SES capacita rede de saúde para atendimento de casos de conjuntivite

_MG_7282_site

Após identificar o aumento no atendimento de pacientes com conjuntivite na rede especializada, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) está mobilizando a rede de atenção primária e de urgência e emergência para reforçar o protocolo de atendimento para esse tipo de caso. O protocolo, validado pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), dá diretrizes médicas para o atendimento da conjuntivite, possibilitando que o paciente receba um atendimento inicial com médico generalista no serviço de saúde mais próximo de casa. Quando necessário, o usuário deve ser referenciado para um especialista por meio da Regulação Estadual. A capacitação foi realizada na sede da SES, no Bongi, nesta segunda-feira (16.04).

A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana que reveste os olhos e as pálpebras. O principal sintoma da doença é a vermelhidão da porção branca dos olhos e a secreção na área. “É importante que a população saiba que é possível procurar atendimento mais próximo da sua casa, que pode ser com o médico da equipe de saúde da família, do posto de saúde, da Upinha, da UPA. Nesses serviços, o paciente será consultado por um médico generalista, que fará a análise inicial e dará os encaminhamentos devidos de acordo com o exame clínico. Em situações que o profissional de saúde verifique a necessidade de um atendimento especializado, será feito o encaminhamento, via Regulação do Estado, para um especialista”, reforça a secretária executiva de Atenção à Saúde da SES, Cristina Mota.

“Nessa capacitação, vamos disseminar as informações do protocolo de diagnóstico e tratamento da conjuntivite para que toda a rede esteja apta para receber a demanda que surgir”, acrescenta a secretária executiva. O protocolo, validado pela Câmara Técnica de Oftalmologia do Cremepe, apresenta o quadro clínico e o tratamento para os casos de conjuntivites virais (resolução espontânea de duas a três semanas) e bacterianas (60% dos casos com resolução espontânea em até cinco dias).

O documento ainda traz a clínica do paciente que deve ser referenciado para uma consulta com especialista. Entre essas características que precisam ser analisadas por um médico, o surgimento de secreção sanguinolenta, ausência de melhora após sete dias do início dos sintomas e dificuldade de abertura ocular devido a edema na pálpebra. Nos casos suspeitos de infecção por bactéria, o agravamento também pode apresentar celulite orbitária.

A secretária executiva de Atenção à Saúde da SES, Cristina Mota, ainda chama a atenção da população para algumas medidas preventivas que podem evitar casos novos de conjuntivite, como lavar, frequentemente, com água e sabão, as mãos e o rosto; evitar coçar os olhos; evitar o uso de objetos como copos, talheres e maquiagem de pessoas com conjuntivite. Em caso de adoecimento, evitar atividades de grupo, enquanto a secreção ocular estiver presente, e também frequentar locais com aglomerações.

Outra situação que também pode ser resolvida na atenção primária ou em serviços de urgência são as hemorragias subconjuntivais, que podem ser provocadas por um trauma menor, esforço, tosse ou espirro. Normalmente, o caso não traz nenhum tipo de alteração intra-ocular. “Também iremos orientar sobre o primeiro atendimento em caso de lesão química ou queimadura, por exemplo, quando o médico pode fazer uma lavagem ou limpeza da área e encaminhar para o especialista”, afirma a coordenadora médica da Emergência da FAV, Laura Sabino, que irá ministrar uma palestra na capacitação.

DADOS – De acordo com dados da Fundação Altino Ventura, entre janeiro e março deste ano, a unidade atendeu 16.295 pacientes com conjuntivite, a maior parte com quadro leve e sem sequelas. O número é 800% maior do que o mesmo período de 2017, quando foram atendidos 2.024 pacientes. Sobre o município de origem do paciente, entre janeiro e março de 2018, 51,25% são do Recife (8.466), 16,54% de Jaboatão dos Guararapes (2.732), 13,16% de Olinda (2.174) e 6,85% de Paulista (1.131).

DOENÇA – A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Em geral, acomete os dois olhos, pode durar de uma semana a 15 dias e não costuma deixar sequelas. As principais causas de conjuntivite são: alérgenos (substâncias que provocam reação alérgica), traumas, irritação química e infecções por vírus, bactérias ou fungos. Contudo, as causas mais frequentes são as alérgicas, infecções por vírus e bactérias. Ela é mais frequente no período de verão, já que a disseminação é favorecida pelo calor e umidade.

A transmissão ocorre pelo contato direto com secreções oculares de pessoas infectadas e pela forma indireta, na qual o contágio ocorre por meio de objetos, superfícies e instrumentos contaminados (equipamentos oftalmológicos, toalhas, travesseiros, lenços, lápis, copos, entre outros).

Os principais sintomas são: hiperemia da conjuntiva (olhos vermelhos) e lacrimejamento; coceira, irritação e sensação de desconforto nos olhos; secreção purulenta ou esbranquiçada; pálpebras grudadas ao despertar; fotofobia e sensação de areia ou ciscos nos olhos.

Medidas de prevenção e controle

• Lavar com frequência, com água e sabão, as mãos e o rosto;

• Evitar coçar os olhos;

• Utilizar, quando possível, lenços e toalhas descartáveis e/ou individuais;

• Utilizar travesseiros individuais;

• Evitar o uso de objetos como copos, talheres e maquiagem de pessoas com conjuntivite;

• Evitar frequentar piscinas e também o uso de lentes de contato;

• Evitar frequentar locais com aglomerações, como escolas, creches e locais de trabalho ou clubes, quando acometido pela doença.

• Crianças com conjuntivite requerem cuidados especiais com higiene, principalmente das mãos. Devem ser afastadas de escolas, creches, etc.

• Evitar atividades de grupo, enquanto a secreção ocular estiver presente;

• Limpar as superfícies que foram tocadas por pessoas com conjuntivite com água e sabão e, posteriormente, com álcool a 70%.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *