OPINIÃO: Uma alternativa para o Brasil

Por EDUARDO CAMPOS*

O olhar atento à história recente do Brasil leva à conclusão de que os ciclos políticos coincidem com a ascensão, envelhecimento e substituição dos partidos no poder. A ausência de renovação impõe uma dinâmica de obsolescência das legendas.

Nos anos 1980, o MDB/PMDB foi vetor principal da redemocratização. Uma década depois, o PSDB cumpriu a tarefa de matar a hiperinflação e construir os alicerces da estabilidade econômica. No período seguinte, o PT, apoiado nos pilares da democracia e da estabilidade, pôde comandar um ciclo de inclusão.

Todas essas forças operaram apoiadas nas conquistas das etapas que as precederam, ainda que muitas vezes as tentações da política peçam a negação retórica do passado. Mas essa negação não resiste à análise. Sem 1985 não haveria 1994, e sem 1994 não haveria 2002.

Sem democracia, não haveria como o país superar um impeachment; sem estabilidade, não seria possível distribuir renda.

Toda força política momentaneamente hegemônica sofre a tentação de enxergar-se como o ponto final do bonde da história. Mas é ilusão. Hoje, por exemplo, assistimos ao enorme desejo de que se abra um novo ciclo na política brasileira.

É disso que tratarão as eleições do próximo ano. Como superar a velha política para que o poder possa ser mobilizado na construção do novo, na pavimentação dos caminhos necessários e possíveis para alcançar outro patamar – eis a questão.

Precisamos remover o velho arranjo político, ou nenhuma agenda inovadora será viável.

Cada um por sua própria estrada, o Partido Socialista Brasileiro e a Rede Sustentabilidade vinham tateando em busca do novo.

O PSB, que governa seis Estados e mais de 400 cidades, estava empenhado em construir gestões democráticas, inovadoras e sérias, lutando para valorizar a função primeira do Estado: servir à sociedade. A Rede, procurando compreender e reunir a imensa energia represada nas aspirações dos jovens, nas preocupações com o bem-estar das gerações futuras, na busca obsessiva por uma economia renovada e mais democrática.

Certamente teriam convergido num eventual segundo turno, se as circunstâncias perversas da política brasileira não tivessem antecipado esse desfecho. Quando alguns imaginaram que poderiam represar completamente o rio da história, foram surpreendidos pela água que jorrou das frestas do dique, até derrubá-lo.

Eis por que a convergência entre o PSB e a Rede Sustentabilidade aconteceu com tamanha e surpreendente naturalidade. Porque já eram dois vetores de uma única inquietação: romper com estruturas fossilizadas para abrir caminho ao futuro.

O desenvolvimento sustentável é a releitura contemporânea mais próxima do socialismo democrático.

Dois movimentos políticos que agiam taticamente na defensiva, lutando para sobreviver em terreno desfavorável, notaram que sua aliança transformaria a estratégia em possibilidade de ofensiva.

O Brasil, infelizmente, acostumou-se a debater eleições como se se resumissem a pesquisas, tempo de rádio e TV e palanques estaduais. Mas a política é muito mais do que isso. Sua beleza está em trazer para si o debate programático do futuro, sobre como romper as amarras da inércia, e avançar.

Pretendemos contribuir para que o processo eleitoral supere a tentação da mediocridade, para que os eleitores sejam contemplados com uma opção consistente, transparente e sincera, que lance luz sobre deficiências e aponte caminhos para atender as exigências da sociedade.

Como dissemos ao selar nossa aliança, a luta da sociedade brasileira tem alcançado importantes conquistas: a redemocratização, a estabilidade econômica, a redução das desigualdades sociais. A única forma de aprofundá-las é avançar. Por isso, unimos forças para apresentar ao Brasil uma alternativa.

* Eduardo Henrique Accioly Campos, 48, economista, é governador de Pernambuco desde 2007 e presidente nacional do PSB desde 2006. Texto publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo

Dilma herdou mais votos de Marina, aponta pesquisa

Do Brasil 247

O cruzamento dos dados das últimas pesquisas Datafolha, realizado pelo próprio instituto, traz uma boa notícia para a presidente Dilma Rousseff. Foi ela quem herdou a maior parte dos votos de Marina Silva.

