Em artigo, Lula se diz vítima de “caçada judicial”

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva se considera vítima de “uma verdadeira caçada judicial”. Em artigo de uma página, publicado hoje, no jornal Folha de S.Paulo, o petista alega que em 40 anos de atuação pública, seus adversários e a imprensa “jamais encontraram um ato desonesto” de sua parte. E às vésperas de completar 71 anos (no dia 27 de outubro), diz ver o seu nome “no centro de uma verdadeira caçada judicial”. Na segunda-feira, 17, manifestantes em defesa do ex-presidente fizeram vigília em frente à casa dele, em São Bernardo, após informação circulada nas redes sociais sobre suposta prisão de Lula.

Sem citar o juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Operação Lava Jato, Lula cita que devastaram suas contas pessoais, as de sua esposa e filhos, grampearam seus telefonemas, invadiram sua casa e o conduziram à força para depor, sem motivo razoável ou base legal. “Estão à procura de um crime, para me acusar, mas não encontraram e nem vão encontrar”, destaca no artigo.

O ex-presidente diz que “essa caçada” começou na campanha presidencial de 2014 e, mesmo assim, não desistiu de continuar percorrendo o País e nem desistiu da luta por igualdade e justiça social. Ele cita conquistas das gestões petistas, como o Bolsa Família, o Luz para Todos, o Minha Casa Minha Vida e o acesso de jovens pobres e negros ao ensino superior. O ex-presidente argumenta que não pode se calar diante “dos abusos cometidos pelos agentes do Estado que usam a lei como instrumento de perseguição política”. Para o petista, “episódios espetaculosos”, como as prisões de seus ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega (solto horas depois da detenção), interferiram no resultado das eleições municipais do primeiro turno.

Em sua defesa, Lula afirma que jamais praticou, autorizou ou se beneficiou de atos ilícitos na Petrobras ou em qualquer outro setor do governo. E critica a classificação, segundo ele martelada pela mídia, de que o Partido dos Trabalhadores é uma organização criminosa. E informa que em dois anos de investigações, não foi encontrado “nenhum centavo não declarado” em suas contas, nenhuma empresa de fachada e nenhuma conta secreta. “Moro há 20 anos no mesmo apartamento em São Bernardo”, emendou.

No artigo, o petista alega que “há uma perigosa ignorância” dos agentes da lei quanto ao funcionamento do governo e das instituições, como o Parlamento. E destaca que causa indignação e surpreende “a leviandade, a desproporção e a falta de base legal das denúncias”. “Não mais se importam com fatos, provas, normas do processo. Denunciam e processam por mera convicção.” E reitera que não pode ser acusado de corrupção, já que não é mais agente público desde 2011.

Lula afirma ainda que seus acusadores sabem que ele não roubou, não foi corrompido nem tentou obstruir a Justiça. “Mas não podem admitir, não podem recuar depois do massacre que promoveram na mídia”. E continua: “Tornaram-se prisioneiros das mentiras que criaram, na maioria das vezes a partir de reportagens facciosas e mal apuradas. Estão condenados a condenar e devem avaliar que, se não me prenderem, serão eles os desmoralizados perante a opinião pública.” Segundo ele, “não é o Lula que pretendem condenar”, mas sim o projeto político que representa junto com milhões de brasileiros e a democracia brasileira.

No final do artigo, o ex-presidente diz que ele e o PT apoiam as investigações, o julgamento e a punição de quem desvia dinheiro público, reiterando que ninguém atuou tanto quanto os governos petistas para criar mecanismos de controle de verbas públicas, transparência e investigação. E cita ter a consciência tranquila e o reconhecimento do povo. “Confio que cedo ou tarde a Justiça e a verdade prevalecerão, nem que seja nos livros de história”, diz Lula, argumentando que o que mais lhe preocupa no momento “são as contínuas violações ao Estado de Direito”, como a “sombra do estado de exceção que vem se erguendo sobre o País.”

Opinião: Vida, morte e ressurreição

Por Rafael Gomes

Estamos entrando em uma nova fase no Brasil que talvez melhore a ansiedade sobre as incertezas políticas e econômicas que vivemos nos últimos meses.

É fato que nos últimos anos acreditamos no crescimento e nas promessas de agentes políticos que utilizaram de populismo e expansionismo para promover o tão sonhado desenvolvimento do Brasil, porém sem cuidar dos lastros econômicos para a sua perpetuidade. Por instantes vivemos o deslumbre do “sonho americano” de sucesso e prosperidade e esquecemos de nos preocupar com o amanhã.

E o que aconteceu? O amanhã virou o hoje e nos demos conta de que não fizemos a lição de casa!

