Defesa faz balanço de operações na Amazônia e no litoral do Nordeste

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, durante entrevista coletiva para apresentar os resultados alcançados pela Operação Verde Brasil e ainda sobre as últimas atividades realizadas pela Operação Amazônia Azul, Mar limpo é Vida, que desenvolve ações de resposta e elucidação dos fatos referentes às manchas de óleo nas praias do Nordeste.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, fez ontem (29) um balanço da atuação das Forças Armadas na Amazônia em uma operação de garantia da lei e da ordem (GLO), que ganhou o nome de Verde Brasil. Segundo o general, a campanha dos militares na região foi concluída com uma redução significativa dos focos de incêndio e a fiscalização de atividades irregulares na região.

Entre agosto e setembro, houve redução de 16% dos focos, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De setembro a outubro, na contabilidade ainda não fechada do mês atual, houve nova queda. “O número de queimadas começa a diminuir, face a atuação nossa também. Ainda falta acabar o ano, mas tende a ficar abaixo da média histórica”, declarou Azevedo.

Pelos mapas apresentados no balanço, alguns focos permanecem em localidades, com casos mais graves na região da cidade de Altamira, no Pará. A operação começou em 23 de agosto e terminou em 24 de outubro, em meio a polêmicas e críticas internas e externas e respostas do Executivo. De acordo com o ministro, foram combatidos 1.407 focos de incêndio por via terrestre e 428 focos por via aérea. O ministro apresentou também dados sobre a evolução do desmatamento nos últimos meses, ressaltando que houve um aumento em agosto.

Foi ainda iniciada investigação para apurar responsáveis, que chegou a deter fazendeiros suspeitos. O delegado da Polícia Federal Tiago Ferreira destacou a Operação Pacto do Fogo, deflagrada recentemente e que teve quatro alvos entre empresários e donos de terras. “Apreendemos equipamentos econômicos de quatro alvos, que estão sendo analisados. Com base nela [análise] vamos poder determinar se há outras pessoas envolvidas e, a partir daí, expandir a linha de investigação”, informou o delegado.

Além das investigações e do combate aos focos, Azevedo e Silva apresentou números relacionados à fiscalização de crimes ambientais na região, como extração de madeira e garimpo sem autorização. Os militares aplicaram 352 termos de infração, que resultaram em R$ 141 milhões em multas. As ações apreenderam 23 milhões de metros cúbicos (m3) de madeira obtida ilegalmente e desmontou 45 acampamentos clandestinos.

Agência Brasil

Bolsonaro recorre a Moro para ouvir porteiro testemunha no caso Marielle

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (30), que está conversando com o ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para que a Polícia Federal interrogue novamente o porteiro que informou à Polícia Civil do Rio que, no dia do assassinato da veradora Marielle Franco, um dos suspeitos esteve no Condomínio Vivendas da Barra, Zona Oeste da cidade, dizendo que iria para casa do então deputado.

“Estou conversando com o ministro da Justiça para a gente tomar, via Polícia Federal, um novo depoimento desse porteiro pela PF para esclarecer de vez esse fato, de modo que esse fantasma que querem colocar no meu colo como possível mentor da morte de Marielle seja enterrado de vez”, disse Bolsonaro na Arábia Saudita

O presidente afirmou, ainda, não saber quem é o porteiro citado na reportagem exibida pelo Jornal Nacional, na edição dessa terça-feira (29).

De acordo com a reportagem, no dia 14 de março de 2019, Élcio de Queiroz, apontado como um dos suspeitos do crime, entrou no condomínio horas antes do assassinato da vereadora. O porteiro, que o recebeu na guarita, teria ligado para a casa de Bolsonaro para confirmar a entrada do visitante e alguém que estava na residência autorizou a entrada do veículo. Segundo informou a testemunha, após entrar no condomínio, Élcio se dirigiu até a casa de Ronie Lessa.

Diario de Pernambuco

Setores de saúde e ensino privados querem redução tributária

Representantes de hospitais, planos de saúde e escolas particulares se dizem prejudicados pela criação de um imposto único sobre bens e serviços e pressionam deputados e senadores a alterarem as propostas de reforma tributária que tramitam no Congresso.

