a segunda dose.

Na pandemia, a relação entre Butantan e Ministério da Saúde teve idas e vindas, com anúncio de compra, recuo, anúncio de compra novamente e agora com essa troca de acusações. Por que essa relação tão difícil?
DC – Nunca existiu, até então, uma interferência política tão extrema na questão da saúde pública ao ponto de certas autoridades negarem a importância das vacinas, negarem a própria pandemia. Isso é inédito na história do Brasil. Nunca se viu um obscurantismo tão grande em relação a um fato tão claro que é a epidemia, sua relevância do ponto de vista médico, social e econômico. E nós vivemos muito tempo lutando contra isso, o próprio Ministério da Saúde negando a gravidade, investindo em caminhos alternativos que não levaram a nada a não ser o uso indevido de recursos públicos em tratamentos que não têm nenhuma finalidade.

É uma situação absolutamente surreal a que vivemos na área da saúde pública e, infelizmente, explica por que o Brasil é vice-campeão em mortes pela Covid-19.

Como vê a resistência neste momento à vacina contra a Covid-19? A última pesquisa Datafolha mostrou que ela caiu (agora, 79% dizem querer se imunizar, contra 73% em dezembro), mas 20% de negação ainda é considerável, não?
DC – Isso é o tipo de atitude que vai desaparecer rapidamente. À medida que as vacinas vão demonstrando a sua efetividade, os céticos vão ser impactados pela realidade. Obviamente sempre vai permanecer um percentual da população que é antivacina, contra qualquer tipo vacina. Se no futuro essa infecção se tornar endêmica, como é esperado, será necessário usar mecanismos para garantir que as pessoas, caso queiram ingressar em certos tipos de atividades ou trabalhos, terão que apresentar o passaporte de vacinação como acontece com outras doenças.

Por que o Butantan não liderou a produção nacional de uma vacina já em 2020 e por que as vacinas em desenvolvimento no país demoram tanto para concluir as etapas pré-clínicas? O que falta?
DC – As vacinas contra Covid-19 são absolutamente novas. Nós estamos com um ano e pouco de pandemia e é uma situação absolutamente não prevista. O fato de hoje termos vacinas que estão sendo utilizadas é porque elas se valeram de experiências anteriores com vacinas para outros coronavírus. No caso do Butantan, é uma situação inédita e demora um certo tempo para colocar em prática a produção de uma vacina do zero. Mesmo assim a evolução tem sido muito rápida e esperamos resultados até o final do ano.

O dinheiro investido com a compra das doses não poderia ter sido investido na fábrica de vacinas do Butantan para acelerar a produção nacional?
DC – O principal entrave não é falta de recurso ou de pessoal, mas, sim, a falta de preparo para enfrentar essas situações. O Brasil não tem, ao longo de toda a sua história, se preparado para enfrentar esse tipo de situação, ele sempre ingressa como retardatário. Não tem um sistema de vigilância ativa contra vírus emergentes ou mesmo algum setor encarregado de fazer isso. Falta uma visão estratégica em relação a essas ameaças.

Os países que já tinham passado por epidemias parecidas já estavam preparados, por isso investimos na compra dessas vacinas. Claro que com a pandemia essa necessidade surge, fica mais evidente. Quem sabe o país se torne capaz de criar essas estruturas e colocá-las para pensar esses desafios que virão pela frente.

O Instituto Butantan pretende implementar o CPV (Centro de Produção de Vacinas) para a produção de sete vacinas no país. Com isso, espera ser um centro de referência para produção de imunizantes em toda a América Latina?
DC – Exatamente, essa é uma das tentativas que vem no sentido de ter uma autossuficiência em vacinas, mas não só de vacinas para o setor público do Brasil, mas para a América Latina e quem sabe outras regiões do mundo, principalmente as mais pobres e mais necessitadas de vacinas.

Existe uma grande assimetria no mundo em relação às vacinas, com os países mais ricos concentrando mais de 80% do consumo das vacinas e os países de renda média ou baixa com muita dificuldade. Por isso, organizações como o Butantan precisam aumentar sua capacidade de produção, olhar para essas grandes diferenças que existem no mundo e tentar ajudar por meio de organismos internacionais como a Unicef, a OMS [Organização Mundial da Saúde] e a Opas [Organização Pan-Americana de Saúde].

A previsão de inaugurar a fábrica a partir do segundo semestre deste ano está mantida?
DC – O CPV é uma fábrica multipropósitos que vai produzir não só a Coronavac mas também poderá produzir outras sete vacinas no país. Ela deve estar pronta ainda até o final deste ano e vai começar a funcionar a partir do ano que vem.

Uma lei aprovada pelo Congresso fixa prazo de cinco dias para que a Anvisa autorize o uso emergencial de vacinas no Brasil, desde que aprovadas por organismos internacionais. O que pensa a respeito?
DC – Como vê o lobby em Brasília pela vacina Sputnik e a pressão sobre a Anvisa? Eu vejo com muita preocupação. A Anvisa é a autoridade sanitária do país e existe para proteger a população. Toda vez que há uma intervenção externa, qualquer que seja, isso preocupa.

O que nós devemos exigir da Anvisa é rapidez, presteza nos seus processos de análise, melhoria na qualidade dessas análises. Agora interferir diretamente nos procedimentos dizendo isso ou aquilo é muito perigoso e pode criar uma prerrogativa.

Há um estudo em andamento da Coronavac com as variantes do vírus em circulação?
DC – Sim, há estudos em andamento na China contra as variantes do Reino Unido e da África do Sul, e tem um estudo em andamento aqui no Brasil com relação à variante de Manaus, chamada P.1. Em breve teremos esses resultados. Preliminarmente, parece que a Coronavac vai bem contra as variantes inglesa e sul-africana, mas são resultados preliminares.

Como acha que essas variantes podem impactar as campanhas de vacinação pelo mundo? A África do Sul já cancelou a campanha com a vacina de Oxford por isso. As pessoas podem ficar mais reticentes a se vacinarem?
DC – O que pode acontecer é a vacina não proteger totalmente contra a nova variante, e isso não seria motivo para interromper a campanha de vacinação, mesmo porque as variantes anteriores também continuarão a circular.

Se de fato há uma vacina não efetiva contra determinada variante, ela precisa ser adaptada também para fazer a cobertura dessa variante, eventualmente prevendo uma dose adicional.

O aparecimento de variantes é uma coisa absolutamente normal e esperada. À medida que a pandemia vai progredindo, novas variantes irão surgir e, se você já tem uma imunidade natural, mesmo que não seja altamente efetiva, algum grau de proteção vai dar.

Pensam em fazer atualização da vacina?
DC – Sim. Como as plataformas [das vacinas] já estão bem estabelecidas, a adaptação para as novas variantes não vai representar um grande desafio. O grande desafio será em relação à cadeia de produção, ao volume muito grande de doses produzidas, e isso demanda uma logística mais complicada. Caso seja verificada a necessidade dessa mudança [de cepa para a produção da vacina], ela será gradual.

Raio-X
Natural de Batatais (SP), Dimas Tadeu Covas deixou temporariamente o cargo de professor na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto em 2017 para assumir a direção do Instituto Butantan. Graduou-se em medicina (1981) e fez mestrado (1986) e doutorado (1993) na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. É especialista em hematologia.

Folhapress