ARTIGO — Juro alto é inútil e desperta dúvidas sobre ajuste fiscal

Por João Guilherme Sabino Ometto

É louvável o esforço do atual governo no sentido de promover um corte das despesas e realizar reformas, como a da previdência e trabalhista, há muito reclamadas pela sociedade. Nesse cenário, contudo, há um paradoxo: a Selic ainda elevadíssima, apesar de sua paulatina redução. Como uma das principais causas dos juros altos é exatamente o desequilíbrio fiscal, ao manter taxas altas, o Comitê de Política Monetária (Copom) sugere, mesmo que da maneira mais sutil possível, que nem mesmo as autoridades econômicas acreditam com firmeza na capacidade de se promover o equilíbrio entre receita e despesas da União.

Tal desconfiança é justificável, pois se sabe que os juros no Brasil têm sido reféns do problema fiscal. Com o Estado gastando muito, é difícil reduzi-los, pois os papéis que fazem a dívida pública girar no mercado financeiro precisam apresentar remuneração atrativa, sob pena de a União não conseguir manter-se adimplente. Acontece que a Selic reflete-se no rol das despesas, engrossando o déficit nominal. Não há milagre em contabilidade. Assim, se não se confia piamente na nova política fiscal, não se baixam as taxas da verdadeira “agiotagem” que o governo pratica contra ele próprio, as empresas, as famílias endividadas e a economia.

Além dessa contradição, que custou mais de R$ 500 bilhões no ano de 2015 em juros aos cofres públicos, não há qualquer sentido em se manter taxa de 12,25% ao ano num país com mais de 12 milhões de desempregados, com queda de mais de 7% do PIB acumulada em dois anos, que ainda não saiu da recessão e que, portanto, precisa, a todo custo, voltar a crescer. Na atual conjuntura, é inútil segurar a Selic num patamar elevado, pois a inflação já dá sinais claros de convergência para valores abaixo até da meta oficial, enquanto os danos à economia, às empresas e aos trabalhadores serão cada vez mais graves.

Conforme já mencionado acima, é possível constatar como o juro alto deixou um verdadeiro desastre para as contas públicas, pois, em 2013, o governo pagou quase R$ 250 bilhões em juros, mas em 2015, mais de R$ 500 bilhões. Sempre que a Selic sobe, o custo da dívida pública cresce, os investimentos produtivos diminuem e aumentam a especulação financeira e o desemprego. É uma equação matemática irrefutável, cujo resultado é um ciclo pernicioso, do qual o Brasil precisa livrar-se. Porém, não terá sucesso nessa meta se continuar praticando o juro real mais alto do mundo.

Todos esses problemas, testados no laboratório real da economia e da história de nosso país no presente século, evidenciam que a União Europeia, o Japão e os Estados Unidos agiram de modo correto, conseguindo retomar o crescimento, após o grande crash de 2008, adotando baixas taxas de juros. Não apenas isso, mas também colocando mais moeda em circulação, aquecendo o nível de atividade e gerando empregos. Tal política permitiu uma retomada da atividade econômica, movimento inverso ao que ocorre no Brasil, em que a demora da queda dos juros dificulta o combate à crise.

Para o agronegócio, que teve um início de 2017 bastante favorável, a queda dos juros também seria muito benéfica. Vários segmentos atrelados ao setor mostraram relevante recuperação em 2016, como o de insumos agropecuários. Deve-se considerar, ainda, que algumas atividades que vinham sofrendo havia algum tempo tiveram um excelente 2016. São elas a sucroalcooleira, citrícula e cafeeira (exceto a variedade Conilon). A tendência é que o bom desempenho repita-se este ano, mas a Selic menor ajudaria muito.

Baixar os juros de modo mais agudo, mais do que um estímulo à economia, seria um gesto do governo que aumentaria ainda mais a sua credibilidade perante do empresariado e a sociedade. Seria uma sinalização de que há confiança na política econômica, na capacidade de se conquistar o equilíbrio fiscal e na efetividade das reformas em curso. Com as taxas nas alturas, seguimos acreditando nas medidas que vêm sendo adotadas, mas com inevitável dose de ceticismo e a certeza de que a recuperação será muito mais lenta e sofrida. Assim, esperamos que se acelere a queda da Selic.

