Paulo Câmara tem maior vitória do país

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O socialista obteve 68,09% dos votos e 1, 6 milhão à frente do segundo colocado. ” Credito esta vitória à consciência do povo pernambucano de que a forma de governar que Eduardo Campos e a Frente Popular implantaram no Estado é a correta. O modelo que olha para os que mais precisam, escuta a população, é transparente e entrega resultados.”, disse o governador eleito Paulo Câmara (PSB).

Ele conquistou a maior vitória entre todos os estados brasileiros, impondo sobre seu adversário uma vantagem de mais de 1,6 milhão de votos. O socialista concedeu entrevista coletiva na noite deste domingo, no Recife Monte Hotel, em Boa Viagem, para falar do resultado que confirmou sua missão de, a partir de janeiro de 2015, levar adiante as transformações iniciadas em Pernambuco pelo ex-governador Eduardo Campos.

Paulo estava acompanhado de seus companheiros de chapa majoritária: o vice, Raul Henry (PMDB), e Fernando Bezerra Coelho (PSB), que também foi eleito neste domingo para o Senado. Ao lado do candidato vitorioso também estavam o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), os filhos e a viúva de Eduardo, Renata Campos, o presidente do PSB Estadual, Sileno Guedes, e outras lideranças da Frente Popular.

“Quero dizer ao povo de Pernambuco que conte comigo, com Fernando, Raul e toda Frente Popular. Vamos continuar essa caminhada iniciada em 2007 e vamos levá-la a muitos outros avanços. Pernambuco terá um governador que é um servidor público de vocação e que trabalhará para melhorar a qualidade de vida de todos”, garantiu Paulo, prometendo “pegar no serviço”, como ensinava Eduardo.

Paulo lembrou a tristeza de não ter mais o ex-governador Eduardo Campos entre nós, mas voltou a afirmar que honrará o legado do líder. “Convivi com Eduardo por mais de 20 anos e participei de seu Governo do primeiro ao último dia. Ele fará muita falta, mas aprendi muito com ele e vou fazer o que me pediu, quando me convidou para assumir esta missão: cuidar do povo pernambucano”, disse o governador eleito.

Fernando Bezerra, por sua vez, apontou a dimensão da vitória do companheiro. “Eu sempre disse que quanto mais votos Paulo tivesse, mais líder ele seria. A vitória que ele teve confirmou isso. Ele é o meu líder. E o de todos nós”, afirmou o futuro senador, que por sua vez impôs uma vantagem de mais de 1 milhão de votos sobre o principal adversário, com 64,36% dos votos válidos.

Wolney vence Jarbas em Caruaru

Na disputa para deputado federal em Caruaru, Wolney Queiroz (PDT) obteve 16 mil votos a mais do que seu principal concorrente, Jarbas Vasconcelos (PMDB), que teve o apoio de Tony Gel (PMDB).

Segundo dados do TSE, Wolney conseguiu na cidade 46.143 votos (33,28%), contra 29.662 de Jarbas (21,31%).

No geral, Jarbas obteve 227.461, ficando na terceira colocação como o mais votado no Estado. Já o caruaruense, que vai para o seu quinto mandato, angariou 86.715 votos, na 22ª posição.

Divisão de forças no Senado muda pouco

Da CartaCapital

As principais forças políticas no Senado não sofreram alterações: PMDB, PT e PSDB vão continuar sendo os partidos com a maior representação na Casa.

O PMDB passou de 19 senadores para 17. Eduardo Braga (AM) e Eunício Oliveira (CE) vão disputar o segundo turno para o governo em seus estados. No caso de Braga, a vaga continua com o partido, pois sua suplente, Sandra Braga, também é do PMDB. Eunício Oliveira tem um suplente do PT. Caso Aécio Neves (PSDB) seja eleito presidente da República, a legenda ganha mais uma cadeira – o suplente de Aloysio Nunes (SP), vice na chapa de Aécio, é Airton Sandoval, do PMDB.

