SDS amplia base de dados da segurança para consulta pública

Folhape

A Secretaria de Defesa Social (SDS) ampliou, já para o mês de outubro, a base de dados para consulta pública em seu site. A novidade é a publicação das estatísticas de roubos a ônibus, uma modalidade dos Crimes contra o Patrimônio (CVP), e as motivações dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI’s), assim como a condição penal das pessoas assassinadas, possibilitando uma visão mais aprofundada deste grave problema social que hoje desafia a União e os estados brasileiros.

Em outubro, os CVPs, que incluem as diversas modalidades de roubos, caíram pelo terceiro mês consecutivo e tiveram a menor frequência desde fevereiro de 2016 (8.360). Foram 8.429 ocorrências no mês, contra 9.487 em setembro, representando uma queda de 14%. Em 2017, essas ocorrências começaram a cair em agosto, quando foram contabilizados 10.636 CVPs, 104 a menos em relação a julho.

Entre as modalidades de CVP, a maior redução se deu nas ações criminosas contra instituições bancárias. Foram consumadas 1 investida contra agência bancária (em setembro foram 2) e 1 a carro-forte (mês anterior houve 2). “Esse foi nosso melhor resultado para crimes contra instituições financeiras desde agosto de 2013, quando tivemos um único roubo a instituições financeiras. Estamos, inclusive, na contramão da maioria dos estados brasileiros, onde esse tipo de ocorrência vem aumentando. A Força-Tarefa Bancos, que agrega nossas operativas mais Polícia Federal, Rodoviária Federal e Exército, vem retirando de circulação bandidos dessa especialidade procurados em todo o Brasil, tornando nosso território menos atrativo para essas quadrilhas. Só em 2017, foram 79 presos pelas polícias de Pernambuco”, explica o secretário Antônio de Pádua.

Os assaltos a ônibus também tiveram uma significativa queda, alcançando patamares mais baixos, considerando 2016/2017. Em outubro, as estatísticas, obtidas por meio do cruzamento dos boletins de ocorrência e a notificação compulsória das empresas de ônibus (conforme portaria do Grande Recife Consórcio), apontaram para 65 assaltos a ônibus, contra 75 em setembro deste ano (- 16,13%) e 107 em outubro de 2016 (- 39,3%). Em 2017, a Força-Tarefa Coletivos prendeu 272 praticantes contumazes dessa modalidade criminosa. Além do reforço nas abordagens nos principais corredores de grande fluxo, a partir do mapeamento das manchas criminais, as polícias estão intensificando as investigações, agora auxiliadas por um novo canal de comunicação entre os usuários do sistema público de transporte e as forças de segurança. Agora, denúncias também podem ser feitas pelo número de WhatsApp (81) 99488-7091. O serviço, gerenciado pela Polícia Civil, analisará mensagens e conteúdos de áudio e vídeo, não estando disponíveis para ligações.

CELULARES – Desde a implantação da FT Coletivos, o número de celulares roubados em ônibus também diminuiu. Em setembro deste ano, houve 360 ocorrências, -13,9% em relação ao mesmo mês em 2016. A redução foi ainda mais significativa em outubro de 2017, que registrou 239 casos: -37,4% em comparação com o mesmo mês no ano anterior.

No recorte de roubos e furtos de veículos, houve declínio nas estatísticas, em comparação com o mês anterior. Foram 1.490 roubos de veículos em outubro, contra 1.504 em setembro (-4,13%). Nos furtos, foram 494, contra 516 no mês anterior (-7,35%). “Ao baixarmos os CVPs, estamos combatendo as formas de violência que mais assustam a população e, consequentemente, afetam a sensação de segurança. Ressalte-se que a presença dos 1.500 policiais, conhecidos como ‘laranjinhas’, já trouxe mais tranquilidade e ordem às ruas do Estado”, avalia o secretário.

Os CVLIs somaram, em outubro, 432 mortes, contra 410 no mês anterior, um aumento de 1,97% na média diária (13,94 por dia em outubro, contra 13,67 em setembro. A média diária é mais precisa porque outubro tem um dia a mais em relação a setembro). Os homicídios foram motivados, em sua maioria, pelo tráfico de drogas, acerto de contas e outras atividades criminais (54%); 15% originaram de conflitos na comunidade e 3% de conflitos familiares ou afetivos ; 3% foram latrocínio e, em 0,4 % dos casos, houve feminicídio.

PERFIL DAS VÍTIMAS – Um estudo realizado pela Gerência de Análise e Estatística Criminal (Gace) mostra que, das 2.538 vítimas de CVLIs entre maio e outubro deste ano, 1.037 (ou 41%) já foram submetidas ao sistema de Justiça Criminal. Isso significa que essas pessoas tiveram passagens pelas unidades prisionais/socioeducativas do Estado ou foram indiciadas/acusadas por infração penal. A maioria dessas vítimas com histórico de criminalidade foi morta no Interior (543), contra 494 na Região Metropolitana do Recife (a capital responde por 175).

“Apesar de ainda não termos obtido um declínio mais acentuado dos homicídios, depois de sairmos da casa dos 500 CVLIs/mês, como ocorreu em março e abril deste ano, estamos prendendo cada vez mais homicidas e desarticulando grupos de extermínio. As polícias capturaram, somente em outubro, 226 homicidas, contra 189 detidos em setembro. Considerando janeiro a outubro de 2017, são 1.998 assassinos presos”, detalha Pádua. Em outubro, as polícias apreenderam 469 armas, prenderam 2.231 pessoas em flagrante, detiveram 429 por ato infracional e combateram, em 404 ocasiões, o tráfico de drogas.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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