Quase 40 emendas, mais de 10% das 350 apresentadas aos projetos da Câmara (PEC 45) e do Senado (PEC 110), se referem a esses setores, segundo levantamento feito pela equipe do escritório Bichara Advogados a pedido da reportagem.

Para os gestores dessas áreas, as propostas de unificação de tributos da Câmara e do Senado elevam a carga de impostos dessas empresas e levarão ao aumento nos preços de serviços como mensalidades escolares e planos de saúde, de até 20%, que seria o percentual estimado de aumento da carga tributária desses serviços.

Entre as emendas apresentadas por parlamentares, sugeridas pelos dois setores, está a adoção de uma alíquota menor para as áreas de educação e saúde no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços, uma espécie de IVA, que surgirá a partir da fusão de cinco tributos que recaem sobre o consumo). Outra emenda prevê a compensação por meio da desoneração total da folha de pagamento desses setores.

Como as propostas de reforma preveem manter a carga tributária total no nível atual, a redução de alíquota para um setor terá de ser compensada por um imposto maior para os demais.

“Podemos trabalhar com essas duas alternativas. O setor de serviços não tem como se desonerar, como a indústria tem. O nosso grande custo é folha de pagamento”, afirma Breno Monteiro, presidente da CNSaude (Confederação Nacional de Saúde).

Na Câmara há várias emendas nesse sentido que visam modificar o texto na comissão especial que trata do assunto. No Senado, o relator do texto que está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa já atendeu à demanda e propôs alíquota diferenciada para as duas áreas.

O argumento desses setores é que a alíquota nominal será de 25% para todas as empresas, mas a alíquota efetiva será menor para quem puder gerar mais créditos tributários, o que beneficiaria, principalmente, a indústria.

Isso porque o novo sistema tributário prevê que o imposto pago sobre insumos seja devolvido ao contribuinte, a ser tributado apenas sobre o valor agregado ao produto. Em serviços, os créditos podem ficar restritos, por exemplo, a despesas com energia elétrica.

“É pouco valor para se creditar. Estamos propondo a desoneração total do setor, pedimos isenção ou uma tabela diferente. Tanto no Senado como na Câmara nossas emendas são nesse sentido”, afirma Ademar Batista Pereira, presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares).

Amábile Pacios, presidente da ABMES (associação das mantenedoras de ensino superior), diz que a entidade também defende a isenção ou uma emenda já apresentada por parlamentares para reduzir em 70% a alíquota do tributo para o setor educacional, hoje entre 5% e 8%.

Os dois setores também argumentam que a prestação de serviços particulares de saúde e educação contribuem para reduzir a demanda por serviços públicos e os gastos do governo nas duas áreas.

Um dos autores da PEC da Câmara, o economista Bernard Appy, do CCiF (Centro de Cidadania Fiscal), afirma que, do ponto de vista distributivo, faz sentido tributar saúde e educação privadas com a mesma alíquota, pois são serviços mais utilizados proporcionalmente, por famílias ricas do que por famílias mais pobres.

Para Pedro Siqueira Neto, do Bichara Advogados, as duas propostas de reforma preveem um tributo diferenciado para produtos cujo consumo se quer desestimular, como cigarros e bebidas, mas não para atividades que se quer incentivar.

Novo balanço contabiliza 1518 toneladas de óleo recolhidas em Pernambuco

Balanço divulgado pelo Governo de Pernambuco nessa terça-feira (29) indica que foram recolhidas 1518,53 toneladas de óleo no Litoral pernambucano desde a quinta-feira (17), quando as manchas voltaram a aparecer no Estado.

O número sofreu pouca alteração em relação ao divulgado na segunda-feira (28), quando o Governo apontou recolhimento de 1500 toneladas. Até o momento, foram afetados 13 municípios: Barreiros, Cabo de Santo Agostinho, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém, Tamandaré, Goiana, Recife e Olinda.

Ainda foi constatada a presença de resíduos na ilha de Itapessoca, no Litoral Norte, elevando de 43 para 44 o número de praias atingidas, além de oito estuários. Todo o material recolhido foi entregue ao Ecoparque Pernambuco, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. A força-tarefa continua mobilizando o efetivo para os trabalhos de localização e limpeza.

