Diversificação e flexibilidade

Por Maurício Assuero, economista e professor

Um desenho de estrutura funcional de empresas é a formação de grupos econômicos. Geralmente, tem-se uma empresa tradicional, sólida no mercado, que começa expandir suas ações, não no sentido de abertura de filiais, mas no sentido de diversificação dos negócios. A vantagem nítida é a diluição dos riscos. O erro mais comum é correlacionar a atividade de uma empresa com outra ou de uma forma mais direta: abrir uma empresa para prestar serviços a outra empresa do grupo. Numa primeira visão pode-se pensar que retira-se dinheiro de um bolso para colocar no noutro, no entanto, se formos olhar mais criteriosamente quem perde são os acionistas não controladores. Essa prática, se não bem administrada pode ocasionar desastres financeiros sem proporções, afetando empresas centenárias, lideres de mercado, etc. O erro mais comum é quando uma empresa sólida busca ajudar financeiramente outra empresa do grupo. Os exemplos mostram que, na maioria das vezes, a pior empresa puxa, para baixo, a empresa melhor. Então ao invés de duas empresas boas, ter-se-á duas empresas problemáticas.

A formação de um grupo com alta correlação entre suas empresas foi a principal estratégia usada por Eike Batista no grupo X e deu no que deu: quando uma empresa começou a dar problemas saiu derrubando as outras, tal como as pedras de um dominó. Eike, provavelmente, acreditou que botaria por terra a teoria do Select portfolio de Harry Marcowitz publicada em 1952 (e que deu Marcowitz um prêmio Nobel). Cabe lembrar que a derrocada desse grupo ocorreu mesmo com a presença de um competente conselho administrativo do qual participava, inclusive, um ex-ministro da fazenda.

Qualquer que seja a atividade, qualquer que seja o investimento, a orientação mais básica que se faz é diversificar a carteira com o intuito de minimizar perdas. Esta diversificação não é feita de modo intempestivo ou sem uma análise prévia dos retornos, mas calcada em premissas aceitas largamente no mercado financeiro, uma delas: a composição da carteira deve conter títulos que estejam correlacionados negativamente. Esse cuidado vai ficar mais acurado em momentos de incerteza econômica – como este que estamos passando agora – e a rota de fuga para a maioria das pessoas é o investimento em ativos reais. Por exemplo: num cenário de dúvida econômico um investidor opta por adquirir imóveis e passa a demandar tal produto, mas o que ele faz, na verdade, é contribuir para a formação de uma bolha. Passado a perturbação, o mercado volta ao seu nível inicial. O mercado imobiliário viveu este sentimento e muita gente comprou imóvel por preços acima do preço de equilíbrio do mercado.

Assim, se pensa em formar um grupo, o caminho é árduo e os resultados, geralmente, são de médio ou longo prazo, mas tenha em mente que suas ações deverão estar sintonizadas com o ciclo do mercado, isto é, você precisa ser capaz de perceber o que vai gerar lucro no curto prazo. Acumular e investir para a etapa seguinte.

Senado analisa relatório de Humberto sobre Ficha Limpa para servidores

Está pronto para ser votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado o relatório do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), que trata da aplicação da Lei da Ficha Limpa para a contratação de servidores públicos nos Três Poderes. A exemplo da legislação federal que impede condenados na Justiça de se candidatarem a cargos públicos nas eleições, a Proposta de Emenda à Constituição nº 20/2012 torna mais rígido também o acesso de pessoas a cargos não eletivos, sejam eles efetivos ou comissionados.

“A iniciativa vem no sentido da adoção de medidas que aprimoram a aplicação dos princípios da administração pública, em especial o da moralidade”, avalia Humberto. A proposta lista dez tipos de crime que irão tornar inacessíveis cargos, empregos e funções públicas para quem tiver sofrido condenação definitiva da Justiça. Entre os crimes, estão aqueles praticados contra o sistema financeiro e a administração e o patrimônio públicos; abuso de autoridade (nos casos em que houver condenação à perda de cargo anterior ou à inabilitação para o exercício de função pública); tráfico de entorpecentes e drogas; racismo; tortura, terrorismo e hediondos, além dos delitos contra a vida e dignidade humana e praticado por organização criminosa.

