Receita prorroga prazo de entrega das declarações de Espólio

Por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, a Receita Federal prorrogou o prazo para a apresentação da Declaração Final de Espólio e da Declaração de Saída Definitiva do País. O prazo para a entrega das declarações e eventual recolhimento do imposto apurado foi transferido de 30 de abril para 30 de junho de 2020. As alterações estão descritas na Instrução Normativa RFB nº 1.934, de 2020, publicada nessa terça-feira (7) em edição extra do Diário Oficial da União.

“A medida justifica-se pela dificuldade advinda do isolamento social causado pelo coronavírus. Pretende-se resguardar a população ao evitar a aglomeração de contribuintes nas unidades de atendimento da Receita Federal bem como empresas ou instituições financeiras, na busca de informes de rendimentos, e em escritórios de profissionais ou em entidades que prestem auxílio no preenchimento das declarações. Assim, busca-se contribuir com o esforço governamental de diminuir a propagação da doença”, diz a Receita, em nota.

Com a nova norma, a Declaração Final de Espólio deve ser apresentada até 30 de junho de 2020 e o respectivo imposto pago até a mesma data, nas hipóteses em que:

I – a decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados, ocorreu até o ano-calendário de 2019 e que tenha transitado em julgado até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário de 2020;

II – a lavratura da escritura pública de inventário e partilha ocorreu no ano-calendário de 2019; ou

III – o trânsito em julgado da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados ocorreu entre 1º de março e 31 de dezembro do ano-calendário de 2019.

Já a Declaração de Saída Definitiva do País deverá ser apresentada até 30 de junho de 2020 e o respectivo imposto pago até a mesma data, nas hipóteses em que a pessoa física residente no Brasil se retirou do território nacional: em caráter permanente no curso do ano-calendário de 2019; ou em caráter temporário e completou 12 meses consecutivos de ausência em 2019.

Agência Brasil

Campos Neto: BC está preparado para fazer atuação maior no câmbio

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto falam à imprensa no Palácio do Planalto, sobre as ações de enfrentamento ao covid-19 no país

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje (8) que o câmbio é flutuante (definido pelo mercado), mas existe uma política para evitar excessos. Ele afirmou ainda que o BC está preparado para fazer atuação maior, a qualquer momento, se for necessário.

“Existe uma política para evitar excessos, alinhar o câmbio e estabilizar os mercados”, disse em transmissão ao vivo pela internet promovida pelo banco Credit Suisse. Ele acrescentou que o BC tem “arsenal bastante grande” para atuar no mercado de câmbio. “Parte do mercado advogava fazer programas mais agressivos para o câmbio, nós sempre entendemos que era importante dar liquidez, não influenciar a trajetória de preço, mas sempre olhando o real em relação a outras moedas. Nós temos um arsenal bastante grande. Entendemos que o real desvalorizou muito e um pouco mais em relação a outras moedas. Estamos preparados a qualquer momento para fazer uma coisa maior, se for necessário, no câmbio, mas entendemos que o câmbio é flutuante”, afirmou.

Medidas
Campos Neto disse ainda que houve críticas de que as medidas adotadas para o enfrentamento da crise gerada pela pandemia de covid-19 teriam sido demoradas. Entretanto, ele afirmou que comparado a outros países, como os Estados Unidos, isso não é verdade. “E o impacto também das medidas, se considerar o que o Brasil fez em termos de liquidez e capital, 16,7% do PIB [Produto Interno Bruto], não tem nenhum outro país emergente que tenha feito nada parecido. Quando pega a potência fiscal, em termos de dinheiro novo, o Brasil está um pouco acima de mercados emergentes”.

Contratos
Campos Neto disse que tem enfatizado a importância de cumprimento de contratos, como aluguel e crédito, por exemplo. “A crise com interrupção nos contratos se torna muito mais aguda, com uma demora na recuperação muito maior. Tivemos indício de quebra de contrato, tentativa de quebra de contrato de energia, alugueis. A parte de [crédito] consignado, que não faria nenhum sentido porque o consignado está ligado em grande parte a um servidor [público] que tem estabilidade, não vai ter o salário afetado. Do ponto de vista do governo, é melhor ter um fiscal um pouco pior e ter a certeza de que todos os contratos são cumpridos”, acrescentou.

