Venezuela comprará armas da China e Rússia

A Venezuela comprará tecnologia bélica e armas de China e Rússia para equipar suas forças especiais, incluindo as tropas de choque encarregadas de controlar distúrbios como os que ocorreram há dez dias, informou nesta quarta-feira (28) o presidente Nicolás Maduro.

“Em breve irá o general (ministro da Defesa, Vladimir Padrino López) à Rússia e à China para fechar os acordos e trazer a tecnologia e as armas mais modernas do mundo”, afirmou Maduro em um ato com a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

Os equipamentos serão entregues “aos combatentes das forças de ação especial, grupos especiais e tropas de ação rápida para o combate contra o inimigo e a preservação da paz em nossa terra”.

Maduro pediu aos militares que enfrentem os distúrbios e saques como os que ocorreram em vários estados entre 16 e 18 de dezembro, diante da falta de dinheiro em circulação.

O presidente responsabilizou “paramilitares” e “traficantes colombianos” pelos fatos, que deixaram quatro mortos e centenas de lojas saqueadas.

Para prevenir e combater os distúrbios, Maduro pediu à FANB que fortaleça as atividades de inteligência com as organizações populares ligadas ao governo.

“Busquemos as organizações populares, Unidades de Batalha Bolívar Chávez, conselhos comunitários, Comitês Locais de Abastecimento. É preciso articular uma inteligência no conceito de guerra de todo o povo”.

Tragédia anunciada

Por DANIEL CERQUEIRA
De O Globo

A ideia ingênua é que se o Estado não consegue garantir a segurança das pessoas, o cidadão armado garantirá a segurança de sua família. Nada mais equivocado

Na Câmara dos Deputados, está se urdindo a aprovação de um projeto de lei (PL) que visa desmantelar o Estatuto do Desarmamento, uma lei que ajudou a salvar milhares de vidas pelo Brasil afora. Entre outros elementos, propõe-se que cada cidadão possa adquirir até seis armas de fogo e portá-las nas ruas.

O apelo à aprovação deste PL surge no rastro da sensação de insegurança que atormenta as famílias brasileiras. Neste cenário, a ideia ingênua é que se o Estado não consegue garantir a segurança das pessoas, o cidadão armado garantirá a segurança de sua família. Nada mais equivocado, de acordo com as evidências científicas.

Várias pesquisas internacionais mostraram que o risco de alguém sofrer homicídio ou suicídio em um domicílio onde haja arma de fogo é cerca de três vezes maior. Os professores das Universidades de Chicago e de Duke, Ludwig e Cook, demonstraram não apenas o efeito da difusão das armas de fogo para fazer aumentar os homicídios, mas desconstruíram o mito de que os criminosos seriam dissuadidos a cometer crimes pelo cidadão armado. Pelo contrário, eles verificaram que a arma de fogo dentro do lar está associada a uma maior probabilidade de roubos. Numa pesquisa publicada pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), apurou-se que as chances de um cidadão armado que foi vítima de roubo ser assassinado é 56% maior do que a vítima desarmada.

Se no plano individual a posse da arma de fogo, em vez de garantir a segurança, confabula a favor de um maior risco de vitimização fatal do seu dono e familiares, existem ainda as consequências sociais da corrida armamentista, que ocorrem por dois caminhos. Em primeiro lugar, milhares de homicídios são ocasionados por conflitos interpessoais, entre os quais brigas de bar, no trânsito etc. Muitas vezes, é justamente o cidadão comum que, num momento de raiva, com uma arma de fogo na mão, mata o outro e assim desestrutura duas famílias, a sua própria e a do morto. Em segundo lugar, quanto mais armas houver no mercado legal, mais roubos e extravios ocorrem, que ajudam a irrigar o mercado ilegal e fazem com que o preço das armas diminua aí, permitindo que os criminosos mais desorganizados (e perigosos) tenham acesso a esse instrumento. De fato, pesquisa do Instituto Sou da Paz com o Ministério Público de São Paulo mostrou que 38% das armas apreendidas pela polícia, envolvidas em casos de homicídios ou roubos, haviam sido registradas.