Em números precisos, 42% dos marineiros migraram para Dilma, 21% foram para Aécio Neves e 15% para Eduardo Campos, a quem ela apoia oficialmente.

No entanto, há um viés de alta para o pernambucano, uma vez que apenas 37% dos eleitores de Marina sabem que, agora, ela está filiada ao PSB.

Divulgada ontem pelo Datafolha, a pesquisa mostrou que Dilma seria reeleita em primeiro turno, com 42% dos votos, contra 21% de Aécio e 15% de Eduardo Campos.

Se José Serra fosse o candidato tucano, no lugar de Aécio, a migração dos votos de Marina seria semelhante. Dilma herdaria 40%; Serra, 25%; Campos, 15%.

Da pesquisa, o pior dado para o PSDB é o que revela que 60% dos eleitores não votariam num nome apoiado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – que talvez tenha que ser escondido pelos tucanos, assim como foi nas eleições anteriores.

Datafolha mostra vitória de Dilma em primeiro turno; Campos cresce

Do Brasil 247

O primeiro levantamento realizado após a migração de Marina Silva para o PSB e permanência de José Serra no PSDB, deixando o quadro sucessório com apenas três candidatos, mostra que, se as eleições fossem hoje, a presidente Dilma Rousseff venceria em primeiro turno. No entanto, por uma margem não muito confortável.

De acordo com o Datafolha, ela teria 42% das intenções de voto, contra 21% de Aécio Neves, do PSDB, e 15% de Eduardo Campos. Ou seja: o PT teria 42% contra a soma de 36% dos adversários e uma leve mudança de humor poderia provocar um segundo turno.

O mesmo instituto também fez uma pesquisa substituindo Aécio por Serra e Campos por Marina. Nesta, Dilma teria 37%, contra 28% de Marina e 20% de Serra, ou seja, 37% para o PT e 48% para os adversários.

Foram também realizadas diversas simulações de segundo turno e, em todas, a presidente Dilma vence seus oponentes. Contra Marina, ganha por 47% a 41%. Contra Serra, por 51% a 33%. Contra Aécio, 54% a 31%. Contra Campos, 54% a 28%.

Confira, abaixo, os quatro cenários do Datafolha:

Cenário A
Dilma 42%
Aécio 21%
Campos 15%
PT 42%
Adversários 36%

Cenário B
Dilma 39%
Marina 29%
Aécio 17%
PT 39%
Adversários 46%

Cenário C
Dilma 40%
Serra 25%
Campos 15%
PT 40%
Adversários 40%

Cenário D
Dilma 37%
Marina 28%
Serra 20%
PT 37%
Adversários 48%

Governo do Estado reduz comissionados e investe nos servidores de carreira

O governador Eduardo Campos (PSB) assinou, ontem, um projeto de lei que propõe a transformação dos 969 cargos comissionados em funções gratificadas de direção e assessoramento. Além de incentivar o plano de cargos e carreiras, a medida aponta uma redução de R$ 25 milhões na folha de pagamento do Estado.

Para o governador, a resolução, que já foi encaminhada à Assembleia Legislativa, significa a valorização do servidor, pois esses cargos só poderão ser preenchidos por funcionários púbicos de carreira. A medida reduzirá em 28% o total de comissionados, passando de 3.536 para 2.567.

“A política de recursos humanos é uma estratégia fundamental para qualquer organização e nós estamos em busca de solidez na prestação de serviço”, disse Eduardo, durante solenidade que aconteceu na sede provisória do Governo de Pernambuco, no Centro de Convenções.

Com a nova lei, até dezembro de 2014, 80% dos cargos vão ser ocupados por concursados.