Se analisarmos o comportamento das empresas é fácil constatar que elas, em sua maioria, performaram seus lucros somente pela ótica de caixa sem dar a devida importância e para a ótica econômica, ou seja, nos últimos anos as empresas brasileiras viveram como se nunca fossem morrer e morreram como se nunca tivessem vividos. Muitos quebraram sem saber, antes mesmo da crise chegar, pois aumentaram suas dívidas e não se preocuparam em renovar suas estratégias (longo prazo).

A lição aprendida é que precisamos mudar, buscar melhorias constantes, mesmo com o vento a favor, pois o que vemos hoje é reflexo de uma alavancagem e estímulo de crédito sem a devida responsabilidade de planejar o futuro.

No fundo fomos penalizados por um comportamento sistêmico de aumentar o nível de endividamento pela empolgação do “agora chegou a nossa vez”.

Tudo bem que hoje existe uma expectativa de que a mudança de governo tornará as políticas econômicas mais responsáveis, e já sabemos que em mercados emergentes como o nosso “qualquer movimento financeiro tende a ser amplificado”, mas o mais importante é não esquecermos de que ainda existe muita dívida a ser paga, e que a expectativa em relação a economia brasileira já vem sofrendo uma transformação considerável.

No começo do ano, vimos que agências de risco, como a Fitch Rating, retirar o grau de investimento do Brasil atribuindo uma perspectiva negativa para 53% das empresas, onde apenas 6% têm perspectiva positiva. Segundo eles, o fluxo de caixa das companhias neste ano deve cair para níveis inferiores aos verificados na última década. A Fitch considera que apenas 19% das empresas emissoras de papéis, com ratings internacionais, têm forte capacidade de enfrentar os desafios de 2016 sem danos a seus perfis de crédito.

Sentimos uma mudança também no comportamento dos bancos que retraíram crédito em um cenário de incertezas, um exemplo é o Itaú BBA que já criou uma superintendência de reestruturaçãoque vem atuando diretamente na análise de indicadores de seus clientes com o objetivo de precaver operações desastrosas. Ou seja, até mesmo eles tiveram que sair da simples análise de Rating de Risco, prática mandatória nos últimos anos, para voltar à análises de crédito mais estreitas e próximas de seus clientes.

Porém, já é possível sentir uma onda de reação econômica após o impedimento da ex-presidente Dilma relacionado a agentes externos que voltaram a colocar os países emergente na mira do capital financeiro.

Não será fácil o renascimento do mercado, pois temos uma dura missão de administrar um cenário de retração da economiacombinado com o aumento de impostos e incerteza de investidores.

Nos próximos anos o aumento de “lucro” será um esporte para poucos, porém a lição de casa precisa ser feita, precisamos de uma boa base política, econômica e social para sairmos desse cenário.

A boa notícia é o aumento das apostas dos fundos de Private Equity no Brasil, que renderam mais do que a bolsa de 2006 a 2014. Isso significa que existe uma melhor aceitação de investimentos de fundos privados em empresas de médio porte podendo ser uma boa opção para os empresários que precisam captar investimentos para o crescimento dos seus negócios.

Temos todos os ingredientes para a ressureição da economia brasileira, porém, teremos que nos atentar na ordem em que cada um deles será colocado, na forma com que serão misturados e no tempo certo que esse pão irá crescer para ser dividido.

Como disse Adam Smith no clássico livro A Riqueza das Nações: “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperarmos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio interesse.” Então teremos que trabalhar arduamente sem esquecer da lição do crescimento sem responsabilidade, do comodismo de não nos preocuparmos com a economia, do medo de competir e cooperar com o mercado e da ampliação de negócios com paços maiores que as pernas.

Agora, o que nos resta é somente o trabalho árduo e a fé na ressurreição da economia brasileira. Como dizem, orar e vigiar, eu digo, trabalhar e acreditar.

* Rafael Gomes é diretor da Ucon Advisors. Atua há mais de 15 anos na gestão e reestruturação de empresas de médio e grande porte com foco na aplicação das principais ferramentas e metodologias de gestão empresarial. Formado Administração de Empresas com MBA em Gestão Financeira, Auditoria e Controladoria é especialista em M&A.

