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A Polícia Civil detalhou, nesta quinta-feira (30), dados da investigação da Operação Bis In Idem, deflagrada na última quarta-feira (29), em Caruaru, no Agreste do Estado. Na ocasião, três policiais civis e um policial militar, com aproximadamente dez anos de serviço, foram acusados de crimes como lavagem de dinheiro, concussão (extorsão cometida por um funcionário público), corrupção passiva, receptação qualificada e usurpação de função pública. Os atos ilícitos teriam gerado um patrimônio de aproximadamente R$ 5 milhões, incluindo móveis, imóveis e contas bancárias. Todos os bens foram bloqueados.
“Ao longo das investigações nós identificamos que a linha base da atuação dos investigados era o ganho financeiro a qualquer custo”, afirmou o delegado Ramon Teixeira, um dos responsáveis pelo caso. Segundo ele, as práticas criminais eram variadas. “Os policiais cobravam as pessoas como condição para que o trabalho policial pudesse ser realizado. Eram exigidas quantias para, por exemplo, a recuperação de veículos”, detalhou.
Ainda de acordo com ele, o grupo também exigia propina para sabotar investigações criminais, usando o dinheiro como uma forma de ameaçar os investigados. “Houve ainda a detecção de crimes aparentemente menores, mas igualmente graves, como a solicitação de diárias para os veículos retidos ou custodiados em delegacias”, frisou. Após a prisão, os policiais investigados se recusaram a cooperar com a Polícia Civil.
A operação se iniciou após a denúncia de uma vítima que procurou a Polícia Civil para denunciar o esquema. Até agora foram identificadas dez pessoas que não teriam se submetido às exigências do grupo. A PCPE afirma que há bastante indício da existência de outras pessoas lesadas ainda não identificadas e que podem vir à tona com a divulgação do caso. “Todos podem e devem nos procurar, mesmo quem não tenha ligação com o caso, mas sofreu algo parecido. Esses crimes não merecem ficar impunes”, concluiu Ramon Teixeira. Esta é a 47ª operação de repressão qualificada da Polícia Civil neste ano.