ARTIGO — Melhoram as expectativas

Por Maurício Assuero

No início de março, o governo federal comemorou um aumento no nível do emprego (em fevereiro foram abertos 36 mil novos empregos com carteira assinada) e nós fizemos um comentário aqui de que deveríamos esperar para saber o que estávamos comemorando. Ao que tudo indica foi um movimento específico do mês favorecido, por exemplo, pelo Carnaval. Em detrimento, em março chegamos a 14,1 milhões de desempregados.
Agora, concomitantemente, ao anúncio de outros fatores como redução na taxa de juros, inflação dentro da meta prevista, indicativos de que o volume de operações via FINAME tem crescido, somos levados a crer que a economia começa a sair do rinque de patinação no geloa qual estava flutuando. Note que não basta que ocorra estes movimentos, muito bem vindos. É preciso que haja sustentação, ou seja, que tenhamos políticas que respaldem, que amparem, esse movimento virtuoso.

Uma das questões fundamentais é a renegociação das dívidas dos municípios, mas é uma grande pena que isto esteja sendo usado como moeda de troca na aprovação da reforma da presidência. Agora, vejam o contraditório: a reforma da previdência é o principal argumento para o país voltar a crescer e o governo aceita que os devedores da previdência possam pagar suas dívidas em 200 meses. Mas, como isso é possível se a previdência não tem dinheiro? Importante dizer que para os municípios esta renegociação é fundamental.

Um fato que deve ser mencionado é a redução no risco país. No início de fevereiro o risco país estava em 270 pontos e fechamos o mês com 259 pontos, ou seja, uma redução de 4,07% (num mês!), mas comparando ao início do ano, esta redução chega a 21%. Notadamente já mostra que o investidor externo tem se acomodado em relação as diversas crises que o Brasil propicia. Não dá ainda para falar em confiança nas instituiçõesporque o principal torpedo contra o sistema financeiro ainda está por vir (entenda-se: a delação premiada de Antônio Palocci) e seguramente isso vai abalar a confiança no mercado, visto que há nomes fortes na iminência de ser envolvido nesse rio de podridão.

Adicionalmente, está previsto para o próximo mês (mais precisamente 06/06) o início do julgamento no TSE – Tribunal Superior Eleitoral do processo que pode alijar Michel Temer da presidência da república. Nesse contexto, imaginem este país governado por Rodrigo Maia ou por Eunício Oliveira, ambos citados nas planilhas da Odebrecht. Não vai ser fácil.

Desemprego atinge em cheio os aposentados

O alto e crescente índice de desemprego também afetou a massa mais experiente de trabalho. É o que revela recente levantamento sobre aposentados ou em idade para se aposentar realizado pela VAGAS.com, empresa de soluções tecnológicas para recrutamento e seleção. De acordo com a pesquisa, 72% dos respondentes afirmaram que estão sem emprego. Em 2012, ano do primeiro estudo, esse percentual era de 48%.

“O desemprego também está castigando quem mais poderia contribuir em períodos de dificuldade. Os profissionais da terceira idade também sentiram na pele a queda nas ofertas de emprego e a procura das empresas por pessoas mais experientes. Essa diminuição do interesse das empresas é reflexo da crise e da falta de novas oportunidades no mercado de trabalho”, explica Rafael Urbano, coordenador da pesquisa na VAGAS.com.

O estudo “aposentados ou em idade para se aposentar no mercado de trabalho” foi realizado de 13 a 20 de fevereiro deste ano por e-mail para uma amostra da base de currículos cadastrados no portal de carreira VAGAS.com.br, contemplando homens e mulheres com mais de 60 anos. O objetivo da pesquisa era entender o comportamento desse público, como lidam com o mercado de trabalho e quais são suas aspirações. Os 2367 respondentes são, em sua maioria, homens (85%), possuem idade média de 62 anos, nível superior (44%) e renda de R$ 1734 a R$ 7474 (45%).