ARTIGO — Governo TEMERário

Por Maurício Assuero

Enquanto Dilma se segura em todas as tábuas de salvação disponíveis, Temer arquiteta um governo a ser implantado a partir do próximo mês quando o senado se pronunciar sobre o processo de impeachment. Sem contar a enorme rejeição que ele tem, tanto entre os favoráveis como entre os contrários ao impeachment, Temer vai precisar vencer obstáculos que estão além de suas forças. Tudo indica que ele terá maioria no Congresso, afinal foram 367 votos dados a ele por partidos de todas as tendências. Mas, isso é pouco. Temer precisa de dinheiro para fazer a economia decolar e governo só consegue dinheiro através do aumento da arrecadação. Então, por mais que Temer anuncie que não pretende aumentar a carga tributária, deve-se ficar de sobreaviso porque não há como manter o sistema funcionando com um déficit, até agora, de R$ 120 bilhões. A economia não tende a crescer apenas com a troca do presidente.

A atividade econômica em queda significa que a arrecadação do governo cai junto. O nível da dívida pública mostra que qualquer tentativa na direção de aumentar esse endividamento tem o mesmo impacto de brincar de “roleta russa”, isto é, chegará um momento no qual a bala estará na agulha. O ponto de partida deve ser a redução da máquina pública, ou seja, redução dos ministérios edos cargos comissionados sem a devida substituição por seus partidários, isto é, não adianta tirar os simpatizantes ao PT e colocar os simpatizantes ao PMDB ou seus apoiadores. Ao cortar na carne, Temer irá produzir um nível de insatisfação tão grande que vai impactar diretamente na sua gestão.

Ao longo dos últimos 13 anos, os movimentos sociais ganharam espaço de tal forma que parecia uma simbiose. O governo patrocinou diárias e viagens para integrantes desses movimentos em diversas situações e agora, acostumados com esse tratamento, esse pessoal vai estranhar bastante o governo Temer e o novo presidente terá que ser muito convincente para transformar raiva em nirvana.

No meio de tudo isso, cabe lembrar que o pior já está em pleno andamento: a alta probabilidade de afastamento da presidente Dilma faz com que contratos sejam firmados à velocidade da luz, muito embora o governo não tenha um centavo sequer para honrá-los. Isso não importa, importa mesmo é constar, na pior das hipóteses, como restos a pagar! Isso será desatroso porque se Temer partir para anulação ou questionamento jurídico desses débitos, então abrirá uma frente de insatisfação com a classe empresarial, favorecendo a união de patrões e empregados contra seu governo. O desenho que surge é que ele não terá um pingo de paz. Tudo indica que teremos um governo TEMERário.

ARTIGO — “O impacto da Lei Anticorrupção na rotina da sua empresa”

Por Marco Cantuária

Em 01 de agosto de 2013, foi promulgada a Lei Federal nº 12.846, com vacatio legis de 180 dias, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e judicial das pessoas jurídicas, pela prática de atos de corrupção contra a administração pública nacional ou estrangeira.

Com o advento da denominada Lei Anticorrupção, o Brasil ingressou num seleto grupo de países, cujo setor empresarial deve primar pela boa prática de governança corporativa, ética e transparência em suas relações institucionais e comerciais.

A nova legislação incorpora ao cenário empresarial punições severas para a empresa que praticar atos lesivos, de forma ativa ou passiva, nas relações havidas com a administração pública nacional ou estrangeira, com multas que podem variar entre “0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos”.

Caso não seja possível auferir o valor do faturamento bruto do agente infrator, a multa pode ser estipulada entre um mínimo de R$ 6.000,00 e um máximo de R$ 60.000.000,00, sem prejuízo da abertura de processo administrativo e judicial.
Outras sanções a que estão sujeitas as pessoas jurídicas são: publicação de eventual sentença condenatória em meios de comunicação de grande circulação; reparação integral do dano causado ao erário; perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou proveito direta ou indiretamente obtido da infração; suspensão ou interdição parcial de suas atividades; dissolução compulsória da pessoa jurídica; proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de u) e máximo de cinco anos.

Importante asseverar, que toda empresa, não importa o seu tamanho ou porte, desde que agente de atos descrito no tipo penal (artigo 5º), estará sujeita às sanções e procedimentos previstos na Lei em comento.

Com efeito, outra questão de suma relevância e de maior risco para o empresário, está consubstanciada no fato de a empresa poder ser punida inclusive por atos de terceiros, agindo em seu nome. Assim, por exemplo, se determinada empresa contrata outra para lhe auxiliar numa licitação pública e essa empresa contratada, suborna o agente público para obter vantagem ilícita para o seu contratante, a empresa tomadora do serviço responderá pelo ato, independentemente se os executivos, acionistas ou cotistas tinham ciência do malfeito.

Para entender e evitar as implicações da nova Lei, as empresas nacionais terão que se adaptar e lidar com os mecanismos de um termo bastante em voga ultimamente:

COMPLIANCE!