Folhape

Comércio na Praça começa a funcionar nesta sexta-feira (1º)

A Prefeitura de Caruaru informa que, na próxima sexta-feira (1º), começam a funcionar os espaços do projeto Comércio na Praça. Os locais comerciais estão localizados no Largo dos Guararapes, Praça Leocádio Porto e Largo da Conceição, que vão receber os vendedores ambulantes de diversos seguimentos. O projeto faz parte da requalificação do centro da cidade e vai oferecer melhores condições de trabalho aos vendedores, além de mais segurança e estrutura para os compradores.

Os novos espaços receberam repaginação em toda a área, com piso intertravado, banheiros públicos, depósito para material de limpeza, nova iluminação, além de melhorias nas áreas verdes. Toda a obra conta com projeto de acessibilidade, inclusive nos sanitários.

O projeto Comércio na Praça teve seu início no ano de 2017, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Econômico e Economia Criativa (SEDEEC) e Ordem Pública (SECOP). Para elaborar o projeto, uma pesquisa foi realizada a fim de ouvir as opiniões dos comerciantes que trabalham diariamente nas ruas do centro de Caruaru. Durante dois anos, a prefeitura municipal realizou o cadastro dos ambulantes em momentos distintos, dialogando, de forma geral, com todos os que comercializaram seus produtos nas 28 ruas monitoradas.

Em 2018, a prefeitura assinou, junto à Caixa Econômica Federal, o contrato de repasse que garantiu as obras para o Largo dos Guararapes e Praça Leocádio Porto, com o objetivo de organizar o comércio de ambulantes que atuam nas ruas do Centro. Na oportunidade, o projeto foi apresentado pela SECOP, que explicou o passo a passo do projeto inovador para os comerciantes informais do centro de Caruaru. Ainda no ano passado, o projeto foi apresentado aos ambulantes, que, além de elogiarem o Comércio na Praça, aproveitaram a oportunidade para tirar todas as dúvidas sobre os novos espaços de trabalho.

Ainda em 2018, a prefeitura deu início às obras na Praça Leocádio Porto. Esse foi o ponto de partida de uma das grandes obras realizadas no centro urbano. A área de intervenção total foi de 844,76 m², com o investimento de R$ 561.382,31.

Nas obras dos Guararapes, foram investidos um total de R$ 745.368,98. A Prefeitura de Caruaru também realizou intervenções no entorno da área, com execuções de recapeamento asfáltico nas principais vias e melhorias na iluminação pública. O novo espaço possui 900 m² de piso intertravado, iluminação e arborização, com mais estrutura, segurança e valorização do comércio.

Já em 2019, mais precisamente no mês de março, a prefeitura se reuniu com membros da Associação Caruaruense dos Trabalhadores Autônomos (ACTA), além de ambulantes não associados. Em pauta, a coberta nos espaços de trabalho, além de políticas para garantir o desenvolvimento do comércio local. Atendendo ao pedido da categoria, o projeto, que já estava pronto, foi adiado para o início do último trimestre do ano, ainda no mês de outubro. Durante o encontro, os ambulantes contaram suas histórias de vida e aproveitaram para agradecer a criação do Comércio na Praça.

No mês de abril, a prefeitura foi convidada pela Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC) para apresentar o projeto Comércio na Praça. Com a presença do vice-prefeito, Rodrigo Pinheiro, o projeto foi exposto pela secretária de Ordem Pública, Karla Vieira, e foi bastante elogiado pelos empresários.

Já em setembro, foi realizado o 1º Capacita Ambulantes, no ginásio da Escola Municipal Álvaro Lins, em parceria com a ACTA. Participaram do encontro as secretarias e autarquias municipais. O evento teve como objetivo capacitar os comerciantes informais/ambulantes, visando instruí-los a respeito da relocação para o Largo dos Guararapes, Praça Leocádio Porto e Largo da Conceição, fato que os torna comerciantes formais, que passarão a ser regidos por legislações.

