Da Coreia do Sul veio o filme mais arrebatador de 2019. Uma obra brutal e fascinante sobre a desigualdade. Sobre o nosso tempo. Um filme aplaudido em salas de cinema de todo o mundo. Obrigatório. Na noite deste domingo, Parasita teve sua consagração definitiva na 92ª edição do Oscar. Fez história. Rompeu a história. É o primeiro filme em língua estrangeira a conquistar a categoria principal do festival de cinema mais importante do mundo. E foi além, recebendo ainda mais três prêmios em Los Angeles: Direção, roteiro original (ambos para Bong Joon-ho) e – claro – melhor filme internacional.
A consagração de Parasita ganha ainda mais peso diante da aclamada lista de indicados desta temporada. A melhor dos últimos anos. “1917”, de Sam Mendes, trazia o favoritismo pelas vitórias em festivais que antecederam o Oscar, como o Globo de Ouro e o prêmio do Sindicato de produtores de Hollywood. Terminou com “apenas” três prêmios técnicos: Fotografia, Efeitos Visuais e Mixagem. “Coringa” – líder de indicações, concorrendo a 11 prêmios – levou duas estatuetas. Joaquin Phoenix, como esperado, foi o melhor ator. E ainda fez o discurso mais aplaudido da noite. A trilha sonora garantiu o segundo Oscar para a produção da DC.
Dois filmes saíram de cerimônia com duas premiações. “Era uma vez em…Hollywood”, de Quentin Tarantino, foi a melhor direção de arte e ainda levou Brad Pitt ao seu primeiro Oscar como ator. No caso, ator coadjuvante. Já “Ford x Ferrari” surpreendeu nas duas categorias conquistadas: Montagem e edição de som. “1917” era considerado o favorito em ambas.
A superprodução da Netflix, O Irlandês, de Martin Scorsese – que havia recebido 10 indicações – não venceu em nenhuma categoria. Scorsese, porém, foi aplaudido de pé na cerimônia, justamente depois de uma reverência de Bong Joon-ho durante o discurso após receber o prêmio de melhor diretor.
Entre as atrizes, Renée Zellweger e Laura Dern confirmaram o favoritismo absoluto nas categorias melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente. As duas venceram todos os festivais da temporada. Do Globo de Ouro ao Oscar. Renée por Judy. Laura por “História de um casamento”.
A possibilidade do Brasil enfim conquistar seu primeiro Oscar não se concretizou. “Democracia em vertigem” corria por fora na categoria melhor documentário, que acabou vencida por “Indústria Americana”.
OUTRAS CATEGORIAS
A noite ainda teve outro protagonista: Sir. Elton John recebeu o Oscar de melhor canção original no filme que conta a história da sua vida (Rocket Man). Destaque ainda para o prêmio de melhor roteiro adaptado, que ficou com “Jojo Rabbit”, inspirado no livro “O céu que nos oprime”.
Fred Figueiroa