“O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em “compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos. Portanto, manter a empresa em conformidade significa atender aos normativos dos órgãos reguladores, de acordo com as atividades desenvolvidas pela sua empresa, bem como dos regulamentos internos, principalmente aqueles inerentes ao seu controle interno”. (http://michaellira.jusbrasil.com.br/artigos/112396364/o-que-e-compliance-e-como-o-profissional-da-area-deve-atuar)
Por ser um assunto bastante extenso e pertinente, o tema compliance será objeto de futuras abordagens específicas.

Por fim, a Lei 12.846/2013 já esta em pleno vigor, em que pesem entendimentos contrários que defendem que a Lei depende de regulamentação pelo Executivo Federal. Contudo, entendemos que a Lei entrou em vigor em 01/02/2014, e apenas pende de regulamentação através de Decreto Federal, o inciso VIII do artigo 7º da Lei, portanto, saiba que sua empresa já está exposta a eventuais sanções nela prevista, se for o caso.

ARTIGO: “Quatro passos para criar um Atendimento ao Cliente impecável”

Por José Ricardo Noronha

Por mais incrível que possa parecer, ainda são poucas as empresas que se atentaram para o fato de que o Atendimento ao Cliente é um dos mais importantes diferenciais competitivos neste mundo cada vez mais desafiador.

Aliás, vou até um pouco mais longe! O Atendimento ao Cliente é, em muitos casos, o único e mais importante diferencial competitivo de incontáveis empresas, já que os produtos e serviços que elas vendem têm concorrentes tão bons ou até melhores que os dela.

Por isso, compartilho neste artigo alguns passos que considero essenciais para você e todos os seus líderes e liderados darem ainda mais ênfase à criação de um Atendimento ao Cliente de excelência.

1) Invista em treinamento contínuo

Tão importante quanto participar de todos os treinamentos sobre os atributos, características e benefícios dos produtos e serviços que vocês vendem é se preocupar também com capacitações ligadas às áreas de negociação e relacionamento interpessoal.

Penso que você vai concordar comigo que, muitas vezes, somos muito bons tecnicamente, mas ainda nos faltam algumas competências essenciais como saber negociar com mais técnica, se comunicar de forma ainda mais assertiva e se conectar aos mais diversos perfis psicológicos dos nossos clientes.

Por isso mesmo, não foque apenas nos produtos e serviços! Foque também nas atitudes e comportamentos de excelência, pois no mundo extremamente competitivo que hoje estamos não podemos aceitar de forma alguma um atendimento medíocre.

2) Dê a devida autonomia aos seus profissionais

Não por acaso, algumas das melhores e mais incríveis empresas do mundo transformaram o seu Atendimento ao Cliente no componente mais incrível da sua “receita de sucesso”.

E, para que esta “receita” ficasse realmente sensacional, praticamente todas elas deram maior autonomia aos seus profissionais. Isso para que eles se sentissem empoderados para resolverem a maioria dos problemas do seu cliente imediatamente.

Estudos comprovam que, em mais de 90% dos incidentes reportados onde os profissionais são rudes ao lidarem com os problemas dos seus clientes, o problema está exatamente na incapacidade e na incompreensão destes profissionais sobre o que precisa ser feito para resolver ali, naquele momento, a questão.

Mesmo se você não for líder, precisa ter a atitude proativa de solicitar aos seus líderes que lhe deem maior autonomia para que possa dar um atendimento muito mais ágil a todos os seus clientes. E, ainda, tenha o poder de resolver a maioria dos problemas dos clientes o mais rapidamente possível.

3) Preste atenção redobrada a todas as interações com os seus clientes

Lembre-se sempre que toda e qualquer interação com o seu cliente, seja em uma visita de prospecção, uma reunião de negócios, uma ida à sua loja ou uma ligação dele, são grandes oportunidades de fazer uma pergunta um tanto quanto simples e impactante: “Como estamos indo em nosso Atendimento ao Cliente?”.

Peça o feedback mais cândido que puder a todos eles, pois são estas avaliações que lhe darão informações preciosas para entender onde estão as suas “forças” no atendimento e as suas “fraquezas”, que correspondem aos problemas que precisam de correção.

4) Invista fortemente no “boca a boca”

Inúmeras pesquisas e estudos comprovam que a mais eficiente e barata forma de conquistar novos clientes é através das recomendações dos seus clientes mais satisfeitos, leais e fiéis.

Por isso mesmo você é tão importante para fazer com que cada experiência que o seu cliente tenha com você, que não custa lembrar é aos olhos do seu cliente a “sua empresa”, seja realmente espetacular.
Para medir o sucesso no “boca a boca”, você pode usar muitas técnicas e incrementar alguns processos imediatamente em sua empresa. É fundamental, por exemplo, que você sempre pergunte para um novo cliente de que forma ele chegou até vocês.