O PT manteve seus 13 senadores, mas pode ganhar mais um caso Eunício Oliveira ganhe o governo do Ceará. A bancada petista teve alterações importantes em seu quadro. Deixa o Senado o petista Wellington Dias, eleito governador no primeiro turno por Piauí. Em contrapartida, em São Paulo o PT perdeu um senador histórico, Eduardo Suplicy, reeleito três vezes e que nesta eleição foi derrotado por José Serra (PSDB).

O PSDB, que tinha 12 senadores, vai perder ao menos uma vaga. Oito já estão garantidos e a bancada do partido pode ser reforçada por Aécio Neves e Aloysio Nunes, que formam uma chapa que concorre à Presidência, e Cássio Cunha Lima (PSDB), que disputa o segundo turno na Paraíba.

Além das vagas de Eduardo Braga, Eunício Oliveira, Aécio e Aloysio estão indefinidas as seguintes cadeiras: o senador Rodrigo Rollemberg (PSB) vai disputar o segundo turno no Distrito Federal, Marcelo Crivella (PRB) permanece na disputa pelo governo do Rio de Janeiro e Delcídio do Amaral no Mato Grosso do Sul.

O ganho mais representativo foi do PSB, que passou de 4 para 6 senadores eleitos. Na eleição deste domingo, saíram vitoriosos o ex-deputado federal Romário, no Rio de Janeiro, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho em Pernambuco e Roberto Rocha no Maranhão. Se Rollemberg perder o segundo turno no DF para Jofran Frejat (PR), o PSB ficará com sete cadeiras. Caso ganhe, a vaga passará para Helio Jose da Silva Lima, do PSD. Lima, entretanto, se candidatou a deputado distrital. A vaga de Rollemberg pode, então, ficar com Luis Cláudio da Costa Avelar, do PC do B. Isso dobraria a força do partido no Senado, já que atualmente sua única representante é Vanessa Grazziotin, do Amazonas.

A única nova legenda a aparecer no Senado, até o momento, é o PPS. Com a eleição do senador Pedro Taques, do PDT, ao governo do Mato Grosso, seu primeiro suplente José Antonio Medeiros (PPS) assume o posto.

João Lyra defende apoio do PSB ao presidenciável Aécio Neves

O governador João Lyra Neto (PSB) defendeu, em nota, o apoio do PSB à candidatura de Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da disputa presidencial. Ele disse que vai indicar o nome do tucano para apreciação da Executiva Nacional do partido.

“A surpreendente ascensão de Aécio Neves nos últimos dias do processo eleitoral para a Presidência da República reflete o seu excelente desempenho nos debates eleitorais e o credencia para representar as forças de oposição no segundo turno do pleito presidencial”, analisou.

Para o governador, Aécio conquistou a condição de liderar a retomada do crescimento do país. “O Brasil enfrenta um momento muito delicado em sua economia e, também, um esgarçamento no seu tecido político. É fundamental lutarmos para o país voltar a crescer e indispensável uma reforma política”, comentou.

Nas eleições estaduais, PMDB deve ser o grande vencedor

Por RENAN TRUFFI
Da CartaCapital

O partido de José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer tem boas chances de ser o maior vitorioso nas eleições estaduais deste ano. Com o triunfo, logo no primeiro turno, em quatro estados – Alagoas, Espírito Santo, Sergipe e Tocantins – o PMDB vai disputar o segundo turno em outros oito estados: Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia. Isso quer dizer que, depois de conquistar cinco governos em 2010, a legenda pode terminar 2014 à frente de 12 estados.

O PT, que entrou nas eleições com cinco governadores, pode ficar com sete estados ao fim do processo eleitoral. O Partidos dos Trabalhadores ganhou três estados no primeiro turno: Bahia, Minas Gerais e Piauí. Desse total, dois foram por conta de candidatos à reeleição. Além disso, a legenda disputará outros quatro cargos estaduais: Acre, Ceará, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Se ganhar nestes que ainda estão em disputa, o partido pode expandir seus domínios em relação a quatro anos atrás.