Na oportunidade, o SEBRAE apresentou aos participantes as vantagens e processos de formalização através do Microempreendedor Individual (MEI), além de uma palestra com o tema “Qualidade no Atendimento”, com foco nos comerciantes de rua. O SEBRAE ofertou, ainda, inscrições para os cursos do SEI – (SEI Comprar/SEI Vender/SEI Fazer Fluxo de caixa/SEI Empreender). Durante o encontro, o SEBRAE realizou também um cadastro prévio para outros cursos do projeto, que terão início após a relocação dos ambulantes.

Por fim, neste mês de outubro, os comerciantes ambulantes cadastrados participaram do sorteio das vagas do projeto e conheceram, através do mapa, os novos locais de trabalho nos três novos espaços.

Cai portaria com restrições à mamografia em mulheres abaixo de 50 anos pelo SUS

O Plenário aprovou nesta terça-feira (29) o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 377/2015, que susta a Portaria 61/2015, do Ministério da Saúde, o qual restringe o acesso ao exame de mamografia pelo Sistema Único do Saúde (SUS). A matéria, do senador Lasier Martins (Podemos-RS), ainda será votada pela Câmara dos Deputados.

Para a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), o governo mostrou insensibilidade ao editar a portaria, que torna pública a decisão de não ampliar o uso da mamografia para o rastreamento do câncer de mama em mulheres assintomáticas com risco habitual fora da faixa etária atualmente recomendada (50 a 69 anos), no âmbito do SUS.

Rose de Freitas lembrou que o câncer de mama é a enfermidade que mais acomete mulheres no Brasil, sendo que a ocorrência da doença, em 2019, é estimada em 59,7 mil novos casos.

O atual governo deveria já ter revogado a portaria do Ministério da Saúde, disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Para ela, a revogação da portaria seria “como um presente para as mulheres brasileiras”. A senadora Leila Barros (PSB-DF) também criticou a portaria, por entender que a iniciativa do governo afronta o direito constitucional à saúde, e vai contra as recomendações médicas internacionalmente reconhecidas.

Em live, Bolsonaro nega envolvimento e ataca a Globo e Witzel

Segundo Bolsonaro, a Globo inferniza a vida dele o tempo todo. (Foto: Evaristo Sá/AFP)
Segundo Bolsonaro, a Globo inferniza a vida dele o tempo todo. (Foto: Evaristo Sá/AFP)

Em transmissão ao vivo nesta terça-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro comenta a reportagem do Jornal Nacional que cita envolvimento dele com pelo menos um dos suspeitos envolvidos com a vereadora morte de Marielle Franco.

De acordo com as informações às quais o jornal teve acesso, o ex-PM Élcio de Queiroz havia solicitado entrada no prédio onde moram o presidente e o ex-policial militar Ronnie Lessa, outro suspeito de estar envolvido com a morte de Marielle. Apesar de ter solicitado acesso à casa de Bolsonaro, Élcio foi para a casa de Lessa.

Bolsonaro, que está na Arábia Saudita, iniciou a live assim que soube da matéria, ou seja, na madrugada do horário local. O presidente tentou se defender da acusação de envolvimento com a morte de Marielle.

Além de informar que no dia do crime estava na Câmara, em Brasília, citando os horários em que sua presença foi registrada no painel eletrônico, o presidente fez duras críticas à rede Globo.

De acordo com Bolsonaro, as informações do processo, que está sob sigilo, teriam sido vazadas pelo governador Wilson Witzel (PSC-RJ).

Na transmissão, ele também levanta as possibilidades de o porteiro do seu condomínio ter mentido, ou foi induzido a dar um falso testemunho, e até que teriam escrito as informações comprometedoras no inquérito e o porteiro não teria lido antes de assinar.

O objetivo da reportagem, segundo Bolsonaro, é prejudicar ele e quem está a sua volta. “Todo o tempo, ficam em cima da minha vida, dos meus filhos, de quem é próximo de mim”, desabafa. “O processo que corre em segredo de Justiça de repente vaza. E vaza pra quem? Pra Globo! Sempre a Globo a dar furo! A globo disse na matéria que teve acesso a uma planilha, a uma folha de anotações da portaria. Não é verdade. Tiveram acesso ao processo que foi em cima dessa planilha.”