Isso lhe permitirá monitorar um dos indicadores chave de performance mais importantes nesta “Era da Experiência” em que vivemos, na qual o Atendimento ao Cliente é, em boa parte das vezes, o maior e mais importante diferencial competitivo que temos em nossas mãos!

Tenho certeza de que você irá se surpreender com a força das recomendações para turbinar a sua produtividade, a sua performance e as suas vendas.

Boa sorte e sucesso!

ARTIGO — Petrobras na corda bamba do populismo

Por Reginaldo Gonçalves

A Petrobras — por mais incrível que isso possa parecer a esta altura da Operação Lava Jato e depois de transformar o preço subsidiado da gasolina e do diesel em “moeda” eleitoral e demagogia política em 2014 e 2015 — volta a servir aos interesses de seu maior acionista, o Governo Federal. Muito provavelmente para atender às desesperada ansiedade da presidente Dilma Rousseff por uma agenda positiva, a empresa acena com a possibilidade de baratear os combustíveis, alegando que o preço do barril do petróleo no mercado internacional despencou.

O uso político da estatal continua impactando negativamente a companhia, que não consegue desvincular-se das artimanhas do populismo governamental. Dentre estas, está a falácia do controle da inflação por meios inapropriados e até de alto risco para uma empresa crucial para a cadeia produtiva de petróleo e gás.

De um lado, o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, profissional de carreira e estrategista nas questões de curto prazo, pessoa de confiança da Presidência da República, não indicou, até o momento, alternativas estratégicas na mudança de rota da situação complicada que a empresa vem passando. A busca é pelo caixa imediato, mesmo sacrificando o longo prazo, através de empréstimos questionáveis em bancos chineses.

O que mais impressiona em tudo isso é que ficou bem clara a posição da presidência em recomendar a redução de preços em um ano conturbado e sofrendo criticas pontuais na sua gestão. Contudo – e felizmente – o Conselho de Administração da Petrobras já se manifestou contra o barateamento, sem uma base sólida de estudo quanto ao que poderá acontecer com o barril de petróleo no mercado internacional. Qualquer redução de preços agora poderia, em futuro próximo, gerar novos aumentos em relação aos preços internacionais e aos custos de produção no País.

O governo, lamentavelmente, não consegue engendrar uma gestão na qual as decisões sejam técnicas, não apadrinhadas por pessoas que não têm conhecimento da área, do produto e dos negócios da empresa. É uma administração com viés político. Algo danoso para o País. Agora, seria hora de analisar as necessidades de caixa e os investimentos prementes, suspendendo-se temporariamente os de longo prazo, inclusive analisando as questões do Pré-Sal.

Enquanto a gestão no Brasil for mascarada pela falta de transparência, de investimentos em logística e em disponibilidade de capital mais barato, parece que não haverá soluções para a Petrobras. Percebemos que estamos importando até o etanol, do qual somos os segundo maiores produtores mundiais, muito próximos dos Estados Unidos. Com um detalhe: o nosso é feito a partir da cana-de-açúcar, mais barato e melhor do que o norte-americano, processado a partir do milho. Pasmem: somos hoje o segundo maior consumidor do combustível produzido nos Estados Unidos. Entra em cena o velho “Custo Brasil”. Perdemos competitividade em itens nos quais somos capazes de produzir com competência e, em tese, a preços mais baixos do que os dos concorrentes internacionais.

Em Brasília, contudo, a preocupação prioritária é evitar o impeachment, mesmo que isso implique “venda” de ministérios, medidas populistas danosas à economia e prejudiciais ao povo.

ARTIGO — Como gerenciar a carreira, da escolha da profissão até à aposentadoria

Por Edson Carli

Por mais que estudemos e pesquisemos o nosso passado como pessoas e como espécie, dificilmente encontraremos o momento exato da evolução onde se iniciaram os conceitos de profissão e carreira. Acredito que estas definições devam ter aparecido tão logo quando aconteceu a formação do primeiro bando ou tribo. Neste momento mágico e perdido na esteira do tempo, uma pessoa olhou para outra e ambos combinaram que cada um faria uma coisa em prol do objetivo final: a sobrevivência.

Veja por exemplo, ainda nos tempos primários de nossas sociedades. Uma pessoa que não caçava, mas era hábil o suficiente para tecer roupas era mantido no grupo com a caça de outros e em troca, oferecia roupas a todos. Da mesma forma, um guerreiro não construía sua casa, mas os demais construíam a casa para que os guerreiros ficassem no grupo em um processo constante de trocas que envolviam produtos e habilidades.