A situação do PSDB é a mais delicada. Entre os principais partidos do País, os tucanos foram os que menos ganharam estados no primeiro turno. Apenas dois: Paraná e São Paulo. Mas vão disputar seis segundos turnos. Com isso, a legenda pode chegar a oito estados, mesmo número que havia ganho em 2010, quando se tornou o principal partido nos estados. Se ganhar todos os cargos, o PSDB sairá das eleições estaduais do mesmo tamanho que entrou.

Só quem encolheu, de fato, por enquanto, foi o PSB. O partido do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente de avião em agosto, diminuiu seu poder frente ao número de governos conquistados há quatro anos. O partido, que tinha seis governadores antes do início da eleição, ganhou apenas dois no primeiro turno – Pernambuco e Roraima – e tem chance no segundo turno de outros três estados: Amapá, Distrito Federal e Paraíba. Ainda que consiga ganhar todas as disputas, os socialistas vão ficar no máximo com cinco governadores.

Entre os partidos de menor expressão, os destaques são PCdoB e PDT, que não tinham nenhum governador e conquistaram um estado cada. Os comunistas elegeram Flavio Dino governador do Maranhão e o partido trabalhista colocou Pedro Taques à frente do Mato Grosso. Além disso, o PDT ainda vai disputar o segundo turno pelo governo do Amapá. Já o PSD conseguiu manter o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que se reelegeu. Isso sem contar que a legenda de Gilberto Kassab continua na disputa pelo governo de Rio Grande do Norte.

Raio-X do PMDB
Apesar de ter chance de ser o partido com maior número de vitórias ao final do pleito, o PMDB não foi bem avaliado pelo eleitorado que conheceu sua forma de governar. Nos últimos quatro anos, o PMDB controlou Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rondônia. Destes, foi reprovado em três. Perdeu Maranhão para o PCdoB, não vai nem para o segundo turno no Mato Grosso do Sul e fez parte de uma aliança com o PT em que acabou derrotada para o PDT no Mato Grosso. Mas ainda tem chance de se manter no poder nos outros dois: Luiz Fernando Pezão, sucessor de Sérgio Cabral, lidera a disputa no segundo turno do Rio de Janeiro, assim como o atual governador de Rondônia, Confucio Moura, é o favorito contra Expedito Júnior, do PSDB.

As novidades foram as vitórias de Renan Filho, filho de Renan Calheiros, em Alagoas; de Paulo Hartung no Espírito Santo; de Jackson Barreto em Sergipe e de Marcelo Miranda no Tocantins. Além disso, o partido vai disputar seis novos estados: Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Sendo que os candidatos da legenda estão na frente em pontuação em quatro destes seis estados.

Saiba quem são os federais eleitos

Confira a relação dos deputados federais eleitos no Estado. Wolney Queiroz (PDT) conseguiu se reeleger com mais de 86 mil votos.

Eduardo da Fonte (PP) – 283.549 votos

Pastor Eurico (PSB) – 233.736

Jarbas (PMDB) – 227.461

Felipe Carreras (PSB) – 187.347

Anderson Ferreira (PR) – 150.557

Daniel Coelho (PSDB) – 138.812

Bruno Araújo (PSDB) – 131.764

João Fernando Coutinho (PSB) – 120.052

Sebastião Oliveira (PR) – 115.345

Danilo Cabral (PSB) – 113.583

Fernando Filho (PSB) – 112.491

Sílvio Costa (PSC) – 103.446

Tadeu Alencar (PSB) – 102.252

Gonzaga Patriota (PSB) – 101.248

André de Paula (PSD) – 100.869

Adalberto Cavalcanti (PTB) – 99.849

Marinaldo Rosendo (PSB) – 97.359

Betinho (PSDB) – 97.189

Zeca Cavalcanti (PTB) – 96.989

Ricardo Teobaldo (PTB) – 92.256

Mendonça Filho (DEM) – 88.248

Wolney Queiroz (PDT) – 86.715

Jorge Côrte Real (PTB) – 85.434

Luciana Santos (PCdoB) – 85.052

Kaio Maniçoba (PHS) – 28.214

Deputados estaduais eleitos

Veja abaixo a lista dos 49 deputados estaduais eleitos em Pernambuco. Laura Gomes (PSB) e Demóstenes Veras (Pros) não entraram por pouco.

Pastor Cleiton Collins (PP) – 216.873 votos

Presbítero Adalto Santos (PSB) – 158.862

Raquel Lyra (PSB) – 80.878

André Ferreira (PMDB) – 74.448

Simone Santana (PSB) – 73.178

Guilherme Uchôa (PDT) – 69.776

Sílvio Costa Filho (PTB) – 67.787

Joaquim Lira (PSD) – 67.584

Rodrigo Novaes (PSD) – 64.274

Alberto Feitosa (PR) – 62.326

Odacy Amorim (PT) – 61.723

Nilton Mota (PSB) – 60.780

Lucas Ramos (PSB) – 58.479

Waldemar Borges (PSB) – 57.537

Miguel Coelho (PSB) – 55.165

Manoel Santos (PT) – 55.112

Francismar (PSB) – 53.015

Eriberto Medeiros (PTC) – 52.381

Lula Cabral (PSB) – 50.885

Henrique Queiroz (PR) – 50.881

Bispo Ossesio Silva (PRB) – 49.990

Vinícius Labanca (PSB) – 49.445

Clodoaldo Magalhães (PSB) – 48.729

Claudiano Filho (PSDB) – 48.353

Aluisio Lessa (PSB) – 48.162

Priscila Krause (DEM) – 47.826

Júlio Cavalcanti (PTB) – 47.683

Aglailson Junior (PSB) – 44.777

Diogo Moraes (PSB) – 44.560

Álvaro Porto (PTB) – 44.203

Rogério Leão (PR) – 43.787

José Humberto Cavalcanti (PTB) – 43.600

Ângelo Ferreira (PSB) – 42.640

Tony Gel (PMDB) – 42.152

Romário (PTB) – 42.111

Socorro Pimentel (PSL) – 42.101

Pedro Serafim Neto (PDT) – 41.404

Ricardo Costa (PMDB) – 41.140

Teresa Leitão (PT) – 38.468

Roberta Arraes (PSB) – 38.030

Augusto César (PTB) – 37.168

Edilson Silva (PSOL) – 30.435

Eduino (PHS) – 30.114

Zé Maurício (PP) – 27.815

João Eudes (PRP) – 27.658

Dr. Valdi (PP) – 25.549

Beto Accioly (SD) – 24.784

Professor Lupércio (SD) – 24.739

Everaldo Cabral (PP) – 20.062

Soldado Joel da Harpa (Pros) – 19.794

Dilma e Aécio estão confirmados no segundo turno

De O GLOBO

A presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, vão disputar o segundo turno da eleição para presidente da República. Em uma das mais disputadas eleições presidenciais brasileiras, Dilma lidera a apuração, com 41,46% dos votos válidos, de acordo com dados parciais divulgados na noite deste domingo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 98,74% das urnas verificadas até as 21h08, Aécio aparece em segundo lugar, com 33,70%. Marina Silva (PSB) tem 21,29%.

Dilma tem 42,6 milhões de votos, e Aécio, 34,6 milhões. Ainda segundo os dados do TSE, foram registrados 21,8 milhões para Marina. Como há menos de 2 milhões de votos a serem computados, matematicamente, a candidata do PSB não pode alcançar o candidato do PSDB. Os votos brancos somam 3,84% e os nulos, 5,79%.

A pesquisa boca de urna do Ibope havia apontado Dilma com 44% das intenções de voto, segundo dados divulgados pelo instituto no começo da noite deste domingo. O candidato tucano Aécio Neves (PSDB), que ultrapassou numericamente Marina Silva (PSB) nas pesquisas divulgadas no sábado, está com 30%, enquanto sua adversária pessebista marca 22%. A margem de erro da pesquisa boca de urna é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Até as pesquisas realizadas entre 29 de setembro e 1º de outubro, Aécio aparecia atrás de Marina tanto no Ibope (28% a 22%) quanto no Datafolha (27% a 24%). Nas pesquisas realizadas entre terça e sábado, ele ultrapassou a adversária também em ambos os levantamentos, com 27% a 24% no Ibope e 26% a 24% no Datafolha.

O levantamento de boca de urna apontou ainda que Luciana Genro (PSOL) tem a preferência de 2% dos eleitores, e o Pastor Everaldo (PSC), 1%. Eduardo Jorge (PV), Levy Fidelix (PRTB), Eymael (PSDC) e Zé Maria (PSTU), juntos, somaram 1%. Nas urnas apuradas, Luciana Genro aparece com 1,6%, e o restante não alcançou 1%.

Mais cedo, ao votar em Porto Alegre, Dilma afirmou que não trabalha com a hipótese de vencer a eleição já nesse primeiro turno. A presidente também não quis falar sobre eventuais adversários no segundo turno:

“Não trabalho com a hipótese de vencer no primeiro turno. Isso (se referindo a projeções sobre adversários no segundo turno) seria desrespeitoso com os demais candidatos”, disse a petista.

Na primeira coletiva concedida após as eleições, Aécio declarou-se confiante em seguir para o segundo turno, e afirmou que pode tomar a iniciativa de procurar a adversária socialista para apoiá-lo na disputa contra Dilma.

Já Marina Silva, que votou na manhã deste domingo em Rio Branco, no Acre, disse não querer ganhar a eleição na base da calúnia e do boato. Sem citar os adversários nominalmente, ela fez um discurso crítico em relação à forma como eles atuaram na campanha eleitoral.

Paulo Câmara derrota Armando, Lula e Dilma em Pernambuco

Do Blog de Jamildo

O candidato do PSB, Paulo Câmara, foi eleito neste domingo (5) o novo governador de Pernambuco, derrotando o candidato do PTB e PT Armando Monteiro Neto. Com a ajuda do governador Eduardo Campos, Paulo Câmara bateu ainda o ex-presidente Lula e a presidente Dilma, que estiveram no guia eleitoral pedindo votos contra o socialista. Com 82,50% das urnas apuradas, já é possível constatar a vitória do socialista.

Na primeira fase da campanha, as intenções de votos de Paulo Câmara situavam-se em patamares baixos, cerca de 10%, na média, de acordo com diversos institutos de pesquisa. O candidato Paulo Câmara, após a morte do ex-governador Eduardo Campos, vivenciou um rápido e contínuo crescimento, a ponto de ultrapassar seu principal oponente no início de setembro e, desde então, manter-se sempre à frente.

DOIS RAIOS EM UM MESMO LOCAL
A vitória era dada como favas contadas pelos socialistas, desde 2010, quando o ex-governador Eduardo Campos obteve a reeleição para o governo do Estado, sobre o então rival Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Antes mesmo de emplacar um aliado na capital pernambucana, em 2012, o governador Eduardo Campos já estava empenhado pessoalmente em provar que dois raios podem cair em um mesmo lugar. A reaproximação com senador Jarbas Vasconcelos foi um dos passos mais importantes. A vaga de vice na coligação, entregue ao deputado federal Raul Henry, foi acordada nesta época.

Já de olho nas eleições nacionais deste ano, o ex-governador fechou um acordo com o PMDB para a disputa da Prefeitura da Cidade do Recife, não apenas com o objetivo de isolar mais ainda o PT no Recife, mas também com o objetivo de contar com a ajuda de Jarbas no plano nacional, atraindo o PMDB não alinhado ao governo Dilma.

