A cada 26 de outubro, próxima quarta-feira, é comemorado o Dia do Trabalhador da Construção Civil. O que todos já sabem é que a categoria não tem muito o que comemorar, uma vez que o setor foi um dos mais prejudicados pela crise econômica. Mesmo o ano de 2016 se aproximando do seu final ainda está bem complicado para a população brasileira. A crise econômica bateu a porta e conseguiu entrar em todos os segmentos, principalmente nos que movem a máquina chamada “Brasil. Indiscutivelmente, o setor da construção civil, que havia vivido seu melhor período até o final de 2014 com o “boom” imobiliário, passou a enfrentar o desemprego e as dificuldades do atual momento econômico. O município de Caruaru segue a tendência nacional e registra uma drástica queda no mercado.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon), dos 4.500 trabalhadores com carteira assinada que atuavam no município há dois anos, apenas 2.100 estão conseguindo se manterem empregados. Segundo José Henrique, presidente regional do Sintracon, esses postos de trabalho estão sendo mantidos por motivo pontual. “Aqui existem três grandes obras do Programa Minha Casa Minha Vida que juntas garantem ocupação para 1.130 trabalhadores”, frisou.
Outro dado preocupante levantado por José Henrique diz respeito ao alto número de homologações que são realizadas diariamente, que é entre 12 e 15. “O problema é que quando um trabalhador é dispensado, não existe outra obra para contratá-lo e assim ele engrossa mais e mais o cordão dos pais de família desempregados”, lamentou.
E é diante desse cenário desanimador que o sindicato que representa a categoria está em campanha salarial, quando já foram realizadas três rodadas de negociação na tentativa de fechar um novo dissídio, que deveria ter entrado em vigor desde 1º de outubro. Enquanto os trabalhadores reivindicam 18% de reajuste salarial, a contraproposta da classe patronal é um aumento de apenas 4%.
A difícil situação do setor é confirmada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e é responsável por registrar admissões e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os últimos levantamentos realizados pelo órgão ratificam que o setor da construção civil segue sendo o mais penalizado pela crise, onde que ocupam a função de servente de obra são o grupo de trabalhadores mais dispensados pelo mercado.
Para o coordenadora da Câmara Setorial da Construção Civil da Acic, João Bezerra, o mercado enfrenta um momento drástico no município principalmente se tratando de edificações de padrões médio e alto. “Existe um estoque muito alto de unidades para moradia, o qual precisa urgentemente ser comercializado. Mesmo assim podemos adiantar que não haverá queda expressiva nos preços, porém esses ficarão abaixo dos praticados até pouco tempo que cresceram devido a grande procura”, explicou Bezerra, arriscando que deverá haver uma recuperação tímida do mercado no próximo ano e que será consolidada em 2018.