Dentro de um sistema social, mais cedo ou mais tarde, todos devemos exercer uma atividade que gere valor para o grupo e, feito isso, passamos a fazer parte como membros, recebendo bens e serviços em troca de nossas habilidades. Podemos assim compreender que o conceito de função, remuneração, carreira, tempo de trabalho e muitos outros temas que associamos à palavra carreira são mais antigos e enraizados em nossa existência do que podemos imaginar. Mas como escolher nosso lugar nesse mundo? Em que momento devemos ingressar nesse sistema produtivo?

De forma geral, nas sociedades livres e capitalistas, o ciclo de vida de um indivíduo passa pelas seguintes etapas: escolha da profissão (geralmente ao final do ensino médio), formação superior básica seja em universidades ou em cursos técnicos, entrada no mercado de trabalho formal, decisão de continuar nesse mercado ou empreender. Uma vez tomada a decisão de ficar no mercado de trabalho, ainda existem as opções da liderança ou a carreira de especialista, também conhecida como carreira em Y.

Desde a escolha da profissão existem desafios a serem superados. Um deles é o mito da vocação, onde considera-se que um jovem pode, a partir de suas características pessoais, emocionais e comportamentais, possuir uma tendência para determinada profissão. Feita a escolha, passado o período de aprendizagem e a entrada efetiva no ambiente de trabalho, este profissional se dá conta que tudo o que ele sabia sobre relações humanas não mais é capaz de ajudá-lo a progredir na carreira. Até então, o jovem profissional havia convivido com sua família e com o ambiente acadêmico, onde efetivamente o conceito de atividade remunerada não havia sido levado a sua mais completa tradução: todos somos produtos.

Quando desenvolvi os fundamentos do método CARMA, do inglês Career And Relationship Management, no ano de 2006, superar o mito da vocação não estava entre as metas primárias. O principal objetivo era conduzir os indivíduos na identificação de seus potencias enquanto “produtos” e desenvolver suas habilidades de auto condução de carreira.

Se todos somos produtos em um mercado que nos reconhece e valoriza nossa produção de valor para a sociedade, somos, de certa forma, empresas de um único indivíduo prestando serviço para as corporações onde trabalhamos. Não somos membros de uma nova família e nem tampouco, entramos para uma organização somente para aprendermos mais. Quanto mais rápido identificarmos que a relação entre nós e as empresas é uma relação comercial, mais fácil e simples fica atingirmos nossos objetivos pessoais e profissionais.

Assim, com o passar do tempo, nossa relação com a empresa chega a uma encruzilhada: seremos líderes e, portanto, teremos a responsabilidade por gerir a atuação e outras pessoas; ou seremos especialistas, tornando-se referência em nossas habilidades e conhecimento, desenvolvendo uma carreira em Y.

Para os profissionais que seguirão a carreira de liderança, desenvolvi no método C.A.R.M.A uma visão totalmente diferenciada e baseada no conceito francês de liderança natural, onde o profissional não pode ser simplesmente nomeado líder. Ele precisa ser reconhecido como tal por seu grupo. Novamente, busquei nas bases naturais e antropológicas uma formação de liderança que não fosse baseada em mando, em poder, mas sim em respeito, reputação e engajamento.

Finalmente, analisando a linha do tempo, assim como em todas as sociedades, chegará o momento da aposentadoria e do retorno do profissional para a vida comum, longe das organizações. Para este grupo de profissionais, o método CARMA apresenta um extenso conjunto de ferramentas, fortemente baseadas em PNL que reapresenta os protocolos sociais e “devolve” a pessoa à sociedade não profissional, à família, aos amigos e a ele mesmo.

Assim, o método representa um extenso conjunto de metodologias que capacita os participantes a gerenciar suas crenças, sua visão do mundo profissional e logicamente, seus relacionamentos para que possam atuar em um ambiente onde as profissões, as funções e as habilidades se misturam. Acima de tudo é preciso que o profissional desenvolva a autogestão e assuma o protagonismo de sua carreira – da escolha dela até o último dia de trabalho.

ARTIGO — 18 de abril – Dia Nacional do Livro Infantil

Por Gabriela Kopnits

Há não muito tempo atrás a criança ainda era vista simplesmente como “um adulto em miniatura”, conceito medievalista ainda prevalente. Não se pensava a criança como um ser tenro, que necessitasse de cuidados especiais, de educação cuidadosamente elaborada para ela. O fato de uma criança nascer significava apenas um par de braços a mais para ajudar na lida e uma boca a mais para sustentar nas classes mais baixas ou um peão valioso no jogo dos casamentos e dotes arranjados por interesse político ou financeiro.