Impacto na economia
O presidente do BC afirmou que o impacto da crise na economia brasileira vai depender do tempo de duração do distanciamento social. “É um vírus que tem letalidade muito baixa, mas a contaminação é muito alta. E tem obviamente os trade off [prós e contra de uma decisão] entre ter uma curva mais acelerada [aumento dos casos da doença] e criar uma imunidade e o custo econômico. O Banco Central não entra na discussão dessas escolhas. A gente entende que é uma política de governo”.

“O que dá para fazer é tentar passar credibilidade para as pessoas de que o governo vai ajudar. O governo não vai deixar nenhuma ruptura, vai olhar os setores mais prejudicados. O governo não quer promover vencedores e perdedores, quer que todos sejam vencedores. [Mas] alguns nessa crise vão ser perdedores, vão ter mais impacto do que outros. O governo vai tentar fazer com que isso seja da forma mais linear possível”, afirmou Campos Neto.

Ele acrescentou que uma queda na economia este ano é quase certa. “Talvez as próximas duas ou três semanas sejam as mais importantes no sentido de ver como vai se comportar”.

Campos Neto destacou que o momento é de união. “É um momento muito difícil. Nós precisamos de unidade. Alguns elementos que causaram dificuldades adicionais foram internos – às vezes desorganização entre estados e municípios e o governo federal, às vezes ruídos gerados pela própria coordenação, que é difícil. Mas o momento é de união. O trabalho tem sido bastante intenso”, disse.

Geopolítica
O presidente do BC afirmou também que passada a crise, a geopolítica vai ficar “bastante diferente”, o que pode ser prejudicial para países emergentes. Segundo ele, haverá maior distanciamento do mundo desenvolvido em relação aos países emergentes. “Os países emergentes estão muito inseridos nas cadeias globais de valor”. Campos Neto destacou que, nos últimos anos, grande parte do crescimento dos emergentes ocorreu com base na especialização na produção. Ele citou equipamentos médicos produzidos por países asiáticos.

De acordo com o presidente do BC, depois da crise os países desenvolvidos podem passar a produzir bens, que antes eram importados das nações em desenvolvimento. “Se você tiver país desenvolvido tendo que voltar a produzir bens que já não tinha vantagem comparativa, provavelmente a gente está numa situação de um crescimento estrutural mundial mais baixo por tempo maior”, disse.

Agência Brasil

FGV Social divulga perfil da população idosa do Brasil

Com 10,53% da população brasileira com 65 anos ou mais, o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social) divulgou hoje (8), no Rio de Janeiro, a pesquisa Onde estão os idosos? Conhecimento contra a Covid-19.

A meta é reunir informações detalhadas sobre os grupos etários mais avançados visando auxiliar os gestores de políticas públicas na proteção dessa parcela durante a pandemia do novo coronavírus.

As taxas de letalidade (mortalidade) da doença entre pessoas com 80 anos ou mais de idade são 13 vezes maiores do que na faixa de 50 a 55 anos e 75 vezes a letalidade da faixa de 10 a 19 anos de idade, segundo a pesquisa.

Os microdados utilizados pela FGV são da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) anual, de 2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo da FGV, coordenado pelo pesquisador Marcelo Neri, busca identificar quem são os idosos brasileiros, como se sustentam e onde vivem. O trabalho, com tabelas interativas, está disponível no site.

O aumento no número de pessoas com 65 anos ou mais na população brasileira foi de 20% na comparação com os dados de 2012, quando a proporção de idosos era de 8,8%. Há mais idosos entre as mulheres e entre amarelos e/ou brancos, que também têm uma maior expectativa de vida e uma taxa de fertilidade menor.