Aposentados sofrem com a crise

A pesquisa mostra que 62% estão aposentados. Em 2012, essa mesma massa era de 82%. Do total de respondentes que estão aposentados, 76% não trabalham mais ou estão sem emprego contra 53% em 2012.

O levantamento procurou investigar com essa base de aposentados que está sem emprego ou não trabalha (76%), se está procurando trabalho ou pretende voltar ao mercado. Quase que a totalidade (99%) acenou positivamente para essa possibilidade.

“É um indicador muito importante e que revela que quase a totalidade dos aposentados tem a intenção de retornar ao mercado de trabalho. Esse interesse pela volta pode ser caracterizado pela queda na renda e consequente necessidade de complementação do orçamento”, conta Rafael.

Cai a procura por aposentados

Na era do pleno emprego, era comum as empresas recorrerem aos profissionais mais experientes e qualificados para atender a uma alta demanda do mercado. Hoje, o cenário é mais adverso. A pesquisa revela que apenas 17% dos aposentados que estão sem emprego ou não trabalham mais (76%) receberam alguma proposta de emprego nos últimos três meses. Em 2012, 36% foram sondados para voltar ao trabalho.

“O mercado está retraído e com poucas oportunidades. Há alguns sinais de melhora e retomada, mas ainda pouco consistente. Com esse quadro, fica mais difícil as empresas buscarem mais profissionais e isso passa pela procura de aposentados”, detalha Rafael.

O estudo também procurou entender os motivos que estão levando os aposentados desempregados e que não trabalham mais a retornar ao mercado de trabalho. De acordo com os resultados da amostra, 57% pretendem ter uma renda extra para complementar o orçamento. Há cinco anos, essa fatia era de 47%. Ganhar uma renda extra para pagar dívidas foi apontado por 15%. Em 2012, somavam 9%. Na primeira pesquisa, 7% pretendiam voltar a trabalhar para ganhar uma renda extra e poupar dinheiro. No estudo atual, essa parcela é de 10%.

“Com a crise, muitas pessoas precisaram encontrar uma forma de incrementar a renda para conseguir arcar com as despesas mensais. Esses números mostram que para os aposentados não foi diferente. Estão de olho em oportunidades para honrar seus compromissos ou até mesmo ter uma reserva para enfrentar as adversidades que surgem a cada momento. ”, analisa o coordenador do estudo.

Essa mesma massa de desempregados (76%) informou o que pretende fazer caso consiga uma nova oportunidade. 68% aceitam trabalhar em qualquer área, desde que haja oportunidade. Em 2012, 60% apontavam para essa mesma opção. Permanecer na mesma área em que sempre trabalhou representam 25%. Retornar a uma antiga área, 6%. E 2% pretendem atuar em uma área que nunca trabalhou.

Aumenta o número de aposentados que pretendem trabalhar de 5 a 10 anos

De acordo com os resultados da pesquisa, aumentou a quantidade de aposentados que estão sem emprego ou que não trabalham (76%) com disposição para trabalhar de 5 a 10 anos: somam 43% ante 40% na pesquisa anterior (2012). Mais que dobrou também aqueles que pretendem continuar no mercado de 10 a 15 anos, saltando de 8% em 2012 para 17% neste ano. Para 19%, até 5 anos é o tempo ideal para continuar na ativa. Representaram 4% aqueles que idealizam trabalhar por mais de 15 anos e, para 19% do total de respondentes, trabalhar até os últimos dias da vida.

Na ativa, aposentados pretendem trocar de emprego e ganhar menos ou a mesma quantia

O levantamento checou também o comportamento dos aposentados que ainda trabalham (24%). Segundo o estudo, 81% pretendem mudar de emprego. Em 2012, esse grupo era de 80%.

Ao compararmos as pretensões do grupo que está sem emprego ou não trabalha (76%) com a massa dos aposentados que ainda trabalham (24%) sobre o período que ainda pretende trabalhar, o resultado é muito semelhante. Para os 24% de aposentados que trabalham, a maior parcela vai concentrar seus esforços de 5 a 10 anos (43%). Para 16%, o ideal é de 10 a 15 anos. Até 5 anos é o tempo mais adequado para 15%. De acordo com 22%, até os últimos dias da vida e, 4%, mais de 15 anos.

Na pesquisa com todos os grupos, também foi verificado qual era a pretensão salarial em relação ao último ganho. Aumentou a presença daqueles que querem ganhar a mesma quantia que anteriormente: saltou de 13% em 2012 para 22% em 2017. O grupo que aceita ganhar um pouco menos que antes, também cresceu, passando de 1% em 2012 para 6% neste ano. A turma que busca acréscimo de 50% ou mais também caiu bastante, saindo de 36% para 26%. De 10% a 20% a mais, recuou também, indo de 14% para 10%. No grupo daqueles que almejam de 21% a 30%, o decréscimo foi 16% para 12%.

Unifavip aprova trabalhos em eventos nacionais de Direitos Humanos

Caruaru será representado por trabalhos dos alunos da DeVry-Unifavip em um dos eventos internacionais mais importantes no debate sobre gênero e contemporaneidade o direito da mulher. Durante o 13º Mundos de Mulheres & Fazendo Gênero, em Florianópolis, os alunos irão apresentar pesquisas defender os trabalhos com as seguintes temáticas: “Faces do conservadorismo e lutas de gênero em espaços digitais: relatos e ativismo”, “A hermenêutica diatópica e o reconhecimento de um feminismo intercultural: ativismo, emancipação e cultura muçulmana” e “Pedaços de Carne: assistência psicológica à mulher vítima de crimes sexuais e as repercussões de gênero no direito penal”. O evento acontecerá na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, entre os dias 30/07 e 04/08.

Outros Os dois trabalhos foram apresentados no começo deste mês (maio) na XVIII Conferência Brasileira de Folkcomunicação – Recife, também visto como um dos mais importantes eventos do Brasil na área de Comunicação e Direito. Os temas foram: “Meio ambiente, Terra e Direitos Indígenas: uma análise da PEC 215/2000” e “Mídia e Autoritarismo no Brasil: sobre trajetos e marcas discursivas”. O evento aconteceu na Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE.

Seguem os trabalhos que foram aprovados:

01. “Meio ambiente, Terra e Direitos Indígenas: uma análise da PEC 215/2000”
Autores/as: Alicia Oliveira (3º Período); Hávitha Julianne (3º Período) e Fernando Cardoso
Evento: XVIII Conferência Brasileira de Folkcomunicação – Recife
Realização: 02 a 05 de maio de 2017
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE

02. “Mídia e Autoritarismo no Brasil: sobre trajetos e marcas discursivas”
Autoras/os: Rachel Farias (5º Período) e Fernando Cardoso
Evento: XVIII Conferência Brasileira de Folkcomunicação – Recife
Realização: 02 a 05 de maio de 2017
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE

03. “Faces do conservadorismo e lutas de gênero em espaços digitais: relatos e ativismo”
Autor: Cláudio Gomes (3º Período)
Evento: 13º Mundos de Mulheres & Fazendo Gênero 11- Florianópolis
Realização: 30/07 a 04/08 de 2017.
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

04. “A hermenêutica diatópica e o reconhecimento de um feminismo intercultural: ativismo, emancipação e cultura muçulmana”
Autora: Maria Rita Piancó (5º Período)
Evento: 13º Mundos de Mulheres & Fazendo Gênero 11- Florianópolis
Realização: 30/07 a 04/08 de 2017.
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

05. “Pedaços de Carne: assistência psicológica à mulher vítima de crimes sexuais e as repercussões de gênero no direito penal”
Autores/as: Alex Magalhães (7º Período) e Samara Crismarques (7º Período)
Evento: 13º Mundos de Mulheres & Fazendo Gênero 11- Florianópolis
Realização: 30/07 a 04/08 de 2017.
Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

*Esses estudos são resultado das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas Interdisciplinares sobre Direitos Humanos (GEPIDH/UNIFAVIP), que tem a coordenação conjunta dos professores Aristóteles Veloso, Walter Lisboa e Fernando Cardoso.

