Três em cada dez brasileiros ainda usam crediário, indica pesquisa CNDL/SPC Brasil

Embora venha perdendo força com a popularização de outras modalidades de crédito, especialmente nos grandes centros urbanos, o crediário ou o cartão de loja continua presente na vida do brasileiro. De acordo com levantamento realizado nas 27 capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), três em cada dez brasileiros (30%) fizeram uso de crediário (carnê, boleto a prazo ou cartão para compras exclusivas em uma loja) nos últimos 12 meses – sendo que 26% recorreram a essa modalidade todos os meses. Outros 31% a cada dois ou três meses e 31%, três vezes ou menos no ano.

A falta de condições para realizar o pagamento à vista em dinheiro foi o principal motivo que levou os entrevistados a recorrer ao crediário nesse período (35%), principalmente entre as pessoas de renda mais baixa (40%). Outros 25% viram vantagem na pouca burocracia exigida pelos estabelecimentos comerciais – número que aumentou em 12 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Já 20% das pessoas ouvidas optaram pelo crediário com a estratégia de fazer mais compras, opção que cresceu oito pontos percentuais em um ano. A possibilidade de parcelar o valor das compras, aliás, foi a principal vantagem apontada por 30% dos usuários de crediário, enquanto 19% veem vantagem em fazer compras mesmo não tendo dinheiro e 15% em ter prazos maiores para pagamento das aquisições.

“Pagar no crediário permite que a pessoa adquira uma maior quantidade de itens e se comprometa com uma prestação mais acessível, dentro dos limites do orçamento mensal. O problema é que essa facilidade pode favorecer o consumo impulsivo e até mesmo o descontrole nas compras. Então, é essencial refletir sobre a real necessidade de cada item e fazer as contas para saber se a parcela, ainda que de valor baixo, não irá comprometer o pagamento de outras despesas já assumidas a cada mês”, alerta o educador financeiro do SPC Brasil José Vignoli.

44% já foram negativados por não cumprirem com o pagamento das parcelas

Apesar das vantagens, todo cuidado é pouco no uso do crediário, já que o aumento do poder de compra também pode levar o consumidor a se endividar. Prova disso é o fato de 44% dos usuários de crediário já terem sido negativados por não cumprir com o pagamento das parcelas. A boa notícia é que o número representa uma diminuição de 15 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Outra boa notícia é que 31% já conseguiram regularizar sua situação, mas 12% ainda estão com o nome sujo – taxa que também representa queda em relação a 2018, dessa vez, de 13 pontos percentuais.

Oito em cada dez entrevistados (81%) que possuem algum crediário garantem estar com as parcelas em dia, enquanto apenas 10% estão com pagamentos em atraso. A baixa inadimplência no crediário tem relação com a responsabilidade de parte significativa dos consumidores em acompanhar de perto suas finanças. Sete em cada dez (69%) afirmaram realizar o controle dos pagamentos das compras realizadas pelo crediário, seja por meio de caderno, agenda, papel (33%), em planilha de computador (21%) ou aplicativo do celular para finanças pessoais (15%). Ainda assim, 30% não costumam fazer esse tipo de controle.

Roupas, calçados e acessórios são os bens mais adquiridos no crediário. Em média, consumidores dividem as compras em seis parcelas

Artigos de vestuário lideram o ranking de produtos comprados por meio desta modalidade de crédito: metade dos entrevistados (50%) disse que comprou ou costuma comprar roupas, calçados e acessórios no crediário, enquanto 46% preferem utilizá-lo para adquirir eletrônicos – número que representa um aumento de 11 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Outros 40% utilizam o crediário para a compra de eletrodomésticos e eletroportáteis.

Atualmente, em média, os entrevistados possuem crediário aberto em duas lojas, sendo que 43% solicitaram ativamente o crediário e outros 40% foram convencidos a abri-lo após receber ofertas dos lojistas. Na data da pesquisa seis em cada dez (61%) possuíam cartão de loja e 49%, carnê ou boleto. Seis é o número médio de parcelas em que as compras foram divididas.

Ainda que aceitar oferta de crédito de vendedores em lojas pareça uma atitude impensada, sete em cada dez entrevistados afirmaram ter analisado as tarifas e os juros cobrados ao contratar o crediário.

Metodologia

A pesquisa entrevistou 805 consumidores, sendo que continuaram a ser entrevistados somente aqueles que disseram ter utilizado crediário nos doze meses anteriores ao estudo – o que corresponde a 30% da amostra inicial. A margem de erro da amostra total é de 3,4 pontos percentuais, para uma margem de confiança de 95%. Acesse a pesquisa na íntegra e a metodologia em: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.

Suspensão de operações da Avianca impulsiona queda na oferta de voos

A oferta de voos domésticos no país caiu 9,2% em junho, em relação ao mesmo mês do ano passado. O dado foi divulgado nesta semana pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas. O principal fator que explica a queda é o fim das operações da Avianca Brasil, empresa que está em recuperação judicial desde dezembro do ano passado e foi proibida, em abril, de operar o voos.

A procura por voos caiu 2,67% na mesma comparação. Como a queda foi menor que a da oferta de assentos, os aviões passaram a voar mais cheios. Em compensação, o índice de ocupação das aéreas foi de 81,76%, recorde histórico para o mês de junho.

A Avianca teve suas operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por questões de segurança. Antes da crise, a empresa respondia por 14% do mercado brasileiro. Isso fez com que a Gol tivesse alta de 8,76% no número de passageiros, enquanto a Latam teve alta de 7,12%, em junho.

A oferta de voos domésticos caiu 1,43% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, o número de passageiros transportados passou de 45 milhões, alta de 1,54%. O número representa 691 mil viajantes a mais quando se compara aos seis primeiros meses de 2018.

Fonte: Agência da Rádio Mais

CNJ terá de gastar R$ 2,4 milhões ao ano com sede antiga

Mesmo tendo optado por alugar, a um custo de R$ 23,3 milhões ao ano, um novo prédio para abrigar sua sede, conforme revelou no domingo (28), o jornal O Estado de S. Paulo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai precisar continuar utilizando parte das atuais instalações para abrigar a sua área de processamento de dados. O gasto estimado para manter o local é de R$ 2,4 milhões ao ano.

O imóvel, localizado na região central de Brasília, é o maior de três blocos, com cinco andares, e foi cedido pela União. A necessidade de continuar utilizando o prédio público, mesmo tendo decidido alugar um imóvel de duas torres, mais amplo, ao lado da Praça dos Três Poderes, se deve ao fato de a nova instalação não conter um local adequado para receber a sala-cofre do CNJ.

Em 2011, o conselho construiu, no atual endereço, uma sala de 57 metros quadrados que abriga todos os processos sigilosos. Tudo fica guardado em potentes computadores.

Ao calcular as vantagens e desvantagens de mudar para um novo prédio, a área de planejamento do CNJ pondera, em ofício interno: “É oportuno salientar que, caso o CNJ alugue o referido edifício, ainda assim terá que manter parte da estrutura do Bloco B, como é o caso da Sala Cofre”.

A maior parte dos gastos mensais com a sala será com segurança armada, já que, com a mudança da sede, uma equipe de vigilantes precisará ser deslocada especialmente para vigiar o sistema sigiloso. Essa equipe, para vigiar especificamente a sala-cofre, vai custar por mês R$ 142.346. O CNJ também vai ter que desembolsar R$ 14.156 de energia e R$ 16 mil com custos de limpeza.

Desde a construção, em 2011, pelo valor de R$ 8,6 milhões, a sala-cofre já passou por diversos reparos. O último foi um suporte técnico, feito em maio de 2018, que custou R$ 541 mil.

No local estão concentrados os sistemas computacionais do CNJ. A sala possui vedação específica contra riscos de inundação e incêndio e proteção contra fogo, calor excessivo, explosivos, fumaça, água e arrombamento.

Ministério diz que não está prevista ida de Moro à terra indígena

O Ministério da Justiça disse que não há previsão de o ministro Sergio Moro ir até Pedra Branca do Amapari (AP) acompanhar os desdobramentos da invasão de garimpeiros em terras indígenas. De acordo com a assessoria da pasta, o ministro não falou com a prefeita da cidade, Beth Pelaes (MDB).

Mais cedo, a prefeita havia dito que Moro confirmara que iria ao local. No início da semana, um cacique da etnia Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facada em meio ao conflito.

Já a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) disse que se colocou à disposição para ir até a área. Damares afirmou que conhece a prefeita e que está em contato com ela e com a Funai.

O governo enviou uma medida provisória no início do ano que ligava a Funai à pasta de Damares, mas o Congresso Nacional devolveu o órgão e a demarcação de terras indígenas ao Ministério da Justiça. Em maio, Damares disse que iria “brigar” para manter a Funai na sua pasta e Moro chegou a dizer que não tinha interesse em ter a fundação ligada a seu ministério.

A assessoria do Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre o tema.

Inquérito
Neste domingo (28), a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a invasão de garimpeiros em uma aldeia indígena da etnia Wajãpi. A PF chegou ao local hoje com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar e da Fundação Nacional do Índio (Funai). A área fica no município de Pedra Branca do Amapari, 189 km da capital Macapá.

A invasão dos garimpeiros teve início há cerca de cinco dias, mas o acompanhamento in loco das autoridades só começou após lideranças indígenas e moradores pedirem ajuda através de mensagens de celular, que repercutiram entre políticos e artistas nas redes sociais. No início da semana, o cacique Emyra Wajãpi foi encontrado morto com sinais de facadas.

De acordo com a equipe da Funai na região, a invasão começou na última terça-feira, quando foi confirmada a morte do cacique. O grupo de cerca de 15 invasores está armado e ocupou as imediações da aldeia Yvytotõ. Os moradores da região tiveram que se abrigar em outra aldeia vizinha, chamada Mariry. Também há relatos de ameaças com arma de fogo contra outros moradores nos últimos dias.

“Com base nas informações coletadas pela equipe em campo, podemos concluir que a presença de invasores é real e que o clima de tensão e exaltação na região é alto. Nesse caso, solicitamos articulação da Presidência da Fundação Nacional do Índio e da Diretoria de proteção Territorial (DPT) junto ao Departamento de Polícia Federal (DPF) e/ou Exército Brasileiro, para planejamento e execução de ação emergencial para apurar denúncias tratadas neste processo”, diz o memorando.

Apesar da mensagem da coordenadoria regional ter sido publicado ontem, a assessoria de imprensa da Funai na esfera federal divulgou uma nota no mesmo dia falando em “suposta invasão”. Questionada, a assessoria informou que, naquele momento, ainda não havia confirmação da PF se realmente havia ocorrido uma invasão.

“A Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão nesse sábado (27) memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi. Por se tratar de um local de difícil acesso, a Funai alertou os órgãos de segurança da área para se certificar da veracidade das informações”, diz nota da Funai.

“Neste domingo, após a chegada de servidores da Fundação, da Polícia Federal e do BOPE, foi aberto inquérito pela PF para apuração da morte de um cacique que foi a óbito na semana passada. Servidores da Funai encontram-se no local e acompanham o trabalho da polícia. Assim que tivermos informações oficiais sobre o caso, atualizaremos”, afirma outro trecho do texto divulgado pela Funai hoje.

Agência Estado

Risco de morte por febre amarela pode ser identificado mais cedo

Rio de Janeiro – Rio Imagem abre posto de vacinação contra a febre amarela, no centro do Rio, com funcionamento das 7 às 22h. (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Pesquisa desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Emílio Ribas identificou quatro fatores que indicam risco de morte em pacientes com febre amarela.

Idade avançada, contagem de neutrófilos elevados (células sanguíneas que fazem parte do sistema imune inato), aumento da enzima hepática AST e maior carga viral são os marcadores que apontam o risco de uma evolução grave da doença. O estudo destaca que, de cada 100 pessoas que são picadas por mosquitos infectados com o vírus da febre amarela, 10% desenvolverão sintomas da doença, e 30% podem morrer.

“O que mais nos deixava perplexos é que a maioria dos pacientes chegava bem, apenas se queixando de mal-estar, dor pelo corpo e febre, e, dias depois, alguns deles morriam. É uma doença de evolução muito rápida. Era um desafio determinar, na entrada do paciente, qual seria aquele que evoluiria muito mal da doença e qual seria aquele que teria uma evolução mais favorável. Foi isso que a gente abordou nesse trabalho”, explicou Esper Georges Kallás, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP.

Outros 19 pesquisadores, apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), assinam o estudo, publicado na revista científica Lancet.

Kallás aponta que amostras para análises foram coletadas em pacientes durante o surto de febre amarela em São Paulo no ano passado.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, em 2019, até 3 de junho, foram registrados 66 casos autóctones de febre amarela silvestre no estado e 12 deles evoluíram para morte.

Em 2018, foram confirmados 504 casos autóctones em várias regiões do estado, dos quais 176 resultaram em morte. Também houve 261 epizootias (morte ou adoecimento de primatas não humanos).

Entre 11 de janeiro e 10 de maio de 2018, 118 pacientes com suspeita de febre amarela foram internados no Hospital das Clínicas e outros 113 no Emílio Ribas.

Diagnóstico

Após a confirmação do diagnóstico, o estudo se concentrou em 76 pacientes (68 homens e 8 mulheres). Dos 76 pacientes, 27 (36%) morreram durante o período de 60 dias após a internação hospitalar.

Onze pacientes com contagem de neutrófilos igual ou superior a 4.000 células/ml e carga viral igual ou superior a 5.1 log10 cópias/ml (ou seja, aproximadamente 125 mil cópias do vírus por mililitro de sangue) morreram, em comparação com três mortes entre os 27 pacientes com contagens de neutrófilos menor que 4.000 células/ml e cargas virais de menos de 5.1 log10 cópias/ml (menos de 125 mil cópias/ml).

Os pesquisadores puderam constatar também que a coloração amarelada na pele dos doentes, característica conhecida da doença, não é um marcador de severidade no momento da entrada do paciente no hospital.

“A coloração amarelada, consequência da destruição das células do fígado pelo vírus, só aparece em casos em piora avançada. Em nosso estudo, nenhum dos pacientes que veio a óbito chegou no hospital ostentando coloração amarelada”, disse Kallás.

Para identificar três dos marcadores, excluindo a idade, são necessários exames em laboratório. De acordo com o professor, o que mede a quantidade de neutrófilos e o aumento da enzina hepática são exames simples com resultado em, no máximo, uma hora.

“O mais difícil é a carga viral do vírus da febre amarela que é um ensaio experimental. Ele foi desenvolvido para esse estudo, e não é popularizado. Não está disponível em laboratórios de análise clínicas habitualmente”, explicou. Ele avalia que a disponibilidade do exame auxiliaria não só na identificação do marcador, mas no próprio diagnóstico.

Em casos de novos surtos de febre amarela, os resultados encontrados no estudo permitem agora que os médicos façam uma triagem de pacientes nos momentos de entrada nos serviços de saúde, identificando aqueles que potencialmente podem evoluir para casos mais severos. Assim, é possível antecipar internações nas unidades de terapia intensiva, aumentando as chances de sobrevivência.

Massa crítica

“Estamos criando uma massa crítica de informações que vai ajudar o médico na hora que avaliar o paciente, inicialmente quem vai melhor, quem vai pior e otimizar a disponibilização de recursos no hospital. Evidente que auxilia a melhorar a assistência a saúde dessas pessoas”, disse o pesquisador.

Outra consequência da descoberta é a hipótese de que remédios antivirais podem auxiliar no tratamento da febre amarela.

“Pela primeira vez é descrita a associação da quantidade de vírus [carga viral] com doença pior”, disse Kallás.

Segundo o pesquisador, outros projetos já avaliam medicações que poderiam ser usadas neste caso.

“Se chega um paciente com febre amarela bem no começo, será que se a gente der um remédio antiviral não corta a multiplicação do vírus e melhora o prognóstico dessa pessoa? Já que a quantidade de vírus é um fator, isso tem o potencial de mudar a história de sobrevivência na febre amarela se a gente achar um remédio que for eficaz”, finalizou.

Agência Brasil

PM reage a assalto e termina baleado em Gravatá

A Polícia Militar de Pernambuco divulgou, neste domingo, que um PM lotado na 5ª Companhia Independente foi vítima de tentativa de assalto no bairro de Salgadão, em Gravatá, no Agreste.

O policial, que estava de folga, reagiu à ação, mas foi alvejado por disparos no abdômen e na perna. Ele foi interceptado por quatro suspeitos, do quais dois estavam armados com espingardas calibre 12, quando trafegava com sua motocicleta. A vítima, que não teve seu nome divulgado, segue internado no Hospital da Restauração, no Recife, por onde passou por uma cirurgia. Seu quadro é considerado estável.

Diario de Pernambuco

Nova regra pode tornar FGTS opção mais rentável da renda fixa

O governo anunciou que, a partir deste ano, o lucro do FGTS será dividido de forma integral entre os contribuintes. Entre 2015 e 2018, o repasse era de 50% da rentabilidade. Com a novidade, a rentabilidade do fundo – que é de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (que está zerada) – vai subir. De acordo com cálculos do economista Alexandre Cabral, professor no IBMEC São Paulo, isso pode fazer do fundo a opção mais lucrativa dentre os produtos de renda fixa do mercado brasileiro, superando a caderneta de poupança, o CDB vendido pelos bancos médios, o Tesouro Selic e até os fundos DI.

Os cálculos do economista levam em conta a manutenção da meta da Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 6,5% ao ano desde março de 2018. No cenário atual, a rentabilidade líquida do FGTS com divisão total dos lucros deve ficar em 6,20% considerando um aporte de R$ 500 por 360 dias. Isso significa que, após um ano, o saldo chegaria a R$ 531, com ganho de R$ 31.

Os dados de Cabral apontam na mesma direção dos números divulgados pelo Ministério da Economia. A previsão do governo também é de que a rentabilidade do FGTS chegue a 6,20% ao ano. Segundo a pasta, em 2018, o ganho para o trabalhador teria sido de 7% com a regra atual – bem acima dos 5,6% que de fato ocorreram.

Ainda segundo as projeções de Cabral, o melhor investimento depois do FGTS seria a o Certificado de Depósito Bancário (CDB), com rentabilidade de 104% do CDI, geralmente pago por bancos de médio porte. O ganho do CDB é de R$ 27,49, com rentabilidade líquida de 5,5%. A diferença entre o FGTS e o CDB parece pouca, mas quem optar pela poupança – que tem a pior rentabilidade entre os produtos analisados – pode ter um ganho de apenas 4,84% ao final de um ano.

Cabral alerta que os cálculos consideram o cenário atual. “Lucro passado pode não ser lucro futuro. Não há uma promessa de que todas essas taxas vão continuar valendo amanhã”, explica. Ainda assim, é provável que o FGTS continue sendo a melhor opção nos próximos meses, se as expectativas para a Selic e CDI se confirmarem.

O boletim Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central no início de julho, previu que a Selic no fim do ano deve estar em 5,5%. Já o CDI nos próximos meses deve chegar a 5,43%, segundo o mercado. Neste cenário de queda dos índices, a projeção de Cabral é de que o CDB recuaria para um rendimento líquido de 4 66% ao ano. Já a poupança deve cair para 3,87%.

FGTS x CDB
Apesar dos rendimentos atraentes do FGTS, a planejadora financeira pessoal Eliane Tanabe, do instituto Planejar, alerta para o tempo que o recurso deve ficar investido no fundo. Para ela, por não poder contar com o dinheiro no momento em que o investidor precisar, o FGTS pode não compensar. “Se a opção for ficar preso no FGTS para buscar essa rentabilidade, de que eu vou abrir mão?” Ela lembra que o CDB, mesmo que fique um pouco abaixo no retorno oferecido em relação ao FGTS, pode ser sacado a qualquer momento. Tanabe acrescenta que o CDB pode apresentar ganhos maiores do que o FGTS, dependendo da instituição emissora do título. É preciso procurar entre as instituições menores.

A coordenadora do curso de Economia do Insper, Juliana Inhasz, alerta que o FGTS foi criado como uma “poupança forçada” para proteger o trabalhador. “Como é um aporte baixo, a pessoa pode achar que não vai fazer falta e gastar. Mas a ideia é que o dinheiro seja para comprar uma casa ou se aposentar, ter uma velhice mais tranquila.”

Uma opção de uso dos recursos é o pagamento dívidas. Segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 40% dos brasileiros têm dívidas de até R$ 500, valor liberado pelo programa Saque Certo. Para a economista Paula Sauer, a retirada do fundo não pode ser uma decisão impulsiva. “Se os R$ 500 não quitarão as dívidas nem serão suficientes para comprar bens de consumo duráveis, esse dinheiro não também pode estimular a compra de bens de consumo de curtíssimo prazo.”

Agência Estado

Hacker deixou cópias de diálogos com pessoas dentro e fora do país

Os advogados do hacker Walter Delgatti Neto, preso por suspeita de invadir o celular de diversas autoridades, afirmaram, neste domingo (28), que o cliente deixou, com pessoas dentro e fora do país, cópias de mensagens relacionadas aos alvos. De acordo com a defesa, os arquivos, obtidos por meio das contas de juízes, parlamentares e procuradores no aplicativo Telegram foram distribuídas para “fiéis depositários”.

Walter confessou ter hackeado o ministro da Justiça, Sérgio Moro; o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná; o deputado Kim Kataguiri, entre outros.

Nos trechos dos depoimentos que foram divulgados até agora, o acusado contou que repassou os diálogos interceptados para o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil.

Também disse que tinha a intenção de repassar os arquivos ao PT. Ele confessou ainda que entrou em contato com a ex-deputada Manuela D’Avilla (PCdoB) e pediu o contato de Glenn. No entanto, até então não citou colaboradores nos quais repassou o conteúdo obtido.

Em nota, os advogados do acusados informaram do destino do conteúdo subtraído dos celulares. “Para todos os fins, registra, por pertinente, que o conjunto das informações está devidamente resguardado por fiéis depositários, nacionais e internacionais”, diz a manifestação.

A Polícia Federal suspeita que além dele, dos outros três presos na Operação Spoofing, outras seis pessoas estão envolvidas nos ataques que utilizam o meio cibernético para serem colocados em prática.

Walter tem pelo menos 20 acusações contra ele em instituições policiais e na Justiça. Na maioria delas, ele é acusado pelo crime de estelionato. Na lista de vítimas estão bancos, homens, mulheres, advogados, empresários e o governo.

Quando foi preso pela PF, ele estava sendo procurado por uma acusação de envolvimento com o uso e venda de drogas, além de falsificação de documento público.

Correio Braziliense

Polícia prende suspeito de participar de roubo de ouro

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na manhã do domingo (28) um suspeito de participar do roubo de 720 quilos de ouro que ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última quinta-feira (25).

Em nota, os delegados Pedro Ivo Correa dos Santos e João Hueb, da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Banco), comunicaram a prisão do suspeito, mas não deram detalhes sobre a identidade ou participação dele no crime. “O procedimento visa preservar a investigação e evitar desvios na linha de trabalho”, explica a nota.