Os idosos são as pessoas de referência ou os chefes de família de 19,3% dos domicílios brasileiros. Na relação que ocupam com a pessoa de referência da casa, eles são 91,5% dos avós, 69% dos sogros ou sogras e 61,2% dos pais ou mães.

Segundo os pesquisadores, esse dado indica a dificuldade na política de isolamento domiciliar desta parcela da população. Os dados indicam também que os domicílios com idosos tem 25,6% menos pessoas do que a média nacional.

Rendimentos
Sobre a renda, a FGV indica que os idosos correspondem a 17,44% dos 5% dos brasileiros mais ricos e 1,67% dos 5% mais pobres. Eles são 15,54% da classe AB, 13,07% da classe C, 4,71% na classe D e 1,4% dos idosos são da classe E. Quanto à fonte de renda, os idosos recebem 59,64% das aposentadorias da previdência social, 40,78% dos benefícios do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e apenas 0,89% do Bolsa Família.

Quanto à escolaridade, os idosos são 30% dos analfabetos e têm 3,3 anos de estudo completos a menos que a média. Sobre a posse de bens e ativos, os idosos são 13,17% dos que possuem casa própria em terreno próprio, são 22,47% dos brasileiros sem acesso à internet e 12% dos que têm TV, correspondendo a 10,22% dos que tem canais pagos.

Os idosos são 13,06% da população do Rio de Janeiro, seguido pelo Rio Grande do Sul (12,95%), São Paulo (11,27%) e Minas Gerais (11,19%). Os estados com a menor proporção de idosos são os da região Norte, com Roraima (5,26%) em primeiro lugar, seguido de Amapá (5,75%), Amazonas (6,7%), Acre (6,9%) e Pará (7,07%).

Por capital, o Rio de Janeiro também ocupa a primeira posição, com 14,5% acima dos 65 anos, com concentração nos bairros de Copacabana, Flamengo, Ipanema e Leblon. Na projeção para 2020, Copacabana tem 27,48% de seus moradores idosos. Porto Alegre é a segunda cidade com mais proporção de idosos: 14,05%.

Panorama mundial
A pesquisa da FGV Social também traz dados mundiais sobre a proporção da população idosa. O país mais envelhecido em 2020 é o Japão, com 28,4% da população idosa, seguido da Itália: 23,3%. Os locais com as menores taxas de idosos são o continente africano e o Oriente Médio: Emirados Árabes Unidos (1,26%), Catar (1,69%) e Uganda (1,99%).

Segundo os dados, os territórios mais ricos do mundo também apresentam maior proporção de idosos na população. O Brasil está em uma categoria intermediária, porém, a proporção de pessoas com 65 anos ou mais varia de acordo com a renda. Entre 98 países analisados, o Brasil está em 80º no ranking do número de idosos, se considerados os 20% mais pobres, e em 31º do ranking entre os 20% mais ricos.

A FGV social analisa também que a atual pandemia se propaga, inicialmente, entre pessoas mais ricas de lugares mais ricos, por meio das redes de viagens internacionais. “Nova York, Milão e São Paulo representam os maiores focos da pandemia em seus respectivos países. Neste aspecto, os modestos 6,4 milhões de turistas estrangeiros que vêm ao Brasil a cada ano (contra 50 milhões da Itália, 70 milhões da Espanha, 78 milhões dos EUA e os 85 milhões da França) acabam sendo uma vantagem, concluiu a pesquisa.

Agência Brasil

Em tempos de isolamento social, escola de negócios oferece cursos de MBA e Pós-Graduação online

Em um momento em que todo cuidado é pouco, evitar aglomerações e permanecer em casa se tornaram as melhores medidas para impedir a propagação do novo coronavírus. Com estas mudanças comportamentais, grande parte da população está com mais horas vagas no dia. E por que não usar deste tempo extra para investir em qualificação profissional?