Uma emenda apresentada por Humberto alterou o texto original, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que pretendia vedar a contratação de pessoas condenadas por qualquer órgão judicial colegiado. O líder do PT avalia que a nova redação afasta questionamentos sobre uma eventual “flexibilização” do princípio de presunção de inocência. Por isso, a emenda do parlamentar restringiu a proibição de acesso aos cargos públicos somente aos condenados com decisão transitada em julgado, ou seja, em caráter definitivo.

O impedimento para quem tiver condenação judicial definitiva pode valer desde a definição da sentença até o prazo de oito anos. Se for aprovada na CCJ, a proposta será apreciada no plenário.

Marcelo Gomes fala sobre Comissão de Legislação da Câmara

O presidente da Comissão de Legislação e Redação de Leis da Câmara Municipal de Caruaru, vereador Marcelo Gomes (PSB), participou nesta segunda-feira (16) do programa “Além da Notícia”, da Rádio Jornal. Ele comentou sobre a sua iniciativa de analisar todos os projetos pendentes na comissão até o recesso parlamentar, que começa no dia 20 de junho.

Cerca de 60 projetos se encontram na comissão, que deverá dar parecer favorável para votação ou devolver as matérias para os autores, para que sejam modificadas. De acordo com Marcelo, o processo de análise teve um período de lentidão devido a outras atribuições dos vereadores.

“Os membros da Comissão de Leis são os mesmos da Comissão de Ética e, por causa de todos os problemas que aconteceram em Caruaru, ficamos impedidos de realizar as reuniões e verificar os projetos. E agora, no final deste semestre, vamos limpar a pauta. Saber o que é favorável e o que não é, e dar seguimento”, disse.

Artigo: A angústia do professor frente ao fracasso escolar: Uma abordagem psicanalítica

Por Alexei Esteves

Fala-se muito nos dias de hoje, que a profissão do professor, é uma das mais belas que existem. Muitas pessoas se referem dizendo que sem o professor, não existiria médicos, advogados, juízes etc. Outros mais ousados aferiram que para ser até coveiro ou gari, precisa ter passada pela mão de um professor.

Realmente, um povo sem a educação é um povo fadado a extinção, porem um povo para ser educado faz-se necessário a presença de um professor. E mesmo uma pena que esse profissional não seja tão bem valorizado: coisa que em décadas passadas, isso era apenas uma utopia. 0 professor era realmente um representante dos pais na escola. A autoridade que lhe era devida provinha das mãos não só das autoridades, do sistema quanto da própria família.

A sociedade era bem mais estruturada, o povo bem mais educado e o professor bem mais valorizado. Havia mais justiça entre os cidadãos. Mas, infelizmente, essa época passou e o que vemos hoje em dia são os professores desmotivados, muitas vezes desmoralizados tanto por agressões sofridas por parte dos alunos quanto dos próprios pais.

Podemos dizer que existem vários tipos de professores: aqueles que fingem ser professor e fingem que ensinam, mas também existem aqueles que não deixam se abater em meio a situação. 0 verdadeiro professor, não se abater diante das adversidades, em seus sonhos esta a realização do sonho de alguém, nesse caso o sonho do seu aluno, de uma sociedade mais justa, esclarecida e organizada.

Dentro dele ainda é alimentado a esperança de um mundo melhor, onde ele é cooperador assíduo para que essa mudança aconteça. Este e outros inúmeros motivos, como um futuro reconhecimento, um salário mais digno e a garantia de uma aposentadoria mais sossegada, tem levado esse profissional a correr de uma escola para a outra, de sala em sala ocupando seu tempo e sacrificando seus finais de semana e feriados para se planejar melhor, para atuar melhor, para ver um aprendizado melhor por parte dos seus alunos.

Mas, e quando isso não acontece? Por mais que ele se dedique, a impressão é de estar remando contra a maré. O que aconteceu afinal? Como entender e achar uma saída para essas situações que só alimentam uma situação de angustia quando diante de um insucesso escolar? É necessário mais do que mudar um planejamento e a didática aplicada.

As formações continuadas trazendo novas metodologias a fim de facilitar o trabalho do professor e os cursos de especialização estão lotados por professores que buscam uma valorização e aprendizagem que parecem estar sempre em dias futuros que se afastam cada vez mais do tempo presente. Mesmo que a luta faça parte do seu dia-a-dia, mesmo que a angústia aumente cada vez mais, é necessário um entendimento maior frente processo de ensino aprendizagem do aluno. Quem sabe assim, o professor não diminui mais a sua angústia e aprende novos caminhos a serem trilhados com o apoio da psicanálise.

