Para o PSB, Lula pode até ter dois candidatos no Recife

Estratégia similar foi adotada em 2006, quando os ex-ministros Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) e Humberto Costa (Saúde), ambos concorrendo ao Governo do Estado, dividiram os holofotes no palanque do ex-presidente Lula em Pernambuco. O líder-mor do PT disputava a reeleição e até tentou, sem sucesso, evitar divisão da oposição. Precisando do apoio do PSB, levando em conta também um eventual segundo turno, Lula dividiu-se entre apoios a Campos e a Costa.

Agora, quando o PT ventila ter candidatura própria no Recife em 2020, nas hostes socialistas, a tese de Lula subir em dois palanques é considerada uma alternativa viável. Discute-se a hipótese de Lula apoiar João Campos, potencial candidato do PSB, e Marília Arraes, potencial candidata do PT simultaneamente. Fontes governistas, inclusive, não descartam que isso ocorra sem que o PT perca os espaços que ocupa nas gestões Paulo Câmara e Geraldo Julio.

“Mesmo lançando Marília, o PT não perderia espaço no Governo do Estado”, pondera à coluna um graduado socialista em reserva. Diferente de 2006, Lula não será candidato em 2020, mas já começa a construir as pontes para 2022. O PSB faria essa “concessão”, tendo ciência de que, em Pernambuco, “ser o candidato de Lula tem um peso”. Na gestão Paulo Câmara, o PT ocupa a secretaria de Desenvolvimento Agrário e a presidência do IPA. Na Prefeitura do Recife, comanda a Secretaria de Saneamento. São esses espaços que os socialistas cogitam manter na cota petista, caso a tese de Lula subir em dois palanques vingue. O final da história de 2006 já é conhecido: Campos abriu vantagem sobre Humberto na última semana de campanha, foi ao 2º turno com Mendonça Filho e terminou vencendo o pleito.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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