Neste momento de pandemia mundial, a melhor maneira de continuar estudando e se qualificando é com cursos à distância. Pensando nisso, o ISAE Escola de Negócios, uma das principais instituições de ensino do país, está com vagas abertas para dois MBAs e seis cursos de pós-graduações online, com certificação da Fundação Getúlio Vargas. Além de não precisar sair de casa para estudar, essa modalidade garante ao estudante maior flexibilidade para acompanhar as aulas.

A certificação dos cursos online do ISAE Escola de Negócios não tem distinção do certificado presencial, ou seja, a entrega do conteúdo é a mesma em ambas as modalidades, contribuindo com o mesmo peso na busca do conhecimento e aprimoramento da carreira do profissional.

Confira a lista de cursos disponíveis:

Início em 20/04/2020:
– MBA Executivo em Direito: Gestão e Business Law
– MBA Executivo: Gestão Empresarial

Início em 19/05/2020:
– Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos
– Pós-Graduação em Direito Empresarial
– Pós-Graduação em Meio Ambiente e Sustentabilidade
– Pós-Graduação em Gestão Financeira
– Pós-Graduação em Marketing e Mídias Digitais
– Pós-Graduação em Logística e Supply Chain

Os cursos de MBA e Pós-Graduação online do ISAE Escola de Negócios estão com as inscrições abertas. Para se inscrever, basta acessar: www.educacao-executiva.fgv.br/cursos/online.

MEC oferta cursos a distância

O Ministério da Educação (MEC) oferta 13 cursos a distância sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Todos podem ser acessados por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (AVAMEC). Qualquer pessoa ligada à comunidade educacional pode se matricular.

Para efetuar a matrícula no tema de interesse, é necessário fazer o cadastro aqui. O próximo passo acessar o link do curso de acordo com o endereço correspondente.

Veja abaixo quais são os temas e os links para matrícula:
A BNCC e a Gestão Escolar http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2769/informacoes
A BNCC na Educação Infantil http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2771/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Artes http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2773/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Ciências http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2781/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Educação Física http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2801/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Ensino Religioso http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2803/informacoes ]
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Geografia http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2805/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: História http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2807/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Língua Inglesa http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2812/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2815/informacoes
A BNCC nos Anos Finais do Ensino Fundamental: Matemática http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2817/informacoes
A BNCC nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2819/informacoes
Os Conselhos de Educação e a implementação da BNCC http://avamec.mec.gov.br/#/instituicao/seb/curso/2821/informacoes
Após escolher o curso desejado, clique em “Inscrever”, selecione a turma correspondente e a inscrição estará pronta. Após a finalizar todo o conteúdo e todas as atividades, as declarações serão emitidas pelo MEC e ficarão disponíveis na aba “Meus Documentos” (canto superior direito). A finalização do curso só é possível, se as atividades e o conteúdo estiverem concluídos.

Poderão ser realizados, concomitantemente, quantos cursos o profissional desejar.

BNCC – A BNCC é um documento normativo que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da educação básica, em conformidade com o Plano Nacional de Educação (PNE).

AVAMEC – A AVAMEC é uma plataforma on-line que permite a concepção e a administração de cursos a distância. Desenvolvido pela Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC em parceria com o Laboratório de Tecnologia da Informação e Mídias Educacionais (LabTIME) da Universidade Federal de Goiás (UFG), a ferramenta faz parte do programa Educação Conectada, que tem como um dos objetivos fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais na educação básica.

Site ajuda a mapear risco e comportamento da população durante quarentena

Com o objetivo de entender o comportamento da população e dimensionar o risco de contaminação pelo novo coronavírus, está sendo lançada a plataforma Coronarisco. A aplicação criada por iniciativa do pesquisador da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Recife, Dr. Thiago Araújo e apoio do Dr. Ulysses Albuquerque, a MSc. Juliana Silva e a pedagoga Cybelle Albuquerque, possibilitará a identificação das atitudes preventivas que a população está tendo para evitar o contágio da doença.

