PT e PMDB fazem pacto de não agressão em CPI, mostra Estadão

Do Congresso em Foco

Um acordo tácito entre PT e PMDB está em curso na CPI da JBS, criada para investigar inicialmente as suspeitas de irregularidade em contratos do BNDES com o grupo e utilizada, na prática, para questionar a delação premiada entre seus executivos e a Procuradoria Geral da República. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os dois partidos concentram fogo na desqualificação dos delatores e do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

Em compensação, integrantes da CPI evitam, até agora, convocar o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Operação Lava Jato, e os ex-presidentes Lula e Dilma. Todos eles são alvos das delações de Joesley e Wesley Batista e demais delatores da J&F, controladora da JBS.

Na reunião da semana passada o colegiado aprovou 53 convocações ou convites. Desse total, rá o Ministério Público e o acordo de delação premiada firmado por executivos do Grupo J&F. Das 53 convocações ou convites aprovados, mais de 80% são referentes a pessoas ligadas à empresa ou à PGR. Entre os dez pedidos apresentados por petistas, só um, que pede a convocação do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, se refere a integrante do governo Temer.

“Existe uma vontade de não fazer pirotecnia. A CPI não pode ser palco de confronto entre governo e oposição. Não é o lugar”, disse ao Estadão o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), relator da CPI e um dos líderes da tropa de choque de Cunha e Temer na Câmara. Segundo ele, há sim uma “afinidade” entre petistas e peemedebistas no colegiado: “A afinidade é nos objetivos da CPI, um desejo de todos os membros de que o trabalho avance”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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