“Eles constroem a narrativa e me colocam como suspeito de ter participado ou ser um dos mentores da morte da senhora Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro”, conta Bolsonaro.

Mesmo com as digitais registradas no painel, Bolsonaro diz que a Globo levanatará suspeitas de seu envolvimento. “Será que a Globo quer criar um fato, uma narrativa de que eu deveria me afastar ou que o povo deveria ir à rua pedir meu afastamento? Tendo em vista os casos que acontecem sobre o caso Marielle agora? É o tempo todo isso.”

Bolsonaro acredita que a Globo só ficará contente quando um dos seus filhos for preso. Em suas críticas à emissora, sobre defesa de bandidos e ataques à família, ficou exaltado e chegou a pedir desculpas, e encerrou convidando os seguidores a sintonizar no Jornal da Record. O presidente chegou a chamar a emissora de patifes e canalhas e dizer que “acabou a mamata”.

Em entrevista ao Jornal da Record, Bolsonaro disse que o governador Wilson Witzel, tem interesse no vazamento do inquérito: “Se elegeu graças ao meu filho Flávio, se colou em nós, e, ao assumir, se tornou inimigo e quer nos destruir”. E dispara “Ele já se lanla candidato a presidente para 2022. Para atingir seu objetivo, ele tem que detruir a família Bolsonaro”.

Após finalizar a transmissão, Bolsonaro publicou no seu perfil do Twitter uma imagem comparando a Globo a um cano de esgoto.

CANALHAS! pic.twitter.com/THbGVEbasE

— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 30 de outubro de 2019

Justiça derruba habeas corpus e determina prisão de casal Garotinho

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio derrubou hoje (29), por 2 votos a 1, a liminar que concedeu habeas corpus ao casal de ex-governadores do Rio, Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho. Eles foram presos no dia 3 de setembro último e soltos no dia seguinte, por decisão provisória concedida pelo desembargador Siro Darlan durante o Plantão Judiciário. Os pedidos de prisão do casal já foram expedidos pela Justiça.

Os ex-governadores são acusados de ilegalidades em contratos celebrados entre a prefeitura de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, e a construtora Odebrecht para a construção de casas populares, durante os dois mandatos de Rosinha como prefeita de Campos dos Goytacazes, entre 2009 e 2016.

No dia da concessão do habeas corpus, no início de setembro, o advogado Vanildo José da Costa Júnior, que defende o casal Garotinho, disse que o decreto de prisão apresentou fundamentação frágil, foi ilegal e desprovido de contemporaneidade. Ele alegou à época que a denúncia do Ministério Público narra fatos que teriam ocorrido há 11 anos e, portanto, não há fundamentação para a prisão.

Em nota divulgada nesta terça-feira, o Vanildo da Costa Júnior informou que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão da 2ª Câmara Criminal. A defesa dos ex-governadores diz ainda que a ordem de prisão é “ilegal e arbitrária”.

“Ainda que se respeite a decisão proferida pela Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, não há como concordar com as razões de sua fundamentação. A ordem de prisão é ilegal e arbitrária, pautada apenas em suposições e conjecturas genéricas sobre fatos extemporâneos, que supostamente teriam ocorrido entre os anos 2008 e 2014. Acreditamos em sua modificação pelos Tribunais Superiores, para onde encaminharemos recurso”, diz a nota.

Equipes do Governo do Estado já recolheram 1.518,53 toneladas de resíduos

O balanço dos trabalhos de contenção, limpeza e prevenção das manchas de óleo no litoral de Pernambuco nesta terça-feira (29.10) registrou poucas alterações da quantidade de material removido pelas equipes do Governo do Estado. Ao todo, já foram recolhidas 1.518,53 toneladas de óleo em 44 praias e oito rios atingidos. Um aumento de pouco mais de 18 toneladas em relação aos números de ontem. Também foi constatada a presença de resíduos na Ilha de Itapessoca, no litoral norte, elevando de 43 para 44 o número de praias atingidas, além dos oito estuários já listados até ontem.