A plataforma , que foi produzida pela Quacks, é construída com base em métodos científicos utilizados em doenças emergentes e reermergentes, como a COVID-19. Os dados serão úteis no entendimento global da situação de como a população está se comportando nas cidades, por meio de um mapa de calor.

De acordo com o Thiago Araujo, a plataforma é simples e gratuita. “Por meio de um Quiz, a população vai responder as perguntas e, no final, terá dois tipos de notas – uma para o modo como ela está se comportando (saindo de casa, lavando as mãos, entre outros) e outro como ela percebe o risco sobre a doença”, explica.

Além disso, com esses dados é construído um mapa mostrando estas informações que poderão auxiliar as autoridades na tomada de decisão para cada localidade. Thiago ainda reforça que “não basta a pessoa perceber uma doença como um risco se ela não tem atitudes ou comportamentos que as afastam ou previnem do contágio”.

Os interessados devem entrar no site http://coronarisco.com e aceitar os termos e a localização do aparelho para começar a responder.

Nordeste cancela festas de São João por causa de pandemia

26/04/2018. Credito: Lula Portela/Divulgacao. Lancamento do Sao Joao de Caruaru na rua 3 de Maio, um dos bercos da festa.

O São João, um das maiores festas populares do Nordeste, que ocorre em junho, foi cancelado em vários estados. Em alguns casos, pela primeira vez terá sua versão fora de época no final deste ano. Em Caruaru, uma das maiores festas juninas do Nordeste, o edital de chamamento público para seleção dos artistas do São João de Caruaru, publicado dia 31 de janeiro, foi suspenso por prazo intederminado em 20 de março. A decisão foi tomada diante das medidas adotadas pelo governo municipal no combate ao coronavírus.

Antes da suspensão, a diulgação das propostas selecionadas iriam ser apresentadas nesta quarta-feira (8). O valor máximo que pode ser pago como cachê para uma banda é R$ 200 mil. A data da festa, que reúne cerca de 3,2 milhões de pessoas, ainda não foi divulgada. No ano passado, a prefeitura chegou a divulgar que neste ano estariam presentes no São João os artistas Zé Neto e Cristiano, Alok, Marília Mendonça, Xand Avião, Léo Santana e Elba Ramalho.

Em Campina Grande, na Paraíba, o São João reúne cerca de 2 milhões de pessoas no Parque do Povo. Este ano, o festejo seria entre 5 de junho e 5 de julho, mas, devido à epidemia do novo coronavírus, foi adiado para entre 9 de outubro e 8 de novembro. Adiar a 37ª edição do evento para o final do ano foi o jeito que a Prefeitura de Campina Grande encontrou para atender tanto as recomendações de saúde, de evitar aglomerações, quanto aos grupos econômicos que lucram com o festejo (sobretudo o setor turístico), que movimenta cerca de R$ 250 milhões.

Em comunicado, a prefeitura declarou que a decisão buscou ouvir também o setor que envolve hotéis, restaurantes e agências de viagens e que o momento é de cuidados com a pandemia. “No tempo oportuno, haverá readequação da programação e da grade de atrações.” Com o adiamento dos festejos, o Parque do Povo poderá ser adaptado e, se preciso, transformado em hospital para abrigar infectados com o vírus.

No estado, são 35 casos e quatro óbitos, segundo o Ministério da Saúde. Com o avanço da doença na Paraíba, outras 23 cidades do estado decidiram cancelar ou suspender as festas locais de São João. E a mesma situação ocorre com as dez cidades da Bahia que realizam as principais festas de São João do estado, tanto públicas quanto privadas –o estado tem 462 casos confirmados e 14 mortes por conta da Covid-19.

Nesta terça-feira (7), em comunicado conjunto, as prefeituras de Senhor do Bonfim, Irecê, Seabra, Miguel Calmon, Amargosa, Cruz das Almas, Itaberaba, Santo Antônio de Jesus, Piritiba e Ibicuí anunciaram o cancelamento dos festejos juninos de 2020. Outras duas cidades da Bahia, Conceição do Almeida e Vitória da Conquista, já haviam anunciado o cancelamento do São João em março. O valor do prejuízo econômico por conta do cancelamento não foi divulgado.

