Sertão pernambucano ganha monitoramento de Aedes por aplicativo

Com aumento de 3.900% de dengue, 435% de chikungunya e 550% de zika, a 7ª Gerência Regional de Saúde (Geres), que fica no Sertão, foi escolhida como uma das áreas prioritárias do Governo Estadual para a estratégia de monitoramento em tempo real de focos do mosquito Aedes aegytpi chamado e-visit@PE. Desenvolvido e cedido pela Secretaria Estadual do Mato Grosso do Sul, ele é um aplicativo que promete agilizar o envio de informações das visitas dos agentes de endemias as residências, consolidar dados e apoiar as ações de combate a situações de risco para as doenças.

Para esta área, que inclui as cidades de Belém do São Francisco, Cedro, Mirandiba, Salgueiro, Serrita, Terra Nova, Verdejante, serão disponibilizados 83 aparelhos celulares, todos com acesso à internet, pra rodar o aplicativo. Os telefones serão entregues pela secretária executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Luciana Albuquerque, nesta terça-feira (7), às 8h, no Hotel Imperador, em Salgueiro.

De acordo com a SES, no final de abril, seis municípios do Agreste (Pesqueira, Sanharó, Alagoinha, Ibirajuba, Poção e Jurema) também foram contemplados, com 65 celulares. A expectativa é, até o final do ano, todos os municípios pernambucanos já estejam utilizando a tecnologia. Por ano, mais de R$ 1,8 milhão serão investidos para manutenção desse trabalho.

“O relatório que era feito de forma manual agora estará integralmente no ambiente on-line, com a possibilidade da criação de gráficos e tabelas. Agora, os agentes também poderão tirar fotos dos problemas encontrados e todos os dados poderão ser acessados em tempo real, agilizando a tomada de ações pelo município e pelo Estado. Isso será essencial para evitar a proliferação do mosquito e o adoecimento da população”, explicou a gerente do Programa Estadual de Controle das Arboviroses da SES, Claudenice Pontes.

Entre as possibilidades, o e-visit@PE está a informação das casas visitadas e quais recusaram ou estavam fechadas; os focos positivos para o Aedes, quantos foram tratados e se houve a necessidade de usar larvicida; se há pessoas com suspeita de alguma das arboviroses no domicílio, entre outros dados.

O balanço das arboviroses no Estado aponta aumento em relação aos possíveis adoecimentos na população em 2019. De janeiro a 27 de abril já foram notificados 10.612 casos de dengue (+ 20% em relação ao mesmo período de 2018), 1.687 de chikungunya (+ 35,5%) e 728 de zika (+ 128%). Até agora 24 mortes suspeitas foram informadas. Um óbito foi descartado e os demais seguem em investigação.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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