Com base em pesquisas internas, Eduardo Campos apostava que o pernambucano queria avançar nas conquistas acumuladas nos últimos anos. De fato, havia uma percepção popular de que Eduardo Campos transformou o Estado. Só faltava ungir o escolhido. Aliados históricos e cristãos novos no PSB se apresentaram para a missão. O atual governador, João Lyra, chegou a mudar de partido, do PDT para o PSB, para pleitear a indicação.

O ex-secretário da Fazenda de Eduardo Campos, com passagem pela Administração e Turismo, como uma espécie de curinga da gestão, foi escolhido por ser jovem e não ter nada em seu currículo que o desabonasse. Eduardo dizia que os movimentos de julho de 2013 eram a confirmação de que a população almejava renovação, não apenas da gestão, mas também dos quadros políticos. Em comum com Geraldo Júlio, Paulo Câmara era um técnico sem experiência política tradicional.Os adversários de Eduardo Campos acusavam-no de tentar maquiar o novo coronelismo, criou um eufemismo para a estratégia e a chamou de nova política.Para formar o próprio time e não correr o risco de ser traído, investiria em técnicos. O objetivo seria eleger os afilhados e permanecer no comando.

Na cabeça do ex-governador, a repetição da estratégia para conquista do Recife pelo aliado socialista era possível em função do esgotamento do ciclo do PT, especialmente depois das brigas internas do PT na capital. Para se diferenciar, os socialistas adotaram desde sempre o discurso de que não perderiam tempo com as rinhas políticas e fariam uma gestão de resultados, agradando a classe média com a entrega de obras e mais cuidados com a cidade.

O mantra da aposentadoria forçada das velhas raposas políticas era a tradução desta estratégia eleitoral. No plano prático, os marqueteiros dispunham de pesquisas mostrando que as pessoas queriam votar em alguém indicado por Eduardo Campos, qualquer que fosse o nome. A escolha de Paulo Câmara ‘envelheceria’, comparativamente, ainda mais o opositor Armando Monteiro Neto.

Nesta altura do campeonato, Armando Monteiro Neto despontava nas pesquisas com mais de 40% das intenções de voto. Eduardo Campos dizia que, estabelecido os palanques, quem estava com quem na disputa política, a situação seria outra.

O exemplo da tese socialista era a eleição municipal no Recife. Eleito em 2010 no palanque de Eduardo Campos, o então candidato a prefeito do PT no Recife em 2012, Humberto Costa, saiu nas frentes nas pesquisas e tinha mais de 40% das intenções de voto. Boa parte desta montanha de votos era recall. O então governador afirmava que pelo menos metade do latifúndio era dele, uma vez que nos últimos anos o petista havia disputado eleições em seu palanque. Quando as urnas foram contadas, Humberto Costa acabou a eleição com 17% dos votos.

“Todos sabiam que quando Pernambuco começasse a descobrir as diferenças iria estourar a bolha que levou o adversário a começar na frente. Foi um sonho que durou três dias. O adversário na verdade só esteve à frente das pesquisas no começo do jogo, quando estava jogando sozinho e Pernambuco ainda não conhecia Paulo Câmara e, portanto, ainda não tinha percebido o que cada candidatura significava. A campanha tratou de colocar os pingos nos is”, avalia Waldemar Borges, líder do governo do PSB na Assembleia Legislativa.

“Todos que não têm a cabeça presa à velha política previam essa lógica. Paulo Câmara representa um projeto exitoso em execução no Estado, tem a mais ampla e sólida base de apoio social e política, é melhor preparado e bem sucedido e experiente em gestão pública e não poderia perder para um adversário que não reúne nenhum desses requisitos?”

No final de agosto, o publicitário Marcelo Teixeira, da empresa Markplan, comentando o resultado do Ibope para o governo do Estado, divulgado pela Globo e Estadão, já cantava a pedra em entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo. O levantamento mostrava uma evolução do socialista Paulo Câmara e uma queda do petebista.

