Sulanca obtém faturamento digno de uma época junina

Pedro Augusto

Assim como os demais setores financeiros de Caruaru, a Feira da Sulanca, também castigada sem merecer pela paralisação dos caminhoneiros, na semana passada praticamente não operou. Com ou sem combustível para se locomover, a maioria dos feirantes e dos clientes que costumam engrossar toda semana o fluxo de pessoas que circula, negocia e consome no local decidiu não dar o ar da graça na feira do último dia 28. Mas, para o alívio de ambos os lados, a greve dos motoristas acabou se dissipando dias depois, recolocando as atividades econômicas da cidade e do país novamente em ordem. Tanto é que, na manhã da última segunda-feira (4), a Sulanca comportou uma movimentação digna de uma época junina.

Os estacionamentos ficaram lotados de veículos, os corredores dos setores do local foram preenchidos em larga escala pelos circulantes, os bancos acabaram sendo muito visitados, os consumidores gostaram do que viram em termos de mercadorias oferecidas, bem como os sulanqueiros voltaram a sorrir após o período de feira quase inexistente. Para a maioria dos comerciantes entrevistados pelo VANGUARDA, a Sulanca desta semana acabou sendo a melhor de 2018 em termos de faturamento. E nem poderia ser diferente, haja vista que o período atual não tem sido apenas de São João, mas de proximidade do Dia dos Namorados – data que também costuma incrementar bastante as vendas em todos os segmentos do comércio.

Para o sulanqueiro Antônio Rivelino, que comercializa artigos em jeans no setor do antigo terreno da Fundac, a tendência agora é de vendas em alta até o término deste mês. “Essa greve dos caminhoneiros prejudicou bastante toda classe de sulanqueiros, porque praticamente não houve movimento na feira passada. Isso foi muito ruim, pois prejudicou as nossas vendas nesta, que é considerada uma das melhores épocas do ano, em termos de faturamento. Mas, graças a Deus, acabamos sendo recompensados nesta última Sulanca. Comercializamos redobrado, tanto no atacado quanto no varejo, e a expectativa é de lucrarmos ainda mais nas próximas feiras”, analisou.

Especializado na comercialização de vestuários em xadrez, o banco do casal Luciano e Luzinete Bezerra obteve o melhor resultado de 2018 em relação às vendas. “Praticamente não houve movimento na semana passada, porém, em compensação, hoje (última segunda) tivemos um fluxo de compradores à altura de um período junino. Como negociamos produtos em xadrez, que tradicionalmente são bastante procurados nesta época de São João, acabamos registrando o melhor faturamento do ano. Se numa feira de semana normal costumamos vender em torno de 300 peças, nesta última conseguimos comercializar na casa das 900. Ou seja, excelente para nós que acabamos de sair de uma paralisação tão difícil”, avaliaram, em conjunto, Luciano e Luzinete.

O banco do casal também fica localizado no setor do antigo terreno da Fundac, já o da sulanqueira Márcia Maria funciona na área da Brasilit. Nela, a demanda por vestuários também foi bastante alta na Sulanca desta semana. “O Dia dos Namorados sempre costuma impulsionar as vendas na feira e, neste ano, não está sendo diferente. Hoje (última segunda) comercializamos um volume significativo de camisas e vestidos no atacado e a expectativa é de vendermos um pouco mais no varejo nesta próxima Sulanca (11). Felizmente, as coisas estão voltando novamente ao normal e há a expectativa de lucrarmos bastante neste período de São João, o que é muito bom, porque todos nós feirantes estamos precisando!”, comentou Márcia.

De acordo com o presidente da Associação dos Sulanqueiros de Caruaru, Pedro Moura, a estimativa é de desempenho ainda superior por parte dos feirantes na Sulanca desta segunda-feira. “Devido a alguns boatos que circularam pelas redes sociais de que haveria uma nova paralisação dos caminhoneiros, o quantitativo de clientes que circularam pelos setores poderia ter sido ainda maior nesta feira passada, porém nada que abalasse o sucesso desta última.

Para se ter ideia, de acordo com cálculo da Associação, cerca de 50 mil pessoas estiveram percorrendo as áreas do espaço, o que propiciou uma injeção financeira na cidade na casa dos R$ 45 milhões. Para esta, que ocorrerá na véspera do Dia dos Namorados, a expectativa é de um fluxo de 60 mil compradores com uma movimentação econômica em torno dos R$ 55 milhões”, projetou Pedro.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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