Situação das mulheres no seu direito à terra

Dando continuidade à discussão sobre a nova agenda do desenvolvimento sustentável a partir de uma perspectiva de gênero para o território, o Espaço Feminista realizou, na última quarta-feira (1º), um encontro no município de Bonito, no Agreste pernambucano. O local escolhido foi o auditório do Colégio Paulo Queiroz, onde foi discutido o ‘Chamado de Diálogo Local: incorporando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) na luta das mulheres pelo direito à terra’.

O evento já havia passado por Recife e Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte, com o objetivo principal de apresentar e discutir o processo de monitoramento de alguns ODSs e como o Espaço Feminista e organizações parceiras estão utilizando esse processo para avançar na luta pelo direito das mulheres à terra. “No encontro em Bonito, conseguimos reunir diversos grupos organizados de mulheres, representantes de governos locais do Agreste Central e diferentes instituições do Estado de Pernambuco”, comentou, satisfeita, Patrícia Chaves, diretora do Espaço Feminista.

Para a entidade, a possibilidade de fazer o monitoramento dos ODSs a partir do local para o global e de forma sistemática representa não apenas a possibilidade de medir os avanços em termos dos objetivos de desenvolvimento sustentável e suas metas, conforme pactuados. Esse processo também servirá para formar e informar as mulheres e comunidades locais, e possibilitar um dialogo que informe tanto gestores quanto grupos da sociedade civil sobre a implementação das políticas públicas que estão relacionadas ao atingimento das metas.

Entre os objetivos de desenvolvimento sustentável que estão sendo monitorados, estão acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; e tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Até 2030, uma das metas é realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso à propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais. Ainda entre os objetivos, estão a garantia ao acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas; dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *