Do Brasil 247
Enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), eventual candidato à Presidência da República em 2014, não explicita que rumo tomará no próximo ano, o PT e o PTB pernambucano já discutem a eleição presidencial para dar sustentação à candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT) no Estado. O começo de uma discussão acerca do cenário político-eleitoral visando o Palácio do Planalto indica que o pleito estadual ficará em segundo plano, pois o xadrez político regional dependerá da formação das alianças em nível nacional. “Ainda é cedo para discutir o local”, disse o senador Humberto Costa (PT).
Durante um almoço com o senador Armando Monteiro (PTB) e o deputado federal João Paulo (PT), Costa disse o porquê de conversar sobre a eleição presidencial. “Esse encontro é uma oportunidade de discutirmos o cenário nacional, as forças políticas que estão com a presidente Dilma Rousseff em Pernambuco. É o início do reconhecimento de quem está fazendo parte do nosso campo”, declarou.
O encontro serviu, também, para reforçar a aproximação do PTB nacional com a presidente Dilma. Se antes a legenda petebista demonstrava o seu apoio de maneira discreta ao PT, agora, com vistas à eleição 2014, tal proximidade tende a ficar mais evidente, o que facilita a construção de um palanque estadual a fim de sustentar a postulação da chefe do Executivo federal, candidata à reeleição. Segundo a Folha de Pernambuco, o deputado João Paulo avaliou que “o PTB tem sido um parceiro que caminha no nosso (PT) campo, reconhecendo e participando do que é feito pelo governo”.
A construção das alianças não está condicionada apenas à formação de um palanque único estadual. PT-PSB, PT-PTB ou PSB-PTB são as possibilidades de constituição da aliança que apoiará a candidatura da presidente Dilma em Pernambuco, um dos seus principais redutos, bem como o governador Eduardo Campos, claro.
Apesar das intensas trocas de farpas entre petistas e pessebistas durante e após o pleito municipal do ano passado, quando o PSB lançou candidato em cidades importantes, como Belo Horizonte (MG), Recife (PE) e Fortaleza (CE), e venceu o PT, não será um estranhamento caso ambos os partidos estejam do mesmo lado em Pernambuco. Candidato a prefeito da capital pernambucana em 2012, Humberto Costa esteve, neste ano, em eventos junto com o governador Eduardo Campos, mostrando que as “rugas” estão, parcialmente, superadas.
Quanto à possibilidade de PT e PTB estarem no mesmo time em Pernambuco, o cenário eleitoral aponta para uma provável candidatura do senador Armando Monteiro ao governo estadual e, possivelmente, do deputado João Paulo ao Senado. Vale ressaltar que o parlamentar petebista já apareceu em uma inserção partidária, no primeiro semestre. Na ocasião, o congressista destacou o crescimento econômico de Pernambuco, tendo como mote o Complexo Industrial Portuário de Suape, mas, segundo ele, é preciso mais investimentos em áreas como saúde, educação e segurança pública.
Com PTB e PSB juntos num palanque estadual, aparentemente o jogo político fica mais indefinido. Embora tenha uma aparição pública mais discreta, Armando Monteiro não esconde a vontade de ser governador de Pernambuco. Mas, conforme os bastidores, Campos deverá indicar um nome de sua “cozinha” (do PSB). Curiosamente, o vice-governador do Estado, João Lyra Neto, anunciou, no semestre passado, que deixará o PDT para ingressar na legenda socialista, um indicativo que tem grandes chances de disputar a sucessão do gestor pernambucano em 2014.