Três teses de doutorado em Economia da FGV, PUC e USP encontraram resultados inequívocos: quanto maior a difusão de armas de fogo, maior a taxa de homicídios. No Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fizemos vários estudos sobre o tema e concluímos que a cada 1% a mais de armas nas cidades, a taxa de homicídios aumenta 2%. Mostramos, ainda, evidências de que o Estatuto do Desarmamento ajudou a salvar milhares de vidas desde 2004.

Contudo, o controle responsável das armas de fogo no país, ainda que seja um elemento crucial a favor da segurança de todos, não é uma panaceia. Há que se avançar muito para termos um Sistema de Justiça Criminal mais eficiente. Por outro lado, temos que investir seriamente nas nossas crianças e jovens, de modo que o menino de hoje não seja o bandido de amanhã. Muito resta a fazer. A miséria da segurança no Brasil nasce quando as leis são feitas sem levar em conta as evidências empíricas e o conhecimento acumulado na academia científica, como é o caso da proposição a um passo de ser aprovada na Câmara dos Deputados.

Polícia apreende arma e identidade falsa com ajuda do DD Agreste

Com informações do Disque-Denúncia Agreste, a Polícia Militar apreendeu armas, munição e uma carteira de identidade falsa, com o nome de um policial militar reformado na Rua José do Patrocínio, na Zona Rural de Bezerros, Agreste de Pernambuco.

No local a polícia encontrou uma pistola ponto 40, dois cartuchos e 18 munições para a arma, além do documento falsificado com Elias Francisco do Nascimento, conhecido como “Gordo”. Ele foi levado para a delegacia Regional onde pagou fiança e foi liberado.

Polícia apreende 20 mil munições e 65 armas em Caruaru

Da Folhape

A Polícia Civil apreendeu, na madrugada do sábado (21), cerca de 20 mil munições de diversos calibres e 65 armas em Caruaru, Agreste do Estado. Além do armamento, ainda foram presos em flagrante três suspeitos em um imóvel no bairro Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade. Segundo a polícia, eles mantinham o arsenal para vender a criminosos.

Aprígio Medeiros Neto, de 31 anos; Beatriz Alves Dias, 30; e Edson Lima da Silva, 56, foram detidos após 30 dias de investigações. Com eles, foram apreendidas as armas de uso permitido e restrito – entre elas, 31 espingardas calibre 12, uma pistola calibre 45, uma metralhadora calibre 9 mm e um fuzil calibre 762. Além da munição para diversos calibres, ainda foram encontrados carregadores, chumbos, espoletas para explosivos e aparatos utilizados na fabricação de munição. Todo esse material estava escondido em um compartimento secreto no teto de um dos cômodos da residência.

Todos foram autuados por porte ilegal de arma de fogo e munição de uso permitido e de uso restrito, além da posse de apetrechos para fabricação de munições. Após os procedimentos iniciais, os dois homens foram encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel); já a mulher, foi levada à Colônia Penal Feminina do Recife. Ainda de acordo com a polícia, Aprígio e Beatriz já tinham antecedentes criminais pelos artigos 14 e 16 da lei 10.826/03, que tratam de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e restrito.

Guardas municipais vão ser capacitados antes de usar arma de choque

O diretor-presidente da Destra, coronel José Carlos, concordou nesta quarta-feira (2) com o que foi definido na audiência pública sobre o porte de arma para a Guarda Municipal. Durante encontro na Câmara, ele afirmou que a autarquia vai investir, primeiramente, na capacitação dos profissionais de segurança.

“Vamos realizar em breve uma capacitação dos guardas para que estejam aptos a utilizar arma Taser (choque), que possuem menor poder ofensivo e ajudam na imobilização de suspeitos. Esse tipo de armamento é o mais usado pelas guardas do país”, comentou o diretor-presidente.

José Carlos também elogiou a iniciativa do vereador Gilberto de Dora (PSB) de convocar uma audiência para discutir o tema. “A segurança é um direito básico de todos. E com esse tipo de debate que efetuamos hoje podemos ampliar a forma de fazer segurança social”, finalizou.