Até o que hoje conhecemos como estórias para crianças, muitas não foram absolutamente pensadas ou mesmo compostas para elas, entre estas clássicos como Chapeuzinho Vermelho e A bela adormecida (que no original se chamava A bela adormecida no bosque). Eram contos, em sua maioria com conselhos de bom comportamento embutidos, elaborados para as senhoras damas. Vejam o que aconteceu com a mocinha que não seguiu o conselho da mamãe! – dizia a história. Foi devorada por um lobo! – Arrematava o contador de estória, secundado por gritinhos de pavor das encantadoras mademoiselles.

Charles Perrault (1628-1703), contemporâneo e servidor de Luís XIV, foi quem primeiro teve a ideia de reunir esses relatos ouvidos nos salões da corte francesa no que seria o primeiro livro infantil. Publicado em janeiro de 1697 – Perrault já com 69 anos – o livro recebeu o nome de Histórias ou contos do tempo passado com moralidades com o subtítulo Contos da Mamãe Gansa (Histoires ou Contes du temps passé – Contes de ma mère l’Oye) e trazia os conhecidos A bela adormecida ao bosque (La Belle au bois dormant), Chapeuzinho Vermelho, O Barba Azul, O Gato de Botas, As fadas, Cinderela e Riquete de Crista.

A ideia do “adulto em miniatura” começou a mudar depois daí, graças também ao Renascimento, importante movimento cultural que marcou a transição entre o medievalismo e a nova cultura burguesa e afastou um bocado a Igreja da influência social. Os ares renovadores do Renascimento – depois a Revolução Francesa – abriram brechas no pensar ocidental que iriam trazer gratas consequências na vida cotidiana, entre elas a da educação menos rígida e opressora, especialmente nas classes mais ricas. No entanto, a criança só começou mesmo a ser vista como um ser especial, diferenciado, em meados do século XVIII, depois da Revolução Francesa e com o advento do Romantismo.

A educação infantil, propriamente dita, surgiu com o pedagogo alemão Friedrich Froebel que, de forma pioneira, em junho de 1840, fundou os Kindergarden (jardins de infância), associando a importância dos cuidados com a educação da criança, desde os seus mais tenros anos, para o seu correto e sadio desenvolvimento à imagem da plantinha sendo cuidada desde cedo por um atento jardineiro.

No Brasil, os livros ainda eram publicados pela Imprensa Régia, estrutura burocrática e de controle editorial trazida por D. João VI em 1808. Traduções de Perrault e dos folcloristas alemães Jacob e Wilhelm Grimm era o que havia. Foi só em 1894 que o jornalista carioca Alberto Figueiredo Pimentel (1869-1914) publicou o primeiro livro infantil do país: Contos da Carochinha, coletânea com 61 contos populares, “morais e proveitosos, de vários países, traduzidos e recolhidos diretamente da tradição oral”, como está dito na contracapa.

Mas o primeiro livro escrito de fato para as crianças aqui no Brasil, retratando a nossa cultura, as nossas tradições e valores, foi mesmo A menina do narizinho arrebitado, publicado por José (Renato) Bento Monteiro Lobato em 1920, dando origem a uma série de livros de amplo sucesso com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo.
Narizinho, Pedrinho, Emília a boneca falante, o Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia e seus deliciosos bolinhos de chuva, o Saci e a Cuca, dentre outros queridos personagens saídos da genial imaginação de Monteiro Lobato, vêm acompanhando gerações de crianças desde então, rendendo ao escritor o justo reconhecimento de Patrono da Literatura Infantil Brasileira. Mas o reconhecimento maior mesmo veio através da Lei nº 10.402, assinada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso Lei, em 8 de janeiro de 2002, instituindo o Dia Nacional do Livro Infantil, a ser comemorado anualmente no dia 18 de abril, data do nascimento do grande Monteiro Lobato.

“Um país se faz com homens e livros”, disse o mestre. Viva, pois, o Dia Nacional do Livro Infantil!

ARTIGO —- A queda dos preços

Por Maurício Assuero

Nos meses de janeiro, fevereiro e março passados tivemos inflação mensal de 1,27%, 0,96% e 0,43%, respectivamente. Isso representa uma inflação acumulada no trimestre de 2,68% que projetada para o ano chegaria a11,17%. Repetindo um exercício que fizemos em fevereiro: para que a inflação chegue a 7,5% ao ano, ao longo dos meses restantes de 2016 deveremos ter inflação negativa de 0,23% ao mês (deflação). Muito embora haja tendência de queda na inflação é muito pouco provável atingirmos o objetivo, apesar de termos registrado uma variação percentual negativa de 55% entre a inflação de fevereiro e a de março.