No comunicado, os prefeitos afirmam o momento é de concentrar esforços em salvar vidas, e contar com recursos financeiros e de pessoal para o enfrentamento da pandemia. O texto termina com uma súplica: “Na certeza de que a preservação da vida humana está sendo colocada acima de qualquer outro interesse, suplicamos a proteção divina”.

“Estou muito triste e preocupado com toda a situação. Sei o quanto os festejos ajudam a impulsionar a economia local. Apesar de ser uma decisão difícil, é o caminho certo a seguir para que possamos frear a disseminação do vírus”, disse o prefeito Rogério Andrade, de Santo Antônio de Jesus, cujo festejo reúne 100 mil pessoas.

O gestor observou que, mesmo com o planejamento adiantado, algumas medidas como contratação de bandas, estrutura e lançamento de editais culturais relativos aos festejos precisam de tempo para serem efetivados. O cancelamento com antecedência, nesse sentido, é necessário, segundo ele, “para evitar prejuízos ainda maiores para o comércio local, ambulantes e demais pessoas que investem na aquisição de produtos para esta época do ano”.

Diario de Pernambuco

Após morte da mãe, criança recém-nascida é diagnosticada com coronavírus

Com apenas 14 dias de vida, a filha da professora Rafaela da Silva de Jesus, que morreu no último dia 1º de abril na cidade de Itapetinga (576 km de Salvador) com diagnóstico da Covid-19, também está infectada. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Porto Seguro, cidade onde a criança vive com o pai, o microempresário Erisvaldo Lopes dos Santos, 47.

“Ela está bem, graças da Deus não teve nenhum sintoma”, disse Erisvaldo à reportagem nesta quarta-feira (8). Ele também foi testado para o novo coronavírus, mas recebeu diagnóstico negativo. Moradores da vila de Trancoso, em Porto Seguro, Erisvaldo e Rafaela haviam viajado no dia 16 de março para Itapetinga, cidade onde mora parte da família dela e onde escolheram ter a filha em um hospital particular.

A pequena Alice nasceu no dia 25 de março. Cinco dias depois, Rafaela começou a sentir sintomas como uma febre baixa, em torno de 37 graus, e falta de ar. Foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiu e morreu antes de ser transferida para um hospital em Vitória da Conquista, maior cidade do sudoeste baiano.

Folhapress

Artigo – Como bares e restaurantes podem sobreviver à crise do coronavírus

*Por José Araújo Netto

A chegada do coronavírus ao Brasil lançou um desafio extra para as empresas nacionais, principalmente àquelas do segmento da alimentação fora do lar. Devido às medidas de prevenção da doença, que incluem isolamento social, as pessoas estão deixando de sair de casa e mudando gradualmente seus hábitos de consumo – ao invés de ir até um restaurante ou bar para realizar suas principais refeições, a nova rotina inclui colocar a mão na massa e preparar os próprios alimentos e, às vezes, pedir comida em casa.

Com isso, milhares de empreendimentos gastronômicos em todo país já suspenderam suas operações tradicionais ou alteraram seus expedientes, mas isso não está sendo o suficiente para que eles possam “sair com vida” deste momento de crise. Mas, para dar a volta por cima, é preciso que os donos de bares e restaurante entendam seu local na economia para que possam traçar estratégias que beneficiem a si mesmo e toda a comunidade.

Em um panorama que estabelece três meses de isolamento, com baixo – ou baixíssimo – faturamento para bares e restaurantes, existem três níveis de empresas: as “verdes”, que possuem alto poder aquisitivo, ou seja, podem atuar sem grande fluxo de caixa e conseguem retomar ao mercado tranquilamente após a crise; as “amarelas”, que contam com um caixa razoável para manter as contas em dia, mas sem fluxo diário vão entrar no negativo e, consequentemente, ter dificuldade para se estabilizar novamente; e as “vermelhas”, que já estão com capital de giro zerado e não sabem nem como vão pagar o aluguel no final deste mês.

