Renan reclamou que propina de R$ 500 mil era pouco, diz delator

Do Congresso em Foco

Ex-executivo da Odebrecht em Alagoas, Ariel Parente afirmou à Força Tarefa da Lava jato que negociou pessoalmente propina para o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Em 2010, segundo o delator, Renan reclamou que R$ 500 mil era pouco dinheiro. As informações foram publicadas ontem (16) no BuzzFeed pelo repórter Filipe Coutinho.

Ariel Parente trabalhou na Odebrecht deste 1970. Aos investigadores, ele contou que Renan ficou irritado ao ser comunicado que a Odebrecht teria liberado R$ 500 mil em dinheiro vivo para o senador usar em sua campanha em 2010. “Ele achou pouco o valor”, afirmou Parente.

Procurada pelo BuzzFeed, a assessoria de Renan Calheiros não respondeu aos questionamentos sobre a delação.

Ariel Parente, por sua vez, conta que se encontrou com o senador em Maceió. Na ocasião, Renan era candidato ao Senado e seu filho, à Câmara. Ambos foram eleitos, mas com apoio de apenas R$ 500 mil da empreiteira. À época, o executivo justificou a Renan que não tinha autorização para oferecer mais apoio.

Indeciso com a relação entre a empreiteira e Renan, Ariel acionou Cláudio Melo Filho – diretor da Odebrecht responsável pelas negociações com o PMDB. Cláudio, por sua vez, diz que o valor final pago ao senador foi realmente de R$ 500 mil, em duas parcelas, quitadas nos dias 10 de agosto e de setembro de 2010.

“Em 2010, como consta da planilha entregue pela minha empresa ao Ministério Público, ocorreu uma contribuição financeira a Renan Calheiros, com codinome “Justiça”. Apesar de me recordar desse fato e de o meu nome constar na referida planilha, não fui eu quem tratou com o Senador desta contribuição específica. Na planilha consta como responsável pelo pagamento Ariel Parente, tendo sido aprovada pelo DS João Pacífico”, afirmou Cláudio Melo em sua delação.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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