Com recuo do PT, retorno de Aécio é incerto

Do Congresso em Foco

O recuo do PT no apoio ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) – motivado por críticas recebidas nos últimos dias – aumenta a insegurança sobre o retorno do tucano ao Congresso. Em entrevista ao jornal O Globo, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), reconhece dificuldades, até dentro do partido para a volta do político que tem se recolher em casa todas as noites por ordem da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal.

O plenário do STF decidiu na quarta-feira que a palavra final sobre medidas cautelares contra parlamentares é do Congresso. A votação sobre a manutenção do afastamento de Aécio será na terça-feira (17). O tucano perdeu o apoio formal do PT. “Juristas avaliaram que a decisão da Corte não põe fim ao choque entre poderes”, informa o Globo. “Restam dúvidas sobre quais medidas precisam de aval do Parlamento.”

Aécio é investigado por receber R$ 2 milhões em dinheiro vivo dos executivos da JBS. O caso foi revelado pela Operação Lava Jato.

STF decide que parlamentar não pode ser afastado sem aval do Congresso

André Richter – Repórter da Agência Brasil

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu esta semana que deputados e senadores não podem ser afastados do mandato por meio de medidas cautelares da Corte sem aval do Congresso. A conclusão foi definida com voto decisivo da presidente do STF, Cármen Lúcia. O julgamento foi finalizado em 6 votos a 5.

A decisão deverá ser aplicada no caso do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que recorreu da medida adotada pela Primeira Turma, na última semana de setembro. Por 3 votos a 2, o colegiado determinou o afastamento dele do mandato e seu recolhimento noturno em casa. No entanto, a decisão não é automática, e ainda não foi definido como será decidida na Corte.

Após cerca de 10 horas de julgamento, os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Celso de Mello votaram pela possibilidade de afastamento sem autorização da Câmara dos Deputados ou do Senado. Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e a presidente, Cármen Lúcia, votaram pela necessidade de aval do Legislativo.

No voto decisivo para o julgamento, a ministra Cármen Lúcia entendeu que a Corte pode determinar medidas cautelares, mas a palavra final é do Congresso para preservar a soberania do voto popular. No entanto, a ministra ponderou que imunidade não é sinônimo de impunidade. Segundo ela, contra decisões judiciais cabe recurso e “não desacato”.

A Corte julgou nesta tarde uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada pelo PP e pelo PSC, que entendem que todas as medidas cautelares diversas da prisão previstas no Código de Processo Penal (CPP) precisam ser referendadas em 24 horas pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado quando forem direcionadas a parlamentares. Entre as previsões está o afastamento temporária da função pública. A ação foi protocolada no ano passado, após a decisão da Corte que afastou o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato.

Brasil pode crescer 4% dentro de três anos, diz Meirelles

Da Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem (12), em Washington, que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) potencial do Brasil pode passar a ser de 4%, caso as reformas propostas pelo governo sejam aprovadas.

Meirelles citou como exemplo reformas macroeconômicas, entre as quais a tributária e a da Previdência. “Algumas delas já foram aprovadas, como, por exemplo, a taxa de longo prazo para o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]”, destacou o ministro. Ele disse que seria viável atingir esse patamar em um horizonte de tempo de “três, quatro anos”.

Perguntado sobre os impactos de curto prazo da reforma da Previdência, o ministro afirmou que há efeitos positivos, como o aumento do nível de confiança, da força e da estabilidade dos índices econômicos do país, além da expansão do volume de investimentos. Meirelles ressaltou que a aprovação da reforma é do interesse das diversas facções políticas, “inclusive porque, se não for aprovada agora, ela terá que ser discutida e aprovada no próximo governo. Isso será ruim para quem assumir, porque o primeiro desafio será enfrentar a reforma da Previdência”.

Para o ministro, caso a reforma não seja aprovada, haverá outro impacto, que deve ser levado em consideração por causa do teto dos gastos. “Se não houver aprovação das medidas necessárias e se, em algum momento, o Orçamento e as despesas públicas violarem a regra do teto, os mecanismos são autocorretivos. Existe, então, o corte de novas isenções, subsídios, paralisação de qualquer aumento de contratação ou de salários”.

Segundo Meirelles, isso favorece a aprovação de normas que viabilizem o teto de gastos “de uma maneira mais uniforme no futuro”.

