Secretaria de Saúde atenta ao novo coronavírus

Pedro Augusto com Assessoria de Imprensa da PMC

A Secretaria de Saúde de Caruaru, ao tomar conhecimento por meio do Ministério da Saúde, no dia 22 de janeiro de 2020, sobre a situação epidemiológica do novo coronavírus (COInCoV) no mundo, sinalizou para todas as unidades de saúde do município a estratégia que está prevista no plano de enfrentamento municipal para epidemias de influenza e síndromes respiratórias. Diante disso, a Capital do Agreste possui profissionais capacitados e unidades sentinelas para o manejo clínico e coletas de amostras biológicas de pacientes que apresentem sinais e sintomas dos agravos.

Em entrevista concedida esta semana ao VANGUARDA, o gerente de Epidemiologia, Efraim Naftali, reforçou os cuidados adotados pela pasta municipal no que diz respeito ao coronavírus. “Assim que o alerta foi dado pelo Ministério da Saúde, automaticamente, reunimos as nossas equipes para discutirmos sobre o assunto. Ressaltamos que já contávamos com um protocolo utilizado para conter a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e este acabou sendo adequado também para tratar do novo coronavírus, que tem como características sinais e sintomas respiratórios. Até o presente momento, não identificamos nenhum caso suspeito, entretanto nos encontramos preparados para realizar os procedimentos necessários.”

O que é o coronavírus?

É um novo vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus, com casos recentemente registrados na China. Importante saber que os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

Transmissão

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos. Os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe e, portanto, o risco de maior circulação mundial é menor. O vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.

Suspeita

Situação 1: Pessoas com histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas, que apresentem febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar);
Situação 2: Pessoas com histórico de contato com caso suspeito para o coronavírus (2019-nCoV), nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; que apresentem febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar);
Situação 3: Pessoas com contato próximo de casos confirmados de coronavírus (2019-nCoV) em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas, que apresentem febre e pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar).

Prevenção

Os cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão: evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas; realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença; evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações. Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção). Qualquer sinal e sintoma suspeito que preencha o critério das situações mencionadas acima, a pessoa deve se encaminhar para unidade de saúde mais próxima de sua residência.

Dengue

Atualmente, as atenções da população se encontram em grande parte voltadas para acompanhar o desdobramento da infestação do novo coronavírus, que vem se espalhando em larga escala na China e que pode chegar até ao Brasil. Entretanto, em paralelo, aos cuidados que devem ser adotados em relação a este vírus, também é imprescindível que todos, incluindo os caruaruenses, fiquem alertas no que se refere a não propagação do Aedes aegypti – principal agente transmissor de doenças como a dengue, a zika e a chikungunya. De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, divulgado no mês passado, Pernambuco, assim como outros 10 estados brasileiros, correm o risco de vivenciar, a partir do próximo mês de março, mais um surto de dengue.

Dentre os mais de 30 municípios pernambucanos, que se encontram nesta situação de risco, destaque para a Capital do Agreste. Segundo o gerente geral da Vigilância em Saúde de Caruaru, Paulo Florêncio, o município tem intensificado as ações de combate em relação ao mosquito Aedes. “Infelizmente a nossa região continua sofrendo com a longa estiagem, o racionamento de água permanece firme e muitos moradores ainda estão sendo obrigados a utilizarem mais objetos para o armazenamento do maior volume do líquido possível, a exemplo de garrafas pets, panelas, dentre outros, que acabam oferecendo mais brechas para garantir a reprodução do mosquito. Desta forma, temos intensificado as visitas ao imóveis com o objetivo de aplicar as medidas de prevenção necessárias.”

As principais medidas de prevenção e combate ao Aedes aegypti são: manter bem tampado tonéis, caixas e barris de água; lavar semanalmente com água e sabão tanques utilizados para armazenar água; manter caixas d’água bem fechadas; remover galhos e folhas de calhas; não deixar água acumulada sobre a laje; encher pratinhos de vasos com areia ate a borda ou lavá-los uma vez por semana; trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana; colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas; fechar bem os sacos de lixo e não deixar ao alcance de animais; manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo; acondicionar pneus em locais cobertos; fazer sempre manutenção de piscinas; dentre outras.

Além de adotar as medidas preventivas que se encontram destacadas no parágrafo acima, a população ainda pode contribuir no combate ao Aedes aegypti fazendo denúncias de focos pelos telefones 3701-1423, 3701-1424 e 3701-1407.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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