Milhares de empregos temporários à vista no mercado local

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Pedro Augusto

Quem tiver curiosidade de testar a força vigente do São João de Caruaru pode pegar, como exemplo, o quantitativo de empregos temporários que deverão ser gerados nos segmentos econômicos da cidade devido à realização da festa. Em plena crise financeira – isso mesmo, o país ainda não saiu do fundo do poço – haverá, nas próximas semanas, a criação de novos postos de trabalho no mercado local direcionadas para o período junino. De acordo com a estimativa da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2017, o quantitativo de vagas abertas para o intervalo específico deverá ser 5% maior em comparação com a mesma época do ano passado, quando foram preenchidos 2.728 postos. O comércio, os serviços e a indústria deverão ser os setores que deverão mais absorver mão-de-obra temporária.

Para o auditor fiscal do MTE, Francisco Reginaldo, o crescimento no número de ofertas de vagas se concretizará em decorrência da certa reação em que a economia brasileira vem alcançando. “Avaliamos que haverá expansão, mesmo que pequena, mas já animadora, no volume de postos temporários criados em consequência da recuperação da nossa economia, conforme estamos observando nos últimos meses. Tanto os índices da inflação como as taxas dos juros diminuíram, sem falar no repasse dos valores das contas inativas do FGTS, que também vêm dinamizando as atividades deste setor. Então, como não poderia ser diferente, a expectativa é de desempenho superior ante o mesmo período do ano passado”, avaliou.

Tomando ainda como parâmetro as projeções da Agência Regional do MTE, o comércio deverá ser responsável por 44% das contratações temporárias no período junino da Capital do Agreste. Na sequência virão os serviços com 35% de absorção da mão-de-obra extra e a indústria da confecção com 21%. Em relação ao ano passado, o mercado local registrou uma queda significativa de 15% em relação ao quantitativo de empregos temporários criados ante o mesmo intervalo de 2015. Em números reais, em decorrência do último São João, foram gerados 2.728 postos do tipo contra 3.178 há dois anos. A motivação para tal queda teria sido justamente a crise que se encontrava mais acentuada em 2016.

Um reflexo desse aumento no volume da crise é exemplificado através da quantidade de pessoas que vêm procurando atualmente uma oportunidade de emprego temporário no comércio de Caruaru. Sem exceção, em todas as lojas que foram visitadas na manhã da última segunda-feira (15) pela reportagem VANGUARDA, havia candidatos à procura de uma oportunidade. Dentre eles estava a jovem Isabela Vieira, de 20 anos. “O meu tempo de curtir os 30 dias de São João acabou. Com as dificuldades financeiras que tanto eu como a minha família vêm enfrentando nos últimos meses, as farras do período junino ficaram em segundo plano. Quero, se Deus quiser, aproveitar o intervalo do São João para trabalhar e sair do sufoco. Apesar de não ter tanta experiência, gosto muito de moda e estou à procura de uma vaga para vendedora”, comentou.

Dentre as empresas do comércio que irão contratar para este São João 2017 está a Avil. De acordo com a sua gerente Mauricéa Tabosa, atualmente quatro vagas se encontram em aberto na unidade que fica localizada na Rua 15 de Novembro, no Centro. “Todas elas são voltadas para a área de vendas, haja vista que os festejos juninos são como uma espécie de Natal para quem comercializa em Caruaru, ou seja, a demanda por parte dos clientes a respeito de produtos como tecidos e aviamentos, tradicionalmente, é bastante alta e em 2017 não será diferente. Para quem está desempregado, o período é ideal para tentar alcançar uma recolocação no mercado, já que, dependendo do desempenho, ao término do intervalo de experiência, ele pode até ser efetivado”, destacou.

Além da Avil, outra empresa que já está se preparando para operar com o reforço de trabalhadores temporários é Beijamim Empório. De acordo com a gerente de vendas Gisele Alves, oito vagas deverão ser abertas. “Elas serão direcionadas para as áreas de vendas e reposição de mercadorias. Iremos contratar com ou sem experiência, desde que os candidatos se encaixem nos nossos critérios. É interessante ressaltar que 90% da mão-de-obra que vêm atuando hoje na nossa empresa foram provenientes de contratações temporárias, ou seja, vale a pena se esforçar durante esses períodos sazonais, tentando cumprir com as suas obrigações e demonstrando os seus diferenciais, porque as empresas sempre costumam efetivar e, aqui não é diferente, os temporários que querem realmente permanecer no mercado”, pontuou.