Mercado financeiro

Durante palestra nesta quinta-feira em um evento promovido pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF), o ministro da Fazenda falou sobre os riscos para economia global, caso os bancos centrais de países desenvolvidos demorem a aplicar uma normalização de suas políticas monetárias, ou seja, um aumento gradual de suas taxas de juros. Isso, segundo Meirelles, poderia levar a uma bolha nos mercados de ativos internacionais, cujo rompimento geraria crise.

“É um risco. Evidentemente o Fed [Banco Central norte-americano] está atento a isso e anunciando uma normalização da politica monetária. Isso também está acontecendo na Europa, e não acredito que este seja o cenário provável”, afirmou.

Ele disse também que, com a consolidação das reformas que estão sendo feitas no país, a economia brasileira está ficando mais forte, mais resistente, portanto, em condições de enfrentar eventuais turbulências na economia global”.

Brasil tem “manto da desconfiança”, diz Bolsonaro nos EUA

bolsonaroDa Folhapress

Depois de uma noite de festa com pastores evangélicos e simpatizantes numa churrascaria do Queens, Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência pelo PSC, madrugou em Nova York. Logo cedo, estava de pé para um café da manhã com investidores no Council of the Americas, organização que defende o livre mercado, em Manhattan.

Na saída, seu filho, Eduardo Bolsonaro, também deputado federal pelo PSC, postou um vídeo no Instagram contando que foi “bem bacana” a conversa com brasileiros e americanos na instituição.

“Falamos de uma aproximação com os Estados Unidos, normas tributárias”, disse. “A gente pode notar a vontade que as pessoas aqui têm de investir no Brasil, mas há dificuldade devido à falta de acordos e cooperação. Isso daí é fruto do viés ideológico do PT que afastou os Estados Unidos do nosso comércio.”

Mais tarde, chegando à sede da agência de notícias Bloomberg, onde daria uma entrevista, o pré-candidato Jair Bolsonaro bateu na mesma tecla, insistindo na ideia central de sua turnê americana, que é firmar sua imagem como um político menos radical e mais liberal, amigo do mercado, tal qual Donald Trump, seu ídolo máximo.

“É difícil sair do Brasil e chegar junto ao mercado com o manto da desconfiança”, disse Bolsonaro, na entrada do prédio. “O que os investidores querem é alguém que lute para diminuir o Estado. É importantíssima a desburocratização. Você tem que honrar o acordado, não pode mudar as leis.”

O deputado reconheceu também que sua aproximação com o mercado internacional ainda é “superficial” nesse seu primeiro contato, mas que tem sentido confiança depois de conversas que teve com investidores americanos.

Bolsonaro encerra sua viagem aos EUA passando por Washington, onde dará uma palestra, e retornando a Nova York para outro possível debate – seus planos vêm sendo mantidos em segredo – antes de regressar ao Brasil.

Festival de Circo do Brasil chega ao fim com várias atrações neste fim de semana

g-CIADOSPALHAcOS

O Festival de Circo do Brasil – ”Clássicos dos Clássicos”, chega a sua reta final neste fim de semana com uma série de espetáculos nacionais e internacionais. Mais uma vez o evento mostrou o por que se destacar como um dos mais importantes do gênero no país, lotando teatros, equipamentos públicos, praças e todos os lugares por onde tem passado – vem acontecendo na cidade desde o dia 05 de outubro, trazendo um brilho especial para adultos e crianças. O Festival de Circo do Brasil teve sua primeira edição no ano de 2004 em Recife, realizado pela Luni Produções, com o patrocínio da Petrobrás – que mantém sua parceria com o evento, ano a ano, até o presente momento. O festival abriu as portas para espetáculos clássicos de maneira democrática e acessível se tornando um espaço que promove o intercâmbio cultural entre artistas, produtores, técnicos, estudantes e o mais variado público.

Nos últimos dias de Festival de Circo do Brasil, o público poderá conferir ainda o Circo Pitanga (BEL/ISR), com dois espetáculos clássicos do seu repertório: “Rêves d’Été”, um romance contado através de acrobacias aéreas e “Cordes Nuptiales”, que revela as aventuras e desventuras de um casal de noivos às vésperas do casamento.

Já o multiartista ítalo-dinamarques Paolo Nani, apresentará dois espetáculos solo: sua mais recente criação “Jekyll On Ice”, que revela as aventuras de um sorveteiro em busca do sabor perfeito para seus sorvetes, e também o espetáculo “The Letter”, um clássico do artista, encenado e aplaudido há mais de 20 anos em diversos países do mundo.

Dos espetáculos nacionais, incluindo a arte circense pérnambucana, teremos: O La Cascata Cia Cômica (SP) que apresenta o irreverente “Animo Festas”, num mergulho profundo nas memórias de um palhaço que viveu no submundo das festas infantis; a Cia. do Relativo (SP) com um espetáculo sutil e sofisticado sobre técnicas de malabares e manipulação; E a Cia. dos Palhaços (PR) que conta a história de dois clowns que se juntam para realizar um concerto musical e acabam arrancando boas risadas do público no espetáculo intitulado “Concerto em Ri Maior”. A Trupe Carcará (PE) e seu “Picadeiro Pernambuco – A Tradição Milenar”; com o Circo da Trindade e seu espetáculo “Circo Varieté” em cena; e a Cia Brincantes que apresenta o espetáculo “Intervenção de Palhaçaria”, com um número de abertura intitulado “Amor de palhaço, Coração em Pedaço”, cujo elenco são dois jovens portadores da Síndrome de Down.

O grupo paulista Namakaca fará segue fazendo apresentações gratuitas do “É Nóis Na Xita” em palcos externos da cidade do Recife e Região Metropolitana. Em cena, o público poderá acompanhar a disputa incansável entre os palhaços Cara de Pau, Montanha e Cafi, que prometem arrancar gargalhadas do público com improvisações e números circenses.

O público poderá conferir a exposição do artista plástico Raoni Assis que apresenta uma séria de obras ligadas ao universo do circo na mostra intitulada “Ouroborus – Circus Máximos”, no Paço Alfândega. A outra exposição artística é a do paulistano Guilherme Pires que traz uma série de bonecos circenses, que serão expostos no Teatro Santa Isabel.

Esse ano, o Festival de Circo completa 13 anos de existência, com uma rede de relações profissionais e afetivas com artistas e companhias do mundo todo, o respeito do público sempre presente nas plateias e mais, muito mais a realizar… porque seu picadeiro é palco e alegria pro mundo inteiro!

Serviço e Programação FESTIVAL DE CIRCO DO BRASIL

13/10 – SEXTA-FEIRA

9 às 13h
Workshop com Paolo Nani (DIN)
Sede da Luni

17h
É Nóis na Xita / Namakaca (SP)
Circo Itinerante – Parque da Macaxeira (grátis)

20h
O Descotidiano / Cia. do Relativo (PE)
Teatro Apolo (venda online)

20h
Rêves d’Été / Circo Pitanga (BEL)
Teatro St.ª Isabel (venda online)

14/10 – SÁBADO

16h30
Concerto em Ri Maior / Cia. dos Palhaços (SP)
Teatro St.ª Isabel (venda online)

17h
Picadeiro Pernambuco A Tradição Milenar / Trupe Carcará (PE)
Teatro Hermilo

17h
É Nóis na Xita / Namakaca (SP)
Circo Itinerante – Parque de Santana (grátis)

17h30
Circo Varieté / Circo da Trindade (PE)
Recanto de Aldeia – (vendas só no dia)

20h
The Letter / Paolo Nani (DIN)
Teatro St.ª Isabel (venda online)

20h
Animo Festas – La Cascata Cia. Cômica (SP)
Teatro Apolo (venda online)

15/10 – DOMINGO
10h
Jekyll on Ice / Paolo Nani (DIN)
Parque da Jaqueira (grátis)

16h30
Intervenção de Palhaçaria / Cia Brincantes de Circo(PE)
Praça do Arsenal – (grátis)

17h
Picadeiro Pernambuco – A Tradição Milenar / Trupe Carcará (PE)
Teatro Hermilo

18h
Jekyll on Ice / Paolo Nani (DIN)
Teatro St.ª Isabel (venda online)

19h
Animo Festas / La Cascata Cia. Cômica (SP)
Teatro Apolo (venda online)

TJPE funciona em regime de plantão no feriado de 12 de outubro

Durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida, nesta quinta-feira (12/10), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) funcionou em regime de plantão. ​Durante o expediente, foram julgadas apenas as demandas urgentes de caráter cível e criminal, como habeas corpus, mandados de segurança e medidas cautelares, entre outros. Na sexta-feira (13/10)​, o expediente no Judiciário estadual volta ao normal.

