Proximidade do São João anima desempregados

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Pedro Augusto

O tão batido fim da crise financeira no país, que vem sendo defendido já há alguns meses por especialistas em Economia e destacado pela maioria dos veículos de comunicação, parece ainda não está sendo refletido no número de empregos gerados na Capital do Agreste. Tomando como parâmetro os números da Agência do Trabalho de Caruaru, que repercute os dados do Sine (Sistema Nacional de Emprego), de 1º de janeiro até a última a segunda-feira (16), o volume de vagas abertas na unidade local esteve menor – 331 – em relação ao mesmo período do ano passado, quando 462 oportunidades foram disponibilizadas para preenchimento.

Em contrapartida, de acordo ainda com as somas da Agência, a procura por postos de trabalho caiu de 12.028 para 10.379 de um ano para o outro concluindo-se, tomando como análise este último comparativo, que muitas pessoas alcançaram, durante o intervalo citado, uma recolocação no mercado. Entretanto, ainda há milhares delas desempregadas no município.

Novas oportunidades deverão surgir já a partir do próximo mês, quando o comércio vivenciará o Dia das Mães e os demais setores estarão se preparando para atender a alta demanda impulsionada pelos festejos juninos.

Sabedora disso, a desempregada Adriana da Silva não quis perder tempo e vem intensificando a procura por uma vaga nesta última quinzena de abril. Com vasta experiência curricular, ela disse não ter preferência por uma determinada área de trabalho. “Tenho experiência como secretária, professora, vendedora etc. Do jeito que estão às coisas no mercado não só de Caruaru, mas também em todo o país, não está dando para escolher muito em relação a emprego. Estou intensificando a entrega de currículo nas agências e nas empresas justamente para aproveitar esta época de novas oportunidades geradas pelo São João. Se tiver de voltar ao varejo, retornarei com entusiasmo”, destacou.

Assim como Adriana, Igor Francisco é outro desempregado que está enxergando na proximidade dos festejos juninos a chance de voltar a ocupar um posto no mercado formal. “Meu último emprego foi de porteiro, mas, caso surja uma oportunidade em outra área, farei ao máximo para ser efetivado. Sou chefe de família e não posso ficar sem trabalhar. Tenho experiência na função de vendedor e estou esperançoso de arranjar uma vaga no comércio”, disse o desempregado. Igor também já atuou no setor de serviços.

Tradicionalmente, bastante demandada no intervalo de São João, a loja de vestuários Beijamim, que fica na Rua 15 de Novembro, no Centro, planeja contratar, para a época lucrativa de festejos, na segunda semana de maio. De acordo com a gerente Gisele Alves, haverá oportunidades para o setor de vendas e estocagem. “Neste período do ano, o movimento sempre costuma aumentar a partir do Dia das Mães e, em 2018, não deverá ser diferente. Para darmos conta da alta demanda que será percebida durante os festejos, teremos de abrir novos postos de trabalho, tanto na área de vendas como na de estocagem”, confirmou.

O gerente da Agência do Trabalho de Caruaru, Tássio Patrese, confirmou que chegou a hora dos candidatos a uma das vagas intensificarem a procura por uma recolocação no mercado. “Geralmente quando há o término do primeiro trimestre, ou seja, quando o calendário passa a marcar o mês de abril, existe um natural aumento no quantitativo de ofertas de emprego, seja no comércio, na indústria ou no setor de serviços, devido à grandeza dos festejos juninos de Caruaru. Em 2018, esperamos que isso também ocorra, haja vista que o volume de vagas esteve reduzido neste início de ano no mercado local. Sendo assim, é recomendável que eles se preparem e iniciem a entrega de currículos o mais rápido possível”, disse.

Embora não espere tantos impactos em nível de contratações, Tássio aposta que a Copa do Mundo da Rússia – marcada também para acontecer, assim como o São João, em junho – alavanque o percentual de postos de trabalho criados em um determinado setor econômico da cidade: o de serviços. “Bares e restaurantes, geralmente, são bastante impulsionados em termos de faturamento durante a Copa do Mundo e a tendência é de novas contratações para este período. Entretanto, não deveremos perceber acréscimo no tocante ao número de vagas em comparação com o torneio de 2014, quando vivenciamos a Copa no Brasil”, finalizou o gerente.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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