As empresas verdes podem e devem criar oportunidades neste momento de crise. Como o foco desses empreendimentos não é sobreviver, eles devem continuar aparecendo na mídia de forma positiva, investindo no próprio marketing e pensando no futuro da organização. Para isso, além de criar ações que beneficiem os clientes e gerem engajamento à marca, devem observar os pequenos negócios ao redor, principalmente aqueles essenciais para o funcionamento futuro da empresa, como fornecedores, e ajudá-los. Afinal, este momento não é de quebra de contratos, mas sim de auxílio e solidariedade com aqueles que tem risco de fechar as portas.

Para as empresas amarelas, o mais importante é cuidar dos funcionários e colaboradores, mantendo os salários em dia, mesmo que seja necessário estabelecer uma redução de carga horária ou adiantar as férias coletivas. Mas como manter os pagamentos em dia sem o faturamento que já estava planejado? O primeiro passo é antecipar os recebíveis, como valores de cartão de crédito ou de aplicativos de delivery. Mesmo que isso signifique perder um pouco, devido às taxas de adiantamento, esse dinheiro em mãos pode salvar a receita do estabelecimento. A dica é que os donos de bares e restaurantes tentem conversar com os aplicativos para propor um adiantamento facilitado e, também, se beneficiem das reduções de taxas que vários bancos já se propuseram a fazer.

Como nem sempre apenas adiantar valores é suficiente, economizar também se faz necessário. Este é o momento de rever sua cadeia de suprimentos, procurar preços mais acessíveis e negociar com fornecedores, principalmente com aqueles de produtos perecíveis. Se você conseguir subsídios mais baratos, também poderá diminuir os preços do seu cardápio e fazer promoções para atrair mais clientes. Desta forma, todos saem ganhando.

Por fim, a dica para as empresas amarelas é procurar se manter ativo nas redes sociais, gerando conteúdo relevante para manter os clientes entrosados e falando sobre o seu negócio. Um exemplo disso é gravar vídeos com receitas especiais da casa para que o público tente reproduzi-las em casa.

Já para as empresas vermelhas, que iniciaram a crise com pouco fluxo de caixa, as dicas vão além de antecipar receitas, renegociar prazos e manter as redes sociais ativas: é preciso buscar apoio profissional. Neste momento existem diversos profissionais oferecendo apoio gratuito ou no modelo “pague mediante bons resultados”.

Consultar linhas de crédito pode ser também uma excelente saída. Emprestar R$ 50 mil do banco e dividir em 48 vezes pode dar um fôlego ao negócio, sem pesar tanto no bolso do empresário. Além disso, é importante não gastar dinheiro com suprimentos que não são vendidos com facilidade, mas sim investir nos produtos que mais saem da sua loja.

Se nada disso der certo, é preciso entrar em um processo de congelamento de gastos. Barganhar o não pagamento do imóvel com o proprietário do seu ponto comercial – neste caso, é possível pedir um parcelamento da dívida quando o bar ou restaurante voltar a atuar normalmente; negociar o pagamento dos fornecedores conforme a venda dos produtos ou, caso o estabelecimento feche, propor um pagamento mínimo apenas para que o outro não se prejudique; e estabelecer uma conversa franca com seus funcionários – se houver a necessidade de demissões, é imprescindível abrir as contas da empresa para os colaboradores e, se possível, prometer uma recontratação assim que o mercado se estabilizar.

*José Araújo Netto é sócio-fundador das redes Porks – Porco & Chope e Mr. Hoppy e comanda o Bar Quermesse na cidade de Curitiba. Além disso, o empresário está preparando a inauguração de seu novo empreendimento, o Bar do Açougueiro

Comércio mundial deve cair até 32% neste ano por coronavírus, prevê OMC

O comércio internacional de bens deve cair de 13% a 32% neste ano por causa da pandemia de coronavírus, estima a OMC (Organização Mundial do Comércio). A margem da previsão é ampla porque ainda há muita incerteza sobre a duração da crise, que tem “natureza sem precedentes”, afirmou a entidade nesta quarta (8). “Esta crise é antes de tudo uma crise de saúde que forçou os governos a tomar medidas sem precedentes para proteger a vida das pessoas”, disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo.