No Recife, o plantão aconteceu no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra. Os plantões do 1º Grau foram realizados também em 14 unidades judiciárias da Região Metropolitana do Recife (RMR) e do ​Interior. O horário de atendimento ao público em todas as Unidades é das 13h às 17h.

As unidades da RMR e do ​Interior que atendem às demandas dos municípios circunvizinhos são: Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Nazaré da Mata, Limoeiro, Vitória de Santo Antão, Palmares, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Afogados da Ingazeira, Serra Talhada, Ouricuri e Petrolina.

No 2º Grau, o expediente foi realizado no Núcleo de Distribuição e Informação Processual, localizado no térreo do Palácio da Justiça, no bairro de Santo Antônio, Recife, também no horário das 13h às 17h.

No fim de semana de 14 e 15 de outubro, ​o​ TJPE volta a funcionar em regime de plantão.

A Resolução 267/2009 do TJPE disciplina o plantão judiciário em 1º e 2º graus, no âmbito do Poder Judiciário estadual.

Fiepe realiza o nono encontro do Conselho Empresarial

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Nesta semana, a Unidade Regional Agreste (URA) da Fiepe realizou a nona reunião ordinária deste ano do Conselho Empresarial. O diretor regional, Andrerson Porto, e a gerente regional da URA, Carolina Campos, empresários e conselheiros das cidades da região estiveram presentes para dialogar sobre assuntos de interesse do setor industrial. Além disso, receberam José Folhadela Neto e Marcelo Melo do Grupo Gênese de Ensino (GGE). Os diretores apresentaram a estrutura da nova unidade do colégio em Caruaru, que será dividida em quatro blocos, da educação infantil ao pré-Enem. A Fiepe firmou parceria com o Grupo, estando à disposição para as demandas solicitadas pela Unidade de Ensino.

O diretor regional Agreste, Andrerson Porto, repassou informações gerais aos participantes. Um dos pontos destacados foi sobre a segurança em Caruaru e o trabalho que vem sendo feito para combater a violência. A visita feita ao evento Estilo Moda Pernambuco, em Santa Cruz do Capibaripe, também foi tema da reunião. Andrerson falou sobre o futuro da moda pernambucana com a criação do Moda Center Santa Cruz. No decorrer da reunião, também foi falado sobre o Aeroporto de Caruaru. A empresa Azul terá terminal de passageiros até o fim do ano com voos comerciais para São Paulo.

Por fim, a gerente regional, Carolina Campos, ainda apresentou os próximos eventos da Unidade como o Seminário “Liderança, Gestão e Competitividade”. Um dos palestrantes será o administrador de empresas e autor de diversos livros sobre carreiras e gestão empresarial, Max Gehringer. O evento será realizado na próxima semana, no dia 19 de outubro, no Teatro do Shopping Difusora, e tem como objetivo estimular os participantes a refletirem sobre temas de liderança, cases de sucesso, empreendedorismo e ideias criativas para o negócio.

Cidade de Pedra recebe melhorias no abastecimento de água

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Depois de um período de testes para ajustes e adequações na operação do sistema de abastecimento de água de Pedra, no Agreste Meridional, cidade que passou três anos e meio em colapso, a Companhia Pernambucana de Saneamento – Compesa já está atendendo 70% da população pela rede de distribuição. A Barragem Mororó – única fonte de abastecimento da cidade – conseguiu se recuperar dos efeitos da seca prolongada e voltou a fornecer água para os 12,7 mil moradores de Pedra, no mês de agosto. Agora, para atender o restante da população, situada principalmente nas localidades Belezal, Lagoa do Meio, Sítios Bicas, Veneza e Mororó, a Compesa precisa realizar uma obra para o assentamento de novas tubulações, que deve iniciar dentro de 45 dias.

