Pequenos e médios empresários brasileiros estão menos confiantes

Os pequenos e médios empresários brasileiros estão menos confiantes para o primeiro trimestre de 2017. É o que mostra o Índice de Confiança do Pequeno e Médio Empresário (IC-PMN), ao registrar 63,14 pontos, resultado 3,1% menor quando comparado ao quarto trimestre de 2016. A pesquisa é elaborada pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper, com apoio do Santander.

Segundo Gino Olivares, professor e pesquisador do Insper, o resultado negativo veio depois de dois trimestres seguidos de variação positiva, sendo que no trimestre imediatamente anterior, a elevação tinha sido muito significativa (8%). “A queda deve ser avaliada com cautela, porque pode representar tanto uma reversão parcial depois um crescimento expressivo no trimestre anterior, como uma reavaliação das expectativas dos pequenos e médios empresários perante uma realidade que ainda se apresenta bastante desafiadora”, pontua Olivares.

A maior queda do IC-PMN para o período foi registrada na Região Norte, com 65,39 pontos, declínio de 6,4% na comparação com o trimestre anterior. A piora na expectativa também foi identificada nas regiões Sul (62,19 pontos, com variação negativa de 5,5%) e Sudeste (62,74 pontos, queda de 3,6%).

Nas avaliações sobre os setores da economia, os resultados negativos apareceram em todos indicadores no primeiro trimestre de 2017. Os empresários sinalizam queda de 3,6% para serviços (62,92 pontos), seguido do comércio com (-3,4%, para 63,08 pontos) e a indústria (-1,3%, para 63,73 pontos), nas comparações diretas com o último trimestre de 2016.

“Continuamos a acreditar na retomada do crescimento econômico em 2017, ainda que em um ritmo mais lento. Estamos preparados para dar aos micro, pequenos e médios empresários o apoio necessário para o avanço de seus negócios, seja com produtos e serviços financeiros ou com cursos e palestras de capacitação”, destaca Marcelo Aleixo, superintendente executivo de Pequenas e Médias Empresas do Banco Santander.

Na contramão, os empresários do Centro-Oeste sinalizaram a maior confiança na economia, ao atingirem a soma de 65,29 pontos, variação positiva de 4,2%, em relação ao trimestre diretamente anterior. No Nordeste, o indicador marcou alta de 0,6%, para 64,03 pontos.

A perspectiva positiva também foi identificada na avaliação sobre os Investimentos, com acréscimo de 1,1% na comparação com o último trimestre de 2016, para 60,46 pontos. Entretanto, os empresários não demonstraram tanto otimismo nas demais categorias. A maior variação negativa foi observada no quesito Ramo, com queda de 5,2% e total de 65,87 pontos. Em seguida estão as categorias Economia, com 60,94 pontos (-5%), Faturamento, com 67,99 pontos (-4,5%) e Lucro, com 66,94 pontos (-3,8%). No que diz respeito a Emprego, a percepção dos empresários manteve-se praticamente estável, com 56,66 pontos (-0,2%).

Os dados do IC-PMN foram obtidos por meio de entrevistas telefônicas com 1.262 pequenos e médios empresários de todo o País, dos setores da indústria, comércio e serviços. A margem de erro do índice é de 1,4% para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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