“O problema é que Armando Monteiro está no lugar errado. Ele não tem perfil para ser candidato pelo PT”, avalia. Nos bastidores de uma entrevista na CBN, Armando Monteiro chegou a comentar comigo que não era o PT.

“Qualquer marqueteiro ou cientista político, por mais parcial que seja, saberia que esta overdose de exposição do funeral do ex-governador Eduardo Campos, inclusive transmitida ao vivo pelas TVs e rádios de nosso Estado, iria antecipar o crescimento do Candido do PSB”, justificou, na época o deputado federal Silvio Costa, aliado de Armando Monteiro Neto.

O marqueteiro Marcelo Teixeira antecipou outros motivos para antecipar a derrota. “Como um acidente de avião, a queda de um candidato nunca tem um fator isolado. É uma série de fatores. Paulo Câmara tem mais estrutura de campanha, com mais candidatos proporcionais, tem uma comunicação melhor, além de ser o nome do ex-candidato a presidente da República Eduardo Campos. Depois da morte de Campos, agora Paulo Câmara é o candidato de Marina e Aécio. De todos os governadores vivos, entre outros motivos”, diz.

AJUDA DE GERALDO JÚLIO
A bem avaliada gestão do prefeito Geraldo Júlio no Recife também ajudou Paulo Câmara. Não por outro motivo, além de coordenador da campanha, Geraldo Júlio foi escalado para desconstruir Armando Monteiro Neto, sempre com os ataques mais duros. A ele coube também o papel de colar em armando Monteiro a pecha de anti-Eduardo, visando elevar a sua rejeição. “Vamos desmascará-lo”, dizia, logo no início da campanha, quando o petebista sugeriu um pacto para que os cavaletes de propaganda não fossem usados no Recife, para ajudar a mobilidade. Os socialistas disseram que tratava-se de uma farsa, para esconder o palanque, para não ter que mostrar o palanque.

Paulo Câmara se fez acompanhar do prefeito Geraldo Julio (PSB) porque o Recife e a Região Metropolitana do Recife representam mais de 40% dos votos do Estado. “Foi um erro estratégico de João Paulo ter, em 2012, optado por não defender a reeleição de João da Costa. Com isto, o PSB se fortaleceu no Recife”, relembrou o cientista Adriano Oliveira, coordenador das pesquisas da Nassau, em artigo nesta semana.

AJUDA DE MARINA
Logo após a morte de Eduardo Campos, o candidato socialista também foi ajudado pelo forte crescimento da candidata Marina Silva nas pesquisas. Em vários momentos o voto foi apresentado de forma casada. A primeira caminhada de Marina foi realizada em Casa Amarela, reduto dos socialistas, além do lançamento da candidatura no Clube Internacional. Quando Dilma recuperou-se e voltou a crescer, o adversário Armando Monteiro Neto, do PTB, buscou associar sua imagem a petista, mas já era tarde.

FBC E PETROLINA
O companheiro de chapa Fernando Bezerra Coelho (PSB), o candidato da Frente Popular ao Senado, foi escolhido a dedo por sua origem no São Francisco e atuação no Sertão, com passagem pelo Ministério da Integração de Dilma. Fernando Bezerra Coelho ressaltou que a votação refletiu a confiança no avanço das transformações vivenciadas pelo Estado nos últimos anos. “A receptividade por todos os bairros em que passamos foi excelente. As pessoas identificam Paulo como o candidato capaz de dar continuidade às obras de Eduardo Campos”, disse Fernando.

O PT chegou a levar Lula até a cidade de Petrolina, com a ajuda do prefeito Julio Lossio (PMDB), para uma carreata e um comício com o objetivo de deter o crescimento dos socialistas no Sertão, além de manter as chances do candidato ao Senado João Paulo (PT).