De acordo com o gerente de Unidade de Negócios da Compesa, Denis Fernando Mendes, além da rede de distribuição de Pedra ter ficado por um longo período sem operar, algumas obras de saneamento que foram realizadas na cidade também acabaram danificando as tubulações da rede. “Por isso, desde agosto, com o retorno do abastecimento, fizemos serviços de manutenção nas unidades de bombeamento do sistema e na Estação de Tratamento de Água (ETA), conserto de vazamentos, monitoramento do fornecimento de água, e gradativamente conseguimos atender a parcela de 70% da população. Ainda estamos mantendo equipes na cidade para realizar a manutenção da rede”, explica o gerente, informando que a companhia vai investir R$ 100 mil para executar as intervenções de ampliação da rede de distribuição nas áreas que ainda não estão sendo abastecidas. O prazo para execução desta obra é de dois meses.

A Barragem Mororó registra 53% da sua capacidade de armazenamento, que é de 2,9 milhões de metros cúbicos de água. Com esse volume, a companhia garante o abastecimento da cidade nos próximos 18 meses, com o uso racional da água (calendário). Para não depender somente do Mororó, a Compesa planeja, dentro dos próximos seis meses, antecipar o uso das tubulações da Adutora do Agreste, no trecho entre Pedra e Venturosa, para realizar uma interligação com o Sistema Riacho do Pau. Pedra também é uma das cidades que serão beneficiadas com a construção do Sistema Adutor dos Poços de Tupanatinga. Essa obra recebe o investimento de R$ 54 milhões, recursos do Ministério da Integração Nacional, para a perfuração da bateria de poços profundos que irá fornecer uma vazão de 200 litros de água, por segundo. O Governo Paulo Câmara e a Compesa já iniciaram as obras e a previsão é que o Sistema Adutor dos Poços de Tupanatiga seja finalizado até maio de 2018.

Parlamentares querem mudar Constituição e monopolizar poder de suspender mandatos

Na esteira da decisão, ontem (quarta, 11), do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de afastamento e demais medidas cautelares para congressistas sob suspeita, senadores já articulam alterações na Constituição de maneira a assegurar, de uma vez por todas e sem margem para interpretação diversa, a palavra final sobre afastamento e outras restrições extremas sobre o mandato parlamentar. Lideranças ouvidas pelo Congresso em Foco querem evitar impasses como o verificado no voto da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, que acompanhou entendimento de que a corte pode, sim, aplicar punições como proibição de viagem ao exterior e recolhimento domiciliar noturno – mas, por outro lado, que cabe ao Congresso resolver a questão definitivamente quando se trata de suspensão da atividade parlamentar.

Esse ponto do voto da ministra levou a uma longa e confusa discussão ao final da sessão plenária, quando de fato ficou decidido que cabe ao Parlamento efetuar afastamento de congressistas. Mas, demonstrando ambiguidade em sua interpretação, Cármen delegou ao decano do STF, Celso de Mello, a proclamação do entendimento majoritário pelo provimento parcial da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 5526, em que partidos queriam saber se a corte precisa de aval do Congresso para suspender mandatos e impor medidas cautelares contra parlamentares.

Depois de muita controvérsia e duelos teóricos, e enfim prevalecida a tese sobre a palavra final do Congresso, ficou acordado que o artigo 319 do Código de Processo Penal, delimitador dos termos das medidas cautelares, deve ser lido segundo o artigo 53 da Constituição, que já confere ao Legislativo a deliberação sobre prisão em flagrante de congressistas. Assim, segundo explanação sintetizada por Celso de Mello, toda e qualquer imposição judicial que venha a impedir, direta ou indiretamente, o exercício do mandato parlamentar deve ser finalmente ratificada pela Câmara ou pelo Senado, segundo o congressista sob investigação.

Retirado providencialmente da gaveta do Supremo nas últimas semanas, o julgamento da ação serviu justamente para definir a situação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões e afastado temporariamente do mandato em 26 de setembro. Além disso, Aécio foi alvo de medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno e proibição de viagem ao exterior ou ingresso no Parlamento, segundo a decisão preliminar da Primeira Turma do STF – na prática, a interpretação majoritária dos ministros permite que o Senado possa reverter a situação do tucano. Um dos principais alvos da Operação Lava Jato, Aécio responde a nove inquéritos no STF, mesma situação de ao menos seis em cada dez senadores.

“O Congresso vai se debruçar sobre isso. Existe uma interpretação que amplia as possibilidades cautelares em relação aos parlamentares, preservando os aspectos de atividade do mandato. Então, de bom alvitre, em um ambiente de diálogo institucional – é o que tenho defendido, a preservação do diálogo institucional –, que se possa fazer a adequação da decisão ao texto constitucional”, disse ao Congresso em Foco neste sábado (12) o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), prenunciando a mudança na Constituição.

“O Supremo interpreta, o Congresso redige. Poderemos, sim, redigir a interpretação que foi dada pelo Supremo sem problema algum”, acrescentou. Em relação a Aécio, o tucano diz preferir esperar a decisão do Senado, prevista para a próxima terça-feira (17) em votação de plenário.

Testemunha privilegiada da grave crise entre Legislativo e Judiciário nos últimos dias, Cássio evita apontar vencedores e vencidos no julgamento do Supremo. “Essa é uma leitura rasa analisar quem ganhou e quem perdeu. Nesse episódio, não há vencidos nem vencedores. O que há é uma interpretação da Suprema Corte em uma decisão visivelmente dividida, tanto na Primeira Turma quando no plenário, sobre a interpretação da Constituição. É um desserviço ao Brasil ficar com essa leitura tacanha, pequena, mesquinha sobre quem ganhou ou quem perdeu”, concluiu o senador paraibano, para quem o STF cumpriu seu papel institucional no limite. Ele lembra, nesse sentido, que a ministra Cármen Lúcia precisou dar voto de desempate sobre a ação.

Reticências

Tão logo findaram-se as mais de 12 horas do julgamento de ontem no Supremo, senadores já falavam sobre a necessidade de esmiuçar, por meio de proposta de emenda à Constituição, as prerrogativas soberanas do Congresso em relação ao mandato parlamentar. Como lembra neste sábado (12) a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, “nova lei garantiria ao Parlamento a última palavra a respeito do que, no entender dele, cerceia o legislador”.

Assinada por Daniela Lima, a coluna aponta fragilidades na performance de Cármen Lúcia durante a sessão plenária. “A tentativa da presidente do STF, Cármen Lúcia, de contemplar aspectos divergentes em seu voto foi alvo de críticas generalizadas. Foi por buscar solução ambígua, disseram integrantes do tribunal, que ela acabou intensamente pressionada a explicitar que ala, de fato, sairia vencedora. O fato de a ministra ter delegado ao colega Celso de Mello a proclamação do voto e de ter feito reparos à própria fala foram apontados como indícios de seu desconforto”, continuou a nota, acrescentando que, para críticos mais “incisivos”, Cármen “abdicou da condução da sessão”

Líder do PSDB no Senado e um dos principais aliados de Aécio, Paulo Bauer (SC) reclamou da atuação do Supremo em relação ao assunto e, a exemplo de Cássio, sinalizou a tendência de alterações constitucionais. O tucano disse ao portal G1 ter visto com “cautela e estranheza” a decisão dos ministros, por dividida e confusa. “Acho que essa decisão não está prevista na Constituição. Não está prevista na Constituição a aplicação de penas alternativas a parlamentares. […] Eu fico imaginando que, daqui a pouco, estou fazendo uma figuração, o Congresso vai estar votando para ver se a carteira de um deputado apreendida vai ser objeto de votação no plenário”, disse Bauer.

Ética

Presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA) também disse ao Congresso em Foco preferir esperar a decisão conjunta dos senadores a respeito de Aécio, que enfrenta mais um pedido de processo por quebra de decorro, agora por iniciativa do PT – quando foi a vez de a Rede pedir abertura de investigação, na figura de Randolfe Rodrigues (AP), João Alberto arquivou sumariamente a demanda em 23 de junho e alegou “falta de provas” que justificassem o prosseguimento da ação. Sobre o afastamento do tucano, o peemedebista foi reticente.

“Temos que cumprir a Constituição. Agora, quem vai dizer [o que será de Aécio] ou é a Mesa Diretora ou o plenário”, tergiversou, também evasivo quanto ao pedido de cassação do colega.