Compreendendo o conceito de angústia na psicanálise palavra angustia também pode ser citada como ansiedade ou medo. .Há registros dessas três palavras nos idiomas: francês, alemão, português e inglês. Ainda que existam palavras diferentes para definir angustia e ansiedade, elas são e podem ser usadas como sinónimas.

De acordo com o dicionário de Psicanálise Larousse (Artes Medicas), angústia está assim definida: angústia (neurose de) (alem.: Angstneurose; fr.: nevrose d’angoisse; ing.: anxiety neuroses).Neurose caracterizada clinicamente por um estado geral de excitabilidade e de expectativa ansiosa, por acessos de angústia com manifestações somáticas e neurovegetativas, bem como por fobias.

Numa abordagem neurológica, mostra através dos seus estudos sobre neurotransmissores, como o inconsciente pode funcionar como amplificador das emoções. Estudos recentes desenvolveu-se uma pesquisa com voluntários e através dos preenchimentos dos questionários, passava a medir o seu nível de ansiedade.

O estudo da comprovação neurocientífica de uma teoria central da psicanálise: a interpretação inconsciente de coisas negativas é a fonte de muitas das aflições humanas.

A neurose da angustia, numa visão psicanalítica, teria sua etiologia na má utilização ou na não utilização da energia da libido, que se acumula e se transforma angústia.

Numa visão mais enigmática e profunda diríamos que a angústia é um símbolo da experiência do nada e que através da angústia, nos é revelado uma espécie de sombra que se destaca do ser e o envolve com sensações enigmáticas. 

É através da angústia que o homem se encontra com seus limites confrontando-se com o problema do nada. Pois, o educador brasileiro necessita de mais apoio e reconhecimento dos poderes legislativo, executivo e judiciário no que se refere a condições de trabalho e valorização salarial. No entanto, um profissional da área de educação jamais poderá produzir e transformar a sua realidade social, e levar uma boa reflexão na ministração das aulas a seus alunos sem ter condições físicas e mentais saldáveis.

Portanto, fica bem claro, que a produção do patrimônio imaterial do nosso país que é o conhecimento está numa involução, bem como, havendo também o insucesso no ensino básico e superior.

Alexei Esteves é Professor, Doutor em Educação

ANÁLISE: No caminho certo

Do Blog do Magno

João Lyra Neto (PSB) está apenas 10 dias no comando do Estado, mas tem tomado decisões surpreendes, embora naturais e simples, que vão, aos poucos, contribuindo para identificação do seu estilo.

Ao saber, por exemplo, que o Estado tinha direito a 500 convites de cortesia para o espetáculo de estreia da Paixão de Cristo, na última sexta-feira, destinado a autoridades e Vips, levou 500 alunos pobres da rede pública, que nunca haviam pisado em Nova Jerusalém.

No dia seguinte, o Estado ganhou 4,5 mil convites para o show de Roberto Carlos no mundão do Arruda, e ele repetiu o gesto, mandando distribuir a totalidade dos ingressos com professores da rede estadual das escolas com as melhores notas do Ideb. Para Nova Jerusalém e Roberto Carlos, os alunos fizeram questão de ir fardados e ficaram imensamente felizes.

Do ponto de vista de austeridade, outro exemplo: já havia marcado a sua passagem para Brasília em avião de carreira para ir ao anúncio da chapa Eduardo-Marina, com bilhete pago pelo PSB, mas teve que cancelar para recepcionar a presidente Dilma hoje pela manhã em Suape e a tarde em Serra Talhada.

Chegaram a sugerir que aceitasse o deslocamento a Brasília num jatinho pago pelo PSB, mas rejeitou com um sonoro não. Lyra, aliás, já comunicou que só recorrerá a jatinhos em deslocamentos pelo País em ocasiões de extrema necessidade, quando estiverem em jogo os altos interesses do Estado.

Na primeira reunião do secretariado, dois dias após receber o cargo das mãos do ex-governador Eduardo Campos, Lyra mostrou simplicidade, mas disse que será implacável na fiscalização de cada centavo do dinheiro público.

Mahatma Gandhi, que Eduardo citou em seu discurso de despedida em frente ao Palácio das Princesas, diz que aquele que não é capaz de se governar a si mesmo não será capaz de governar os outros.

Se persistir neste caminho, certamente João Lyra deixará uma grande marca.