Para investigados na Lava Jato, buscas e apreensões eram desnecessárias

Em sua conta no Twitter, o senador Fernando Collor (PTB-AL) criticou a nova fase da Operação Lava Jato, que teve mandados de busca e apreensão em suas residências em Brasília e em Alagoas.

“A defesa do Senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência”, disse.

Collor vem negando envolvimento em irregularidades desde que seu nome apareceu no rol de investigados da Lava Jato.

Advogado do senador Ciro Nogueira (PP-PI), Antonio Carlos de Almeida Castro diz que a busca era desnecessária.

“O senador se colocou à disposição, ofereceu seus sigilos, prestou depoimento. Infelizmente no Brasil de hoje os atos invasivos passam a ser a regra”, disse.

Em nota, a defesa de Mário Negromonte (ex-PP-BA, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia) informou que ele colaborou com os trabalhos, “inclusive com a entrega espontânea de todos os elementos considerados indispensáveis pelas autoridades”, por ter “convicção” de que será considerado inocente.

Em nota, o senador Fernando Bezerra (PSB-PE) disse que sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações e “fornecer todas as informações que lhe forem demandadas”.

“Inclusive, de documentos que poderiam ter sido solicitados diretamente ao senador, sem qualquer constrangimento”, afirma.

O parlamentar diz ainda que “aguarda o momento de seu depoimento e reitera sua confiança no pleno esclarecimento dos fatos”.

Advogado do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), Michel Saliba disse que apoia a investigação, mas considera desnecessárias medidas invasivas como busca e apreensão.

“Os suspeitos não são foragidos, prestaram depoimentos e estão à disposição. Mas isso está virando regra”, criticou.

‘VIOLÊNCIA’

Por nota, o escritório Cedraz Advogados, que representa Thiago Cedraz, afirmou considerar uma “violência sem precedentes” as medidas tomadas pela PF “com base em uma delação premiada negociada por um réu confesso que mente a fim de se beneficiar”.

Acrescenta que o escritório se colocou à disposição para passar informações necessárias à apuração dos fatos, mas “sequer teve uma resposta das autoridades”.

A defesa de Cedraz sustenta ainda que “nunca patrocinou nenhum caso do Grupo UTC perante o TCU” e repudia veementemente “adulteração de fatos lícitos para ensejar enquadramento dos fatos em uma delação forjada”, informa a nota.

Por fim, o escritório disse que acionou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) após o cumprimento dos mandados.

Os advogados do empresário Aldo Guedes Álvaro solicitaram ao STF (Supremo Tribunal Federal) acesso ao pedido de busca e apreensão do Ministério Público. Eles avaliam que seu caso está ligado às investigações envolvendo o senador Fernando Bezerra.

O deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) não foi localizado.

Da Folha Press

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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