São João impulsiona vendas no Parque 18 de Maio

Pedro Augusto

Parece que a tão já falada e debatida crise financeira não está sendo párea para derrubar a influência gigantesca exercida pelos festejos juninos sobre os setores econômicos da Capital do Forró. A poucos dias da queima da fogueira de São João, nesta quinta-feira (23), o Parque 18 de Maio, no centro da cidade, comportou um fluxo redobrado de clientes à procura de produtos, em sua maioria voltada para a data, para consumir ou revender. Com sotaques no linguajar e intenções de compras diferentes em relação uns aos outros, a avolumada demanda que circulou pelos o local na manhã da última segunda-feira (13) chegou a se aglomerar em determinados trechos dos setores bem como proporcionou uma lucratividade bastante comemorada pelos sulanqueiros.

Proprietário de dois bancos no antigo terreno da Fundac, Sandro Silva, foi um dos que não tiveram do que reclamar. “É claro que por conta dessa crise, não consegui superar o faturamento do mesmo período do ano passado, porém não posso me queixar. Graças a Deus, obtive nesta última Feira da Sulanca o melhor desempenho de 2016 em termos de vendas. Desde cedo que o movimento foi redobrado. Se numa feira considerada normal o meu número de vendas costuma corresponder aos 250, na desta semana, acredito que comercializei em torno de 600 peças”, comemorou. Sandro sempre costuma trocar nesta época do ano a venda de artigos de casa por vestuários em xadrez.

Quem também dá preferência neste período à comercialização da moda do São João é a sulanqueira Cláudia Nazaré. Pela dificuldade para podê-la entrevistá-la devido a alta demanda pelos seus produtos, ela não se mostrou nem um pouco arrependida em ter investido no xadrez. “Apesar dessas dificuldades financeiras conforme todo mundo está atravessando, muitas cidades do país não vão deixar de festejar o São João e a procura por roupas, calçados e demais artigos voltados para a época não vai deixar de existir. Pelo contrário. Como investi pesado no xadrez faturei redobrado nesta última feira tanto nas vendas no varejo como no atacado”.

Especializado na fabricação e na venda de artigos em jeans, João Carlos da Silva, que possui um banco no setor da Brasilit, disse ter saído do sufoco após o movimento avolumado desta última Sulanca. “Não está brincadeira não meu amigo. Essa crise veio para tirar a sobrevivência de muitos sulanqueiros, porém graças a Deus, pelo menos agora no São João estamos vendendo bem. Se não estamos faturando a mais em relação ao mesmo período do ano passado, ganhamos um fôlego para entrarmos no segundo semestre com uma expectativa um pouco melhor. Nesta próxima feira – segunda (20) – as vendas deverão ficar mais concentradas no varejo”.

Do outro lado do balcão, os consumidores se mostraram satisfeitos com os produtos oferecidos. “Sou de Picos-PI e nesta época do ano sempre faço questão de vir até a Sulanca para adquirir os vestuários e revendê-los na minha região. Achei os preços no atacado interessantes tanto é que estou levando duas bolsas abarrotadas de mercadoria”, destacou o autônomo Lindomar Filho. A alagoana Regina Tabosa foi outra a ressaltar os valores praticados. “Venho sempre até a Feira da Sulanca, porque a qualidade dos produtos compensa o investimento. Pelo o que estava sendo oferecido por aqui, os preços até que estavam baratos”.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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