Por RENAN TRUFFI
Da CartaCapital
O partido de José Sarney, Renan Calheiros e Michel Temer tem boas chances de ser o maior vitorioso nas eleições estaduais deste ano. Com o triunfo, logo no primeiro turno, em quatro estados – Alagoas, Espírito Santo, Sergipe e Tocantins – o PMDB vai disputar o segundo turno em outros oito estados: Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia. Isso quer dizer que, depois de conquistar cinco governos em 2010, a legenda pode terminar 2014 à frente de 12 estados.
O PT, que entrou nas eleições com cinco governadores, pode ficar com sete estados ao fim do processo eleitoral. O Partidos dos Trabalhadores ganhou três estados no primeiro turno: Bahia, Minas Gerais e Piauí. Desse total, dois foram por conta de candidatos à reeleição. Além disso, a legenda disputará outros quatro cargos estaduais: Acre, Ceará, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Se ganhar nestes que ainda estão em disputa, o partido pode expandir seus domínios em relação a quatro anos atrás.
A situação do PSDB é a mais delicada. Entre os principais partidos do País, os tucanos foram os que menos ganharam estados no primeiro turno. Apenas dois: Paraná e São Paulo. Mas vão disputar seis segundos turnos. Com isso, a legenda pode chegar a oito estados, mesmo número que havia ganho em 2010, quando se tornou o principal partido nos estados. Se ganhar todos os cargos, o PSDB sairá das eleições estaduais do mesmo tamanho que entrou.
Só quem encolheu, de fato, por enquanto, foi o PSB. O partido do ex-governador Eduardo Campos, morto em um acidente de avião em agosto, diminuiu seu poder frente ao número de governos conquistados há quatro anos. O partido, que tinha seis governadores antes do início da eleição, ganhou apenas dois no primeiro turno – Pernambuco e Roraima – e tem chance no segundo turno de outros três estados: Amapá, Distrito Federal e Paraíba. Ainda que consiga ganhar todas as disputas, os socialistas vão ficar no máximo com cinco governadores.
Entre os partidos de menor expressão, os destaques são PCdoB e PDT, que não tinham nenhum governador e conquistaram um estado cada. Os comunistas elegeram Flavio Dino governador do Maranhão e o partido trabalhista colocou Pedro Taques à frente do Mato Grosso. Além disso, o PDT ainda vai disputar o segundo turno pelo governo do Amapá. Já o PSD conseguiu manter o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que se reelegeu. Isso sem contar que a legenda de Gilberto Kassab continua na disputa pelo governo de Rio Grande do Norte.
Raio-X do PMDB
Apesar de ter chance de ser o partido com maior número de vitórias ao final do pleito, o PMDB não foi bem avaliado pelo eleitorado que conheceu sua forma de governar. Nos últimos quatro anos, o PMDB controlou Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rondônia. Destes, foi reprovado em três. Perdeu Maranhão para o PCdoB, não vai nem para o segundo turno no Mato Grosso do Sul e fez parte de uma aliança com o PT em que acabou derrotada para o PDT no Mato Grosso. Mas ainda tem chance de se manter no poder nos outros dois: Luiz Fernando Pezão, sucessor de Sérgio Cabral, lidera a disputa no segundo turno do Rio de Janeiro, assim como o atual governador de Rondônia, Confucio Moura, é o favorito contra Expedito Júnior, do PSDB.
As novidades foram as vitórias de Renan Filho, filho de Renan Calheiros, em Alagoas; de Paulo Hartung no Espírito Santo; de Jackson Barreto em Sergipe e de Marcelo Miranda no Tocantins. Além disso, o partido vai disputar seis novos estados: Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Sendo que os candidatos da legenda estão na frente em pontuação em quatro destes seis estados.