Os economistas da OMC afirmam que, apesar dos limites para estimar a redução comercial, ela deve superar a da crise financeira global de 2008-2009. “Esses números [de impacto econômico] são feios -não há como contornar isso. Mas precisamos lançar agora as bases para uma recuperação forte e sustentada”, disse o diretor-geral da OMC. As medidas devem envolver comércio, política fiscal e monetária: “Manter os mercados abertos e previsíveis, além de promover um ambiente de negócios mais favorável em geral, será fundamental para estimular o investimento renovado de que precisaremos”.

Quase todas as regiões sofrerão quedas de dois dígitos nos volumes comerciais em 2020. O comércio deve ser mais afetado em setores com cadeias de valor complexas, principalmente produtos eletrônicos e automotivos. Como consequência, exportações da América do Norte e da Ásia devem ser as mais afetadas.

Uma recuperação em 2021 é possível, “mas depende da duração do surto e da eficácia das respostas políticas”. “Se os países trabalharem juntos, veremos uma recuperação muito mais rápida do que se cada país agir sozinho”, afirmou o diretor da OMC.

DOIS CENÁRIOS
Para estimar o desempenho futuro do comércio, a OMC considerou um cenário “relativamente otimista” (recuperação a partir do segundo semestre de 2020) e outro pessimista, com declínio inicial mais acentuado e recuperação mais prolongada e incompleta. “Os resultados reais podem facilmente estar fora desse intervalo, tanto no lado positivo quanto no negativo”, alerta o relatório.

Segundo a OMC, uma forte recuperação é mais provável se as empresas e os consumidores encararem a pandemia como um choque temporário e único.
Nesse caso, os gastos com bens de investimento e bens de consumo duráveis podem ser retomados perto dos níveis anteriores quando a crise ceder. Por outro lado, se o surto for prolongado ou a incerteza se espalhar, famílias e empresas devem conter gastos.

Em ambos os cenários, todas as regiões devem ter quedas de dois dígitos nas exportações e importações em 2020, exceto África e Oriente Médio, segundo as previsões da organização.

FÔLEGO CURTO
O comércio de bens já estava perdendo força antes do ataque do coronavírus. O volume caiu 0,1% em 2019, pressionado pelas tensões comerciais e pela desaceleração do crescimento econômico. O valor em dólar das exportações caiu 3%, para US$ 18,89 trilhões (cerca de R$ 104 trilhões).

O valor das exportações de serviços comerciais aumentou 2% no ano passado, para US$ 6,03 trilhões (cerca de R$ 33 trilhões), mas perdeu fôlego em relação a 2018, quando a alta havia sido de 9%.

PERDIDOS PARA SEMPRE
Neste ano, o setor de serviços também sofrerá impacto das restrições de transporte e viagens e do fechamento de lojas, restaurantes e casas de espetáculo, medidas tomadas para conter a transmissão do coronavírus. Além do papel das cadeias de valor, o impacto no setor de serviços é uma das principais diferenças entre esta crise e a de 2008. Os serviços não estão incluídos na previsão de comércio de mercadorias da OMC, mas a maior parte do comércio de mercadorias seria impossível sem eles (por exemplo, transporte).

Diferentemente dos bens, não existem estoques de serviços a serem retirados hoje e reabastecidos posteriormente. Como resultado, declínios no comércio de serviços durante a pandemia podem ser perdidos para sempre, como campeonatos de futebol que foram suspensos, por exemplo.

No entanto, observa a OMC, alguns serviços podem se beneficiar da crise: tecnologia da informação, por exemplo, teve forte alta de demanda com as quarentenas e o trabalho remoto.