PTB de Armando entrega cargos no governo Eduardo Campos

O presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro, concedeu entrevista à imprensa nessa sexta-feira (11) para reafirmar o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e anunciar a saída do partido do Governo do Estado e da Prefeitura do Recife. Armando esteve antes com o governador Eduardo Campos (PSB) e com o prefeito Geraldo Julio (PSB) para comunicar a decisão da legenda, que estava à frente da Secretaria de Trabalho e do Detran, no governo estadual, além da Secretaria de Saneamento, na gestão municipal.

“Nós integramos a base de apoio da presidente Dilma. A presidente é natural candidata à reeleição. Então, o fato novo que determinou esses movimentos que fizemos agora é que, a partir da junção dos projetos de Marina Silva e do PSB, nós não temos mais dúvidas de que haverá outra candidatura neste campo, que é a do governador Eduardo Campos. A partir daí, existem duas candidaturas e o nosso partido, o PTB, tem um alinhamento com a presidente Dilma”, explicou Armando, que é pré-candidato ao Governo do Estado em 2014.

O líder petebista disse que, após a decisão, a missão do PTB será dialogar agora com os partidos que darão sustentação à candidatura da presidente Dilma. “Agora, com um grau de liberdade maior, nós vamos promover um debate sobre os desafios de Pernambuco, a necessidade de formularmos uma agenda para o Estado e fazer uma discussão com outros partidos, com outras forças políticas do Estado”.

João Lyra visita Geraldo Julio e debate parcerias administrativas e políticas

asaas

O prefeito do Recife e o vice-governador conversaram por mais de uma hora (Foto: Divulgação)

Uma oportunidade para conversar sobre as questões administrativas e para avaliação do cenário político, em especial nesta fase inicial da candidatura do governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República. Foi assim que o vice-governador João Lyra Neto (PSB) definiu o encontro que teve, ontem, com o prefeito Geraldo Julio (PSB). Foi a primeira visita do caruaruense à Prefeitura do Recife na atual gestão. A conversa durou mais de uma hora.

“O PSB é referência de gestão administrativa eficiente com Eduardo Campos e agora, com a competência, capacidade de trabalho e compromisso político do prefeito Geraldo Julio, estamos caminhando para a consolidação dessa eficiência também na gestão municipal”, disse João Lyra. “Estou aqui para prestar solidariedade e me colocar à disposição”, acrescentou.

Segundo ele, esse foi o primeiro de muitos encontros com o prefeito visando estabelecer uma relação de parceria e de compromisso público nas questões administrativas e políticas. “João Lyra é uma grande liderança, tem larga experiência em gestão municipal e, além disso, é muito importante essa conexão das esferas municipal e estadual”, afirmou o prefeito Geraldo Julio.

Prefeitura de Caruaru responde declarações de Tony Gel

A Prefeitura de Caruaru divulgou nota para se defender das declarações do deputado estadual Tony Gel (PMDB). Ontem, ao comentar a instalação da CPI das Casas Inacabadas, o peemedebista afirmou que a bancada governista na Câmara de Vereadores é pautada pelo Executivo.

“Os vereadores não são e não serão pautados pelo Poder Executivo. A bancada da situação apenas cumpre as funções de base de apoio ao governo, na condição de maioria eleita pela população de Caruaru. Isso só pode causar incômodo a quem não aprecia ou não quer respeitar a democracia”, anotou a prefeitura.

A nota informou ainda que o Palácio Jaime Nejaim recebeu, no dia 3 de outubro, um ofício da Justiça Federal intimando o governo a participar de ação de improbidade administrativa contra Tony Gel, com base em relatório da CGU, de 2006, e manifestação do Ministério Público Federal que destaca conluio, fraude em licitação pública e direcionamento da concorrência como um dos itens principais.

“O mesmo se aplica à segunda CPI, constituída para investigar para onde foram os recursos, de mais de R$ 1,6 milhão, repassados pela Caixa Econômica Federal para a construção de 150 casas populares no Cedro. O tema é constante no relatório da CGU, de 2011, e também foi denunciado ao Ministério Público Federal. Ele se refere à administração do hoje deputado estadual Antônio Geraldo Rodrigues”, disse a prefeitura.