Efetivos dão dicas para quem deseja permanecer

Diante de um cenário econômico ainda turbulento, alimentado pela crise, atualmente, as empresas se encontram mais exigentes na hora de contratar e manter o temporário em uma determinada função. De acordo com a vendedora Cisonilda Pereira, que conseguiu ser efetivada no último mês de janeiro, apesar de serem consideradas simples, algumas medidas podem ser adotadas para garantir a permanência no posto de trabalho desejado.

“Primeiro, quando queremos muito uma coisa, geralmente nos esforçamos em dobro. Essa dica é primordial, ou seja, tentar mostrar comprometimento com a função atribuída. Antes disso é importante procurar aquela vaga com a qual o candidato se identifique mais para não se arrepender depois. Também não se esqueça de demonstrar os seus diferenciais”, disse.

“Hoje, mais do que nunca, uma vaga de trabalho encontra-se bastante concorrida, haja vista que o desemprego ainda está muito grande em toda a cidade. O importante é não se acomodar e aproveitar ao máximo o período temporário para demonstrar que vestiu de verdade a camisa da empresa. Festa passa, mas as contas continuam, então, nada de faltar trabalho nesta época por causa de São João”, acrescentou a caixa Joseane Silva. Ela foi efetivada após a época junina do ano passado.

Comarca de Santa Cruz do Capibaribe com inscrições abertas para curso

A Vara Regional da Infância e Juventude da Comarca de Santa Cruz do Capibaribe promove o Curso para Pretendentes à Adoção nos dias 13 e 14 de junho, das 9h às 16h. A atividade acontece na sede do Fórum Doutor Naércio Cireno Gonçalves, localizado na avenida Miguel Arraes de Alencar, 70, em frente ao Moda Center Santa Cruz, no bairro Cruz Alta. As inscrições podem ser feitas no local até o dia 12 de junho, de segunda a quinta-feira, das 9h às 15h. A unidade, localizada na 19ª Circunscrição, também abrange as cidades de Taquaritinga do Norte e Toritama.

O objetivo do curso é suprir o requisito legal dos processos de habilitação para adoção, contribuir para o alcance de condições favoráveis ao postulante à adoção e proporcionar um convívio familiar construtivo, visando ao alcance dos princípios e direitos de proteção às crianças e adolescentes. Para efetuar a inscrição, o interessado postulante em processo de habilitação para adoção precisa preencher a ficha de inscrição específica disponibilizada no setor Psicossocial da Vara Regional da Infância e Juventude da Comarca de Santa Cruz do Capibaribe.

A atividade compreende uma série de palestras e orientações a respeito do procedimento da adoção, exigências legais e compreensão das relações familiares e socioafetivas do adotante/adotado. A formação será ministrada pelo juiz da Vara Regional da Infância e Juventude na Comarca de Santa Cruz, Diego Vieira de Lima, e por servidores da equipe interprofissional da Vara, composta pela pedagoga Jaqueline Alves, pela assistente social Débora Cristine Alves e pelo chefe de secretaria Eduardo Cavalcanti.

Curso – A partir da vigência da Lei Nacional de Adoção 12.010/2009, a preparação passou a ser obrigatória à habilitação dos pretendentes com a intenção de adotar uma criança ou um adolescente via Cadastro Nacional de Adoção (CNA). A formação atende às disposições previstas na Lei 8.069/1990 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), regulamentada na Instrução Normativa Conjunta 001/2013 do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Especialidade em Seguridade Social abre inscrições

Num momento em que o conhecimento torna-se vital para compreender o contexto social que o país enfrenta a Asces-Unita reúne um corpo docente de excelência para oferecer a especialização em Seguridade Social, que incorpora ao profissional da área de humanas uma gama de conhecimentos que lhe permitirá monitorar a gestão, intervir nas questões sociais presentes na saúde, previdência e assistência social, alinhados aos saberes teóricos da Seguridade Social. Sendo acrescidos a estes, as ferramentas de gestão que contribuam para o aumento dos padrões de eficiência na aplicação de recursos, eficácia dos resultados e efetividade da Administração Pública no atendimento às necessidades dos cidadãos. O curso terá aulas quinzenais, com carga horária total de 360h/a já a mensalidade e matrícula estão sob o valor de R$450,00.

As matrículas estão abertas na coordenação de Pesquisa e Pós-Graduação da Instituição, localizada no Campus I, Bloco C, Av. Portugal Nº 584, Bairro Universitário, das 08h às 12h, das 13h às 17h (horário de segunda à sexta). Mais detalhes sobre o processo pelo número de telefone (81) 2103-2055 ou pelo e-mail posgraduacao@asces.edu.br

Rimas, violas e pandeiros marcam presença no Polo do Repente

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A poesia também tem espaço no São João de Caruaru. Emboladores, repentistas, aboiadores e declamadores vão presentear o público que passar pelo Polo do Repente, na Estação Ferroviária. Nas sextas, sábados e domingos de junho, além dos dias 28 e 29, quarta e quinta-feira respectivamente, 34 apresentações serão realizadas e o grande mestre de cerimônia, este ano, é o poeta caruaruense Rogério Meneses. Idealizador do Polo, em 2009, Rogério fala com muita alegria sobre o convite. “É uma grande honra poder apresentar os artistas, que são amigos. E já adianto que a poesia vai estar presente, também, na apresentação”, conta o violeiro.

Nomes como Raulino Silva, Jénerson Alves, Hipólito Moura, Raimundo Caetano e pai e filho, Ivanildo e Iponax Vila Nova vão abrilhantar o Polo, que existe há oito anos, e é o único a contemplar artistas do tipo em festa junina no Nordeste. Nas sextas, as apresentações começam a partir das 20h; nos sábados, a partir das 18h; nos domingos, a partir das 17h. Dia 28 segue o horário da sexta e 29, o do sábado. A primeira apresentação está marcada para o dia 3 de junho, data de abertura do São João.

Origem do Repente – Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, o desafio dos repentistas do Nordeste descende diretamente do Canto do Amadeu, da Grécia Antiga. A arte hoje conhecida como Cantoria ou Repente teve origem na segunda metade do século XIX, na Serra do Teixeira, sertão da Paraíba, região onde os primeiros repentistas começaram a travar desafios de repentes. A maioria desses primeiros repentistas cultivava o hábito da leitura e da escrita e vivia da agricultura, comércio e outras atividades, sendo o resultado financeiro das cantorias uma renda complementar. Atualmente, existem mais de 30 modalidades de Repente.

Juizado do Forró atuará pelo nono ano no São João

Pedro Augusto

O TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) confirmou, nesta semana, o funcionamento do Juizado do Forró durante a realização do Maior e Melhor São do Mundo. Prevista para ser instalada no COI (Centro de Operações Integradas), no Pavilhão do Espaço Cultural Tancredo Neves, no Parque de Eventos Luiz “Lua” Gonzaga, a unidade operará pela nona vez no mesmo espaço tendo como principal objetivo inibir a prática de atos criminosos no principal polo dos festejos juninos da Capital do Forró. Em entrevista ao VANGUARDA, na manhã da última terça-feira (16), o supervisor do Juizado, Adrielmo Moura, relembrou de que forma atua o órgão.

“Assim como ocorre com o Juizado do Torcedor, o do Forró também promove sessões itinerantes com as atuações de um juiz, promotores, advogados de defesa e defensores públicos, com toda a infraestrutura necessária. Nele, foram julgados e serão apreciados neste São João 2017, os crimes de menor potencial ofensivo como desacato, lesão corporal, porte de arma branca, porte de drogas, dentre outros, que ocorreram e que poderão acontecer durante as festividades no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga. Após passarem pelos procedimentos padrões na delegacia também itinerante do evento, os suspeitos são encaminhados para o Juizado, onde são realizadas as audiências que determinam os cumprimentos de prestações de serviços às comunidades ou o pagamento de cestas básicas”.