“Eu vou esperar, evidentemente, o que o plenário vai dizer. Vai ser a mesma coisa que eu fiz no caso do Delcídio [do Amaral, PT-MS]. Eu esperei o plenário se manifestar e cumpri no Conselho a determinação do plenário”, declarou o peemedebista, referindo-se ao processo que levou à cassação do ex-senador petista, em maio de 2016 – situação que, no momento, não parece ser tendência a se repetir com o tucano.

Santuário de Nossa Senhora Aparecida recebe 200 mil fiéis no feriado

Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil

 

Aparecida (SP) - Devotos de Nossa Senhora Aparecida comparecem ao Santuário Nacional no dia da Padroeira do Brasil (Rovena Rosa/Agência Brasil)
A celebração este ano comemora os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida Rovena Rosa/Agência Brasil

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no município de Aparecida (SP), recebe aproximadamente 200 mil visitantes hoje (12), cerca de 30 mil pessoas a mais que a estimativa inicial. No feriado do ano passado, que caiu em uma terça-feira, foram recebidos 150 mil fiéis. A celebração este ano comemora os 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Milhares de romeiros vieram de cidades próximas caminhando pelo acostamento da Rodovia Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, mesmo sob forte calor. A temperatura média registrada na cidade é  32ºC. Dentro do santuário, foram feitos 388 atendimentos médicos até as 14h, nenhum caso grave.

Sebastião Henrique de Moraes, de 44 anos, levou 11 horas para percorrer 40 quilômetros a pé. Ele saiu de sua cidade, Pindamonhangaba (SP), na tarde de ontem (11) e ainda pretende voltar a pé. “Este é o sétimo ano que venho. Tive promessas para que meus dois filhos melhorassem, mas eles morreram. As outras foram recebidas, toda promessa que eu faço, eu recebo”.

O romeiro fez a peregrinação ao lado da família de oito pessoas. Mesmo cansado, ele aguardava há mais de uma hora em uma fila para se aproximar da imagem da santa. “Quero agradecer a ela, já que tenho essa chance, quero conversar com ela de pertinho”.

Excursões

O estacionamento da basílica, com capacidade para 3 mil carros e 2 mil ônibus, lotou logo no início da manhã. Lindalva Ribeiro, 60 anos, veio em uma excursão de ônibus da cidade de Ipiaú, na Bahia. Foram 26 horas de viagem junto a 45 pessoas. “Estamos aqui desde terça-feira. A gente está apaixonada por Aparecida, tudo muito lindo. Cada ano que a gente vem é diferente. Sou devotíssima. Agradecemos, pagamos promessas”.

Para o padre João Batista de Almeida, reitor do Santuário Nacional, a festa deste ano celebra 300 anos de graças e bençãos. “A história da santa vai continuar nessa caminhada missionária pelos próximos 300 anos”. Nesta edição, a igreja e a Justiça do Trabalho se uniram numa campanha para erradicar o trabalho infantil.

“Temos mais de 2,5 milhões de crianças trabalhando e perdendo o seu tempo de infância. Somamos força com a Justiça do Trabalho, para tomar consciência de que a criança precisa estudar e brincar. Criamos a #chegadetrabalhoinfantil”, disse.

Em vídeo exibido durante a missa solene, às 9h30, o Papa Francisco mandou recado ao povo brasileiro, desejando força para enfrentar a corrupção. O padre João comentou sobre a ausência do papa, que havia prometido, assim que assumiu o papado, que viria para a festa de 300 de Nossa Senhora.

“No ano passado, fomos a Roma levar a imagem e o papa já dava sinais de que não viria. A razão é pastoral da igreja. Este ano, seria de visitas de bispos, ele tem que receber um por um. Uma viagem internacional iria custar uma semana a ele”, disse o padre.

Ausência de autoridades

O padre João falou ainda sobre a ausência de autoridades na festividade – apenas o governador Geraldo Alckmin compareceu. “A igreja está sempre de portas abertas a todos, são sempre bem-vindos. Mas não é tradição a presença de autoridades, a não ser Alckmin, que já vinha desde antes”.

O padre também respondeu ao questionamento de jornalistas a respeito da ausência do presidente Michel Temer. “Nós o convidamos, mas não é tradição. Se eu fosse presidente do Brasil viria. De repente, a assessoria [do presidente] não se atentou”, disse o padre.