ATAQUES
O discurso de que Paulo Câmara era despreparado não colava porque, além de conhecer o Estado, como funcionário público, como secretário da Fazenda teve oportunidade de ter experiência com as contas nacionais no Confaz, Conselho Nacional de Política Fazendária.

Fernando Bezerra desbanca o popular João Paulo e é eleito senador

Do Blog de Jamildo

Com mais de 84% das urnas apuradas em Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho (PSB) conseguiu desbancar João Paulo (PT) na acirrada disputa ao Senado deste ano, com direito a virada socialista nas pesquisas de intenção de voto e alto número de indecisos a poucos dias das eleições. Com a vitória de FBC, como o senador eleito é chamado, a Frente Popular de Pernambuco conseguiu eleger a chapa majoritária no Estado, com Paulo Câmara (PSB) como governador e deixou uma incógnita sobre o futuro do Partido dos Trabalhadores.

O senador que vai ocupar a cadeira que foi de Jarbas Vasconcelos (PMDB) nos últimos oito anos pertence à terceira geração de uma oligarquia que dominou Petrolina, a maior cidade do Sertão, por quase meio século. Foi eleito deputado estadual pelo PSD, antigo Arena, em 1982, mas, após a redemocratização, se aproximou de Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos, e rompeu com a corrente política da família. Desde então, foi prefeito  de Petrolina duas vezes, secretário na gestão de Eduardo em Pernambuco, ministro no governo Dilma Rousseff (PT) e até presidente do Santa Cruz Futebol Clube.

Antes de ser escolhido como candidato ao Senado, Fernando Bezerra Coelho teve seu nome cotado para a disputa ao Governo do Estado, assim como outros socialistas ligados ao ex-governador, como Tadeu Alencar e Danilo Cabral. Atendendo a um pedido do próprio Eduardo, superou seus interesses pessoais em prol do partido, como disse em fevereiro, no lançamento da pré-candidatura. Eduardo Campos teve o nome amplamente explorado por FBC desde o início da pré-campanha e foi o principal cabo eleitoral também após a sua morte, em 13 de agosto, vítima de acidente aéreo em São Paulo. Do início de agosto até poucos dias antes deste domingo, Fernando Bezerra melhorou seu desempenho em mais de vinte pontos em levantamentos realizados pelo Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau, que havia apontado queda dele na comparação entre julho e agosto. O índice de indecisos a ser conquistados tanto pelo socialista quanto pelo seu adversário João Paulo sempre esteve perto dos 20%. Embora tenha passado FBC durante boa parte da campanha, só caindo após a morte de Eduardo, analistas dizem que o próprio petista articulou, sem querer, a sua derrota desde que, nas eleições municipais de 2012, rompeu política e pessoalmente com João da Costa (PT), indicado por ele para o suceder à frente da Prefeitura do Recife. Isso deixou o partido dividido e tirou a legenda do governo em Pernambuco.

A confusão começou, de acordo com informações de bastidores, porque João Paulo queria ter ingerência no governo do seu ex-secretário, o que ele nega. E continuou em 2011, quando era desenhado o cenário do pleito no ano seguinte. Mesmo mal avaliado na PCR, João da Costa não abria mão do seu direito de disputar a reeleição, o que não era o desejo do PT e dos aliados, como Eduardo Campos, por ele não ter sido considerado um candidato forte para enfrentar a oposição. Depois da briga, o partido ficou dividido entre os que apoiavam a candidatura do prefeito e o grupo do senador Humberto Costa, que acabou disputando a eleição tendo João Paulo como vice. Quem venceu foi o então desconhecido Geraldo Julio.

Segundo conversas de bastidores, caso João Paulo tivesse vencido para o Senado, fazendo companhia aos aliados Humberto Costa e Armando Monteiro, o PT voltaria a ganhar forças e ele sairia candidato a prefeito do Recife, posto que já ocupou duas vezes. Porém, não conseguiu e ficará pelo menos dois anos sem cargo público, já que conclui este ano o seu mandato como deputado federal. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade, “E agora, João?”.