Planos de saúde perdem 1,3 milhão de clientes, em 2016

O setor de clínicas populares cresceu significativamente em 2016, um fator que contribuiu para o aumento da procura por esses serviços foi a queda dos beneficiários de planos de saúde, que perderam 1.367.134 pessoas de dezembro de 2015 ao mesmo período de 2016, segundo levantamento da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o que representou uma queda de 2,77% no período, motivada pela recessão econômica e alta do desemprego. Em São Paulo, o anúncio do congelamento de R$ 1,38 bilhão da verba da Saúde é outro fator que deve aumentar a procura pelo serviço. A Acesso Saúde, uma das empresas do setor chegou a 24 clínicas em operação no ano passado e viu seu faturamento crescer mais de 30%, em relação a 2015, e alcançar R$ 20 milhões.

A alta do desemprego – que chegou a 12,3 milhões em 2016, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – e a longa espera por atendimento médico no sistema público tem favorecido a alta da procura por clínicas populares. Na capital paulistana, o número de pessoas que esperam para realizar exames pelo SUS (Sistema Único de Saúde) chegou a mais de 485.300, 40% delas há mais de seis meses, o que motivou a prefeitura de São Paulo a criar o Corujão da Saúde, programa lançado recentemente para reduzir a fila de espera.

Sem dinheiro para pagar um plano de saúde, nem tempo para aguardar pelo atendimento, muitos brasileiros têm realizado os exames em clínicas populares, com valores que chegam a ser até 70% mais baratos do que os praticados pelo mercado. A Acesso Saúde, que inaugurou unidades recentemente nos bairros da Brasilândia e da Mooca, em São Paulo, viu o número de clientes saltar e atingir um crescimento considerável de pacientes em um curto período de operação.

“A carência pela realização de exames e consultas é muito grande em todo o Brasil, nossas unidades superaram as expectativas para os primeiros meses de funcionamento”, comenta Antônio Carlos Brasil, fundador da rede. A empresa que já conta com 24 unidades em operação, prevê chegar a 60 clínicas no País até dezembro.

Os usuários dos serviços da Acesso Saúde podem agendar consultas e exames nas próprias unidades, por telefone ou no site da empresa, após o preenchimento de um cadastro, que gera uma numeração, como uma espécie de carteirinha. A rede utiliza um sistema exclusivo, com tecnologia integrada, que fornece o prontuário médico dos pacientes aos médicos em qualquer uma das clínicas da empresa, no País.

Na unidade da Acesso Saúde na Brasilândia, bairro localizado na periferia de São Paulo, uma consulta custa a partir de 88 reais, e os exames podem ser parcelados em até seis vezes, com parcelas mínimas de 50 reais. “O atendimento é feito com hora marcada, o paciente consegue passar com o especialista e realizar todos os exames solicitados em um prazo de até 15 dias”, explica Brasil. A rede oferece mais de 1.200 tipo de exames, com valores a partir de 5 reais.

Sobre – Fundada em 2006, pelo administrador de empresas Antônio Carlos Brasil, a Acesso Saúde é um sistema de saúde particular sem mensalidade, que oferece atendimento médico e exames por meio de sua rede de clínicas, para a população que não tem plano de saúde. São mais de 30 especialidades e 1.200 tipos de exames. A marca tem presença em 11 Estados brasileiros, conta com 24 unidades e previsão de chegar a 50 unidades, em 2017.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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