O total do material recolhido foi entregue no Ecoparque Pernambuco, antigo Centro de Tratamento de Resíduos Pernambuco, em Igarassu. São 400 pessoas de diversos órgãos e secretarias do Governo do Estado, além de 90 reeducandos estiveram envolvidos nos trabalhos. Já foram instalados 3.045 metros de barreiras de contenção em diversas praias e rios atingidos. Até o momento, foram afetados os municípios de Barreiros, Cabo de Santo Agostinho, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém, Tamandaré, Goiana, Recife e Olinda.

Entre os equipamentos que estão sendo utilizados pelo efetivo mobilizado para trabalhos como o de localização e limpeza estão dois helicópteros (sendo um da Secretaria de Defesa Social e um do Ibama); 30 viaturas (Governo do Estado); 20 viaturas (Forças Armadas); 10 embarcações (Governo do Estado); três barcos (Marinha).

O Governo de Pernambuco está adquirindo e distribuindo milhares de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), materiais de limpeza, combustível e alimentos. Até esta terça (29), foram entregues 31.523 máscaras, 23.085 pares de luvas, 6.192 pares de botas, 13.593 sacos de ráfia, 2.648 tambores e bombonas, 18.391 sacos plásticos, 8.009 big bags além de alimentos, estopa, pás, baldes, ciscadores e protetor solar.

Na Justiça Federal, LIVRES aciona Governo de PE e União por omissão e inércia em desastre ambiental

Integrantes do Livres – movimento liberal suprapartidário que visa à renovação da política brasileira e à propagação das ideias liberais – protocolaram, na segunda-feira, 28, uma Ação Popular (AP) contra a União (Ministério do Meio Ambiente) e o Governo do Estado de Pernambuco em decorrência da omissão dos Entes no combate aos danos causados ao meio-ambiente e da inércia na aplicação de medidas de contenção e proteção ambiental ante o vazamento de petróleo no litoral brasileiro. A Ação foi protocolada na 13ª Vara Cível da SJDF, em Brasília. A juíza responsável pela ação, Dra. Edna Márcia Silva Medeiros Ramos, determinou aos governos Federal e Estadual o prazo de 72 horas para manifestações da União e do Governo de PE sobre a AP.

Desde o dia 30 de agosto, mais de 250 praias do nordeste brasileiro sofrem com o aparecimento de manchas de óleo no litoral. O material vazado – petróleo cru – é substância altamente tóxica, carcinogênica e mutagênica. Os danos deverão ser sentidos e vividos por décadas. Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, foram atingidos. O estado mais atingido é Pernambuco, terra dos proponentes da Ação Popular.

Um dos pontos levantados na AP é o fato de que o presidente Jair Bolsonaro determinou investigação sobre a origem do óleo apenas apenas um mês após a contaminação acontecer.

“O que está amenizando os impactos desse desastre nas praias do nordeste não vem do Estado; vem de pessoas comuns, cidadãos. Elas se organizaram em grupos de amigos, algumas por meio de suas empresas e há ainda algumas pequenas ONGs atuando na região. Isso já configura a omissão do poder público”, afirma Karla Falcão, uma das 12 lideranças do Livres que assinam a Ação.

“Tomando como óbvio o dano causado ao meio-ambiente, não teria sido melhor exercer rapidamente uma medida de contenção, independentemente de quem fossem os culpados?”, questionou o advogado Nauê Bernardo, advogado que assina a Ação Popular. “Por semanas o óleo se espalhou livremente pelo litoral nordestino sem que fosse impedido por um plano contingencial sequer”, acrescentou Bernardo.

Ronan Gomez de Holanda, advogado que assina com Nauê Bernardo a AP, destacou a responsabilidade solidária dos Entes no combate aos danos ao meio-ambiente e na reparação destes danos à população, à fauna e à flora. A responsabilidade solidária, explica Holanda, significa que todos os Entes Federativos são conjuntamente responsáveis e devem juntos estipular medidas de reparo.

“Estamos diante de uma das maiores catástrofes ecológicas que o país já sofreu, e a omissão dos Entes Réus da Ação popular apenas comprovam a falha política na qual estamos todos afundados”, reforçou Karla.