O lado cruel da história é que a redução da inflação está baseada no aumento do desemprego e na alta taxa de juros da economia. A queda dos preços pode ocorrer na velocidade desejada pelo governo, ou seja, de forma rápida, mas isso só acontece quando o produtor/comerciante se defronta com os custos obrigatórios e promove uma “queima de estoque” vendendo produtos com descontos expressivos. Na prática isso implica em reduzir a margem de lucro que, em alguns casos, é expressiva. Noutra ponta está a constatação de que os produtos que estão sendo ofertados hoje nas lojas foram adquiridos no passado e os preços sugeridos atendiam os custos daquela época, portanto, para o vendedor fica complicado reduzir preços na velocidade ideal. Considerando a variação da inflação de fevereiro para março, fazendo uma simples projeção, em julho a inflação seria nula e em agosto seria negativa. Ou seja, a gente iria precisar de 5 meses para a economia apresentar deflação, ou dito de outra forma: queda de preços só no segundo semestre!

O problema crucial é saber quem sobreviverá até lá. Até lá a política econômica tende a se depreciar graças, também, ao problema político. Dilma negocia emendas que totalizam R$ 58 bilhões para evitar o impeachment. Temer, mesmo que não seja tão explicito, também negocia cargos para que o Congresso aprove o impeachment e ele assuma a presidência. Em qualquer uma das situações, o governo vai agravar o déficit público e isso não vai trazer nenhum benefício para a economia. Portanto, enquanto “vossas excelências” estiverem interessadas nos seus próprios interesses, a inflação vai ser levada para baixo a custa do sacrifício da sociedade, da penalização do individuo que tem escola, plano de saúde, moradia, alimentação, etc.. para se responsabilizar. O país caminha, a passos largos, para um caos social que nós não sabemos a quantidade nem o perfil das vítimas que surgirão. Só sabemos que, como no caso da chicungunha, ninguém está imune.

 

ARTIGO — “E o mundo não acabou!”

Por Maurício Assuero

O desembarque do PMDB do governo Dilma estava sendo carregado de tintas tétricas, tenebrosas, e afins, mas …o mundo não acabou. Saiu o PMDB e os ministros do partido insistem em não entregar os cargos. Por um lado, a gente vê o senador Renan Calheiros dizer que foi precipitado este desembarque (você pode acreditar ou não na sinceridade dele) e por outro lado temos uma pesquisa na qual 66% dos entrevistados entendem que o PMDB traiu o governo e 83% (isso mesmo, 83%) não gostariam que Temer assumisse o governo. São números expressivos, estes. A sensação que fica é que muitas pessoas gostariam de ver Dilma fora do governo, mas não num processo pilotado por Eduardo Cunha. De fato, soa muito estranho isso e beira bastante a um gesto de vingança.

Um nome praticamente certo num eventual governo Temer é o do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Um homem de mercado, do sistema financeiro, que certamente poderia trazer a credibilidade que o governo necessita para implantar mudanças capazes de recuperar a economia. Estamos falando de redução de desemprego, de crescimento econômico, de menor taxa de juros, de controle inflacionário, etc. e tudo que precisamos saber é como o “governo Temer” faria isso.

Há um consenso entre os economistas que sem controlar a dívida pública (não apenas os gastos) e sem medidas impopulares para gerar superávit primário, qualquer medida do governo para atenuar a crise econômica, será ineficiente. Não tem como o governo adotar qualquer política sem cortar na própria carne e isso implica dizer que medidas impopulares deverão ser instrumento de ajuste econômico.

Enquanto isso, o mercado se prepara para suportar a pior taxa de inadimplência já vista. Os bancos aumentaram a provisão para devedores duvidosos (inclusive estão sem saber como recuperar créditos concedidos a empresas envolvidas na Lava Jato). A taxa de juros alta aumenta o risco de inadimplência e aumenta o contingenciamento de crédito (os bancos irão reduzir o volume de empréstimo com receio de não receber o que for emprestado) e sem crédito o consumo não é um instrumento suficiente para aumentar a produção.

É interessante verificar, no entanto, que qualquer movimento em direção ao impeachment faz o dólar cair e a Bolsa de Valores aumentar. É natural tais movimentos porque o mercado se baseia em sinais, em especulação e tais movimentos não trazem o indicativo de benesses plenas, ou seja, não será apenas a troca de governo que vai nos levar do inferno ao paraíso à velocidade da luz!