De acordo ainda com Adrielmo, o Juizado do Forró tem exercido, ao longo dos últimos anos, um papel muito importante no combate à criminalidade no São João de Caruaru. “O grande ponto positivo desse Juizado se remete justamente à questão da segurança, haja vista que a presença do Judiciário no foco da festa acaba inibindo a prática de mais delitos, ou seja, os infratores acabam ficando mais receosos em fazer algo de errado. Em paralelo, a unidade também vem dando a sua contribuição na resolução de demandas que têm sido observadas durante a realização do evento como, por exemplo, a superlotação de público no show de Wesley Safadão, no ano passado. O Juizado tem sido importante, sim, no combate à violência”, reforçou.

Mais uma vez, o Juizado do Forró contará com a coordenação do juiz Marupiraja Ramos. Ao todo, a unidade terá ainda as atuações de cinco servidores plantonistas como defensores públicos, promotores, peritos criminais e médicos legistas. Em paralelo, 10 estudantes do curso de Direito da Asces-Unita atuarão como voluntários nas audiências e nas elaborações de TCOs (Termos Circunstanciados de Ocorrência) e de BOs (Boletins de Ocorrência). O Juizado funcionará, em regime de plantão, sempre das 22h até as 2h, nos próximos dias 3, 10, 17, 23, 24, 28 e 29 do próximo mês de junho. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o TJPE; o Ministério Público de Pernambuco, a Defensoria Pública de Pernambuco, a SDS, a Prefeitura de Caruaru e a Asces.

“O carro-chefe do Juizado é justamente atender às demandas criminais, mas ele também vem atuando de forma significativa para conter os abusos direcionados aos consumidores. Através das informações repassadas por estes últimos, que já têm o Juizado como um serviço de referência, temos combatido as práticas de vendas casadas, abusos de cobranças de valores, descumprimentos de TACs, ou seja, várias infrações que acabam lesando os mesmos. Esperamos mais uma vez contar com esse auxílio importante de toda a população”, finalizou Adrielmo Moura. O órgão dispõe de duas salas sendo uma para audiência e outra para realização de queixas. No Juizado são julgados crimes de menor potencial ofensivo e causas cíveis de menor complexidade.

TJPE autoriza transferência de bens para instituição de caridade

O presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Adalberto de Oliveira Melo, assinou, na quarta-feira (17/5), autorização de transferência de propriedade e posse de cerca de 30 mil itens não mais utilizados pelos colaboradores do Judiciário estadual. A entidade beneficiada é a Comunidade Católica Obra de Maria, com sede no município de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Confira mais

Para a assinatura do documento, realizada no Palácio da Justiça, também estiveram presentes presidente da Obra de Maria, Gilberto Gomes Barbosa; o assessor da Presidência do TJPE, juiz João Targino; o assessor José Oliveira Santos; e a secretária Maria Gorete Sales. O desembargador Adalberto lembrou que a doação foi intermediada pelo desembargador presidente Leopoldo Raposo e tem importante caráter social. “Nós temos compromisso com a justiça e com a pacificação social. A transferência desses bens representa um grande ganho social”, declarou o presidente em exercício.

A instituição receberá, aproximadamente, 24 mil móveis como armários e cadeiras, além de utensílios de escritório; e 6 mil equipamentos de informática que ficaram obsoletos para uso do TJPE. Os objetos eletrônicos quebrados e os móveis com avarias, que necessitam de reparos, serão utilizados em trabalhos de profissionalização de jovens em vulnerabilidade social e dependência química.

Em recente participação em evento da Obra de Maria, o juiz João Targino pôde ver o resultado de outra transferência de bens inutilizados ao Tribunal. “O reaproveitamento de peças do mobiliário, que estavam sem uso no nosso cotidiano de trabalho, estão sendo recuperados. Em celebração há poucos dias, eu sentei em uma cadeira restaurada pelos jovens atendidos pela instituição”, lembrou o magistrado.