Na sexta-feira, a polícia já havia apreendido dois carros usados pelos criminosos durante o roubo. A suspeita é de que, logo depois da fuga, os criminosos tenham dividido o material, que estava em uma caminhonete clonada com identificação da Polícia Federal, entre os outros dois veículos.

Roubo milionário
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), para executar o roubo do volume de ouro estimado em R$ 123 milhões, os ladrões sequestraram parentes de um funcionário da transportadora Brinks que teria informações privilegiadas sobre o funcionamento do local e o embarque da carga. O sequestro teria acontecido na noite de quarta-feira, 24, e se estendido até quinta. Isso teria facilitado a ação criminosa, que foi executada com agilidade no início da tarde, às 14h20.

Duas viaturas clonadas foram encontradas abandonadas na zona leste da capital, em um terreno na Rua Papiro do Egito. Os investigadores acreditam que o grupo tenha trocado os veículos ao menos duas vezes para dificultar a localização pela polícia. Veículos suspeitos foram vistos circulando em alta velocidade na cidade de Guararema, na região metropolitana de São Paulo.

A PRF estima em 720 quilos a quantidade de ouro levada do local. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil de São Paulo, é o responsável pela investigação.

A polícia acredita que ao menos oito pessoas tenham se envolvido diretamente no roubo. Os criminosos portavam fuzis, pistolas e carabinas. O transporte de ouro é considerado rotina da transportadora no aeroporto.

Diario de Pernambuco

CinePE abre edição com documentário sobre Frei Damião

A cineasta Deby Brennand guarda boa recordações do CinePE. Foi neste evento, em 2016, que ela lançou seu primeiro longa-metragem, “Danado de bom”, saindo com quatro troféus. Ela retorna ao festival, desta vez na condição de Hors Concours, para abrir a 23ª edição do projeto com seu novo filme. A pré-estreia de “Frei Damião – O santo do Nordeste” ocorre hoje, a partir das 20h, no Cinema São Luiz.

Considerado venerável pelo Vaticano em abril, o frei capuchinho é uma das figuras religiosas mais admiradas por católicos brasileiros. Sua biografia, com especial atenção para as mais de seis décadas de dedicação ao Nordeste, é o tema do documentário comandado por Deby. Para a diretora, lançar a obra no CinePE é um presente. “Queria mostrar o filme primeiro aqui em Pernambuco, onde Frei Damião morou e onde é a terra de quase todo mundo que fez o longa. Vamos ver agora o que as pessoas vão achar”, comenta.

Com produção da Fábrica Estúdios e roteiro de Nadezhda Bezerra, o filme remonta a trajetória do sacerdote italiano mesclando cenas gravadas por atores, imagens de arquivo e entrevistas. A produção traz à tona vídeos inéditos. São filmagens feitas entre os anos 1970 até a morte do frei, em 1997, e que estavam guardadas em fitas de VHS no Covento de São Félix, no bairro do Pina. Juntam-se a essas gravações, imagens captadas pelos cineastas Otacílio Cartaxo e Machado Bitencourt, nos anos 1960, para um documentário que nunca chegou a sair do papel.

“É difícil mexer com a fé alheia. Espero que os fiéis gostem e vejam Frei Damião retratado como um homem, porque foi isso que eu busquei fazer. Para além dos milagres e do processo de santificação, quero que ao longo do filme vejam como ele era com os outros, ouvindo não só os pecados, mas também as dores e as alegrias. Como ele não usava confessionário, o contato era direto”, aponta a cineasta.

As filmagens ocorreram no ano passado e levaram a equipe a passar por várias cidades do Nordeste e pela Itália, onde o religioso passou sua infância e adolescência. Foram entrevistados familiares, padres, freiras, fiéis e outros que conviveram com o frei, que viveu até os 98 anos de idade.

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